Relatório da PF conclui que mensagens do ex-presidente da OAS citam Rodrigo Maia
A
Polícia Federal concluiu um inquérito que investigou o presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e apontou indícios de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, segundo informou o Jornal
Nacional.
A
investigação partiu de mensagens de celular trocadas entre Leo
Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, e o atual presidente da
Câmara.
Maia
afirmou que nunca recebeu vantagem indevida para apreciar qualquer
matéria na Câmara e que, ao longo dos cinco mandatos dele como deputado
federal, sempre votou de acordo com orientação da bancada ou com a
própria consciência.
Segundo
a Polícia Federal, Rodrigo Maia prestou "favores políticos" e defendeu
interesses da OAS no Congresso em 2013 e em 2014, como apresentar uma
emenda à uma medida provisória que definia regras para a aviação
regional, em benefício da empresa.
Segundo
os investigadores, o deputado pediu à empreiteira doações eleitorais no
valor de R$ 1 milhão em 2014, dinheiro que foi repassado oficialmente à
campanha do pai do presidente da Câmara, César Maia, ao Senado. Isso,
para a PF, foi uma tentativa de esconder a origem da propina.
Na
conclusão, a PF afirma que há "fortes indícios" da prática de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro. Agora, caberá ao Ministério Público
Federal decidir se denuncia ou não o presidente da Câmara.
O que diz a PF
Para
a Polícia Federal, "não restam dúvidas da atuação clara, constante e
direta" de Maia na defesa de interesses da OAS no Congresso Nacional.
A
PF aponta, ainda, que há "indícios suficientes" de que Maia praticou
atos entre 2013 e 2014 para beneficiar a OAS, atuando "como uma espécie
de representante da empresa" na Câmara.
"Com
base em toda a prova colhida no decorrer da presente investigação,
logrou-se êxito em confirmar integralmente a hipótese inicial aventada,
qual seja, a de que o deputado federal Rodrigo Maia efetivamente
praticou diversos atos na defesa de interesses da Construtora OAS,
durante os anos de 2013 e 2014, tendo, em contrapartida, solicitado
doações eleitorais ao presidente da pessoa jurídica, José Aldemário
Pinheiro Filho [Léo Pinheiro]", diz a PF.
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