sábado, 26 de janeiro de 2019

Político, advogado e apresentador de TV não resistiu a uma infecção urinária.

Wagner Montes morreu aos 64 anos (Thaísa Araújo/Divulgação/VEJA)
Por redação da Veja


O deputado federal Wagner Montes (PRB) morreu na manhã deste sábado. O político, que havia sofrido um infarto em novembro do ano passado, estava internado há dois meses por conta de uma infecção urinária. A causa da morte, entretanto, ainda não foi divulgada. Tinha 64 anos de idade.
Wagner Montes foi apresentador de televisão e advogado antes de ingressar na política. Começou a carreira em 1974 na Rádio Tupi e passou para as telinhas cinco anos depois. Fez muito sucesso com o programa “Balanço Geral”, no Rio de Janeiro.
A visibilidade o levou a disputar as eleições de 2006 como deputado estadual. Foi eleito com mais de 100 mil votos. No pleito seguinte, recebeu mais de meio milhão de votos e foi reeleito como o deputado estadual mais votado da história do Rio de Janeiro. Se tornou deputado federal nas eleições passadas.
O velório de Wagner Montes será na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Paulo discutirá pleitos de Pernambuco com Governo Federal

A Presidência da República deu encaminhamento ao pedido de audiência feito pelo Governo de Pernambuco. De acordo com a Secretaria de Governo da Presidência, os ministros ligados aos pleitos mencionados no ofício receberão o governador Paulo Câmara e sua equipe. A primeira reunião está marcada para a próxima segunda-feira, às 17h, em Brasília, com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Serão tratados temas relacionados aos Portos de Suape e do Recife, à Ferrovia Transnordestina e à recuperação das BRs 232 e 423. Além do governador Paulo Câmara, participam da reunião o secretário de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Marcelo Bruto, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, e a secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos, Fernandha Batista.

‘Se Lula não tivesse se candidatado, hoje não estaria preso’, diz Eugênio Aragão

Eugênio Aragão

Publicado originalmente na Rede Brasil Atual

Passado um ano, nesta quinta-feira (24), do julgamento do Tribunal Regional Federal da Quarta Região que confirmou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, imposta em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, o Brasil é governado por Jair Bolsonaro e Lula está preso há mais de nove meses. O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão situa o julgamento do TRF-4 “em um quadro mais amplo”, como parte do processo político nacional.

“A gente viu as consequências daquele julgamento: foi um golpe decisivo para impedir que Lula participasse das eleições. Foi a pedra de toque do golpe contra a Dilma para impedir a volta do PT”, diz. “Todo esse cenário foi articulado pelo Judiciário, pela mídia e pelas ruas iradas do bolsonarismo e de certa direita burguesia brasileira.”

Para Aragão, com a perspectiva do que ocorreu no país nesse período, está “muito claro” que, se Lula não tivesse se candidatado à presidência da República, hoje ele não estaria preso. A prisão, consequência do julgamento do TRF-4, “foi aplaudida e acolhida pela Justiça Eleitoral e pelo Supremo Tribunal Federal, que em momento nenhum lhe deram a chance de realmente aparecer na campanha presidencial”, lembra.

O jurista Celso Antônio Bandeira de Mello é sumário ao comentar o significado de um ano do julgamento do TRF-4, que não apenas confirmou a sentença de Moro contra Lula como a aumentou de 9 anos e meio para 12 anos e um mês. “Isso tudo e todo o processo subsequente aponta para uma única coisa: o Lula é perseguido pelo Poder Judiciário. Só isso.”

Ainda assim, na opinião de Bandeira de Mello, Lula tem possibilidade de ser solto ainda no primeiro semestre. “Quando houver um julgamento minimamente justo, ele vai ser liberado da prisão. Acho que isso vai acontecer em abril, para quando está marcado o novo julgamento dele. Não que eu confie no STF, porque não confio”, pondera. “Perdi toda minha confiança no Judiciário, para ser sincero. Mas acho que tudo tem um limite. A perseguição ao Lula ficou tão evidente que vai chegar um momento em que eles dirão: ‘não dá mais para continuar perseguindo’.”

Em 17 de dezembro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, anunciou que a corte julgará em abril de 2019 a polêmica discussão da prisão após condenação em segunda instância. Foi exatamente o julgamento da 8ª Turma do TRF-4 (segunda instância) que permitiu a prisão de Lula.

O julgamento está “congelado” no Supremo desde dezembro de 2017, quando o relator das ações diretas de constitucionalidade (ADCs) 43 e 44, Marco Aurélio Mello, liberou os processos para julgamento. Mas a então presidenta do STF, Cármen Lúcia, se recusou a pautá-las.

Para Aragão, o horizonte é “muito imprevisível” para se conjecturar sobre uma possível soltura de Lula. “Não há nenhum tipo de segurança jurídica para a gente afirmar que Lula vai ser solto. Se fosse uma justiça isenta, o recurso no STJ (em 2018) seria provido e sua condenação pelo Moro, confirmada pelo TRF-4, seria fulminada. Diante do quadro, não tem como prever.”



Ele acrescenta que “estamos diante de um quadro bastante desolador”, principalmente em relação às próprias instituições. “Elas mostraram que não são capazes de defender a democracia. Estamos em função dessa fraqueza, dessa sua pusilanimidade em defender o regime democrático de 1988. Isso permitiu que estivéssemos hoje nesse cenário de Jair Bolsonaro presidente da República.”

“Mito Jr.” parte para a intimidação inútil contra MP e imprensa



POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço

Flávio Bolsonaro assumiu, por desespero, uma estratégia de altíssimo risco diante das suspeitas que pesam sobre os esquemas de dinheiro e de promiscuidade com a milícia que pesam contra ele e seu gabinete de deputado.

Hoje, no SBT -há um revezamento diário entre esta emissora e a Record em entrevistas dóceis com o clã Bolsonaro, uma espécie de “horário do Mito e do Mito Jr.” – exibiu fotos do Procurador Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro, Eduardo Gussen, conversando com o jornalista Otávio Guedes, do grupo Globo, reproduzida acima.

Segundo ele, uma afronta ao sigilo decretado por Luiz Fux sobre seu caso.

O sigilo, sabe-se, vai durar mais uma semana, até que reabra o STF e o Ministro Marco Aurelio, como já adiantou, “mande para o lixo” o pedido de suspensão das investigações feito pelo “Filho 01” de Jair Bolsonaro.

E não impediu que brotassem informações sobre os fatos – fatos, não suspeitas – das ligações entre ele e a milícia: discursos na tribuna, homenagens a PMs acusados e até presos, sinecuras dadas a seus familiares e negócios imobiliários de papel passado em cartórios públicos.

Na primeira semana de fevereiro é que virão, se existirem, as situações que Flávio Bolsonaro parece temer que sejam expostas.

Não será mais possível deixar de tomar depoimentos ou impedir que venham à tona o que disser a “arraia miúda” de seu entorno, envolvida no transetê de dinheiro para a conta de Fabrício Queiroz. Inclusive os dele próprio, mulher e filhas.

Será pior ainda se todos estiverem convencidos, como agora parece, que a milícia bolsominion está seguindo e espionando repórteres e promotores.

Poderia até funcionar com um, mas não com um grupo, como o que está se dedicando ao caso das movimentações financeiras da Assembléia, e que viu cair-lhe às mãos o bilhete premiado Fabricio Queiroz.

Processo de intimidação sobre a imprensa e sobra promotores é que nem o velho “dá ou desce”.

O resultado é quase sempre o “desce”.

Para investigadores e juízes, proposta do BC incentiva corrupção

.e facilitação de sigilo ampliam cobrança sobre Moro
Daniela Lima – Panel – Folha de S.Paulo

Quadros que atuam no combate à corrupção criticaram não só o conteúdo, mas também a forma e o timing de medidas estudadas pelo governo. A consulta pública do BC sobre restringir o monitoramento de parentes de políticos foi considerada especialmente infeliz porque ocorre em meio à citação a um filho e à mulher de Jair Bolsonaro em relatórios do Coaf. A avaliação é a de que o ato municiou a oposição num cenário de pressão crescente e ampliou a cobrança sobre Sergio Moro (Justiça).
Para magistrados e investigadores da Polícia Federal, a regra sob consulta no Banco Central, se adotada, pode dificultar a descoberta de crimes, já que o uso de parentes para ocultação de bens é considerada uma praxe. A proposta do BC foi revelada pela Folha

Moro leva "bola nas costas" do novo governo

Proposta do Banco Central enfraquece discurso do ministro contra lavagem de dinheiro
Bruno Boghossian - Folha de S.Paulo

Quando abandonou o cargo de juiz, Sergio Moro disse que entraria no governo porque estava “cansado de levar bola nas costas”. Em dezembro, ele afirmou que a toga era poderosa, mas que só uma atuação dentro da política poderia evitar retrocessos no combate à corrupção.
Moro trocou de time, mas continua sendo atingido por trás. Enquanto Jair Bolsonaro fazia propaganda do ministro para os ricaços reunidos na Suíça, o Banco Central tentava afrouxar as regras de controle da lavagem de dinheiro no país.
Na largada de um governo que prometia ser implacável com crimes financeiros, a instituição propôs retirar parentes de políticos de uma lista de monitoramento. Também quis derrubar a exigência de que os bancos toquem um alarme quando fizerem transações de mais de R$ 10 mil. Há três dias, Bolsonaro fez questão de dizer em Davos que Moro “tem todos os meios para seguir o dinheiro no combate à corrupção”. Alguém está interessado em esvaziar a caixa de ferramentas do ministro.

Caso Coaf tornará primeira-dama alvo do Fisco


Josias de Souza

A Receita Federal está prestes a transformar a conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro em matéria-prima de uma averiguação fiscal. A mulher de Jair Bolsonaro será convertida em alvo da curiosidade do Fisco graças a um procedimento aberto na quarta-feira (23). Destina-se a esquadrinhar a movimentação bancária suspeita de 27 deputados estaduais e 75 assessores da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Entre eles Flávio Bolsonaro, agora um senador eleito, e seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Amigo da família Bolsonaro, o ex-PM Fabrício Queiroz atuava como um 'faz-tudo' do filho mais velho do presidente da República. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, apontou movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão numa conta bancária atribuída a Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Afora os depósitos feitos na conta por outros assessores de Flávio Bolsonaro e o grande número de saques em dinheiro vivo, farejaram-se cheques radioativos. No rol de favorecidos, anotou o Coaf, está "a ex-secretária parlamentar e atual esposa de pessoa com foro por prerrogativa de função: Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro." Atual mulher de Jair Bolsonaro, Michelle recebeu R$ 24 mil.
Um auditor familiarizado com o procedimento de averiguação fiscal explicou ao blog que, embora não seja o "alvo primário" da apuração, Michelle Bolsonaro "será alcançada como consequência natural da averiguação a ser realizada na conta de Fabrício Queiroz."
Por essa mesma linha de raciocínio, o Fisco pode cobrar explicações do próprio presidente da República, pois Bolsonaro atribuiu o depósito em favor de sua mulher a parte do pagamento de um suposto empréstimo de R$ 40 mil que teria feito ao "amigo" Queiroz. A operação não foi registrada no Imposto de Renda de Bolsonaro. Não há vestígio de contrato ou de promissória. Tampouco foi informado como Bolsonaro realizou o hipotético repasse de R$ 40 mil ao ex-assessor do seu filho.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Maia sobre Wyllys desistir de mandato: Ninguém pode ameaçar deputado e sentir-se impune


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgou uma nota, hoje, na qual disse lamentar a decisão do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) de não tomar posse para o novo mandato. Maia acrescentou, na nota, que ninguém pode ameaçar um deputado e "sentir-se impune".

Ao informar que não assumirá o terceiro mandato parlamentar, Jean Wyllys disse ter sofrido ameaças de morte. Segundo a assessoria, o deputado está no exterior e, diante das ameaças, não retornará ao Brasil.
A posse dos deputados eleitos está marcada para 1º de fevereiro. Jean Wyllys recebeu 24.295 votos na última eleição, em outubro.
"Lamento a decisão tomada pelo deputado Jean Wyllys. Como presidente da Casa, e seu colega na Câmara, mesmo estando em posições divergentes no campo das ideias, reconheço a importância do seu mandato. Nenhum parlamentar pode se sentir ameaçado, ninguém pode ameaçar um deputado federal e sentir-se impune", afirmou Rodrigo Maia na nota.
Em uma rede social, Jean Wyllys publicou nesta quarta: "Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!"
Homossexual assumido, Jean Wyllys tinha como principais bandeiras pautas relacionadas às causas LGBT e para minorias. De acordo com a Secretaria-Geral da Câmara, o suplente de Jean Wyllys é o vereador carioca David Miranda (PSOL-RJ).
Ao G1, a assessoria de Jean Wyllys afirmou que há uma campanha "muito pesada" contra o deputado, que dissemina conteúdo falso sobre ele na internet o associando, por exemplo, à pedofilia, ao casamento de adultos com crianças e à mudança de sexo de crianças.
Do blog de magno martins

Flávio condecorou miliciano preso, diz Folha



POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço

E o frasco fedorento das ligações entre Flávio Bolsonaro e a milícia, depois de aberto, não para de exalar seus miasmas, aqueles que o Houaiss define como emanação pútrida de vegetais e animais em decomposição.

Agora a Folha revela que a Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração do Estado do Rio de Janeiro foi concedida ao ex-Major PM Adriano Nóbrega, acusado de chefiar uma milícia na zona oeste do Rio de Janeiro, estava preso pelo assassinato de um guardador de carros quando foi homenageado pelo deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com a Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em junho de 2005.

É provável que o “Filho 01” diga que não sabia de nada. Ou até que foi o assessor-amigo-motorista e caixa Fabrício Queiroz quem indicou Adriano para a honraria ao então tenente.

Fica bonita, emoldurada junto com o diploma que a acompanha na parede do “Escritório do Crime”, a milícia que Adriano chefia e que é apontada como provável responsável pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, ano passado.

Bandido bom, ao que parece, é bandido amigo.

Até medalha ganha, além do “Bolsa Milícia” dos empregos para a família no gabinete.

Governador alinha prioridades de Pernambuco com a nova bancada federal


Manter os poderes Executivo e Legislativo alinhados na luta por um Pernambuco cada vez mais forte e desenvolvido. Esse foi o objetivo do encontro comandado pelo governador Paulo Câmara, nesta quarta-feira (23.01), no Palácio do Campo das Princesas. O chefe do Executivo estadual fez questão de reunir os deputados federais que renovaram o mandato e também os estreantes para discutir os projetos e ações prioritárias da gestão, principalmente nos setores social e econômico. Entre as pautas apresentadas aos 17 deputados presentes estiveram as prioridades para os Portos do Recife e de Suape, a manutenção e ampliação dos projetos de irrigação no Sertão, a Adutora e o Ramal do Agreste e a requalificação de estradas.

“Fizemos hoje a primeira reunião com os deputados federais que vão assumir o cargo no dia 1º de fevereiro. Mostramos um conjunto de projetos que julgamos importantes para Pernambuco, assim como já tínhamos feito com os três senadores. Essa aproximação cada vez maior com a Câmara dos Deputados e com o Senado Federal pode nos ajudar nas articulações em Brasília. Então, foi uma conversa muito franca e transparente, e ouvimos muitas contribuições importantes”, destacou o governador.

Da mesma forma que fez na semana passada, quando recebeu no Palácio os três senadores de Pernambuco – Humberto Costa, Jarbas Vasconcelos e Fernando Bezerra Coelho – Paulo Câmara enfatizou aos deputados o compromisso da sua gestão de trabalhar de forma integrada em favor das necessidades do Estado, independente de posições políticas.

“A gente está aqui para governar o Estado pelos próximos quatro anos, e os deputados e senadores, para legislar e ajudar Pernambuco. Espero que tenhamos desdobramentos, não apenas em outras reuniões como esta, mas também criando condições de, unidos, buscarmos junto aos Ministérios e ao Governo Federal ações importantes para Pernambuco e destravar obras que são fundamentais na área de estradas, dos nossos Portos, na questão de desenvolvimento econômico, do abastecimento de água ou dos projetos de irrigação”, frisou o governador.

Também foram abordados na reunião temas como a manutenção dos estaleiros instalados em Suape, a conclusão da Ferrovia Transnordestina, a requalificação de rodovias como as BRs 232 e 423 e a Adutora do Pajeú, entre outras obras complementares à Transposição do Rio São Francisco. Um dos coordenadores da bancada federal pernambucana, o deputado Augusto Coutinho avaliou como indispensável o diálogo proposto pelo governador em favor de Pernambuco.

“É uma característica de muitos anos da bancada de Pernambuco: quando o assunto é interesse do Estado, a gente se une. E essa foi uma demonstração disso. Tivemos aqui deputados de todas as colorações partidárias e o governador, em atenção à bancada, trouxe temas importantes para o desenvolvimento do Estado, que vão precisar de uma interação com o Governo Federal e de ações da bancada de Pernambuco. Isso mostra que, quando o interesse for o desenvolvimento, o crescimento do Estado e as obras estratégicas, a gente precisa estar junto nessa defesa”, afirmou o parlamentar.

Participaram da reunião os deputados André de Paula, Bispo Ossésio, Carlos Veras, Danilo Cabral, Fernando Rodolfo, Gonzaga Patriota, João Campos, Luciano Bivar, Pastor Eurico, Raul Henry, Renildo Calheiros, Ricardo Teobaldo, Sebastião Oliveira, Sílvio Costa Filho, Túlio Gadelha e Wolney Queiroz, além dos secretários estaduais Alexandre Rebêlo (Planejamento e Gestão), Nilton Mota (Casa Civil), Marcelo Bruto (Desenvolvimento e Habitação), Bruno Schwambach (Desenvolvimento Econômico) e Érika Lacet (Controladoria).

No lugar de Moro: mais cuidado com as provas

Integrantes do TRF-4 destacaram uma qualidade de Luiz Antonio Bonat, que deverá substituir Sergio Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba: a reserva no trabalho.

Apostam que ele atuará com discrição e muito cuidado na análise de provas.

Chefão miliciano preso diz que não vai acontecer nada

Ao ser preso, miliciano disse que 'não vai acontecer nada': 'Meu advogado vai resolver tudo'
 ‘Vocês não sabem de nada’
Ancelmo Góes – O Globo

Lembra da cena do filme “O senhor das guerras” (2005), quando o personagem Yuri (Nicolas Cage), um traficante internacional de armas, é finalmente preso pelo agente Jack (Ethan Hawke)? O bandido não se abala e diz que logo seria solto porque tinha amigos influentes em Washington.
Pois bem. Algo parecido ocorreu, terça, na operação “Os intocáveis”, que prendeu vários milicianos, alguns deles ligados a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. 
Ao ser preso, deitado numa cama, o subtenente da PM Maurício Silva da Costa, o Maurição, 56 anos, responsável pela circulação de vans em Rio das Pedras, disse assim a um membro do MP estadual:
— Rapaz, deixa disso, não vai acontecer nada. Vai ser como em 2008: meu advogado vai resolver tudo. Vocês não sabem de nada.
Condenado, então, a sete anos de cadeia, Maurição terminou sendo absolvido pela 6ª Câmara Criminal do Rio.

Bolsonaro parece apavorado

Era pavor o que havia nos olhos do presidente no breve discurso em Davos
Mariliz Pereira Jorge – Folha de S.Paulo

A cada aparição do presidente Jair Bolsonaro a impressão é que ele foi convidado para um jantar de muitos talheres e não parece à vontade ao manusear a parafernália. É garfo de peixe ou de carne? Para que tantos copos? Percebe-se o seu desconforto em situações oficiais, apesar dos quase 30 anos de vida pública. 
No dia da posse, foram raros os momentos em que sorriu, sem que a tensão deixasse seu semblante. Na maior parte do tempo, franze a testa, os maxilares parecem retesados. Receio que Bolsonaro quis ser presidente, realizou seu desejo, mas, ao dar de cara com este Titanic desgovernado que é o Brasil, pensa: o que faço com esta merda? A ficha caiu e ele parece em pânico. 
Era pavor o que havia em seus olhos no breve discurso em Davos e na entrevista que se seguiu. Jair acreditava que só precisava se cercar de especialistas para governar e talvez tenha percebido apenas agora que são necessários talentos que ele não tem, como gerir uma equipe, administrar crises, comunicar-se com outros líderes, e também com a população, de forma clara e assertiva. 
A imagem de sujeito de hábitos simples, que lava suas roupas, recebe autoridades sem formalidade e almoça sozinho no bandejão do maior fórum econômico mundial, deixa de funcionar, mesmo entre parte de seus eleitores, quando o líder se revela raso, superficial e nervoso. 
O presidente alegou cansaço e atacou a imprensa ao cancelar a entrevista coletiva que daria, nesta quarta (23). De onde eu vim, isso se chama “arregar”. Arregou diante de um oponente maior do que ele: o desafio de ser presidente. 
Assessores dizem que ele não tem pregado os olhos. Desconfio que sofra de bruxismo. Será que Bolsonaro aguentará o peso da faixa presidencial durante quatro anos? Pelas bandas de cá, general Mourãoafaga a imprensa e dá um show de desenvoltura em entrevistas e em suas aparições públicas. Vai vendo.

A Venezuela a caminho da guerra civil. E da intervenção estrangeira



POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço


São cada vez mais apavorantes os sinais de que haverá conflito armado na vizinha Venezuela.

Não que a crise seja nova, pois desde 2002, quando parte da oficialidade, a federação das indústrias local e sindicatos da elite da companhia de petróleo venezuelana se uniram para derrubar e prender Hugo Chávez – libertado também por uma aliança de manifestações populares e uma contra-insurgência da Forças Armadas – a oposição e os governos chavistas não conseguem ter um convívio minimamente democrático e institucional.

Há alguns anos, porém, a situação se agravou, porque a comunidade latinoamericana, que sempre trabalhara para a pacificação do país deixou de lado qualquer sinal de equilíbrio e se juntou abertamente aos grupos oposicionistas, insuflada, já sem a menor discrição, pelos Estados Unidos, certamente “sem nenhum interesse” no fato de serem ali as maiores reservas de petróleo do mundo, superando até as da Arábia Saudita.

Aparentemente, além do apoio do ainda forte chavismo, que também se expressou hoje em manifestações pouco ou nada mostradas pela mídia, Nicolás Maduro tem suporte em grande parte das Forças Armadas. Ao menos ao que se deduza do noticiário, não parecem ser grandes que a oposição possa chegar ao poder por um “pronunciamiento” militar.

A intervenção estrangeira, porém, já é total na esfera política – seu ápice, hoje, é o reconhecimento por Donald Trump de um autodeclarado governo da oposição, que não detém o controle do país – tende para evoluir para a militar, às medida em que surjam os conflitos armados naquele país, com a montagem – possivelmente pela Organização dos Estados Americanos, a OEA – de uma “Força Internacional de Paz”, sob o pretexto de fornecer ajuda humanitária.

O que vai se passar por lá depende do que resta de força política ao Governo Maduro, isolado desde a morte de Hugo Chávez e mais ainda pela ascensão das forças de direita no continente. Se não a tiver, dificilmente manterá a sustentação militar.

Mas se a mantiver, como se depreende das declarações de fidelidade à Constituição dos chefes militares do país, não será um “passeio” uma intervenção militar estrangeira, dada a capacidade que têm sua força armada. A Colômbia, que proporcionalmente possui as maiores forças armadas do continente (e um Exército muito bem armado, graças ao Plan Colômbia, programa norte-americano alegadamente de combate ao narcotráfico) reluta em uma ação direta, sob o comando do Presidente Ivan Duque, enquanto a figura política mais proeminente do país, o ex-presidente Alvaro Uribe é francamente a favor de uma ação militar.

Os militares brasileiros também não parecem muito dispostos a embarcar numa aventura, caso haja resistência. Chegar até as zonas mais povoadas da Venezuela exige atravessar centenas de quilômetros de selva montanhosa. Por ar, nem pensar, caso a aviação venezuelana, com seus aviões russos e chineses, esteja operacional. Seria uma insanidade, eles sabem.

Restaria uma ação aeronaval irresistível dos EUA, sem dúvida capaz de “quebrar” uma eventual resistência armada. Que, sejamos claros, só tem como obstáculo o desastre político que traria.

Não creio que as coisas cheguem a este ponto, apesar da insânia reinante.

De qualquer forma, o Brasil perdeu a oportunidade de liderar a busca de uma transição pacífica de regime, sem o esmagamento de qualquer uma das forças. Será a quebra de uma tradição de décadas, que mantivemos na crise do Suriname, nas guerras de descolonização de Angola e na Guerra das Malvinas.

Espera-se, no mínimo, que não se embarque numa aventura intervencionista, ainda mais para encobrir uma crise interna de credibilidade. O mínimo, repita-se, porque esperar sanidade da diplomacia brasileira a esta altura é impossível.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Por que o Brasil merecia alguém melhor que Bolsonaro em Davos?


POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço

A frase do Prêmio Nobel de Economia Robert Shiller, ao sair da platéia que ouvira o presidente brasileiro não podia ser mais dolorosamente verdadeira: “o Brasil merece alguém melhor”.

O Brasil que Bolsonaro apresentou aos capitalistas de todo o mundo não foi o país enorme, capaz e rico que é.

Partilha – e sem talento – da mentalidade de que é ajoelhando o Brasil que se atrairá capitais para cá.

Fosse assim, dinheiro algum iria parar na China, na Coreia do Sul, na Índia, países que saltam progressivamente à condição de desenvolvidos.

Num país conformado – e até empolgado – em tirar dinheiro dos pobres, agravando a crise social pelo corte de gastos, redução dos tributos e perdas das garantias trabalhistas e previdenciárias, só se vem para saquear.

Somos a oitava economia do mundo, já fomos a sexta, não precisamos dizer que “nossa terra tem palmeiras onde canta o sabiá”, que vamos baixar os impostos e convidar a turma do dinheiro a que “conheçam a nossa Amazônia, nossas praias, nossas cidades e nosso pantanal”.

Precisamos dizer que somos um dos maiores mercados consumidores do mundo e que muito mais ainda o seremos quando o nível de renda dos brasileiros se elevar.

Que temos uma capacidade científica e de prover mão de obra imensas, que maiores serão se o povo brasileiro puder contar com um salto na educação. E que temos tecnologia em exploração de petróleo, em construção pesada, em agricultura de alto desempenho e adequação ambiental, atrravés da Embrapa.

Precisamos dizer que acreditamos em parcerias, não em exploração colonial. Que somos uma plataforma para produzir e desenvolver a América Latina e a África, pelas identidades (e diversidades) culturais, étnicas e pela tradição de relações fraternas: um país que não faz guerras há um século e meio, quem mais pode dizer isso no mundo?

Dizer que temos 40 milhões de pessoas ao desemprego, prontas a trabalhar dignamente, que precisamos de parceiros para desenvolver nosso petróleo, nossa geração elétrica, nossa indústria química. De parceiros, não de senhores.

Precisamos de um discurso e de um líder que acredite que o Brasil, por seu tamanho territorial, pelas suas riquezas, pela sua diversidade humana, pelo seu caráter de país acolhedor e miscigenado, por tudo isso pode ser e não tem como deixar de ser uma das nações mais importantes do mundo.

Mas o que tivemos em Davos foi um anão, um sabujo, que preferiu falar de seus compromissos de eliminar a “esquerda” aqui, os bolivarianos na América e sugerir que queremos fazer negócios entrando com riquezas naturais, trabalho e que os donos da tecnologia venham para tirar um lucro fácil.

Incapaz de dizer que o Brasil é um paraíso para quem quer que venha para cá e deseje que este pais seja rico como pode ser, justo como precisa ser e livre como merece ser.

Aí está a diferença entre o sucesso de Lula em Davos, em 2003 e o fiasco de Bolsonaro em 2019.

Um, pequeno “pau de arara” de Garanhuns, era um gigante e olhava para o céu. O outro, um anão, que olha para o chão.

Flávio Bolsonaro mantém na Alerj 4 assessores citados no Coaf

Ao todo, nove funcionários e ex-funcionários do deputado foram listados por transações suspeitas com Fabrício Queiroz
Marco Grillo, Juliana Castro e Igor Mello - O Globo

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), senador eleito, mantém empregados na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quatro servidores citados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ) por transações suspeitas com o ex-motorista Fabrício Queiroz. Três funcionários permanecem lotados no gabinete do parlamentar, enquanto um está nomeado na liderança do PSL — Flávio é o líder do partido. Ao todo, nove assessores e ex-assessores do deputado foram listados pelo Coaf.
Uma das funcionárias que permanece empregada é Evelyn Melo de Queiroz, filha do ex-motorista. Agostinho Moraes da Silva e Márcia Cristina Nascimento dos Santos também estão com cargos no gabinete, e Jorge Luís de Souza está alocado na estrutura da liderança do PSL. Os quatro funcionários ainda empregados recebem, juntos, R$ 24,9 mil de salário, em valores líquidos.
Entre depósitos recebidos e transferências feitas, as transações de Queiroz com o grupo de nove assessores e ex-assessores somaram R$ 190 mil entre janeiro de 2016 e março de 2017. Com relação aos quatro funcionários que permanecem na Alerj, o valor citado pelo Coaf é de R$ 17,8 mil no mesmo período.
O maior volume de dinheiro foi movimentado entre Queiroz e duas funcionárias que não estão mais vinculadas a Flávio: Nathália Melo de Queiroz e Márcia Oliveira de Aguiar, respectivamente, filha e mulher do ex-motorista. No total, R$ 136,6 mil entraram ou saíram da conta de Queiroz em transações com as duas familiares. Depois de ser exonerada da Alerj, Nathália foi nomeada assessora do então deputado Jair Bolsonaro — deixou o cargo em 15 de outubro do ano passado.

Milícia ameaçava mutilar os de aluguel atrasado

Escutas revelam ameaças da milícia contra moradores de Rio das Pedras
Diálogo mostra suspeito dizendo que mutilaria desafeto. Gravações fazem parte da investigação que deu origem à Operação Os Intocáveis, que prendeu cinco homens nesta terça-feira (22).
Por Henrique Coelho e Leslie Leitão, G1 Rio e TV Globo

Escutas telefônicas feitas pelo Ministério Público e autorizadas pela Justiça na Operação Os Intocáveis, que prendeu cinco pessoas nesta terça-feira (22), revelam ameaças de milicianos contra quem contrariava seus interesses. Gravações também mostram a rotatividade forçada em imóveis controlados pela quadrilha.
O grupo é suspeito de comprar e vender imóveis construídos ilegalmente na Zona Oeste do Rio, além de crimes relacionados à ação da milícia nas comunidades de Rio das Pedras, Muzema e adjacências, como agiotagem, extorsão de moradores e comerciantes, pagamento de propina e utilização de ligações clandestinas de água e energia.
Escuta do dia 15 de novembro mostra um dos presos, Manoel de Brito Batista, o Cabelo, reclamando dos cortes de cabos de energia de "gatos" em um de seus empreendimentos imobiliários.
"Se ele cortar os cabos meu lá, vai ser diferente porque eu vou cortar as duas pernas dele e os dois braços", diz Manoel.
Denúncias anônimas encaminhadas ao Ministério Público também denunciam que os milicianos agrediam quem não concordasse com seus métodos. A cobrança de taxas referentes à internet clandestina (R$ 50), internet (R$ 70), gás (R$90) e "gatos" de luz (R$ 100) também é frequentemente citada no Disque Denúncia.
Cobrança
Outra escuta flagrou Cabelo discutindo a falta de pagamento do aluguel de um apartamento na região. A ordem era não deixá-lo entrar caso a dívida não fosse paga até o dia 5 de novembro de 2018:

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Flávio Bolsonaro sobre família de foragido: “a culpa é do Queiroz”…

POR FERNANDO BRITO ·no TIJOLAÇO
O senador eleito Flávio Bolsonaro, pela primeira vez, reagiu de pronto a uma denúncia, a de que empregou em seu gabinete a mulher e a filha do capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, procurado hoje em operação da Polícia Civil como chefe do “Escritório do Crime”, milícia que estaria envolvida no assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.

Na nota, que reproduzo a seguir, ele atribui a contratação da família do foragido a iniciativa de seu motorista – e, pelo visto, diretor de Recursos Humanos – Fabrício Sete Milhões Queiroz.

Continuo a ser vítima de uma campanha difamatória com objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro. 
A funcionária que aparece no relatório do Coaf foi contratada por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz, que era quem supervisionava seu trabalho. Não posso ser responsabilizado por atos que desconheço, só agora revelados com informações desse órgão.
Tenho sido enfático para que tudo seja apurado e os responsáveis sejam julgados na forma da lei.
Quanto ao parentesco constatado da funcionária, que é mãe de um foragido, já condenado pela Justiça, reafirmo que é mais uma ilação irresponsável daqueles que pretendem me difamar.
Quanto a homenagens prestadas a militares, sempre atuei na defesa de agentes de segurança pública e já concedi centenas de outras homenagens.
Aqueles que cometem erros devem responder por seus atos.

Foi tudo uma coincidência, inclusive o fato de Fabrício Queiroz ter desaparecido assim que estourou o escândalo na favela de Rio da Pedras, onde o capitão Adriano mandava e desmandava.

Hoje, a Polícia Civil prendeu o major PM Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como Major Ronald ou Tartaruga foi homenageado em 2004, apontado como chefe de milícia.

Em mais uma estranha coincidência, ele também homenageado pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

AeroLula agora é Aerobozo



247 - Depois de criticarem ferozmente o avião oficial da presidência, apelidado à época de 'aerolula', bolsonaristas e agregados viajaram confortáveis no avião que ganha agora o apelido de 'aerobozo'. No período do governo Lula, a oposição dizia que o governo petista havia sido irresponsável ao gastar uma fortuna para a compra e a manutenção de um avião luxuoso de última geração, em vez de usar o dinheiro para obras sociais e construção de estradas, por exemplo.


A reportagem da Folha lembra que "um dos críticos foi o atual ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, então deputado federal pelo PFL, hoje DEM."


Segundo a matéria, "Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi a Davos no mesmo avião, fizeram campanha eleitoral com discurso de um corte severo nos gastos públicos. Além deles, embarcaram na noite do domingo (20) quatro ministros: Sergio Moro (Justiça), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (GSI)."

O jornal ainda destaca que "o valor total da viagem à Suíça, incluindo o combustível do "AeroLula" e as diárias da tripulação da FAB, não foi divulgado pela Presidência. Procurada pela Folha, a Presidência informou que não divulgará "por questão de segurança, nos termos" de um decreto de 2012, do governo Dilma Rousseff (PT)."

Começa a disputa por 235 mil vagas do Sisu

Publicado por Margarida Azevedo no Blog do Fera



                                   
Aluna do pré-universitário do IJCPM, Hana sonha com uma vaga em medicina. Vai concorrer pelas cotas. Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem

Começa nesta terça-feira (21) a disputa por 235.476 vagas em graduações de 129 instituições públicas do Brasil. Até 22h59 de sexta-feira (25), no horário de Pernambuco, qualquer pessoa que fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ano passado e não zerou a redação pode se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma online coordenada pelo Ministério da Educação (MEC) que substitui os vestibulares. No Estado há 14.284 vagas em quatro universidades (UFPE, UFRPE, UPE e Univasf) e dois institutos (IFPE e IF do Sertão).

Os candidatos devem se inscrever pelo site do programa e podem indicar até duas opções de curso. É permitido alterar a escolha quantas vezes quiser durante as inscrições. É importante ficar atento à mudança em uma das regras.

Até o ano passado, quem fosse aprovado na segunda opção poderia se matricular e aguardar os remanejamentos. Caso conseguisse classificação para a primeira opção ele trocaria de graduação. A partir de agora isso não será mais permitido. Por isso o fera deve selecionar os cursos que realmente deseja e não o que a nota dá pra passar.

“Se o estudante for chamado para a segunda opção ele não vai mais concorrer na lista de espera da primeira opção”, ressalta o coordenador do ensino médio do Colégio Santa Maria, Rodrigo Martins.

Caso o vestibulando não seja convocado para nenhuma das suas escolhas terá que informar, entre 28 de janeiro e 4 de fevereiro, qual dos dois cursos vai querer concorrer no remanejamento.

COTAS

A lei federal nº 12.711/2012 determina que 50% das vagas nas universidades federais sejam destinadas a quem cursou o ensino médio em escola pública. Em Pernambuco serão 6.656 vagas para essas pessoas. “Vale destacar que só tem direito à cota o candidato que estudou os três anos, integralmente, na rede pública. Não pode, por exemplo, quem fez uma parte na rede privada, mesmo que na condição de bolsista”, alerta o pró-reitor de graduação da UFPE, Paulo Goes.

Do universo de 50% das vagas destinadas aos egressos do ensino público, 25% vão para feras com renda familiar igual ou maior que 1,5 salário mínimo e os outros 25% para aqueles cuja renda for maior que 1,5 salário mínimo. Há, então, dentro de cada parcela desses 25%, frações de cotas para raça (pretos, pardos e índios) e para pessoas com deficiência. Esse percentual é definido conforme a quantidade de habitantes do Estado com esses perfis.

Na UPE, que não integra a rede federal, é diferente. As cotas representam 20% do total e são destinadas aos feras que cursaram do 6º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio em escola municipal ou estadual.

PROGRAME-SE

De terça (22) até sexta-feira (25) – Inscrições no www.sisu.mec.gov.br
Segunda-feira (dia 18) – Divulgação dos aprovados
De 28 de janeiro a 4 de fevereiro – Inscrição na lista de espera
30 de janeiro a 4 de fevereiro – Matrículas nas universidades
7 de fevereiro – Listão dos primeiros convocados na lista de espera

Vagas
235.476 no Brasil
14.284 em Pernambuco
6.972 na UFPE
3.980 da UFRPE
1.740 da UPE
800 da Univasf (apenas para os câmpus de Pernambuco, ou seja, nas cidades de Petrolina e Salgueiro)
442 no IF do Sertão
350 no IFPE

Novidade deste ano
* O candidato selecionado na chamada regular – na primeira ou na segunda opção – não poderá participar da lista de espera
* O candidato não selecionado na chamada regular poderá escolher, para a lista de espera, a primeira ou a segunda opção informada no período de inscrição

Cotas
– Na UPE: 20% das vagas para quem cursou integralmente do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio em escola estadual ou municipal
– Nas instituições federais
50% das vagas – Para ampla concorrência (escola privada)
50% das vagas – Cursou integralmente o ensino médio em escola pública

* Dos 50% das vagas para egressos da rede pública:
25% – para renda familiar de até um salário mínimo e meio
25% – para renda familiar de mais de um salário mínimo e meio

* Dos 25%, há um percentual para pretos, pardos e indígenas e outro para candidatos com deficiência. O valor do percentual é definido conforme a população do Estado com esses perfis.

Bolsonaro ignora conselhos para manter filhos à distância

Tal pai, tais filhos
Bernardo Mello Franco – O Globo

O vice-presidente Hamilton Mourão disse que os rolos do primeiro-filho geram “algum problema familiar, mas não para o governo”. Será mesmo?. Mourão não é o único aliado que gostaria de ver os herdeiros de Bolsonaro longe do palácio. O desejo é compartilhado por outros integrantes do núcleo militar do governo. Os generais temem que confusões envolvendo Flávio, Carlos e Eduardo contaminem a administração de Jair. Por enquanto, não conseguiram ser ouvidos.
No desfile da posse, o vereador Carlos posou de guarda-costas do pai na garupa do Rolls-Royce presidencial. Não foi só um ato de exibicionismo. Para políticos que esperavam Bolsonaro no Congresso, o “02” quis mostrar que será uma eminência parda do novo governo.
Pelo que se viu até aqui, ele tinha razão. Na sexta passada, o UOL informou que Carlos já teve mais audiências com o presidente do que 18 dos 22 ministros. Embora não ocupe cargo em Brasília, ele participou da primeira reunião ministerial da “nova era”. Passou o encontro tuitando, enquanto os titulares de pastas tiveram que deixar os celulares fora da sala.
O vereador flertou com a ideia de assumir a Secretaria de Comunicação Social, que administra as verbas de publicidade do governo. A indicação não saiu, mas ele reassumiu os perfis do pai nas redes sociais. Nas horas vagas, usa o Twitter para atacar jornais e jornalistas.
Eduardo, o “03”, também se esforça para ostentar prestígio. Ele já chegou a se insinuar para a presidência da Câmara, segundo posto na linha sucessória. Depois viajou aos EUA como chanceler informal do governo. O ocupante oficial do cargo, Ernesto Araújo, precisou da sua bênção para ser nomeado.
Ontem o deputado desembarcou em Davos na comitiva do pai. Ele divulgou uma foto em que aparece ao lado do presidente no avião. Quatro ministros, entre eles Paulo Guedes e Sergio Moro, observam a cena do outro lado do corredor. Flávio, o “01”, costumava ser descrito como o filho moderado de Bolsonaro. Na transição, aliados do presidente diziam que ele seria o único herdeiro a não causar problemas ao governo. Pois é.