Foto: Mike Segar – Reuters.
O senador americano Bernie Sanders, de 78 anos, foi o vencedor das primárias do Partido Democrático em New Hampshire, nos Estados Unidos. Na segunda votação para a escolha de um nomeado, o democrata alcançou esta terça-feira 25,7%, seguido de perto por Pete Buttigieg, com 24,4%. “A nossa vitória esta noite é o princípio do fim para Donald Trump”, declarou Sanders.
Com 87% dos votos apurados, o senador Bernie Sanders foi o mais votado esta terça-feira (11), seguido de perto por Pete Buttigieg, antigo prefeito da cidade de South Bend, Indiana.
O senador americano agradeceu ao New Hampshire pela “grande vitória” alcançada, vitória que diz ser “o início do fim para Donald Trump”.
Na semana passada, no Iowa, Pette Buttigieg recebeu o maior número de delegados – mais um que Sanders – e por isso é nesta altura quem segue à frente nas eleições. Em New Hampshire, os dois candidatos devem alcançar o mesmo número de delegados (9) que são atribuídos por aquele Estado.
Pete Buttigieg, veterano de guerra com 38 anos, felicitou o adversário pela vitória alcançada em New Hampshire, mas enfatizou também o resultado obtido pela sua candidatura: “Muitos de vocês disseram que querem enfrentar uma nova era de desafios com uma nova geração na liderança”, apontou.
Neste processo das eleições primárias, os candidatos tentam reunir o maior número de delegados – quase 4.000 delegados convencionais – que lhes garantam o apoio na Convenção Democrata, em julho. Esses delegados marcam presença na reunião do partido e declaram o seu apoio consoante a decisão dos eleitores do Estado que representam.
Na votação de terça-feira, Pette Buttigieg dividiu grande parte dos votos moderados com a senadora Amy Klobuchar, que obteve 19,8% dos votos após uma boa prestação no debate democrata de sexta-feira. Os grandes derrotados da noite foram a senadora Elizabeth Warren e o ex-vice-presidente Joe Biden, candidatos que lideraram nas sondagens a nível nacional, mas que não chegaram aos 10% e não vão eleger qualquer delegado por New Hampshire.
A vitória de Sanders coloca-o na frente como o candidato da esquerda do Partido Democrático, apenas quatro meses depois de um ataque cardíaco que quase o deixou de fora da corrida. Mas tão significativa quanto a vitória de Bernie Sanders, registo para a ascensão repentina de Amy Klobuchar, o sucesso continuado de Pete Buttigieg e o colapso das campanhas de Joe Biden e Elizabeth Warren, resume o New York Times.
Ainda assim, nos dois primeiros Estados que votaram nas eleições primárias, Bernie Sanders obteve menos de 30%, longe dos resultados obtidos em 2016 contra Hillary Clinton. Entre os moderados, a divisão e a incerteza continua a imperar, com Pette Buttigieg e colocar-se na frente, seguido de Amy Klobuchar.
Entretanto, dois antigos favoritos à nomeação democrata, Warren e Biden, já se viram obrigados a reduzir os custos com a campanha devido aos maus resultados iniciais de forma a conseguirem manter-se na corrida.
No entanto, os analistas sublinham que os dois primeiros escrutínios – no Iowa e New Hampshire – são muito homogêneos e não apresentam a mesma diversidade populacional que seja representativa do país. Por exemplo, a Carolina do Sul, que só vota a 29 de fevereiro, tem uma grande comunidade afro-americana e o voto neste Estado poderá ser decisivo para apurar a viabilidade da campanha de Joe Biden.
A aparente confusão e indecisão poderá beneficiar o antigo prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, que não entra nas contas dos quatro primeiros Estados que foram a votos. O milionário tem investido na máquina de campanha e só irá competir com os restantes na Super Tuesday (Super Terça-Feira), que se realiza em março.
Assim, o processo de nomeação ameaça ser prolongado e moroso, podendo estender-se até à primavera.
A eleição presidencial nos Estados Unidos, quando virtualmente se enfrentarão Trump e Sanders, dar-se-á em novembro próximo