Blog da Folha
O senador Fernando Bezerra Coelho (PE) deu início, hoje, a uma debandada de parlamentares do PSB para outros partidos.
Ele filou-se, nesta manhã, ao PMDB, sigla que receberá também seus dois filhos que atuam na política, ambos no PSB: o ministro Fernando Bezerra Coelho Filho (Minas e Energia) e Miguel Coelho, prefeito de Petrolina (PE).
Como é deputado federal, Fernando Filho terá que esperar a janela para troca partidária, prevista para março do ano que vem, mas que pode ser antecipada para outubro deste ano, caso uma alteração seja aprovada no Congresso no âmbito da reforma política.
Já a filiação de Miguel está prevista para o próximo dia 25, em um ato em Pernambuco.
Bezerra Coelho negociava sua saída do PSB também com o DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e de seu conterrâneo Mendonça Filho (DEM), ministro da Educação.
"Fizemos avaliação sobre melhor opção dentro do quadro de Pernambuco, que é onde a gente faz política, e, conversando com outras forças como DEM, PTB, PSDB, chegamos à conclusão que o melhor passo seria o meu retorno do PMDB, partido que militei por mais de 11 anos", disse o senador.
Para decidir pelo PMDB, Bezerra recebeu do presidente nacional da legenda, senador Romero Jucá (RR), duas promessas: ele terá o comando da legenda em Pernambuco e Fernando Filho poderá disputar o governo do Estado.
"Queremos ter um grupo de governadores que dê consistência ao partido para, em 2022, o partido disputar a eleição presidencial”, disse Romero Jucá.
Já o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirma que o PMDB deve construir uma candidatura presidencial já em 2018. "O partido tem a maior estrutura político-partidária de todos os partidos, portanto o PMDB em tese é aquele que tem mais condições de lançar um candidato a presidente", afirmou.
Padilha diz que o partido deve buscar quadros para essa disputa até o início do ano que vem. "Nós temos que ver essa questão de nomes... Olhe o que aconteceu na França, olhe o que aconteceu nos Estados Unidos. Normalmente, isso não vem de nomes tradicionais."
Hoje, o PMDB ocupa a vice do governador Paulo Câmara (PE) e é comandado no Estado pelo grupo do deputado Jarbas Vasconcelos.
Jucá terá uma conversa com Jarbas logo após o feriado de Sete de Setembro para tentar diminuir a resistência do deputado pernambucano.
"Pedi para ele paciência para dialogar com os que vêm e para dialogar com os que estão", disse o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), numa alusão velada à crise instalada na seção pernambucana do partido.
Uma aliança está sendo costurada em Pernambuco com partidos como PSDB, PTB e até com o preterido DEM.
No ato de filiação de Bezerra Coelho ao PMDB, estiveram presentes o ministro tucano Bruno Araújo (Cidades) e o senador Armando Monteiro Neto (PTB-BE), que era aliado do PT no Estado.