sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Renan: dos três Bolsonaros, com um é possível dialogar

Dá para enxergar três Bolsonaros, e com um deles é possível dialogar, diz Renan Calheiros. Ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) afirma que nos cerca de dez meses do governo Jair Bolsonaro (PSL) é possível identificar diferentes presidentes.
Foto: Marcos Brandão/Senado Federal)
Da Folha de S. Paulo - Poder por Ricardo Della Coletta, da Folha
Hanrrikson de Andrade, do UOL


O das propostas econômicas que “não têm resultado” e o das falas “chocantes e preconceituosas”, além de um terceiro: o que indicou Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República contra o “corporativismo do Ministério Público” e que respeitou a decisão do Congresso de derrubar vetos à lei de abuso de autoridade.
“Se há um Bolsonaro com o qual você pode dialogar, é com esse”, afirma Renan.
Ao programa de entrevistas da Folha e do UOL, em estúdio compartilhado em Brasília, Renan criticou o ministro Sergio Moro (Justiça) e disse que a ida do ex-juiz da Lava Jato para a Esplanada representou um “retrocesso institucional”.
O senador não poupou elogios a seu antigo adversário Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, e disse que jamais voltará a disputar o comando da Casa.

Mensagens da Lava Jato
 

“Os diálogos da Vaza Jato falam por si só. Eles precisam ser investigados porque, se não houver uma responsabilização para os que cometeram crimes ou extrapolaram os seus limites, vai acabar estimulando novas práticas em favor da impunidade”, diz em relação às mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil. 
O ex-presidente do Senado defendeu que a Casa abra uma CPI para investigar o conteúdo das mensagens caso os órgãos competentes não apurem os indícios de irregularidades na força-tarefa da Lava Jato.

Atuação de Sergio Moro
 

“O Moro tem uma formação intelectual fascista. Só isso justifica o que ele fez na eleição, na prisão do Lula, na condenação sem provas e na interferência no processo político”, afirma Renan Calheiros.
“Acho que ele tem errado bastante no Ministério da Justiça. Sua vinda para a Esplanada acabou definindo um retrocesso institucional. Ele começou o governo querendo legislar por decreto e nunca teve uma concepção clara da separação dos Poderes. Mandou para o Congresso um pacote anticrime que, ao invés de coibir, dá direito para matar. Traz salvaguardas que em nada vão ajudar na redução da criminalidade”, diz o senador.

Moro é técnico ou político?
 

“Moro está despojado hoje de qualquer condição técnica. Hoje ele é mais do que nunca um político.
Quando juiz, ele era um político enrustido, porque liderou um projeto de poder”, afirma Renan.
Ao criticar o ex-juiz da Lava Jato, Renan defendeu a aprovação de um projeto que estabeleça uma quarentena que membros do Judiciário, das polícias e do Ministério Público necessitem cumprir antes de disputar eleições.

Investigações a que responde
 

Renan nega que seja um crítico da Lava Jato apenas para se defender de investigações e de delatores que o citaram.
“É uma interpretação errônea, uma tentativa de me paralisar. Fizeram isso quando eu apresentei o projeto do abuso de autoridade. Havia um projeto para destruir a política como um todo. Não havia na prática como destruir a política sem destruir quem estava sentado na cadeira de presidente do Congresso.”

Deltan Dallagnol
 

“É um caso típico de como a vaidade pode prejudicar alguém. Ele fez sempre um jogo político, defendeu a necessidade de um procurador ser candidato ao Senado em cada estado. Nós tiramos o Ministério Público do papel e garantimos, na prática, a sua autonomia financeira. Mas ele não pode jamais funcionar para destruir a política e eleger algumas pessoas para serem multi-investigadas”, diz o ex-presidente do Senado.

Rodrigo Janot  
 

“O [Rodrigo] Janot me causa asco. O caráter homicida que ele desvenda no seu livro [‘Nada Menos que Tudo’] é uma coisa indicativa do que representou termos um psicopata à frente da PGR. Pela autodelação e autoflagelação que possibilitou naquele livro, ele é uma espécie de cadáver insepulto”, afirma Renan, em referência às declarações do ex-procurador-geral da República no final de setembro.
Janot disse que, em 2017, entrou armado no Supremo com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, mas que desistiu na última hora.

10 meses de Bolsonaro
 

“Nesse curto espaço de tempo já dá para enxergar três Bolsonaros”, afirma Renan.
“Um Bolsonaro das propostas econômicas, que não saem do lugar e não têm resultado. As pessoas entendem que ele é um soldado raso e não batem continência”, cita.
“Tem o Bolsonaro das declarações chocantes, preconceituosas e da radicalização ideológica. Esse aí teria sido reformado [das Forças Armadas] por inaptidão profissional”, afirma o senador.
“E você tem um Bolsonaro novo, que é o que teve coragem de acabar com o corporativismo do Ministério Público, escolhendo um procurador-geral da República [Augusto Aras] contra o próprio modelo e contra os excessos cometidos por alguns procuradores”, diz Renan, dando mais características do que seria este último Bolsonaro com o qual diz poder conversar.
“Você tem um Bolsonaro que colocou o Coaf no seu devido lugar. Você tem um Bolsonaro que, mesmo não concordando com a lei de abuso de autoridade, fez lá os seus vetos, mas não reagiu à deliberação do Congresso Nacional no sentido de rejeitá-los. Estou no campo da oposição, mas, se há um Bolsonaro com o qual você pode dialogar, é com esse.” 
Base no Congresso
 

“O Bolsonaro não construiu uma base e da, forma que as coisas estão, não vai construir. Porque se configura uma base e se dimensiona o seu tamanho a partir de compromissos programáticos, não de eventuais interesses políticos e pessoais”, diz Renan.
Alcolumbre no Senado
 

“No Senado o poder mudou, mas está em boas mãos. O Davi [Alcolumbre] tem surpreendido inclusive a mim. E eu tenho procurado colaborar, claro que com a cabeça de alguém que já foi quatro vezes presidente do Senado e passou por momentos tumultuados da vida nacional. Mas eu acho que o Davi está muito bem, o Senado mantém a sua rotina legislativa”, diz Renan, que, no começo do ano, travou embate com Alcolumbre na disputa pelo comando da Casa.
Indicação de Eduardo Bolsonaro para Embaixada
“Essa indicação não pode ser ser apreciada sob o olhar do parentesco. Muita gente já disse no passado que parente em governo é uma coisa ruim para o governo e para o parente. Nós temos de fazer uma sabatina criteriosa, mas não dá também para antecipadamente fazer um veto”, diz Renan em relação à indicação do filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para Embaixada americana.

“Teoricamente eu voto contra [a nomeação]. Em razão do que tenho lido em relação à subordinação dos interesses da embaixada aos Estados Unidos, que eu entendo conflitar. Mas não posso definir posição antes de sabatiná-lo”, afirma. 
Briga entre Bolsonaro e PSL
 

“Se há uma característica que nós não podemos cobrar do Bolsonaro é fidelidade partidária. Ele já militou em muitas siglas, e acho que isso não vai acabar agora. Vai militar em várias também daqui pra frente”, diz Renan sobre a possível saída do presidente do PSL.

Brasil fora da OCDE: empresários frustrados com os EUA

Para indústria nacional, país supera candidatos em termos de adesão às regras da organização
Foto: Alan Santos/PR
Folha de S. Paulo - Painel S. A
Por Joana Cunha

Empresários se frustram com recuo dos EUA em apoio ao Brasil na OCDE
Para indústria nacional, país supera candidatos em termos de adesão às regras da organização

O ingresso na OCDE é prioridade de política externa para a indústria, que vê a oportunidade como um acelerador de reformas estruturais e regulatórias para a atração de investimentos.
Quando os EUA, em maio, manifestaram apoio à candidatura brasileira, a CNI fez um levantamento segundo o qual o governo brasileiro já havia incorporado 74 instrumentos legais da OCDE, incluindo acordos internacionais, resoluções vinculantes e recomendações.
O desempenho brasileiro equivale a 30% das 249 principais regras da entidade. Como base de comparação, Argentina implementou 18% e Romênia, 17%. A Bulgária tem meros 7%.   
Entre os instrumentos da OCDE implementados pelo Brasil está a convenção sobre combate ao suborno de funcionários públicos em transações internacionais.

Brasil fora da OCDE: Bolsonaro quer explicação dos EUA

Brasil soube há um mês que não teria apoio americano para entrar na organização
Folha de S. Paulo - Por Mônica Begamo


O governo brasileiro soube há um mês que os EUA enviaram uma carta à OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico) apoiando o ingresso apenas da Argentina e da Romênia na entidade. E procurou na época o governo americano para ter explicações.

A equipe de Jair Bolsonaro trabalhava até então com a possibilidade de os EUA formalizarem, ainda neste ano, apoio para a entrada dos países na seguinte ordem: Argentina e Romênia em 2019, Brasil em maio de 2020 e Peru em dezembro, e a Bulgária, em maio de 2021.


A OCDE, segundo integrante do governo, chegou a enviar uma carta aos EUA confirmando a ordem. Os americanos responderam aprovando apenas Argentina e Romênia —e deixando o Brasil de lado.


Ao buscar os EUA, a equipe de Bolsonaro ouviu que o problema não era com o Brasil e sim com uma expansão desenfreada de membros sem que a OCDE seja reformada. Os EUA se preocupam com o fortalecimento da União Europeia na entidade.

F
A informação da carta dos EUA à OCDE chegou também ao STF (Supremo Tribunal Federal), por meio de diplomatas estrangeiros.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Emenda de Danilo garante recursos para Educação em 2020

Foto: Chico Ferreira 
O Congresso Nacional aprovou, nesta quarta-feira (9), a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020, com emenda que proíbe o governo federal de cortar o orçamento do Ministério da Educação. Pela proposta apresentada pelo deputado Danilo Cabral (PSB), os recursos destinados ao MEC no próximo ano não poderão ser inferiores ao valor pago em 2019, corrigido pela inflação.

“A educação não pode ser alvo de cortes orçamentários a depender dos humores governamentais. Queremos, então, preservar o orçamento do setor”, explicou Danilo Cabral. O parlamentar lembra que, neste ano, o governo federal chegou a contingenciar R$ 6,1 bilhões do Ministério da Educação de um orçamento inicial de R$ 25 bilhões. Apesar do recente desbloqueio, o governo federal mantém o contingenciamento de R$ 4 bilhões.

Para 2020, o governo prevê um orçamento de R$ 125,3 bilhões para a educação, sendo que, desse total, R$ 24 bilhões são recursos condicionados ao envio de projeto de crédito especial pelo Executivo. Considerando que esses valores dependem da aprovação do Congresso, podemos dizer que o orçamento real para a educação é de R$ 101,2 bilhões, ou seja, houve redução de R$ 20,7 bilhões em relação a 2019, que previu R$ 121,9 bilhões para área.

“Com a aprovação da emenda e com as estimativas de inflação, a proposta encaminhada pelo governo não atende o dispositivo aprovado na LDO, portanto o orçamento terá que ser readequado”, afirmou Danilo Cabral. O deputado destacou que é preciso impedir o desmonte da educação brasileira, promovido pelo governo. “Assegurar recursos para a área é o primeiro passo. O Brasil tem um enorme passivo histórico de exclusão e falta de investimento em educação. Precisamos lutar para que a educação seja prioridade e um instrumento de inclusão social”, acrescentou.

A LDO norteia o orçamento do governo federal para 2020 e é o primeiro passo para a definição de onde serão gastos os recursos, que será estabelecido na elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). A matéria seguirá para sanção presidencial.

Paulo Câmara lança, em Caruaru, o Programa de Crédito Popular

Com taxas de juros reduzidas, a iniciativa beneficiar cerca de 40 mil pequenos empresários de Pernambuco
Foto: Heudes Regis/SEI

CARUARU - Com o objetivo de promover a geração de emprego e renda em Pernambuco, o governador Paulo Câmara lançou, nesta quinta-feira (10.10), o Programa Crédito Popular, que disponibilizará linhas de financiamento de até R$ 3 mil para cerca de 40 mil empreendedores formais e informais de todas as regiões do Estado. O diferencial do programa é uma linha de crédito com juros a partir de 1,49%, mais competitivos que os do mercado e que podem ser pagos em até 12 meses.

Além disso, o financiamento é menos burocrático, uma vez que o crédito poderá ser liberado em até três dias, permitindo que as pessoas tenham acesso aos recursos de forma rápida e simples. A expectativa é de que a iniciativa movimente cerca de R$ 120 milhões, gerando aproximadamente 80 mil empregos diretos e indiretos até 2022.

“Viemos até Caruaru hoje para lançar um programa voltado para o futuro de Pernambuco: o Crédito Popular, que vai oferecer alternativas que podem fazer a diferença na vida das pessoas e que dialogam e ampliam o raio de atuação em favor dos que mais precisam. Estamos em uma crise que insiste em criar um ambiente desfavorável para que as coisas possam acontecer. Por isso, tenho me esforçado para trazer para Pernambuco oportunidades como essa, que dá condições às pessoas que já têm na cabeça ou já em execução seu pequeno negócio, de investirem ou melhorarem e, dessa forma, gerarem mais emprego e renda para Pernambuco”, afirmou Paulo Câmara.

O governador afirmou que 75 pessoas da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE), encarregada de gerenciar o projeto, estarão em todo o Estado, realizando orientações financeiras. “São pessoas preparadas para ajudar, para que o povo tenha a oportunidade de empreender, melhorar seu negócio e sonhar em ter uma condição de vida melhor”, completou.

O programa funcionará da seguinte forma: os agentes de crédito da AGE visitarão os estabelecimentos comerciais e empreendedores individuais para identificar potenciais clientes, mas também é possível fazer o caminho inverso, ligando para a AGE para pedir mais informações sobre o Crédito Popular, através do Disque AGE, no número 0800 0818081, ou consultar o site www.age.pe.gov.br.

De acordo com Marcelo Barros, presidente da AGE, a falta de dinheiro é uma preocupação de quem quer iniciar ou ampliar um negócio. Durante o evento, ele apresentou uma pesquisa indicando que o número de pessoas que trabalham por conta própria passou para 24,3 milhões em agosto deste ano, contra 22 milhões do mesmo período em 2015. “Nessa perspectiva, lançamos o Crédito Popular, favorecendo o pernambucano que quer empreender. Além disso, o governador está cumprindo sua palavra ao criar esse programa”, afirmou.

Para o secretário de Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes, não restam dúvidas de que o programa irá gerar emprego e renda para os pernambucanos. “Além dos 80 mil empregos estimados, vamos conseguir criar ainda mais postos de trabalho, estimulando a cadeia produtiva”, explicou. Após dialogar com responsáveis por diversos arranjos produtivos no Estado, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, viu a necessidade de assegurar microcrédito dos empreendedores. “Um eixo forte da Missão Desenvolvimento é entender a situação e transformar os pleitos em políticas públicas que fortaleçam essas cadeias”, disse.

Dona de uma lanchonete em Caruaru, Aline Chalegre, de 30 anos, foi uma das primeiras pessoas a se cadastrar, ainda durante o evento, para fazer parte do Crédito Popular. Para ela, o programa será um impulsionador para os pequenos empresários de todo o Estado investirem ainda mais nos seus negócios. “O movimento vem aumentando, então já estávamos pensando em ampliar a lanchonete. O Crédito Popular veio na hora certa, vamos conseguir realizar mais esse sonho e, possivelmente, aumentar a renda da família”, comemorou. Já Paula Dias, 45, também moradora de Caruaru, vende doces e salgados em frente à sua casa, mas sempre pensou em montar um espaço físico para comercializar os quitutes. “Agora, não tenho dúvida de que vou conseguir ter meu próprio negócio”, comemorou.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Moro evita Dallagnol em restaurante

Deltan Dallagnol e Segio Moro (Foto: ABr)

247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, evitou falar com o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, num restaurante em 

Brasília (DF), onde foi encontrar com parlamentares do PSL, atingindo em cheio pelas apurações sobre candidaturas laranjas. 

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, Deltan se levantou certo de que o ministro iria até a sua mesa para cumprimentá-lo, mas o ex-juiz apressou o passo para o local reservado pelo PSL e deixou o ex-colega de Curitiba no "vácuo". O ministro foi direto cumprimentar Bivar.

O encontro de Moro com parlamentares aconteceu no mesmo dia em que Jair Bolsonaro usou a expressão "queimada para caramba" em referência ao presidente do PSL, Luciano Bivar

Cursinho de geografia, para jornalistas, sobre o “vazamento venezuelano”

FERNANDO BRITO · no Tijolaço



Claro que a origem do óleo que está dando às praias nordestinas precisa de uma investigação.

Mas tem jornal, como o Estadão, que está engolindo uma “geografia com partido” para dizer que o óleo, por sua densidade , seria venezuelano.

Muita calma nessa hora.

Este blogueiro aqui, além de prestar atenção nas suas aulas de ginásio e curso técnico, também é filho de um professor de geografia “fissurado” por mapas.

Então, tomou a primeira providência de olhar o mapa das correntes marítimas do Nordeste brasileiro, para recordar que ali passa a Corrente Equatorial, que “lambe” a costa nordestina e se encaminha para o Caribe, onde ajuda a formar a Corrente do Golfo.

Portanto, o óleo para vir da Venezuela teria de andar na “contramão” da corrente do mar.

Poderia?

Improvável, mas admissível se houvessem condições de vento que o empurrassem.

Acontece que os ventos dominantes na região, alísios, também seguem no mesmo sentido da corrente.

É tão idiota dizer que vem da Venezuela quanto dizer que vem do Golfo do México, porque mar e vento levariam o óleo em sentido oposto.

Pode ter vindo de um navio petroleiro venezuelano? Pode, ainda mais porque a maioria deles é operado por companhias europeias ou em conjunto com a Petrochina e parte deles está sendo devolvida por conta das sanções norte-americanas.

Mas também pode ser de qualquer outro, de qualquer nacionalidade , circulando pelo Oceano Atlântico, entre a América e a África.

Poluição marinha e costeira não pode ser instrumento de exploração político-ideológica.

O óleo da Chevron que vazou na Bacia de Campos não foi uma conspiração ianque, foi fruto da imprudência e desídia da Chevron ao economizar etapas na perfuração de um poço.

Quem se deixa embarcar em vazamento “ideológico” é quem já tem a mente inapelavelmente poluída.

Líder: perda para parlamentares que abandonarem PSL

Líder do PSL na Câmara prevê perda para parlamentares que abandonem a sigla junto com Bolsonaro.
Foto/fonte: Brasil247 - O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO)
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima


Mal que nunca acabe Quem acompanha o divórcio entre Bolsonaro e o PSL diz que há uma junta de advogados trabalhando num plano para não deixar na chuva parlamentares que queiram abandonar o partido ao lado dele. O ex-ministro do TSE Admar Gonzaga integra esse grupo.
O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), diz que os colegas correm risco. “Não tem janela partidária, novas eleições vão vir. Vão disputar sem dinheiro? Vão deixar o partido que tem o maior fundo eleitoral? Bolsonaro pode não precisar, mas e eles? Esse negócio de ideologia não vai durar quatro anos.”
Já o deputado Júnior Bozella (PSL-SP), que patrocinou um manifesto em defesa de Bivar, diz que Flavio e Eduardo Bolsonaro gerenciam os diretórios do Rio e de SP, respectivamente, sem ouvir os integrantes da bancada federal. Ele diz que o clã precisa reavaliar a ascensão da direita. “Todos nós fomos importantes nesse processo.”

Cessão onerosa: NE é culpado por fatia menor

Redução de fatia do NE em cessão onerosa é fatura por região trabalhar contra a reforma da Previdência, dizem parlamentares.
Foto/fonte: Brasil247
Folha de S. Paulo - Perfil
Por Daniela Lima


Os estados do Nordeste deverão sofrer uma redução no valor que esperavam receber com a nova divisão dos recursos do pré-sal da chamada cessão onerosa. A redistribuição foi costurada em acordo nesta terça (8).
Parlamentares trataram o corte como a fatura a ser paga por líderes da região que não apoiaram a reforma da Previdência. Juntos, os estados deverão receber cerca de R$ 10,5 bi —15% do que o governo pretende arrecadar com o leilão da área de exploração de petróleo.
O sinal de que haveria perda aos nordestinos foi dado pelo próprio Paulo Guedes (Economia). Ele prometeu enxugar o pacto federativo após senadores reduzirem a economia gerada pela reforma da Previdência. Ato contínuo, engavetou a compensação prometida aos estados da Lei Kandir (que beneficiaria Sul e Sudeste) e ganhou aliados contra os nordestinos.
O acordo construído nesta terça repõe verbas para os governadores do Sul e Sudeste, mas tira do bolso das lideranças do Nordeste.
Estados exportadores atendidos pelo FEX (auxílio financeiro para o fomento das exportações), como Mato Grosso e Rio Grande do Sul, devem tentar emplacar, até o último minuto, dispositivo que amplie um pouco seus ganhos.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Reforma administrativa de Bolsonaro deve retirar benefícios de servidores



247 – "Com a reforma da Previdência em fase final de votação no Senado, o governo se prepara para o 'day after” e está dando os últimos retoques na reforma administrativa, que deverá reestruturar as carreiras do funcionalismo federal e estabelecer novas regras para a contratação, a promoção e o desligamento de servidores", informa o jornalista José Fucs, em reportagem publicada no jornal Estado de S. Paulo.

"Além das medidas já divulgadas em 'doses homeopáticas' nas últimas semanas, como a extinção da estabilidade dos novos funcionários em certas carreiras e cargos, o fim da progressão automática por tempo de serviço, a redução do número de carreiras e o alinhamento dos salários do setor público aos da iniciativa privada, o governo poderá propor a regulamentação da lei de greve para o funcionalismo, prevista na Constituição, mas não efetivada até hoje", aponta o jornalista. 

Quais medidas devem ser incluídas na reforma administrativa a ser proposta pelo governo.
Medidas divulgadas agora:

Revisão de privilégios, como licenças e gratificações
Regulamentação da lei de greve no setor público, prevista na Constituição
Criação de novo Código de Conduta para o funcionalismo
Regulamentação da avaliação de desempenho, também prevista na Constituição
Implantação de sistema adicional de avaliação, além do concurso, para certas carreiras
Adoção de novo sistema de avaliação e seleção de altos executivos para o setor público
Alinhamento de carreiras para permitir maior mobilidade dos servidores
Redesenho do arranjo institucional, incluindo autarquias, empresas públicas, empresas de economia mista e fundações

Medidas divulgadas antes:

Fim da estabilidade para novos servidores, exceto em certos casos, como auditores e diplomatas, e definição de “regras de transição” para atuais funcionários
Redução significativa do número de carreiras, que chegam a 117
Fim da progressão automática por tempo de serviço
Criação de contrato de trabalho temporário e estímulo à contratação pela CLT por concurso
Aproximação entre os salários do funcionalismo e do setor privado
Redução dos salários de entrada a ampliação do prazo para chegar ao topo da carreira

Aviso de auditor: autoridades viram como intimidação

Juízes e procuradores viram tentativa de intimidação em aviso sobre cópias de material da Lava Jato.
Foto: Fabio Jacob/ Agência O Globo
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima


Soou como tiro de alerta entre procuradores e juízes o telefonema, revelado pela Folha, nesta segunda (7), em que Marco Aurélio Canal, um dos auditores da Receita presos pela Lava Jato do Rio, disse ter distribuído cópias de processos atrelados à operação a interlocutores. Investigadores familiarizados com o caso lembram que, quando a conversa chegou a eles, ainda durante a apuração, ela foi interpretada como tentativa de intimidação. Encarcerando-o, a força-tarefa dobrou a aposta.
O grupo de Canal desconfiava de que era alvo de monitoramento, como mostrou O Globo. Esse fato reforça a suspeita dos procuradores de que, ao dizer em um telefonema que havia copiado informações sensíveis, o auditor queria, na verdade, avisar que tinha munição contra gente importante.
Canal falou sobre o tema ao telefone com um ex-cunhado, que é juiz. Ao fazer isso, o auditor facilitou a captação da conversa pelos investigadores.
Integrantes de cortes superiores também interpretaram como ameaça a conversa publicada pela Folha. A percepção de alguns é a de que a prisão de Canal pode deflagrar “uma guerra de facções” entre órgãos de fiscalização.
Para os procuradores, nada muda. A Lava Jato do Rio faz questão de isolar o trabalho de Canal, que não integrava o eixo das apurações. Além disso, o telefonema evidencia, dizem os investigadores, que o auditor usava o posto para achacar autoridades.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

O que Bolsonaro chama de ‘fake news’ são balões de ensaio de Paulo Guedes



FERNANDO BRITO · no Tijolaço


Jair Bolsonaro reclamou hoje também de O Globo e do Correio Braziliense, além de ter chamado de “esgoto” a Folha de S. Paulo, que apontou as suspeitas de envolvimento de seu governo com o “laranjal” do ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio.

O jornal de Brasília por ter noticiado que o governo iria propor uma reforma administrativa acabando com a estabilidade do servidor, cortando salários e benefícios e aumentando a tributação sobre seus vencimento. Já O Globo, por ter estampado em sua manchete que a operação dos recursos do FGTS não mais seria feita exclusivamente pela Caixa Econômica.

Não é preciso ser nenhum bidu para saber de onde vieram ambas.

Na falta de combustível de planos econômicos, o Posto Ipiranga preenche o noticiário com “não-fatos”.

Em pleno ano eleitoral de 2020, alguém acha que se aprovaria uma lei dando fim à estabilidade de décadas dos servidores, ou que os deputados fossem votar a revogação de uma reserva legal do Fundo de Garantia estabelecida desde sua criação, em 1966 e renovada em 1990, com a definição da Caixa como agente operador exclusivo do fundo?

É evidente que foram factoides e factoides que, pelo visto, desagradaram o entorno de Bolsonaro e fizeram brotar até boatos de que Paulo Guedes deixaria o Ministério da Economia no início do ano.

Até a reforma tributária, pelo visto, foi para as calendas, com o anúncio, feito por Rodrigo Maia, de que “a pauta econômica está nas mãos do governo”. Para passar em 2020, só depenando a União para dar recursos a Estados e municípios.

Guedes deixou passar a janela de oportunidade de mudanças econômicas com a obsessão da reforma previdenciária, que vai provocar poucos efeitos de curto prazo – exceto, claro, para os trabalhadores que verão adiar-se a sua aposentadoria – ainda mais porque caiu a restrição do pagamento do abono salarial, a única medida que provocaria economia significativa de imediato.

Agora, dedica-se ao lançamento de notícias, de quaisquer notícia que possam levar otimismo ao mercado.

Ainda que sejam meras “fake news”.

PS. Ao finalizar o texto, vejo que Luiz Nassif publica um vídeo onde, numa análise mais detalhada, mostra o mesmo: Guedes não tem projeto algum para a economia.