De Marisa Gibson, na coluna DIARIO POLÍTICO deste sábado
Até mesmo o ex-presidente Lula, a mais velha e mais sábia raposa política do Brasil, aconselhou o PT a esperar o carnaval para avaliar que tipo de oposição o partido fará a Jair Bolsonaro (PSL), o capitão que pode ser visto como o porco-espinho do verso atribuído ao grego Arquíloco: “A raposa conhece muitas coisas, mas o porco-espinho conhece uma grande coisa”.
Para Paulo Câmara (PSB), que vai comandar o estado sem a pressão de uma reeleição, o comedimento institucional do cargo será o instrumento a que deve recorrer sempre que lhe for exigido um posicionamento sobre o governo Bolsonaro. A medida do recrudescimento da oposição ou de um eventual recuo será dada pela base aliada no Congresso. E é nesse espaço onde o PSB, partido do governador, fará o seu jogo através da bancada socialista e do seu mais novo integrante, o deputado federal João Campos (PSB).
Se o jovem socialista será uma estrela na cena nacional ou vai candidatar-se a prefeito do Recife em 2020, ainda não se sabe. Mas o que se vê no momento é que Pernambuco com um partido hegemônico no poder, o PSB, que fez campanha contra Bolsonaro, está sem raposas ou porcos-espinhos para o enfrentamento que continua dividindo o país.
É sintomático, por exemplo, que na madrugada da quinta-feira, dia em que Sergio Moro foi confirmado superministro da Justiça, prometendo combate à corrupção e ao crime organizado, três agências bancárias tenham sido cinematograficamente explodidas por bandidos num município da grande São Paulo. Ao mesmo tempo, a oposição desconstruía com voracidade, a imagem de Moro, o juiz da Lava-Jato que prendeu Lula. Enfim, o pavio continua aceso sem que se vislumbre uma pacificação.