Kennedy Alencar
Retaliar
o governo em votações no Congresso é uma manobra diversionista de
investigados pela Operação Lava Jato que coloca em risco a economia do
país. A Politeia, nova fase da Operação Lava Jato, despertou temor na
Câmara e no Senado de que outros parlamentares também sejam vítimas de
mandados de busca e apreensão.
Ontem,
senadores e deputados que ficaram fora das buscas e apreensões da
Politeia estavam assustados. De noite, cresceram rumores de possíveis
pedidos de prisão de políticos. Há tensão no Congresso, que está prestes
a entrar num recesso de duas semanas.
Reação?
Vingar-se do governo Dilma em represália a ações dos investigadores da
Lava Jato. Entre os que trabalham com o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, há a convicção de que existiriam elementos suficientes
para oferecer denúncia contra os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha
(RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL).
Os
peemedebistas Cunha e Renan já respondem a inquéritos no STF (Supremo
Tribunal Federal). A denúncia é o pedido de abertura de processo. Os
dois afirmam ser inocentes.
Deputados
e senadores do PMDB, do PP, do PTB e do PSB diziam ontem que haverá
retaliação ao governo em votações no Congresso por causa das ações do
Ministério Público, da Polícia Federal e do Supremo. Acontece que o
governo não tem como influenciar os rumos da Lava Jato, tanto que também
está acuado pela investigação.
Logo,
o que está em curso no Congresso é uma manobra diversionista perigosa
para o Brasi. O Congresso tem aprovado uma série de projetos que colocam
em risco as contas públicas. Já há pressão para engavetar a ideia do
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de regularizar dólares ilegais no
exterior, medida que seria importante para fechar as contas públicas.
Fala-se em barrar a tentativa de unificação da alíquota do ICMS em 4%, o
que diminuiria muito a guerra fiscal entre Estados.
Não
é razoável agir assim. Cada acusado tem de responder pelos seus atos.
Culpar Dilma nesse caso é uma cortina de fumaça ineficaz, porque o PT e o
governo também estão na mira dos investigadores. É uma insensatez
prejudicar a economia do país por causa de interesses pessoais.
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