2 ANOS DA TRAGÉDIA DE FUKUSHIMA
Há dois anos, em 11 de março de 2011, o mundo soube da tragédia de Fukushima: um fortíssimo
terremoto e um tsunami de grandes proporções, a que se seguiu a explosão de uma
usina nuclear com todas as consequências de um acidente
nuclear: a difusão de radioatividade, que permanecerá ativa durante anos,
ameaçando muitas gerações.
As noticias
que chegam do Japão são cada vez mais preocupantes. Segundo o jornal Asahi Shinbum, há poucos dias perto da usina, foi
encontrado um peixe com 5 mil vezes mais radioatividade que o permitido por
lei, o que pode indicar que a usina destruída continua contaminando o meio ambiente e trazendo riscos para a saúde humana.
Sabe-se também que um desastre ainda pior pode ocorrer se outro tremor destruir
a piscina de refrigeração, onde
264 toneladas de varetas de combustível usado, contendo grande quantidade de
césio-137, aguardam destino final.
A dimensão do problema pode ser avaliada se considerarmos que 19
gramas desse mesmo césio 137 provocaram um grande número de vitimas em Goiânia, no Brasil, em
1987.
Nesta data, nos solidarizarmos com o povo japonês, pelo
sofrimento que lhe é imposto e continuidade do uso irresponsável de uma
tecnologia extremamente perigosa para produzir energia elétrica.
Mas
também hoje denunciamos à insegurança que caracteriza a cadeia de
produção da energia nuclear no Brasil. A mineração em Caetité tem contaminado e
deixado cada vez mais escassas as águas
no entorno da mina, ameaçando a integridade ambiental, a saúde e segurança
alimentar da população. A mina de Itataia em Santa Quitéria no Ceará
antes mesmo de ser explorada, já ameaça 40 comunidades camponesas que vivem no
entorno da mesma e correm o risco de sofrerem impactos irreparáveis na saúde
humana, na produção de alimentos, na diminuição e contaminação da água, enfim,
no direito de ir vir. As usinas de
Angra dos Reis registram um histórico de acidentes e interrupções de
funcionamento por problemas técnicos e o lixo atômico é uma ameaça presente e
futura.
Denunciamos também a pressão que está sendo
feita pelas empresas que lucram com essa tecnologia para que, a
Caixa Econômica Federal brasileira
desvie recursos de suas finalidades sociais para financiar o negócio nuclear,
assegurando a conclusão de Angra 3,
terceira usina nuclear de Angra dos Reis, entre São Paulo e Rio de
Janeiro.
O governo brasileiro esperava um empréstimo de 1 bilhão e meio de dólares
de bancos europeus, que contavam com a garantia da Companhia de Seguros Euler,
da Alemanha. Mas o governo brasileiro não apresentou ao Parlamento Alemão
relatórios confiáveis garantindo a segurança tecnológica da construção e
funcionamento de Angra 3. Agora pressiona a Caixa Econômica Federal para
compensar o financiamento perdido.
Exigimos a desativação de Angra 1 e 2 e a interrupção de Angra 3, para evitar que falhas técnicas ou erros humanos
provoquem no Brasil a desgraça de um desastre como o de Fukushima. É
fundamental proteger as mais de 170.000 pessoas que vivem nas proximidades das
usinas, assim como milhares de brasileiros, facilmente alcançáveis por nuvens
radioativas como as que se espalharam por toda a Europa, em 1986, com a
explosão da usina nuclear de Chernobyl, na União Soviética.
A Coalizão
por um Brasil Livre de Usinas Nucleares e a Articulação Antinuclear Brasileira reafirmam: NÃO QUEREMOS USINAS
NUCLEARES NO MUNDO, NEM NO
BRASIL. Contamos com o apoio dos
brasileiros de bom senso nesta iniciativa.
11 de março de 2013
Articulação Antinuclear Brasileira (www.brasilantinuclear.ning.com)
Coalizão por
um Brasil Livre de Usinas Nucleares (www.brasilcontrausinanuclear.com.br)