Afirmo, e sem qualquer dúvida: "Os tucanos são inimputáveis!" E completo: "A Justiça deveria retirar a venda dos olhos e, por sua vez, parar de bancar a isenta, já que ela se apresenta ao povo de maneira parcial, ou seja, só usa sua espada contra um lado e se esqueceu de carregar em uma de suas mãos a balança, que simboliza a igualdade entre os homens, os cidadãos, no que diz respeito ao Direito e às leis do País, principalmente no que é relativo à Constituição.
O juiz de primeira instância, Sérgio Moro, até agora está a encarcerar as pessoas que se envolveram em malfeitos e roubaram o dinheiro público. Contudo, muitas dessas pessoas não tiveram suas culpas comprovadas e, evidentemente, que alguns condenados à prisão, a exemplo de Vaccari, estão nesta terrível situação por terem sido alvos de delatores, que, para diminuir suas penas, evidentemente que se mostram dispostos a dedurar as pessoas que ocuparam cargos e funções de poder e mando, como o de Vaccari, tesoureiro do PT, que, como os do PSDB e DEM, ocupavam-se em garantir recursos para seus partidos disputarem as eleições.
Veja bem, a questão não é meramente criminal. Sempre afirmo, categoricamente e sem tergiversar, que ladrão do dinheiro público, corruptos e corruptores tem de ir para a cadeia. Ponto. Entretanto, a Operação Lava Jato, repleta de delegados aecistas e de juiz que tem vínculo, sim, com o PSDB, não se resume apenas no âmbito criminal, repito. Tal operação também o é política. Sem qualquer dúvida, suas ações evidenciam que somente o PT paga o pato por ter, segundo o juiz Moro, recebido dinheiro para seu caixa dois.
São estas realidades e condutas da Justiça, da PF e do MP que se apresentam ao público e, com efeito, são inaceitáveis, porque o sabemos que no Brasil os tucanos são inimputáveis e todos nós, cidadãos, somos verdadeiros idiotas, pois ingênuos e burros, conforme nos trata a imprensa corrupta dos magnatas bilionários, que pagam a seus empregados para mentir e manipular sobre os acontecimentos, bem como consideram "normal" e "justo" que tenhamos uma Justiça de conduta politizada, que não se atenta aos autos.
Temos um Judiciário cujos juízes, ideológicos e conservadores, aproveitam-se de seus cargos poderosos para tomar partido, vazar inquéritos em segredo de justiça, e, o pior, fazer oposição pública a entidades, a instituições e a pessoas que estão ou vão ser julgadas pelo próprio juiz, que faz carga contra aquele que poderá ser punido com prisão. Um verdadeiro absurdo, pois surreal, conforme ocorreu com Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Marco Aurélio de Mello, Cezar Peluso, Ayres Britto e o juiz de terceira instância, Sérgio Moro, que, inacreditavelmente, transformaram-se em atores políticos, ao ponto de literalmente se transformarem também em oposição ao Governo Trabalhista e esquecerem que seus papéis são fundamentais para o equilíbrio entre os três poderes, porque guardiões da Constituição e executores das leis do País.
É inaceitável que, por exemplo, as mesmas empresas que financiam há décadas todos os partidos, inclusive os da atual oposição, são somente responsabilizadas por financiarem o Partido dos Trabalhadores, bem como também o é inaceitável somente o PT ser investigado, quando o sabemos que o PSDB, o DEM, o PPS e o PSB, dentre outros partidos de oposição de calibres menores estão envolvidos até as raízes dos cabelos com corrupções inúmeras e talvez incontáveis.
Trata-se de siglas políticas umbilicalmente ligadas ao grande empresariado e suas federações, bem como controlam estados da União poderosos, a exemplo de São Paulo, Paraná, Goiás e, recentemente, Minas Gerais, repletos de escândalos de conhecimento nacional, como a Lista de Furnas, o Trensalão, os aeroportos do tio de Aécio Neves, o Metrozão, o Banestado, o Mensalão do PSDB, dentre mais de 50 escândalos, afinal os tucanos venderam 125 estatais quando o ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso — o Príncipe da Privataria e o Neoliberal I —, assumiu a Presidência da República e governou como um caixeiro viajante ao invés de se conduzir como um estadista.
Todavia, o problema é que juízes como Sérgio Moro e Gilmar Mendes, este há muito tempo deveria ser julgado pelo Senado e ser punido com um impeachment, tratam os brasileiros como idiotas. Para eles, nós somos tão beócios ou mentecaptos que jamais perceberíamos que eles e outros capas pretas tem lado partidário, opção ideológica e preferência por candidatos, se possível, tucanos. Há anos essas pessoas que conquistaram cargos públicos por intermédio de nomeações e influência política fazem a vez de partidos, como o PSDB, que a certa altura estava tão derrotado, que não tinha capacidade e força política para fazer oposição ao PT e ao Governo Trabalhista.
Somente a partir de junho de 2013, de forma oportunista e com o apoio irrestrito da imprensa de negócios privados, que a direita brasileira, de caráter colonizado e entreguista, pôde ir às ruas de carona de movimentos sociais de esquerda, exemplificados no Movimento Passe Livre (MPL), além de grupos extremados, como os black blocs, que tiveram muita disposição para quebrar e incendiar o patrimônio público e privado, entrar em confronto violento com a polícia, mas despidos de pautas reivindicatórias de cunho social e econômico.
Entretanto, em um primeiro momento, a direita não se fez de rogada e vislumbrou naquele momento oportunidade única de ir ás ruas, sem, contudo, com a presença de centrais sindicais, movimentos como o MPL e, de forma impossível, contar com a presença dos black blocs, que, a despeito de suas insanas violências, são grupos á esquerda do espectro ideológico, e, consequentemente, jamais se juntariam a coxinhas de classe média e a movimentos de ideologia fascista e que pregam o golpismo, a exemplo do Brasil Livre, Nas Ruas, Vem Pra Rua, Brasil Melhor, Revoltados Online, Pátria Livre e Fora Dilma Vitória, dentre outros, todos vinculados às redes sociais.
Como é que pode? Muitos desses grupos de direita são favoráveis ao financiamento privado de campanhas eleitorais. E faço uma proposta. Quem responder a esta pergunta vai receber um prêmio: "Adivinhe qual é o fator principal e maior responsável pela corrupção?" Adivinhou?! Isto mesmo... A maioria dos eventos de corrupção é derivada do financiamento privado de campanhas eleitorais. E como esses grupos golpistas se conduziram sobre a questão? Defenderam que o financiamento privado não fosse proibido — o que não ocorreu, evidentemente.
Por seu turno, a molecagem por conveniência desses grupelhos fascistas não surpreende. Porém, quando se trata do Gilmar Mendes é realmente um caso de a sociedade brasileira se perguntar quais são os interesses de tal juiz e a quem ele representa e defende no plenário do STF. Há muitos anos o magistrado trabalha contra a ordem democrática e tenta ultrapassar os limites definidos pelo Estado de Direito, que se alicerça na Constituição.
Ou Gilmar continua a tratar o cidadão brasileiro como se ele fosse um asno, ou melhor, um idiota desprovido de discernimento e, portanto, de inteligência? Se ele pensa assim, problema é dele... Fazer o quê? Mas, a verdade é que todo mundo vê as ações de Gilmar Mendes, péssimas para o Brasil e ótimas para os grupos políticos e econômicos os quais o condestável magistrado defende.
Enquanto isto, o juiz de primeira instância Sérgio Moro continua em sua trilha iluminada pelos holofotes da imprensa de mercado, até que os magnatas bilionários de imprensa e seus capitães do mato o suguem como a uma laranja e depois o joguem fora, como o fizeram com o tresloucado Joaquim Barbosa, que hoje está recolhido à sua insignificância. Talvez ele consiga ser deputado federal — e olhe lá.
Ou o carrasco do "mensalão", o do PT, porque o do PSDB os juízes esqueceram por conveniência e cumplicidade com os tucanos, está a pensar que políticos vão lhes dar espaço em partidos grandes, quando se trata de cargos majoritários? Se ele pensa assim pode se dar mal. Então sugiro que vá para um partido pequeno ou médio. Joaquim, que tal se juntar à Marina Silva, aquela candidata que se bandeou para a direita, não consegue assinaturas para criar seu partido e que ninguém entende o que ela pensa e fala? É o melhor negócio procê...
Sérgio Moro um dia vai ter de ir ao Supremo Tribunal Federal e chamar o Gilmar Mendes para beber um chá com a Dona Justiça, a estátua de três metros que fica em frente ao "palácio dos magistrados", porque, indubitavelmente, não pertence ainda ao povo, apesar da existência da Constituição. A escultura de mulher representa o Judiciário. Tal senhora tem uma venda nos olhos, cujo significado é mostrar que a Justiça é imparcial e, com efeito, não possui lados e preferências, pois todo cidadão é igual perante a lei. Em uma de suas mãos a distinta senhora empunha uma espada de dois fios, que representa a ordem e a força necessária para impor o Direito.
Contudo, para a sorte de juízes políticos e ideológicos como Gilmar e Moro e para o azar do povo brasileiro, a escultura de tão nobre Justiça se encontra desprovida da balança em uma de suas mãos. E a balança é a essência da Justiça, porque pesa os erros e os acertos de quem por ela vai ser julgado, indiferente à posição social, ao cargo que o réu ocupa ou ao poder que um cidadão possa ter e exercer. Gilmar Mendes há muito tempo deveria ser julgado pelo Senado por seus atos e ações, que não condizem, de forma alguma, com a conduta, a imparcialidade e a sabedoria exigidas para os juízes. É hora do Sérgio Moro cortar na carne e prender também os tucanos; ao Gilmar o impeachment — O brasileiro é idiota? Pergunte aos juízes. É isso aí.
Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre