A presidente Dilma Rousseff vetou, nesta quinta-feira (22/10), o
projeto de lei que permitira aos servidores públicos a aposentadoria aos
75 anos. A mudança era esperada — e comemorada — por juízes e
servidores desde que entrou em vigor a chamada PEC da Bengala, que adiou
a aposentadoria compulsória de ministros do Supremo Tribunal Federal,
dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União.
A proposta (apelidada de PL da Bengalinha) era tão aguardada que
gerou uma corrida por liminares nos tribunais, protagonizada por
desembargadores que queriam ficar mais tempo nas cortes. Decisões foram
concedidas pelos tribunais de Justiça deSão Paulo, de Pernambuco e do
Rio de Janeiro permitindo que magistrados se mantivessem na carreira.
Para o STF, no entanto, a mudança dependia da edição de uma lei
complementar — que acaba de ser vetada pela presidente.
A norma valeria apenas para quem optasse por se dedicar mais tempo à
carreira, mas, nos bastidores do Planalto, comenta-se que a razão do
veto foi a pressão de entidades representativas de servidores,
contrárias ao aumento no tempo de serviço. A regra valeria também para
os membros do Poder Judiciário, do Ministério Público, das Defensorias
Públicas e dos tribunais e dos Conselhos de Contas.
O texto esperava sanção presidencial desde o dia 29 de setembro,
quando o Plenário do Senado aprovou por unanimidade a proposta. O PLS
274/2015 foi proposto pelo senador José Serra (PSDB-SP) e passou por
algumas mudanças na Câmara dos Deputados, com o acréscimo de duas
emendas ao texto original.
No dia 7 de outubro, o Supremo Tribunal Federal analisou o projeto
econsiderou-o constitucional, mesmo atingindo membros do Judiciário. Em
sessão administrativa, os ministros do Supremo deliberaram, por sete
votos a um, que a possível sanção do projeto pela presidente Dilma
Rousseff não infringiria a Constituição. O ministro Luiz Fux foi o único
a votar pela inconstitucionalidade da medida.