El País - Afonso Benites
Se
alguém quiser tirar do rumo o secretário do Programa de Parcerias e
Investimentos (PPI) do Governo Michel Temer, Moreira Franco, basta citar
o nome de um político: Eduardo Cunha, o maquiavélico ex-deputado
federal do PMDB preso pela Operação Lava Jato sob suspeita de corrupção.
Escolhido para ser a primeira vidraça contra quem Cunha mirou sua
artilharia, ainda antes de estar detido em Curitiba, Moreira Franco se
esforça para não mudar sua fisionomia ou alterar o tom de voz quando tem
de tratar de seu correligionário. Um esforço inócuo.
Diz
que tudo o que Cunha tem dito sobre ele são “insinuações malévolas” e
que não há nenhum lastro de verdade. “A minha indignação é santa”. Por
que, então, foi o eleito para ser o primeiro alvo de Cunha, um potencial
delator da Lava Jato? “Essa pergunta você tem de fazer para ele”,
responde rispidamente o secretário, ao EL PAÍS.
Um
dos principais aliados de Michel Temer desde a década de 1990, Moreira
Franco é um dos homens-fortes da gestão, ao lado de Geddel Vieira Lima
(Secretaria de Governo), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Romero Jucá
(defenestrado do Ministério do Planejamento por causa da Lava Jato e
agora reinstalado como líder do Governo no Senado). Ganhou posição
estratégica no Governo empossado em maio, virou o czar das
privatizações, carregando para si a responsabilidade de gerenciar um
orçamento de aproximadamente 25 bilhões de reais.
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