sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Nome do filme: presidente corta asas de superministro

Por Helena Chagas no Blog Os Divergentes

O presidente Bolsonaro e o ministro Moro - Foto Orlando Brito

O estilo Bolsonaro de fritar ministros alterna o fogo alto da frigideira com momentos em banho-maria. Depois de quase reduzir seu ministro da Justiça a pó, mandando demitir o presidente do Coaf, tirando a prioridade do pacote anti-crime no Congresso e afirmando que Sergio Moro não decide mais as coisas “com uma caneta”, Jair Bolsonaro pegou o ministro e levou-o para sua “live” desta quinta e para o café da manhã de hoje no Alvorada.

Lado a Lado, Bolsonaro e Moro conversaram com os jornalistas embaixo da mangueira que fica na entrada do Palácio. Pareciam estar em total afinidade e congraçamento. Mas não é bem assim. A imagem e as declarações mostraram que o nome do filme ali era “O
enquadramento do superministro”. 

Perguntado sobre o Coaf, Bolsonaro confirmou, sim, o propósito de subordinar o órgão ao Banco Central – “para despolitizá-lo” – , o que, segundo ele, colocará nas mãos de Campos Neto a prerrogativa de nomear para sua direção um funcionário de carreira do órgão. Em outras palavras: cai fora mesmo o amigo de Moro, Roberto Leonel, que criticou a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, de exigir autorização judicial para acesso do Ministério Público a dados do Coaf – medida que beneficiou Flávio Bolsonaro.

Ao lado de Moro, o presidente foi um pouco mais polido do que na véspera ao falar sobre a não-prioridade do pacote anticrime. Mas não mudou de posição e defendeu a primazia da Previdência e da Tributária na pauta parlamentar.

Acima de tudo, o que ficou nítido ali na entrevista, talvez pela primeira vez, é quem manda e quem obedece nesses novos tempos. Moro, que na véspera já fizera um gesto que parecia ter a intenção de agradar o chefe, representando contra o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, por calúnia, fez uma demonstração suprema de boa vontade.

Sempre bem tratado, e até transformado em herói pela grande imprensa, o ministro da Justiça elogiou e justificou a medida provisória de Bolsonaro que desobriga as empresas de publicarem seus balanços em jornais impressos – que o presidente voltou a defender citando, em tom jocoso, os mais de R$ 1 bilhão que os grandes jornais faturam com essa publicação. Quem te viu, quem te vê.

Bolsonaro diz que NE é mais inadimplente, mas dados negam

Do Blog de Magno Martins
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) justificou, no último dia 2, que o baixo volume de financiamentos pela Caixa concedidos ao Nordeste ocorria por conta de uma maior inadimplência na região. "As prefeituras do Nordeste são as mais inadimplentes, e a Caixa precisa de garantias para poder emprestar", disse.
O UOL consultou o banco de dados no Cauc (Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias), controlado pela Secretaria do Tesouro Nacional, para verificar a situação de todos os 5.570 municípios do país e descobriu que não há diferenças regionais entre o Nordeste em comparação com a média nacional. No caso específico de capitais e estados, também não há qualquer justificativa legal que impeça os repasses.
"Isso [do Nordeste liderar inadimplência] não existe. A lista é grande e universal, não há regiões com mais problemas. São problemas de gestão pelo país todo", afirma Eduardo Stranz, consultor da área de estudos técnicos da CNM (Confederação Nacional dos Municípios). Segundo consulta feita nessa quarta-feira (7) ao Cauc, 4.247 municípios – 76,2% do total –  estavam com o "nome sujo". Da lista dos cinco estados com percentualmente mais municípios irregulares, só um é do Nordeste e quatro são do Norte.
Até julho deste ano, segundo o jornal Estado de São Paulo, a Caixa autorizou R$ 4 bilhões em empréstimos para governadores e prefeitos, sendo apenas R$ 89 milhões – ou 2,2% do total – para o Nordeste. O volume é muito menor do que em anos anteriores, aponta a reportagem. "O que acontece é que você tem uma série de esteiras de análise", justificou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, logo após a publicação da reportagem, negando diferenciação entre entes federativos

PE avança com a 1ª Adutora Interestadual para o Agreste

O presidente da Companhia  Pernambucana de Saneamento – Compesa, Roberto Tavares, cumpriu agenda, hoje, no interior, realizando visitas de inspeção das obras de saneamento em execução pelo Governo Estado. Na agenda desta semana, ele inspecionou a obra da Adutora do Alto Capibaribe, em Barra de São Miguel, na Paraíba, e a obra de esgotamento sanitário no município de Santa Cruz do Capibaribe. Acompanhado do diretor Técnico e de Engenharia da Compesa, Rômulo Aurélio, e de técnicos, Tavares esteve no trecho de captação no Rio Paraíba, distante quase 50 km da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. Um empreendimento de R$ 85 milhões, que irá transportar água da Transposição do Rio São Francisco para nove cidades do Agreste pernambucano e um município da Paraíba, Barra de São Miguel.
“Estamos acompanhando de perto o andamento da obra  para organizar a visita que deverá ser feita pelos governadores Paulo Câmara, de Pernambuco, e João Azevedo, da Paraíba. Já foram assentados quase 50% das tubulações, de um total de 70 quilômetros de extensão. Estamos acelerando o ritmo das ações para que possamos entregar a adutora no primeiro trimestre do ano que vem”, informa Tavares.
A Adutora do Alto Capibaribe é uma das obras hídricas estruturadoras pensadas pelo Governo Paulo Câmara para antecipar a chegada da água da Transposição do Rio São Francisco para o Agreste, a região que detém o pior balanço hídrico do Estado. A adutora irá transportar 371 litros de água, por segundo, captada no Rio Paraíba, perto do Açude Boqueirão, no município de São Miguel, Paraíba. O empreendimento irá beneficiar 230 mil pessoas nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Jataúba, Taquaritinga do Norte, Vertentes, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertente do Lério e no distrito de São Domingos, em Brejo da Madre de Deus, além de Barra de São Miguel, no Cariri paraibano. 
De acordo com o presidente da Compesa, Roberto Tavares, a Adutora do Alto Capibaribe é uma obra especial, pois é uma das poucas do país com grandes extensões em dois estados diferentes. Inspecionar obras, segundo o presidente Roberto Tavares, é uma recomendação do governador Paulo Câmara para que todos os projetos hídricos se tornem realidade e tragam mais rápido os benefícios à população. “ O governador tem uma atenção especial a questão da água em todas as regiões do Estado. Acompanhar de perto todas as obras permite nos anteciparmos diante de possíveis problemas, resolvendo as pendências imediatamente”, explicou Tavares.
Além da visita à adutora, a equipe da Compesa também inspecionou a obra de esgotamento sanitário no município de Santa Cruz do Capibaribe, que já está 80% concluída. A cidade, a mais populosa do Agreste Setentrional, já deverá contar com serviços de esgotamento sanitário no começo de 2020, quando deve ser concluída a fase de pré-operação. Segundo Tavares, essa obra é um grande anseio da população local, que terá mais qualidade de vida com esse empreendimento, um investimento de R$ 100 milhões. “No Todos por Pernambuco, que acontecerá nos meses de agosto e setembro, a população poderá conhecer melhor o maior Plano de Investimentos da história da Compesa, que tem sido priorizado pelo governador Paulo Câmara”, finalizou.

Bolsonaro é fruto de nossos erros, diz Rodrigo Maia


Após votar a reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, parece sentir-se mais livre para tecer críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Em evento em São Paulo, Maia disse “mesmo com discurso autoritário”, Bolsonaro é o presidente. “É o que temos até 2022”, afirmou.

“A chegada de Bolsonaro à Presidência é fruto de nossos erros”, afirmou. “Não podíamos esperar que Bolsonaro não vocalizasse o que ele diz, nunca enganou ninguém”, disse.
Ainda teve espaço para Maia dar sua opinião sobre o ministro da Justiça, Sérgio Moro.
“Ele foi beneficiado por algo que não foi construído para ele. Ele não apoiou Bolsonaro no primeiro turno. Estou cada vez mais convencido que não”, afirmou.  (Estadão – BR 18)

Boatos no Planalto: estranhamento Bolsonaro x Moro


Apesar de o presidente Bolsonao ter exibido Sérgio Moro no início de sua live desta quinta (8), são vastos os relatos da crescente desconfiança entre Bolsonaro e seu auxiliar.

Tá comigo ou não? No Planalto, prolifera a versão de que o ministro, para se eximir da posição de subscritor de propostas polêmicas, municia a imprensa com informações que o distanciem de casos como o dos decretos que facilitaram porte e posse de armas.
O desconforto entre Bolsonaro e Moro é tema de conversas no Congresso e no Supremo.
Em ambos os Poderes, os relatos indicam que o presidente não vê o auxiliar como alguém disposto a segurar rojões que não sejam do próprio interesse.(Painel – FSP)

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Eduardo Bolsonaro começa reuniões com senadores

Embaixador: "A meta é me reunir com todos"
Deputado será acompanhado por assessores do Itamaraty
ÉPOCA
Eduardo Bolsonaro já fixou um plano para conquistar o apoio de senadores a sua indicação à Embaixada do Brasil em Washington. E já foi a campo.
Na tarde desta quarta-feira (7), Eduardo se encontra com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Nelsinho Trad, e outros integrantes do colegiado.
A partir da semana que vem, o Zero Três se reunirá com três senadores por dia, acompanhado por assessores do Itamaraty.
“A meta é me reunir com todos até setembro”, afirmou à coluna.
“A meta é me reunir com todos”
Deputado será acompanhado por assessores do Itamaraty

MEC bloqueia R$ 348,4 milhões para livros didáticos

O Ministério da Educação bloqueou R$ 348,4 milhões que deveriam ser aplicados na produção, aquisição, distribuição de livros e de materiais didáticos e pedagógicos da Educação Básica, área considerada prioritária pelo ministro Abraham Weintraub.
O bloqueio ocorre para atender ao novo contingenciamento de R$ 1,44 bilhão, anunciado pelo governo federal em julho. Na época, o governo divulgou que o Ministério da Educação deveria bloquear justamente R$ 348,47 milhões (24,1% do total).
Os dados são do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) e foram divulgados pela ONG Contas Abertas que, desde o anúncio do novo contingenciamento, monitora o sistema para saber quais áreas serão afetadas.
A reportagem perguntou ao MEC qual a abrangência da medida, se deverá afetar estudantes que estão em aula ou se vai atingir as turmas do próximo ano, e também qual o cronograma para a produção de material didático.


O MEC informou que "a produção, aquisição e distribuição de livros e materiais didáticos e pedagógicos para a educação básica está garantido para 2020". Ainda de acordo com a pasta, "o Programa Nacional do Livro Didático possui um cronograma específico de pagamento que não será afetado. À medida de uma evolução positiva do cenário fiscal do país, observadas as diretrizes da gestão fiscal responsável e a eficiência do gasto público, esses valores podem ser objeto de descontingenciamento".

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Não adianta a matilha uivar, Dallagnol está perdido



POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço

Até vídeo de um suposto encontro do presidente do Supremo Tribunal Federal , Dias Toffoli com alguém que é identificado como o jornalista Glenn Greenwald ( e, claro, não é, mas o desembargador Walter Piva Rodrigues, do TJ/SP) os lavajateiros estão pondo para circular nas redes sociais.

É o desespero de quem se viu atropelado pela revelação da conspiração da República de Curitiba para derrubar Gilmar Mendes ( e o próprio Dia Toffoli) do STF e que selou, definitivamente, o afastamento de Deltan Dallagnol da Força Tarefa, não importa o que se faça para adiar o inevitável.

Mendes -para seus padrões – reagiu com relativa moderação às revelações, repetindo que a Força Tarefa se tornou uma “organização criminosa” e que não se surpreenderia se os promotores “tivessem aberto uma conta em meu nome na Suiça”, para incriminá-lo. E, então, segundo o site jurídico Jota, falou a frase mais importante: “imagina o que não fizeram nas delações, nas combinações sobre delações”.

Aí está a “obra” de Dallagnol e sua turma: a credibilidade de tudo o que foi apurado, agora, está em xeque, pelo que se mostraram capazes de fazer para alcançar seus objetivos.

A Veja fala em “clima de funeral” na sede da Lava Jato em Curitiba.

O que os “minions” não conseguem compreender que a questão não é ter simpatia ou não por Gilmar Mendes e nem sequer o julgamento sobre seu comportamento, mas a prova inequívoca de que os promotores da Lava Jato não apenas descumpriam a lei e suas reservas de poder como, jocosamente, debochavam disso.

Salvo na insensatez absoluta, não vão achar quem os defenda, agora que nem sequer dúvidas restam de que os diálogos são verdadeiros.

Pior ainda, com a proximidade (e a promiscuidade) entre Dallagnol e o então juiz, o efeito de sua queda é o de um pino de boliche ao lado de Sergio Moro.

Amanhã ou depois, certamente, mais aparecerá, na bem sucedida estratégia de publicação que o The Intercept e seus parceiros seguem, necessária num país onde as indignações éticas da mídia e da Justiça chegaram a um pavoroso entorpecimento que ainda enfrentamos.

Moro queimado no núcleo do governo

É considerado ingrato
Ex-juiz manifestou preocupação com a decisão de Toffoli de suspender investigações do CoafMônica
Bergamo - Folha de S.Paulo

O ministro Sergio Moro, da Justiça, está em baixa no Palácio do Planalto. Uma parte do núcleo duro do governo passou a fazer críticas a ele —em especial depois que o ex-juiz conversou com o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Toffoli decidiu suspender investigações do órgão feitas sem autorização judicial. A medida beneficiou diretamente o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.
Moro não deu declarações. Mas manifestou a Toffoli preocupação com a decisão, que poderia colocar em risco mecanismos de combate à lavagem de dinheiro.
O presidente do Coaf, Roberto Leonel, que é ligado a Moro, foi além e deu entrevista criticando Toffoli. 
Na visão de integrantes do governo, Moro tenta reverter a medida e mostra que é ingrato: Bolsonaro, ao contrário dele, colocou todo o peso de sua credibilidade a favor do ex-juiz depois do escândalo das conversas vazadas. 
O presidente, dizem, chegou a levá-lo a um jogo do Flamengo sem estar seguro de como o público reagiria.
As afirmações de assessores refletiriam a contrariedade do próprio Bolsonaro. Se, por um lado, o presidente nunca pediu ajuda a Moro em relação ao filho, por outro não gostou de vê-lo tentando atrapalhar.

Banho de sangue


Carlos Brickmann
Bolsonaro sugere um projeto de lei que crie o “excludente de ilicitude” – quer dizer, que livre de processo os agentes de segurança que matarem durante operações. Palavras do presidente: “Vão morrer na rua igual barata”. O projeto deve beneficiar também o pessoal das Forças Armadas que atuar em “operações de garantia da lei e da ordem”.
Essa proposta está no pacote anticrime proposto pelo ministro Sérgio Moro, mas enfrenta resistências no Congresso – já que abre caminho para casos como o da Rota 66 ou, até, de retorno ao Esquadrão da Morte. Basta matar e arrumar o cenário.

Mais mensagens envenanam relações STF e Dalagnol

Novas mensagens selam indisposição do Supremo com Dallagnol e ampliam pressão sobre Ministério Público
Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo

A revelação do El País e do The Intercept de conversas de membros da Lava Jato sobre o ministro Gilmar Mendes, do STF, selou a indisposição do Supremo com Deltan Dallagnol. Se o Conselho Nacional do Ministério Público não o afastar, afirmam integrantes da corte até hoje isentos de citações, alguém fará isso pelo órgão. O apoio aos métodos do chefe da força-tarefa de Curitiba é minguante. A segunda parte do inquérito que apura o hackeamento chega ao Supremo nos próximos dias.
Nos novos diálogos, procuradores admitem, entre risos, buscar informações contra o ministro na Suíça. Eles dizem ter “ouvido falar” de uma suposta ligação entre Gilmar e Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, suspeito de ser operador do PSDB, e, a partir daí, traçam medidas que, ao cabo, visavam afastar o ministro do STF.
Ao contrário do que houve nas mensagens reveladas anteriormente, neste caso não há qualquer suspeita formalizada, uma indicação em delação e nem mesmo em uma negociação de colaboração. Os procuradores, Deltan entre eles, chegam a fazer piada com o fato de serem impedidos pela lei de investigar um integrante do STF.
Para membros do Judiciário, esse contexto agrava sobremaneira a situação política de Deltan Dallagnol. Fica claro, analisam, que ele e os colegas sabiam que o que faziam era uma ilegalidade, que tinham ciência de que estavam extrapolando seus limites.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Lava Jato quis buscar na Suíça provas contra Gilmar

Do Blog de Magno Martins
Procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba fizeram um esforço de coleta de dados e informações sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, com o objetivo de pedir sua suspeição e até seu impeachment.

Liderados por Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, procuradores e assistentes se mobilizaram para apurar decisões e acórdãos do magistrado para embasar sua ofensiva, mas foram ainda além. Planejaram acionar investigadores na Suíça para tentar reunir munição contra o ministro, ainda que buscar apurar fatos ligados a um integrante da Corte superior extrapolasse suas competências constitucionais, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem do El País.
A estratégia contra Gilmar Mendes foi discutida ao longo de meses em conversas de membros da força-tarefa pelo aplicativo Telegram enviadas ao The Intercept por uma fonte anônima e analisadas em conjunto com o EL PAÍS.
Na guerra contra o ministro do Supremo, os procuradores se mostraram particularmente animados em 19 de fevereiro deste ano. "Gente essa história do Gilmar hoje!! (...) "Justo hoje!!! (...) "Que Paulo Preto foi preso", começa Dallagnol no chat grupo Filhos do Januário 4, que reúne procuradores da força-tarefa. A conversa se desenrola e se revela a ideia de rastrear um possível elo entre o magistrado e Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, preso em Curitiba num desdobramento da Lava Jato e apontado como operador financeiro do PSDB.
Uma aposta era que Gilmar Mendes, que já havia concedido dois habeas corpus em favor de Preto, aparecesse como beneficiário de contas e cartões que o operador mantinha na Suíça, um material que já estava sob escrutínio dos investigadores do país europeu. Clique aqui e leia a matéria na íntegra.

“Valor” diz que Carluxo foi ao Planalto definir estratégia de mídias sociais

POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço




Uma pista sobre de onde pode ter saído a adolescência tardia de Jair Bolsonaro ao dizer que era o “Johnny Bravo”.

O jornal Valor Econômico publica hoje que, enquanto o pai fazia um “bate e volta” na Bahia, o vereador Carlos Bolsonaro “esteve ontem pela manhã no Palácio do Planalto” e “despachou no gabinete do presidente” com seus ex-funcionários e agora assessores presidenciais Tercio Arnaud Tomaz e José Matheus Sales Gomes.

Na pauta, as queixas com os ministros considerados “omissos” nas redes sociais – Luiz Eduardo Ramos e Jorge Oliveira – e os que seriam “frouxos”: Ônyx Lorenzoni, que estaria tirando o corpo fora da defesa de Deltan Dallagnol e da Lava Jato e até Sérgio Moro, que fugiria de assumir a defesa plena das posições bolsonarianas mais xucras, quando está sendo protegido por Jair.

Johnny Bravo está mais para a idade de Carluxo que a do pai, quando era mais popular o personagem Maguila, o gorila.

Bolsonaro diz só liberar verba a estados do Nordeste se governadores se alinharem a seu governo

A prática de governar só para quem é alinhado ao governo se aprofunda, em meio às crises de verborragia de Bosloanro. O pesselista afirmou hoje que só fará o repasse institucional de recursos ao Nordeste se os governadores divulgarem que apoiam o governo. O ex-militar disse que 'boa parte' dos governadores da região é socialista e diverge de seu governo.


247 - A prática de governar só para quem é alinhado ao governo se aprofunda, em meio às crises de verborragia de Bosloanro. O pesselista afirmou hoje que só fará o repasse institucional de recursos ao Nordeste se os governadores divulgarem que apoiam o governo. O ex-militar disse que 'boa parte' dos governadores da região é socialista e diverge de seu governo. 

A reportagem do portal Uol destaca a fala de Bolsonaro: "o que eu quero desses respectivos governadores: não vou negar nada para esses estados, mas se eles quiserem realmente que isso tudo seja atendido, eles vão ter que falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro. Caso contrário, eu não vou ter conversas com eles, vamos divulgar obras junto a prefeituras"


A matéria ainda sublinha que "a Caixa Econômica Federal reduziu a concessão de novos empréstimos para o Nordeste neste ano. Em 2019, até julho, o banco autorizou novos empréstimos no valor de R$ 4 bilhões para governadores e prefeitos de todo o país. Para o Nordeste, foram fechadas menos de dez operações, que juntas totalizavam, naquela data, R$ 89 milhões, ou cerca de 2,2% do total --volume muito menor do que em anos anteriores."

TCU no rastro do cabide de empregos dos Bolsonaros

O Tribunal de Contas da União-TCU recebeu representação com pedido para investigar se houve ilegalidades na nomeação de parentes pelo clã Bolsonaro.

Reportagem de O Globo deste domingo (4) mostrou que, em 28 anos, a família nomeou 102 pessoas com laços de parentesco em seus gabinetes.

Bolsonaro leva reforma a lideranças evangélicas

Presidente deve discutir reforma tributária com lideranças evangélicas
Igrejas têm imunidade tributária, e discussões sobre cobrança de impostos não evoluíram no Congresso
Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo

 As principais lideranças de igrejas evangélicas devem se reunir com Jair Bolsonaro na quarta (7) para discutir a reforma tributária.
O presidente deve receber líderes como Silas Malafaia, Jonatas Câmara, RR Soares e José Wellington Costa Júnior. E também 27 deputados da bancada evangélica, como o pastor Marco Feliciano (Podemos-SP) e Silas Câmara (PRB-AM), que é presidente do grupo.
As igrejas têm imunidade tributária no Brasil, e as discussões sobre cobranças de impostos jamais evoluíram no Congresso.
Em 2017, Malafaia foi a uma audiência no Senado falar sobre o tema e disse que os que defendem a medida são “otários”. Bolsonaro sempre descartou qualquer alteração nas regras atuais.
Uma das polêmicas que persiste é a da obrigação das organizações religiosas de pagarem imposto sobre as prebendas [renda] dos pastores.
Elas entendem que a dívida é dos religiosos. A Receita Federal, no entanto, já aplicou multas a igrejas por ter um entendimento diverso do delas.

Ala do PT quer governadores do NE contra Bolsonaro

Ala majoritária do PT defende que governadores do NE sejam principal oposição a Bolsonaro
Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
Os novos ataques de Jair Bolsonaro aos governadores do Nordeste dão combustível à estratégia da esquerda de transformá-los no principal núcleo de oposição ao governo federal. Em documento interno, a corrente majoritária do PT diz que o recém-criado consórcio dos governadores da região deve ser apoiado “com entusiasmo”.
“São os principais depositários do extraordinário legado de desenvolvimento com justiça social do período em que governamos o país”, diz o texto.
O documento da ala Construindo um Novo Brasil, que será discutido no congresso do PT em novembro, defende aliança contra Bolsonaro mais ecumênica até do que com a centro-esquerda, unindo “todos os que acreditam na democracia”.
Até ao evitar a polêmica os governadores combinaram. “Tenho muito trabalho a fazer”, disse Rui Costa (PT-BA). “Precisamos de união e de paz”, afirmou Flávio Dino (PCdoB-MA).
Na quarta (7), líderes de esquerda se reúnem em Brasília. “Debateremos uma estratégia parlamentar e política contra os ataques de Bolsonaro à democracia e aos direitos sociais”, diz Juliano Medeiros (PSOL).

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Em vez de 64, Bolsonaro deveria se procupar com o SUS, diz prefeito de BH


Partiu de Alexandre Kalil (PSD) o mais duro ataque desferido até agora ao presidente por ter trazido o golpe de 64 para o centro do debate político
Foto: Agência Brasil
Partiu do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), o mais duro ataque desferido até agora ao presidente Jair Bolsonaro por ter trazido o golpe de 64 e as torturas, prisões arbitrárias e desaparecimentos dele decorrentes para o centro do debate político.

“Queria que o presidente estivesse falando de aumentar o repasse do SUS (Sistema Único de Saúde), da parte social, que não escutei uma palavra ainda, porque a bobajada de 1964 eu tinha 5 anos de idade e não me interessa”, afirmou o prefeito, ex-presidente do Atlético Mineiro.

Tudo começou quando Bolsonaro declarou saber quem tinha assassinado o estudante pernambucano Fernando Santa Cruz Oliveira, pai do atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que o interpelou judicialmente no STF para que confirme ou negue as afirmações.

Clã Bolsonaro já contratou 102 com laços familiares

Em 28 anos, Clã Bolsonaro: 102 pessoas, babá e dona de casa estão entre nomeadas; defesa nega irregularidade;
O Globo

Levantamento feito pelo GLOBO revela que, desde o primeiro mandato de Jair Bolsonaro como deputado, em 1991, foram nomeados para seu gabinete e os de seus três filhos políticos (Flávio, Carlos e Eduardo) 286 assessores, dos quais 102 têm algum parentesco ou relação familiar entre si. Só da família Bolsonaro, são 22.

Em vários casos, há indícios de que as pessoas não exerceram as funções dos contratos. Procurados, dois dos nomeados negaram ter trabalhado; e duas pessoas declararam outras ocupações.
Uma mulher que foi contratada por 15 anos no gabinete de Flávio com o salário médio de R$ 7,3 mil, por exemplo, informou na Justiça ser “do lar”.
Outra, apesar de contratada por Carlos de 2005 a 2019 por R$ 10,7 mil em média, declarou em cartório ser “babá”.
A defesa do senador Flávio Bolsonaro diz que as contratações foram legais. O Palácio do Planalto, o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado federal Eduardo não comentaram o assunto.

Raquel, Moro, Toffoli, Jair e suas circunstâncias

Helena Chagas no Blog Os Divergentes
A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, deve deixar o cargo em um mês. Depois de trabalhar algum tempo pela recondução à revelia da lista tríplice eleita pela categoria, o que gerou mal estar interno, parece ter percebido que as chances eram próximas de zero. E faz o caminho de volta aos seus. Isso explica a benevolência da chefe do Ministério Público com o procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato, e a contundência do parecer divulgado neste fim de semana pelo arquivamento do inquérito aberto de ofício no STF para apurar ataques virtuais a seus ministros.

No parecer, Raquel elevou o tom a ponto de dizer que o inquérito aberto por Dias Toffoli e relatado por Alexandre Moraes fere a Constituição e que sua existência tornaria o Supremo semelhante a um “tribunal de exceção”. Ela sabe que, com isso, desagrada a suprema Corte do país. Mas, sem recondução no horizonte, espera agradar à própria categoria, na qual continuará atuando. Por isso, não esperem, de Dodge, qualquer apoio a uma possível punição a Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público.
Apesar disso, são delicadas as circunstâncias do próprio Dallagnol – cujo afastamento da Lava Jato, voluntário ou não, é considerado inevitável – e do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Desgastado com a divulgação de seguidos diálogos impróprios pelo site The Intercept e outros veículos, Moro recolheu-se nos últimos dias e amanheceu o domingo na defensiva por conta de mais uma mensagem publicada na Folha mostrando que fez uma palestra paga e não revelada a seus superiores.
Leia artigo na íntegra clicando ao lado: RaquelMoroToffoliJair e suas circunstâncias

domingo, 4 de agosto de 2019

Oceanógrafo do ICMBio há mais de 30 anos em Fernando de Noronha é transferido para sertão pernambucano

Fernando de Noronha - Oceanógrafo José Martins da Silva Júnior. (Foto: oceanógrafo José Martins)

247 - Um dos críticos do aumento exponencial da visitação em Fernando de Noronha, o oceanógrafo José Martins da Silva Júnior, analista ambiental que vive há mais de 30 anos no arquipélogo, foi removido de seu cargo no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e transferido para uma unidade de conservação no sertão pernambucano contra seu interesse, informa o G1.

Em fevereiro, o então chefe do Parque Nacional Marinho do arquipélago, Felipe Mendonça, que também era crítico do aumento no número de turistas, foi exonerado pelo à época presidente do ICMBio, Adalberto Eberhard, após reunião que Eberhard teve com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e empresários da ilha.


Já o oceanógrafo José Martins da Silva foi demitido pelo atual presidente do ICMBio, Homero de Giorge Cerqueira, que anunciou nesta quinta-feira (1), apesar da manifestação contrária do servidor, que pediu oficialmente a anulação da remoção.

"Martins destacou que é oceanógrafo com mestrado e doutorado sobre a fauna marinha de Fernando de Noronha e que, por isso, seria mais útil no arquipélago do que na Floresta Nacional de Negreiros, que fica no interior de Pernambuco, a 550 quilômetros de Recife (...). Sua mudança acarretará o afastamento físico de mais de 1 mil quilômetros de sua esposa, que também reside e trabalha na ilha, onde tem a condição de moradora permanente", conta a reportagem.

Deltan prevê novos constrangimentos com STF

Deltan prevê novos constrangimentos com ministros do STF.
Geraldo Bubniak | Agência O Globo
O Globo - Coluna de Lauro Jardim
Por Gabriel Mascarenhas 

Deltan Dallagnol pode não se lembrar de tudo, mas, obviamente, sabe até onde costumava ir em suas conversas de Telegram.
Privadamente, Deltan tem dito que ainda estão por vir novos capítulos de constrangimento com ministros do Supremo que estrelaram seus diálogos virtuais. 

Presidente Bolsonaro e a teoria do pneu murcho

(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
O Estado de S. Paulo - Coluna do Estadão

Se há mesmo uma estratégia de Jair Bolsonaro em forçar a radicalização para governar ancorado no um terço ultraconservador da população, ela embute altos riscos, observa um analista de pesquisas.
É possível governar com apenas 30% de apoio? Sim, como é possível rodar com um pneu murcho; mas em qual velocidade, a que custo e até onde?
No ritmo em que o presidente consome capital político, se os índices de reprovação superarem 45%, a viagem até 2022 poderá depender em larga medida de um milagre de Paulo Guedes e da simpatia do Congresso.