247 – O governo já
encontrou um caminho para questionar um dos caminhos para a tentativa de
golpe contra a presidente Dilma Rousseff, que vem sendo patrocinada por
setores da oposição. Trata-se de questionar, no Supremo Tribunal
Federal, a conduta do ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da
União. Isso porque os ministros do TCU são regidos pela Lei Orgânica da
Magistratura (Loman) e não podem antecipar seus votos, falando fora dos
autos.
Algo bem diferente do que tem sido a
conduta de Nardes. Em diversas entrevistas concedidas à imprensa, ele
antecipou seu voto contrário às contas da presidente, o que pode ser
interpretado como uma tentativa de constranger seus colegas do plenário,
que poderiam votar diferentemente. "Muito difícil o governo conseguir
explicar", disse Nardes. "Eu poderia aprovar com ressalvas, mas me
propus a rejeitar", também afirmou.
Essa estratégia vem sendo
considerada o "Plano B" do Palácio do Planalto, segundo informam os
jornalistas Fábio Fabrini e João Villaverde, do Estado de S. Paulo. A
prioridade é apresentar a justificativa técnica para o caso, mostrando
que a prática, além de comum e usada por vários governos, é legal e
legítima.
Nardes, que tem sido incensado por
setores da oposição (mereceu até um artigo "Nardes para presidente", de
Ricardo Noblat), chegou a questionar a entrevista concedida pela
presidente da República à Folha de S. Paulo na última terça-feira, em
que ela denunciou o golpismo de setores da oposição. "Ela deveria se
preocupar com a parte política depois", retrucou Nardes, mesmo sem ter
sido citado.
O ministro do TCU também já teve seu
nome envolvido em escândalos, como a Operação Castelo de Areia, que
atingiu a construtora Camargo Corrêa, mas foi anulada em tribunais
superiores.
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