Além de belas praias, a cidade de Laguna, em Santa Catarina,
foi o berço da colonização açoriana no estado e tinha em seu território
algumas das principais bases militares da Revolução Farroupilha
(1835-1845). Agora a cidade já vive outro momento histórico desde esta
quarta-feira (15) quando a presidenta Dilma Rousseff inaugurou a ponte
Anita Garibaldi. A obra, maior estrutura elevada da duplicação da BR-101
em Santa Catarina, põe fim aos congestionamentos naquele trecho,
aumentando o conforto e segurança dos usuários e moradores da região.
Dilma
lembrou que esteve em Laguna em maio de 2012. “Naquela oportunidade
viemos aqui olhar onde seria construída essa ponte. E eu fico muito
feliz de dizer pra vocês que essa ponte é também uma homenagem a todos
aqueles que acreditaram que nós poderíamos fazer uma obra com essa
beleza, com esse desafio de engenharia e de arquitetura”, disse.
A
presidenta afirmou também que nos últimos 13 anos foi construído um
país muito mais forte e muito mais capaz de enfrentar crises que no
passado. “E essa ponte faz parte dessa construção de capacidade de
reagir. Podem ter certeza, o Brasil irá voltar a crescer, gerar cada vez
mais pontes como essas, gerar empregos, contar com sua população
trabalhadora.”
Construída sobre o Canal de Laranjeiras, a ponte
de 2.830 metros de extensão elimina um gargalo existente na BR-101. A
rodovia, recentemente duplicada, apresentava tráfego lento com
afunilamento porque a travessia neste trecho era feita em pista simples,
insuficiente para suportar o tráfego de cerca de 25 mil veículos por
dia, e que, no verão, pode chegar em até 40 mil veículos diários.
A
obra é importante também para a economia da região Sul, uma vez que a
BR-101 Sul é o principal corredor de acesso aos países do Cone Sul do
Mercosul, além de ser a principal ligação rodoviária entre São Paulo e
Buenos Aires.
A ponte também é relevante para facilitar o turismo
na região, que atrai turistas brasileiros e estrangeiros, afirma o
empresário Pedro David de Andrade. Dono de um restaurante, Pedro
acredita que a ponte é o que faltava para a região deslanchar de vez
como destino turístico.
“Nós, do ramo de restaurantes e hotéis, e
até para os comerciantes do centro, aguardamos essa obra ansiosamente
porque nossa cidade vai ter uma expansão muito grande. O fluxo de
pessoas vai ser maior. O pessoal às vezes deixa de vir no final de
semana para curtir a cidade, que é uma cidade turística, por causa do
trânsito. A ponte vai resolver isso, além de ser um cartão postal, que
vai ficar”.
O empreendimento está sob a responsabilidade do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão
vinculado ao Ministério dos Transportes, e teve investimento do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC) de R$ 777 milhões.
Projeto da ponte
A
Ponte Anita Garibaldi é a primeira ponte estaiada (suspensa por cabos
constituída de um ou mais mastros) em curva do país, com 2.830 metros de
extensão, sendo 400 metros no vão central com estais (cabos); dois
mastros de sustentação com 63 metros de altura; 136 estacas escavadas
com diâmetro de 2,50m.
Segundo o engenheiro do DNIT, Avani Aguiar
de Sá, um dos responsáveis por fiscalizar a obra, o trecho estaiado
permite que se tenha navegação, tanto turística quanto pesada, no Canal
das Laranjeiras. Avani demonstrou, com números, como a ponte é um marco
para a região sul de Santa Catarina. “A distância é praticamente a mesma
do que se fosse pelo traçado antigo. A diferença é que agora permite
uma velocidade de 110km/h. Antes eram 80km/h. Isso melhora muito a
situação. A composição da frota deve ser por volta de 60% para veículos
leves e 40% de trânsito pesado”, explicou o engenheiro.
Em sua
construção foram utilizadas 20.000 toneladas de aço, 100.000 m³ de
concreto e 251.500 m² de forma. Os blocos de concreto que formaram a
ponte têm 90 toneladas. O empreendimento chegou a ter 1.900 funcionários
envolvidos, trabalhando dia e noite para que a obra fosse concluída em
tempo recorde.(Do blog Conversa Afiada)
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