Do G1 PE
Os professores estaduais de Pernambuco decidiram, em assembleia
realizada hoje, no Recife, decretar a volta da greve da categoria a
partir do dia 29 de maio. Os docentes rejeitaram a proposta do governo
estadual de 7,01% de aumento para professores e de 6,12% para analistas e
o quadro administrativo, até o final do ano. Desde o início da
paralisação, que já teve a categoria de braços cruzados por 24 dias no
mês passado, o movimento pede um incremento de 13,01% nos salários para
todos os quase 50 mil profissionais.
Procuradas pelo G1, as secretarias de Administração e de Educação do
estado informaram que só vão se pronunciar quando receberem os
documentos oficiais sobre a paralisação.
No dia 29, a categoria se reúne novamente para decidir os rumos do
movimento grevista, em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco. De
acordo com Fernando Melo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de
Educação em Pernambuco (Sintepe), desde a suspensão do movimento, no
último dia 4 de maio, foram realizadas duas reuniões com representantes
do governo para tratar da questão salarial. "A proposta fica distante do
que pedimos, do que é direito. Vamos engrossar a nossa luta", disse.
Cerca de 2 mil professores participaram da assembleia nesta quinta,
realizada no Clube Português.
A proposta salarial do governo de Pernambuco leva em consideração a
elevação de faixas profissionais dentro do plano de cargos e carreira,
segundo o Sintepe. Foram propostas três elevações, o que corresponde a
2% cada, além de retroagir para janeiro o aumento de 0,84% concedido em
abril.
A última rodada de negociação entre categoria e governo aconteceu na
noite de ontem. De acordo com o Sintepe, além do reajuste, o governo
propôs abrir concurso de 3 mil vagas ainda em 2015; gratificação para
professores que trabalham em presídios aplicada a partir de outubro;
além de aumentar em 60% o valor do vale-refeição apenas para professores
que cumprem carga de 200 horas-aula e para servidores administrativos
com jornada de 8h diárias.
Os professores vaiaram o valor oferecido e foram vestidos com uma
camisa que dizia "100%; prometeu, cumpra", em referência à promessa de
campanha do governador Paulo Câmara, para os quatro anos de governo. O
Sintepe diz que, para que esse percentual seja cumprido, tem que ser
dado um reajuste de pelo menos 19% ao ano.
Alguns alunos da rede estadual de ensino compareceram ao Clube
Português, em apoio aos professores. Os estudantes Jemerson Tiago,
Adryel Freitas e Alex Vinicius saíram do Cabo de Santo Agostinho, no
Grande Recife, para defender os professores. "Acreditamos que a luta não
é só deles, mas de toda a educação", destacou Adryel. A primeira
paralisação dos professores aconteceu de 10 de abril a 4 de maio.
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