Calero: "Não tenho nada a temer. Não tenho rabo preso, não sou metido em maracutaia"
Calero sobre pressão de Geddel: “Claramente um caso de corrupção”
O Estado de S.Paulo - Fábio Grellet
Um
dia após pedir demissão do Ministério da Cultura e denunciar o ministro
Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) por pressionar o Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que
autorizasse a construção de um condomínio com altura acima do permitido
em Salvador, o diplomata Marcelo Calero afirmou neste sábado (19),
durante evento no Rio de Janeiro, que não deseja a ninguém “estar diante
de uma pressão política, claramente um caso de corrupção” como ele
afirma ter estado.
“Não
me considero herói nem a pessoa mais honesta do mundo, não tenho
história de superação para contar, sempre tive uma vida confortável, mas
na conta, trabalhando para isso. Meu pai e minha mãe trabalharam muito,
eu estudava e trabalhava e fui criado num ambiente onde os valores de
retidão e honestidade sempre foram fundamentais. Não tenho iate, casa na
praia nem joia cara, mas tenho reputação e nome. Perco o cargo, mas não
perco a cabeça.”
“Esse
mundo (do poder em Brasília) é muito diferente, é rotina estar num
nível de milhões, a gente vai até perdendo a noção de normalidade das
coisas. Eu cheguei a contar para amigos o que estava acontecendo e
perguntar: ‘Isso é errado mesmo, como estou pensando, ou eu estou
louco?’", contou Calero, que disse ter narrado ao presidente Michel
Temer (PMDB) no último dia 17 a pressão que sofria. "Ele falou: 'Mas o
presidente sou eu, não o Geddel'. Só que eu percebi que a pressão ia
continuar, então preferi sair. Já inventaram várias versões, culparam
até a Vaquejada (pela saída do Ministério), mas saio de cabeça erguida
porque sei exatamente o que aconteceu", afirmou. ...
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