DOIS
PESOS E DUAS MEDIDAS
Apesar das grandes mudanças
ocorridas nos últimos anos no Brasil, feitas pelo governo Lula, infelizmente,
muitas mazelas ainda permanece em nosso país. Uma dessas mazelas, sem dúvida
nenhuma, é a forma como as pessoas são tratadas levando em consideração sua
condição social. Nessa semana, tive o desprazer de assistir um vídeo em que uma
repórter de uma TV afiliada da Band na Bahia, destrata de forma preconceituosa
um jovem negro, acusado de “estupro”, em uma delegacia da periferia de
Salvador. Nesse mesmo dia, assistia também o “depoimento” do Carlos Augusto
Cachoeira na CPI. Esse “bom moço” teve todo direito garantido pela Constituição
de ficar calado não criando prova contra si, enquanto que um jovem negro era
tratado com sarcasmo e preconceito por uma jornalista bonitinha, mas ordinária.
Foram cenas de desrespeito
aos direitos humanos. O jovem foi o tempo todo transformado ‘em chacota’ por
não saber diferenciar um exame de próstata de um exame de corpo de delito. Essa
é a imprensa que exigi liberdade de expressão para poder cometer esse tipo de
barbaridade contra o ser humano. Acuado dentro de uma “pocilga”, pois essa é a
condição das maiorias das cadeias desse país, o jovem nem mesmo tinha um
defensor público para representá-lo. Antes que digam que estou defendendo
bandido, quero esclarecer que apenas estou exigindo tratamento igual, tanto
para o jovem “bandido” de salvador como para um bandido como Carlos Augusto
Cachoeira.
Enquanto esse pode pagar um
advogado mais caro do Brasil, no valor de 15 milhões de reais (com dinheiro
público desviado, é claro!), o outro teve como defesa suas próprias palavras de
desespero diante de uma inquisidora, que o acusou e o julgou sem lhe garantir o
direito de defesa, uma garantia básica assegurada pela nossa Constituição. Esse
tipo de atitude nos revolta, todavia não deveria me assustar, sendo eu
professor de História, pois um país que teve suas bases sociais assentada na
casa grande e na senzala não se livraria tão fácil das consequências dessa
maldição que foi a escravidão.
Sei que talvez leve mais
alguns séculos até que um cidadão possa ser tratado com igualdade perante as
leis. E que elas funcionem para todos sem distinção de raça, de religião e de
condição social. Entretanto até lá não devemos nos calar diante desse tipo de
atitude e devemos sempre denunciar essas barbaridades praticada por quem
deveria defender o cidadão e, pelo contrário, tornar-se seu algoz. Mas o que
esperar de uma imprensa que se alia a um grupo de bandidos e corruptos para
derrubar um governo eleito democraticamente e que se tornou o maior governo da
história desse país? Já passou da hora de se criar um marco regulatório para
essa imprensa podre.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE. Este texto foi revisado pela Professora Maria Cicera da Silva, Especialista em Lingua Portuguesa pela UPE: Garanhuns. Acompanhe todas as sexta feiras um ártigo do colaborador.