A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) prestou depoimento
na sede da Polícia Federal, em Brasília, hoje. As declarações duraram
cerca de 1h50. No início de março, o Supremo Tribunal Federal abriu
inquérito para investigar a ex-governadora, após ela ser citada em
delação premiada na Operação Lava Jato.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa
afirmou em sua colaboração que reuniu-se pessoalmente com Roseana em
2010 para tratar de propina. As revelações de Costa e do doleiro
Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, motivaram a abertura
de inquéritos para investigar deputados, senadores, governadores e
ex-governadores por ordem do STF.
Segundo o delator, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de
Minas e Energia, foi quem solicitou R$ 2 milhões, destinados à campanha
de Roseana ao governo do Estado em 2010. O valor, afirma Costa, foi pago
em espécie via Youssef. Lobão também é investigado pelo STF.
O dinheiro, diz o delator, teria saído de contratos da Petrobras. O
ex-diretor não indicou de maneira específica o contrato do qual saíram
os valores. Segundo ele, existia uma espécie de caixa de propina,
administrada por Youssef, de onde o dinheiro supostamente entregue à
ex-governadora teria sido retirado.
Roseana estava morando em Miami com a família. Ela se mudou para a
cidade, para fazer um curso de inglês. A ex-governadora voltou ao Brasil
para prestar os esclarecimentos. Ela nega a acusação.
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