sábado, 28 de setembro de 2019

Senado não deve rever vetos da reforma eleitoral

Cúpula do Senado não deve rever vetos de reforma eleitoral; troco virá em decreto de Bolsonaro pró-Trump.
(Foto: Voney Malta)
Folha de S. Paulo - Painel 
Por Daniela Lima

A cúpula do Senado não vai se mexer para derrubar os vetos de Jair Bolsonaro à minirreforma eleitoral, mantendo inclusive o que impôs trava ao reajuste do fundo que vai custear a disputa de 2020.
Houve, porém, acordo para apreciar na terça (1º) projeto que susta decreto que permitiu a importação, sem impostos, de 600 milhões de litros de etanol dos Estados Unidos para o Brasil. A anistia foi um compromisso firmado por Bolsonaro com Donald Trump –e por isso é cara ao Planalto.

Curitiba quer tirar Lula da cadeia antes que o STF o faça

Por Helena Chagas no Blog Os Divergentes

Nosso sistema penal seria uma maravilha se cada condenado cumprindo sentença tivesse do Ministério Público que o acusou a atenção que o ex-presidente Lula recebeu de Deltan Dallagnol e seus colegas nesta sexta, quatro dias depois de ter completado 1/6 da pena e ganhado direito à progressão de regime. Será que os procuradores da Lava Jato que pediram que Lula saia da cadeia de Curitiba para cumprir pena em regime domiciliar ficaram bonzinhos de repente?


Nada disso. Tudo indica que o movimento da força tarefa da Lava Jato seja uma tentativa de se antecipar a uma possível liberação de Lula no Supremo Tribunal Federal. Derrotados esta semana no plenário da Corte, que acolheu a argumentação de que o réu delatado tem direito a apresentar suas alegações finais depois das do delator, os procuradores farejaram que, muito possivelmente, o próximo passo do Supremo poderá ser soltar o ex-presidente. Antes de mais essa derrota, portanto, tentam esvaziar o habeas corpus de Lula e outros recursos de sua defesa.

E qual a diferença, alguns devem estar se perguntando. Afinal, o importante, para quem está preso, é parar de ver o sol nascer quadrado. Para Lula, que por ‘n’ razões já mostrou que não é um preso comum, não é bem assim. O próprio presidente determinara à sua defesa para não mover uma palha no rumo da progressão de regime porque, depois da revelação da chamada Vaza Jato, deflagrada pelo site The Intercept, passou a apostar numa anulação de sua sentença com base na acusação de parcialidade contra o ministro e ex-juiz Sergio Moro. No mínimo, num habeas corpus ou outro tipo de medida cautelar para que aguarde em liberdade o julgamento da imparcialidade de Moro.

Para Lula, o líder político, a forma de sair da cadeia faz toda a diferença. Sair tendo o reconhecimento do STF de que quem o julgou não foi imparcial equivale a mais do que uma absolvição. Nesse caso, estaria pronto para voltar às ruas e retomar seus planos politicos de onde parou: a candidatura à presidência da República. E cheio de discurso. Coisa muito diferente, para ele, seria passar à prisão semi-aberta ou domiciliar, sujeito à vigilância e, até, ao humilhante uso de uma tornozeleira.

Todo mundo sabe que a questão hoje não é mais se Lula será solto ou não – mas em que condições e quando isso ocorrerá, com seus devidos impactos políticos. É isso que está em jogo.

O STF, que não teve coragem ainda para retomar, na Segunda Turma, o julgamemto do HC de Lula, tem dado sinais de que, quem sabe, terá chegado a hora de dar um freio de arrumação na Lava Jato. A força tarefa, após seguidas derrotas também no Legislativo, já percebeu isso e, mais uma vez, está atuando politicamente. Para Curitiba, a forma como Lula sair da cadeia também fará toda a diferença, inclusive no lugar que vai ocupar na história.

Ministro do STF proíbe Janot de entrar no tribunal

Moraes proíbe Janot de entrar no STF e de se aproximar dos ministros. Na mesma decisão, ele também determinou busca e apreensão em endereços do ex-procurador.
O ex-PGR Rodrigo Janot e o ministro Alexandre de Moraes Foto: Jorge William / Agência O Globo 19-06-2017
O Globo - Por Carolina Brígido


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de se aproximar a menos de 200 metros de qualquer um dos ministros do tribunal. Ele também está impedido de entrar no STF. Moraes ainda suspendeu o porte de arma de Janot. Segundo o ministro, as medidas cautelares foram tomadas “para evitar a prática de novas infrações penais e preservar a integridade física e psicológica dos ministros, advogados, serventuários da justiça e do público em geral que diariamente frequentam esta Corte”.

Na mesma decisão, ele também determinou busca e apreensão em endereços de Janot. O objetivo era apreender armas, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, “bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos aqui descritos”. O ministro também determinou a oitiva de Janot, ressaltando que, como investigado, ele tem o direito de permanecer em silêncio diante do interrogatório.
Na decisão, Moraes anotou que “há sérios indícios de delitos que teriam sido praticados”. Para Moraes, “o quadro revelado é gravíssimo, pois as entrevistas concedidas sugerem que aqueles que não concordem com decisões proferidas pelos Ministros desta Corte devem resolver essas pendências usando de violência, armas de fogo e, até, com a prática de delitos contra a vida”.
 
O ministro listou os crimes que Janot teria incorrido ao narrar, em entrevistas à imprensa, que planejou matar o ex-ministro Gilmar Mendes. Entre as práticas estão incitação ao crime e também artigos da lei que define crimes contra a segurança nacional. Moraes enfatizou o artigo 27 da lei: “ofender a integridade corporal ou a saúde de qualquer das autoridades mencionadas no artigo anterior”. A pena é de prisão de um a três anos.

Gilmar vê "monstrengo institucional"
Ao comentar o episódio narrado por Janot e a decisão de Moraes, o ministro Gilmar Mendes disse que não imaginava que corria risco de vida na ocasião e atribuiu culpa à sociedade pelo caso. Na opinião do magistrado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi transformada em um "monstrengo institucional". Durante a entrevista que concedeu ao programa "O É da Coisa", na rádio Band News FM, já na noite desta sexta-feira, Gilmar incluiu a si mesmo e aos colegas da Corte na lista de culpados pelo acirramento dos ânimos em torno da Lava-Jato.
— A gente tem que perguntar o que fez de errado nesses anos todos para produzir esse 'monstrengo institucional'. Acho que essa é uma pergunta que todos nós que dedicamos à academia, à institucionalidade temos que nos perguntar o que fizemos de errado para criar esse 'monstrengo' chamado Procuradoria-Geral da República comandado por gente como o Janot. É o que temos que responder — afirmou Gilmar, ao responder questões feitas pelo jornalista Reinaldo Azevedo.
O ministro do STF declarou ainda que o STF cometeu erros ao se deixar levar, "de alguma forma", pela opinião pública. Ele ainda reafirmou declarações anteriores de que, na tentativa de combater o crime, a Lava-Jato pode ter cometido outros.

Janot: tiro não disparado e os efeitos na Lava Jato

O tiro não disparado por Janot e seus efeitos na Lava Jato. Dora Kramer, José Benedito da Silva e Ricardo Noblat comentam a reportagem de capa de VEJA sobre as surpreendentes revelações do ex-PGR.
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Do Podcast da Veja - Por Lui Felipe Castro


Reportagem de capa de VEJA desta semana revelou a intenção do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de assassinar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, com um “tiro na cara” e, em seguida, se suicidar. As chocantes declarações provocaram reações em Brasília. Gilmar Mendes aconselhou que Janot procure ajuda psiquiátrica, enquanto o ex-deputado Eduardo Cunha tratou o ex-PGR como um psicopata.
Dora Kramer destacou o “desequilíbrio” de Janot, que considerou “algo absolutamente surpreendente e inimaginável, embora reflita o clima exacerbado do país” e disse que o fato é bastante negativo para o para o Ministério Público como instituição. Ricardo Noblat ironizou a alegação do ex-PGR de que a “mão de Deus” teria retido seu ímpeto assassino, enquanto José Benedito considera que o “tiro não disparado” por Janot atingiu em cheio a Operação Lava Jato, que que já vinha sendo alvejada de todos os lados.
Os colunistas também comentaram sobre a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), que formou maioria pela tese que pode anular sentenças da Lava Jato, entre elas a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e sobre a decisão do Congresso de rejeitar 18 vetos feitos por Jair Bolsonaro nas leis de abuso de autoridade.  Dora Kramer destaca os novos revezes para a operação, mas considera exageradamente alarmista falar em “enterro da Lava Jato”. 
Noblat, por sua vez, viu como “curioso e irônico que o enfraquecimento da Lava Jato esteja ocorrendo no governo do capitão e do juiz” e disse estranhar o silêncio do presidente Jair Bolsonaro diante dos últimos fatos. Os jornalistas também comentaram sobre o discurso de Jair Bolsonaro na ONU no início da semana. José Benedito considera que o presidente agradou o “núcleo duro” do bolsonarismo, mas perdeu uma grande oportunidade de assumir uma atitude mais ponderada e melhorar sua imagem perante os líderes mundiais. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Golpista, Aloysio Nunes diz que Moro golpeou Dilma

Embora tenha sido um dos grandes articuladores do golpe, o ex-ministro das Relações Exteriores do governo Temer agora diz que Moro vendeu peixe podre ao STF

(Foto: Agencia Brasil/Antonio Cruz)

247 - Em entrevista aos jornalistas José Marques e Felipe Bächtold, da Folha de S.Paulo, o ex-chanceler do governo golpista de MIchel Temer, um dos maiores defensores da destituição da ex-presidenta Dilma Rousseff, agora considera que houve uma "manipulação política do impeachment" pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e pelo ex-juiz Sergio Moro, atual ministro do governo de extrema-deireita de Jair Bolsonaro. 

O político do PSDB de São Paulo afirma que isto ficou provado após a divulgação de mensagens trocadas entre procuradores da operação, obtidas pelo site The Intercept Brasil. 

O ex-chanceler passou a chefiar a Investe SP (agência de fomento de São Paulo) no governo João Doria (PSDB), mas foi obrigado a deixar o cargo após ser alvo de busca e apreensão na 60ª fase da Lava Jato, a Ad Infinitum. ​ 

Aloysio Nunes está envolvido no escândalo que levou à prisão preventiva Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, suspeito de ser operador do PSDB. 

No último mês, foi revelado que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro relatou, em sua deelação premiada que Aloysio teria pedido propina para financiar campanhas do PSDB em troca da liberação de recursos de obras em São Paulo. 

Na entrevista à Folha Aloysio diz que após as revelações das mensagens de procuradores ficou "profundamente chocado com o que aconteceu na Lava Jato". 

Ele afirma que a divulgação de telefonema entre a então presidente Dilma e o ex-presidente Lula em 2016, que resultou em decisão do Supremo Tribunal Federal que barrou a posse de Lula como chefe da Casa Civil do governo, impediu o governo petista de recompor sua base e barrar o impeachment. "Eles manipularam o impeachment, venderam peixe podre para o Supremo Tribunal Federal. Isso é muito grave", afirma Aloysio.

Entrevista de Janot repercute na classe política

Repercussão: Políticos comentam revelação de que Janot quis matar Gilmar. Em entrevista exclusiva a VEJA, ex-PGR conta que entrou armado no STF para cometer crime. Mundo da política tem opiniões críticas, mas também apoio ao ato.
Da redação da Veja


reportagem de capa de VEJA desta semana gerou fortes reações no mundo da política. Em entrevista exclusiva para a revista, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, relatou, entre outros episódios, que entrou armado no Supremo Tribunal Federal para tentar matar o ministro Gilmar Mendes.
O caso é um dos temas mais mencionados nas redes sociais desde a noite da quinta-feira 26 — incluindo autoridades, que fizeram comentários de espanto sobre a história. Entre as opiniões, porém, houve também ao menos um gesto de “solidariedade” a Janot, exposto pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). “Gilmar Mendes nunca teve escrúpulo”, justificou a parlamentar.
Janot foi Procurador-Geral da República entre 2013 e 2017. Na entrevista, o procurador — que lançará um livro na próxima semana —  conta outros episódios em primeira mão, como uma promessa do ex-ministro Antonio Palocci de entregar cinco ministros do STF e a revelação de que Michel Temer (MDB) e Aécio Neves (PSDB) ofereceram cargos a ele para paralisar investigações.
Gleisi Hoffmann (PT-PR), deputada federal e presidente do PT
“Cada vez mais os fatos revelam o quanto as instituições estão reféns do jogo de poder, das disputas corporativas, interesses pessoais. Lula tem sido a grande vítima desse sistema #LulaLivre”
Zeca Dirceu (PT-PR), deputado federal e filho do ex-ministro José Dirceu
“Totalmente irresponsável as declarações do Ex PGR #Janot.
Anunciar que chegou perto de #assassinar um ministro do #STF, só fará com que mentes insanas espalhadas Brasil a fora, comecem a cogitar realmente atitudes desta natureza
Juristas, legalistas, democráticos devem reagir”

Aras julgará Dallagnol em outubro

Augusto Aras pode impor a ele primeira derrota. Novo PGR fazia até agora ressalvas e elogios à Lava Jato; no julgamento, terá que tomar um lado claro no tema.
Folha de S. Paulo - Por Mônica Bergamo

O primeiro teste de Augusto Aras em relação à Lava Jato já tem data certa: no dia 8 de outubro, o novo procurador-geral da República participará do julgamento de Deltan Dallagnol no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
É o primeiro caso em que Dallagnol corre o risco de sofrer uma derrota: o placar do caso —um pedido de Renan Calheiros (MDB-AL) para que Dallagnol responda a processo disciplinar por fazer campanha contra ele na internet —já está em 7 a 2, de um total de 14 votos.
Aras tinha conseguido até agora se equilibrar, fazendo ressalvas e elogios à Lava Jato. No julgamento, terá que tomar um lado claro no tema.

Entrevista de Janot repercute no judiciário

Perplexos, procuradores dizem que Janot agravou situação do MPF ao admitir que quis assassinar Gilmar.
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima

Integrantes da procuradoria viram a decisão do STF desta quarta (26) como derrota duríssima. O sentimento de que o caminho na cúpula do Judiciário tende a se estreitar foi fortalecido, horas após o veredito, com a divulgação no Estado de S. Paulo de entrevista do ex-procurador-geral Rodrigo Janot.
Janot afirmou que foi armado ao STF para matar o ministro Gilmar Mendes. Procuradores que trabalharam com ele disseram ter ficado “em choque, perplexos” com a revelação.
A fala de Janot repercutiu forte no Judiciário. Ministros disseram que ele desmoralizou o posto e acabou com a liturgia do cargo. Indagaram ainda se o ex-procurador estava bêbado ao falar sobre o assunto. A trama consta de livro que ele está prestes a lançar.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Bolsonaro confunde ONU com redes sociais

Bolsonaro discursa na 74ª Assembleia-Geral da ONU | Carlo Allegri/Reuters
O Globo - Por Bernardo Melo Franco


Em sua estreia na ONU, Jair Bolsonaro fez um discurso deslocado no tempo e no espaço. O presidente investiu na retórica anticomunista, como se o mundo ainda estivesse dividido pela Guerra Fria. Diante de cerca de 150 chefes de Estado, escolheu falar para sua base de extrema direita no Brasil.
Bolsonaro se apresentou como um típico autocrata. Atacou a imprensa, a ciência e as universidades. Adotou um tom conspiratório contra ambientalistas e líderes indígenas que se opõem à destruição da Amazônia.
O presidente pareceu confundir as Nações Unidas com sua audiência cativa no Facebook. Mentiu à vontade sobre as queimadas, a ditadura militar e o programa Mais Médicos. Depois de exaltar o regime autoritário, disse defender a liberdade e a democracia.
Em algumas passagens, Bolsonaro ecoou as falas delirantes do chanceler Ernesto Araújo. “A ideologia invadiu a própria alma humana, para dela expulsar Deus e a dignidade com que ele nos revestiu”, disse. O olavismo, quem diria, chegou à tribuna da ONU.
Foi um discurso agressivo, como temiam diplomatas assustados com o Itamaraty da “nova era”. Em vez de moderar o tom, o presidente radicalizou na pregação ideológica e reforçou as críticas a países europeus. Só guardou elogios para os EUA. Mesmo assim, não conseguiu o sonhado jantar a dois com Donald Trump.
Candidato declarado à reeleição, Bolsonaro dedicou boa parte do tempo a animar sua tropa. Elogiou militares, afagou policiais e fez uma deferência ao ministro Sergio Moro, num momento em que a militância lavajatista começa a se distanciar do governo.
Ele também acenou aos evangélicos, que apresentou como vítimas de perseguição religiosa. Sobre os ataques a cultos de matriz africana, cada vez mais frequentes, não deu nenhuma palavra.
Depois de falsear números sobre o território ianomâmi, o presidente criticou o cacique Raoni, líder indígena mais conhecido do país. Aos 89 anos, o caiapó acaba de ser lançado candidato ao Prêmio Nobel da Paz. Ao atacá-lo pelas costas, Bolsonaro deu um impulso inesperado à campanha.
TAGS: Bolsonaro Jair Bolsonaro Bolsonarismo Nações Unidas ONU Ernesto Araújo Itamaraty Ministério das Relações Exteriores Democracia Ditadura militar Amazônia Meio ambiente Emmanuel Macron Angela Merkel Olavo de Carvalho Cacique Raoni Índios Donald Trump Sergio Moro Moro Lava Jat

Doria: exterior cobra do Brasil política ambiental

Antes de crítica a Bolsonaro, Doria relatou cobranças no exterior sobre política ambiental do Brasil.
Foto/fonte: Brasil247
Folha de S. Paulo - Painel 
Por Daniela Lima

O governador João Doria (PSDB-SP), que acabou de retornar de viagem ao Japão, disse a interlocutores, antes de reagir ao discurso de Jair Bolsonaro na ONU, nesta terça (24), que, no exterior, foi obrigado a explicar repetidas vezes a investidores que a política ambiental do governo federal não afeta SP – e que o estado não registra alta nos índices de desmatamento.
Segundo relatos, Doria foi insistentemente questionado sobre o assunto em reuniões e entrevistas em Londres, na Alemanha e no Japão. O único país que não teria colocado qualquer obstáculo ou feito ponderações sobre o tema foi a China.
O governador de São Paulo ampliou a distância de Bolsonaro e têm, nos bastidores, criticado a velocidade com que o presidente se agarrou ao núcleo mais radical de seus apoiadores. Nesta terça-feira, Doria classificou a fala de Bolsonaro na ONU como “inadequada, inoportuna” e de péssima repercussão internacional.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Paulo participa da Climate Week 2019


O governador Paulo Câmara começou, hoje, o seu segundo dia na Climate Week 2019, em Nova Iorque (EUA), participando de um encontro com líderes do Under 2 Coalition – um grupo de governos estaduais e regionais comprometidos em manutenção da temperatura global por meio da redução da emissão de carbono.

O gestor pernambucano apresentou as ações que está realizando em Pernambuco e no Nordeste com esse objetivo, destacando o compromisso com iniciativas inovadoras que dialogam com a preservação dos diferentes biomas e contribuem para o desenvolvimento sustentável.
“O mundo precisa se reinventar e encontrar novos rumos, e nós queremos fazer parte desta caminhada. Estamos dispostos a dedicar esforços, estudos e experiência para reverter os processos destrutivos, construir alternativas renováveis, proteger e conviver de forma saudável com os recursos naturais. Não existe outra opção!  Isso não se efetiva sem uma política clara e uma ação contundente, a favor de um meio-ambiente protegido, respeitado, com o qual a gente convive numa troca positiva, jamais na exploração, agressão, destruição. Não há como desconhecer os efeitos que uma ação irresponsável, degradadora, pode causar sobre o mundo em que vivemos. Pernambuco tem fortalecido as estruturas públicas ligadas à área ambiental. O Brasil precisa debater cada vez mais este assunto e não se afastar dele. O Brasil tem seguido, neste momento, uma contracorrente, o sentido inverso ao que a História ensina contrário ao do futuro”, disse o governador.

Bolsonaro usa tribuna da ONU como palanque

Por Helena Chagas no Blog Os Divergentes



Jair Bolsonaro enfrentou o plenário do mundo, a Assembléia Geral das Nações Unidas, do único jeito que ele sabe: com extrema agressividade, batendo para não levar, atacando para não ter que encarar os diversos temas com a serenidade e a seriedade que eles exigem.
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De Venezuela e Cuba aos governos de seus antecessores, passando pelas ONGs e pela mídia, todos apanharam perante uma assistência internacional perplexa que, ao final, ouviu passagem da Bíblia.

A Amazônia não é patrimônio da humanidade nem pulmão do planeta, decretou o presidente brasileiro, esbravejando contra as minorias. E a ideologização está levando aos lares e à célula-mater da sociedade, a família, questões indevidas como as de gênero. Sim, foi isso mesmo que todo mundo ouviu.

O que se pergunta agora é quais serão as consequências internas externas do novo capítulo da novela, “Bolsonaro contra o mundo”. Certamente irão além das brincadeiras sobre o presidente biruta do Brasil. Investidores costumam ficar desconfiados de países governados por líderes assim, é um provável desdobramento será mais um passo rumo ao isolamento internacional do Brasil.

E internamente? Bolsonaro usou-a tribuna da ONU como palanque para, mais uma vez, falar com seus eleitores. Mesmo assim, pode não ter sucesso. A grande maioria dos que votaram nele não é adepta das grosserias, e sabe distinguir um discurso de estadista de uma fala de palanque.

Acima de tudo, Bolsonaro falou para seus seguidores mais fiéis – aqueles que hoje, segundo o Datafolha, não passam de 12% do eleitorado.

Estado quer avançar com essência de Arraes e Eduardo

Por Walter Santos - Editor da Revista Nordeste

A primeira impressão de quem dialoga com o governador Paulo Câmara é de que ele, dentro da modernidade, projeta resultados especiais para Pernambuco. Agora, linkado com o sentido de crescimento coletivo do Consórcio gerado pelos Governadores do Nordeste, ele vai além, ao unir futuro vinculado com a essência passada de Miguel Arraes e Eduardo Campos, transbordando em João Campos. Nesta entrevista, ele fala de quase tudo e crê no amanhã. O chefe de Executivo pernambucano analisa o processo histórico e a parte dedicada ao seu Governo.
Walter Santos – O senhor conviveu, nas suas gestões, com três governos diferentes (Dilma, Temer e Bolsonaro), sempre precisando ajustar as contas para sobreviver e ainda cumprir as propostas de campanha. Como tem sido sua convivência com o Governo Bolsonaro?
Paulo Câmara – A política presume diálogo, seja com aliados ou com adversários. Sempre me pautei por essa premissa, e não tem sido diferente na relação com o atual governo federal. Estamos politicamente em lados opostos, mas é preciso ter em mente, acima de qualquer posicionamento, que fomos todos eleitos pelo povo, para trabalhar pelo povo. Então, procuro manter canais de diálogo abertos com a gestão federal, me relaciono bem com ministros, os recebo e sou recebido por eles de forma cordial, sempre buscando atender aos interesses da população de Pernambuco que me escolheu para representá-la. Não sou adepto da crítica pela crítica, mas sou de uma escola de políticos e gestores que não se calam diante das injustiças e desequilíbrios. Pernambuco é um dos 27 Estados brasileiros e, assim como os demais, merece ser tratado de forma justa e equivalente. Essa será sempre a nossa principal cobrança ao Governo Bolsonaro.
Walter Santos – Comparando às fases anteriores, como foi a etapa Dilma Rousseff e, depois, a de Michel Temer?
Paulo Câmara – Como falei antes, sempre procuro manter canais de diálogo em todos os níveis, acima de questões políticas. O governo Dilma Rousseff enfrentou muitos percalços e precisou gastar muita energia para se preservar, mas sempre que foi possível dialogar sobre os interesses do nosso Estado, nós dialogamos. Da mesma forma nos posicionamos diante do governo de Michel Temer. Politicamente, nos colocamos na oposição a ele, por decisão conjunta do meu partido, o PSB, do qual sou vice-presidente nacional. Mas esse posicionamento nunca foi obstáculo para o diálogo administrativo em favor dos melhores interesses de Pernambuco.
Walter Santos – O senhor foi reeleito em meio a muitas restrições conjunturais e financeiras. Como é governar Pernambuco sucedendo um líder do tamanho de Eduardo Campos?
Paulo Câmara – Eu atuei nos dois governos de Eduardo Campos como seu secretário, em três pastas diferentes:  Administração, Fazenda e Turismo. E aprendi muito com ele, um político e gestor com visão de longo prazo, mas também com um grande bom senso ao tomar decisões imediatas. Assistir a Eduardo governar, e auxiliá-lo nessa missão, foi um imenso aprendizado. Era inegável que o futuro dele oferecia um horizonte mais amplo, nacional. Lamentavelmente, houve uma fatalidade que privou o Brasil de uma convivência maior com ele, uma convivência que prometia bons frutos para todo o País. Então, aqui em Pernambuco nós procuramos honrar a memória de Eduardo e governar com a mesma atenção e dedicação que ele mantinha, sobretudo para com os que mais precisam do Estado. Governar, e governar bem, exige entrega e sacrifício pessoal, mas a realização e a alegria de poder melhorar a vida da população de Pernambuco compensa tudo isso.
Walter Santos – Como é sua relação com a viúva Renata Campos e o filho de Eduardo, o deputado federal João Campos?
Paulo Câmara – Tenho uma relação muito respeitosa e bastante próxima com ambos. Sempre que é possível, Renata está presente aos nossos eventos, participa, se engaja e colabora com a nossa gestão. Ela é uma guerreira, uma mulher valente e de extrema dedicação aos que mais precisam. João é um jovem dinâmico e muito inteligente, que desde cedo esteve imerso na política, observando as ações do pai. Começou a se engajar ainda muito novo, como militante e depois como dirigente do PSB, e acho natural que seu caminho seja a política como meio de transformação da vida das pessoas. Tem um enorme potencial de trabalho e, sobretudo, uma visão de sociedade justa muito semelhante à que tinha Eduardo Campos.
Walter Santos – Como o senhor se auto define política e ideologicamente, nesse tempo em que crescem agrupamentos de ultra-direita no País e até em seu Estado, com pautas super conservadoras? O senhor anda satisfeito com o saldo de seu governo?
Paulo Câmara – Trabalhamos muito sob um cenário de muita adversidade, conseguimos fazer muitas ações importantes para a população e estou muito estimulado diante do que ainda podemos avançar. Nos últimos anos, Pernambuco tem crescido o dobro do índice de crescimento do País, tem recebido novos investimentos, gerando mais empregos e renda e lutando bravamente contra a crise econômica nacional. Agora, antes de mais nada, me considero um gestor responsável e comprometido com a população do meu Estado, principalmente com aqueles que mais dependem das nossas ações. Também mantenho sempre no horizonte as minhas referências políticas. Homens como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, que legaram realizações imensas ao País. E outros mais próximos a mim: Miguel Arraes e Eduardo Campos, dois exemplos de como um homem público deve atuar, voltado para os mais necessitados e, ao mesmo tempo, pensando no futuro do Estado. Sou integrante do PSB, vice-presidente nacional do partido, o único ao qual já estive filiado. O pensamento socialista moderno se baseia exatamente nesses exemplos de gestão popular que citei, de Arraes e Eduardo, e essa é a melhor forma como eu poderia me definir politicamente.
Walter Santos – Há a projeção de encontros do Fórum dos Governadores com investidores europeus e chineses. Quais são as pautas/obras fundamentais e prioritárias de seu Governo para Pernambuco?
Paulo Câmara – Acima de tudo, é preciso estar sempre atento para atrair novos investimentos para o Estado, porque essa é a melhor forma de gerar empregos e gerar renda.  O Fórum de Governadores do Nordeste é um bom meio de articulação, mas para que tudo isso aconteça, é preciso antes fazer o dever de casa, como temos feito. Ter iniciativas que atraiam esses investidores, tanto europeus como asiáticos e norte-americanos, consolidando, por exemplo, os polos industriais, como vimos fazendo em Suape, no Cabo de Santo Agostinho, em Itapissuma, em Goiana, e também na interiorização de indústrias e serviços que gerem mais empregos e distribuam mais riquezas para todas as regiões do Estado. Temos investido pesado na educação, que colocou Pernambuco na liderança do ranking nacional do Ensino Médio, e também na segurança pública. Nosso bem sucedido Programa Pacto pela Vida vem reduzindo sucessivamente, há mais de 20 meses, os índices de criminalidade em todo o Estado e, recentemente, tornou-se modelo de inspiração para um programa do governo federal. Temos investido na saúde, com a reforma de hospitais e a construção de novas unidades do litoral ao sertão, na melhoria das estradas e também no social, com o reforço de programas de distribuição de renda, de profissionalização e de resgate da cidadania. Essas são as nossas pautas prioritárias.
Walter Santos – Como tem sido seu relacionamento institucional e de negócios com a China?
Paulo Câmara – Temos uma aproximação com a China, uma relação próxima com o consulado chinês e com o cônsul comercial, e isso já garantiu ao Estado duas missões, em que mandamos equipes de nossas secretarias. Uma delas foi voltada para a promoção comercial na China. Nosso time passou mais ou menos 20 dias por lá, numa imersão de conteúdo e também na área prática. Visitaram várias empresas, conheceram empreendimentos e tiveram a oportunidade de abrir o diálogo sobre negócios em várias delas. A segunda missão foi voltada para a área de empreendedorismo. O grupo também passou 20 dias e conheceu outras cidades chinesas e outros tipos de empreendimentos. A China tem um leque muito aberto de interesses relacionados com os projetos que temos a ofertar. É um lugar de dimensões continentais, então tem ali múltiplas oportunidades. Hoje, o que já estreitamos mais foram investimentos na área de infraestrutura. Também vamos ter a oportunidade do TECON 2, na área de logística. Inclusive, um grupo de trabalho está sendo criado para atuar em projetos estratégicos para o Estado e enviar uma carteira de ofertas de projetos aos chineses. Hoje, tanto a China quanto qualquer outro investidor internacional se interessa em discutir, quando se tem uma carteira de projetos pronta.
Walter Santos – Com a formação do Consórcio Nordeste, foi aberta uma linha de aproximação dos países europeus com os governos dos Estados nordestinos para fechar negócios. O que pode vir de positivo?
Paulo Câmara – Isso se tornou um horizonte mais próximo. Abrimos, por exemplo, uma conversa com a AFD, a Agência Francesa de Desenvolvimento, e ela tem aportes para investimentos públicos, investimentos privados e investimentos que venham através de parcerias público-privadas. Eles têm recursos. Estamos montando uma carteira de projetos para conversar com eles, o que deve acontecer mais ou menos em 20 dias. Também vamos ter um evento em Natal, o EBA, que é o Encontro Brasil-Alemanha, voltado mais para negócios na área das indústrias. Vamos ter uma participação nesse evento e a oportunidade de conversar com empresas alemãs que tenham interesse em investir aqui no Brasil. Com uma carteira de projetos bem estruturada, e mantendo um bom diálogo, tenho certeza de que vamos avançar.
Walter Santos – O Brasil vive uma fase de recessão e alta do desemprego. Como o senhor tem se virado para manter a máquina com saúde fiscal e produzindo obras e serviços?
Paulo Câmara – Quando assumi, desde o meu primeiro mandato, sabia que não seria fácil, que iria encarar muitos desafios na gestão, com um país imerso nessa crise econômica sem precedentes. Mas a minha longa experiência como auxiliar nos governos de Eduardo Campos, e a minha sólida formação como servidor público, me garantiram equilíbrio e visão necessários para enfrentar tudo com a cabeça erguida e com disposição de trabalho. Começamos por fazer um dos maiores ajustes fiscais já realizados no País, cortando na própria carne, reduzindo despesas de custeio e enxugando o orçamento para honrar compromissos públicos, como o pagamento em dia dos servidores, do 13º salário, compromissos que vários Estados brasileiros, por conta da crise, terminaram não conseguindo honrar. Mas precisávamos que sobrassem recursos para investimentos na melhoria dos serviços prestados aos cidadãos. E conseguimos, com muito esforço, investir numa política de segurança pública que hoje é vista como exemplo por muitos governantes, numa política educacional e de saúde igualmente bem sucedidas. Tudo isso foi conquistado com muito trabalho, com muito diálogo e com muito engajamento da nossa equipe e da própria população.
Walter Santos – A educação tem sido um ponto importante no seu governo. Qual a fórmula de manter investimentos mesmo com o governo federal reduzindo repasses nessa área?
Paulo Câmara – Na verdade, não existe uma fórmula pronta. Existe trabalho, dedicação e diálogo. Pernambuco criou e implementou, de forma pioneira no Brasil, o formato das escolas integrais, com atendimento mais amplo e de qualidade ao aluno. E isso virou modelo nacional. Agora, estamos iniciando o Criança Alfabetizada, um programa de investimentos no ensino básico - em princípio, de responsabilidade dos municípios - firmando parcerias com todas as 184 prefeituras de Pernambuco, que se engajaram com entusiasmo na nossa proposta. Vamos, juntos, remodelar o ensino básico e torná-lo ainda mais atrativo para os estudantes, combatendo a evasão escolar e garantindo, num futuro próximo, que todas as crianças de Pernambuco sejam alfabetizadas, e alfabetizadas com qualidade, com nível de excelência. Da mesma forma como chegamos ao topo do ranking do ensino médio no Brasil, queremos atingir o mais alto nível também no ensino básico. Educação é o único caminho para o futuro de Pernambuco e do Brasil, e não podemos pensar pequeno nessa área.
Walter Santos – Até o final de dezembro, qual a principal prioridade da gestão?
Paulo Câmara – Não há uma, mas várias prioridades. Diria que é prioritário garantir o funcionamento e os avanços nas áreas que citei, da educação, da saúde e da segurança, mas também do desenvolvimento econômico, dos investimentos. A cada mês que fechamos, avaliamos os índices e constatamos o crescimento positivo. Mas se virmos que algo não correu a contento, chegamos junto, reforçamos a área e cobramos resultados. Foi para isso que a população nos colocou aqui.
Walter Santos – O senhor vai participar da eleição municipal juntamente com o prefeito Geraldo Julio, no Recife. O que o senhor acha de João Campos para a disputa?
Paulo Câmara – Primeiramente, é bom ressaltar que, como governador, minha missão prioritária é dar continuidade à gestão no Estado. Essa é uma obrigação da qual não abro mão. É claro que 2020 está próximo, mas ainda estamos em 2019, e não há um cenário eleitoral definido. Há tendências, indicações, mas é muito cedo para falar em nomes. Não só para a disputa no Recife, mas em todo o Estado, as conversas ainda estão acontecendo. No período adequado, pretendo circular por todos os municípios onde tivermos candidatos aliados à Frente Popular, levando o meu apoio. Quanto a João Campos, como já falei antes, é um jovem brilhante e de futuro político promissor. Mas não sou eu, nem ele, quem decide o candidato. Quem indica o nome é o partido, e o PSB é bastante unido nesse sentido. No momento oportuno, avaliaremos o potencial dos nossos quadros e decidiremos em conjunto. Afinal, como dizia Miguel Arraes, não basta querer ser candidato, é preciso se viabilizar como candidato.
Walter Santos – Em meio a todas as revelações do The Intercept contra diversos personagens da Lava Jato, o que o senhor defende para Lula e seus algozes, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol?
Paulo Câmara – Justiça. Isso é sempre fundamental. O julgamento e a condenação do ex-presidente Lula foram muito rápidos, por isso levantaram questionamentos de uma parte da sociedade, ao ponto de o Supremo Tribunal Federal, por iniciativa do ministro Edson Fachin, chegar a discutir uma eventual revisão dos autos do processo. Quanto ao ministro Sérgio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol, cabe aos seus pares e ao Poder Judiciário analisarem o trabalho feito na Lava Jato e as decisões tomadas por eles. As denúncias obtidas a partir das gravações divulgadas pelo The Intercept precisam, também elas, ser apuradas com cuidado e equilíbrio. Essa é uma missão do Judiciário. Assim como todo cidadão realmente interessado no esclarecimento definitivo dos fatos, vamos acompanhar o desenrolar desse processo.
Entrevista veiculada na última edição da Revista Nordeste – www.revistanordeste.com.br

Partidos de oposição denunciam Witzel ao STJ

Os principais partdios da oposoção: PT, PSOL, PSB, PDT e PC do B denunciam Witzel ao STJ por "política de extermínio". Partidos pedem que governador do Rio responda por "crimes que vem sendo praticados" pela PM do RJ.
Folha de S. Paulo - Por Mônica Bergamo


Os principais partidos de oposição vão entrar nesta segunda (23) com uma notícia-crime contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSL-RJ), para que ele "responda pelos crimes que vem sendo praticados pela polícia militar do estado que governa, que ocorrem sob seu aval, estímulo e fomento".
A ação será apresentada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), corte que julga denúncias contra governadores de estado.
Ela é assinada por Carlos Lupi, presidente do PDT, Carlos Siqueira, presidente do PSB, Gleisi Hoffmann, presidente do PT, Juliano Medeiros, presidente do PSOL, e Luciana Santos, presidente do PC do B.
A decisão foi tomada em resposta à morte de Ágatha Felix, de 8 anos, que levou um tiro de fuzil nas costas no Complexo do Alemão.
Para as legendas, a morte dela "somente reforçou nossa certeza de que é preciso parar essa política de extermínio da população pobre e das periferias do estado do Rio de Janeiro". Elas lembram que outras quatro crianças morreram em ações policiais só neste ano. 
Leia a íntegra da nota divulgada pelos partidos:

"PARTIDOS DE OPOSIÇÃO ENTRAM COM NOTÍCIA CRIME CONTRA WITZEL
A letalidade observada nas operações militares comandadas pelo atual governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel tem despertado preocupação e revolta da sociedade civil em nível nacional e internacional. 
A truculência em operações policiais era uma das pautas defendidas por Witzel quando ainda aspirava como candidato nas últimas eleições estaduais, adotada desde janeiro como política de governo.
A morte da pequena Aghata Vitória Salles Felix, de 8 anos de idade, com um tiro de fuzil nas costas, no complexo do Alemão, na última sexta-feira (21) somente reforçou nossa certeza de que é preciso parar essa política de extermínio da população pobre e das periferias do estado do Rio de Janeiro. Ághata foi a quinta criança morta em ações policiais neste ano.
Nesse sentido, os partidos de oposição, no compromisso com a democracia, com uma política de segurança pública responsável, com a defesa dos direitos da população vulnerável e com a vida das crianças, apresentam uma NOTICIA CRIME AO SUPERIOR TRIBUNAL JUSTIÇA contra o governador do Estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, para que responda pelos crimes que vem sendo praticados pela polícia militar do estado que governa, que ocorrem sob seu aval, estímulo e fomento.
A ação será protocolada nesta segunda-feira. Esperam os partidos que haja uma resposta do Poder Judiciário para fazer cessar essa guerra aberta, cuja vítima é a sociedade.
CARLOS LUPI – Presidente do PDT
CARLOS SIQUEIRA – Presidente do PSB
GLEISI HOFFMANN – Presidenta do PT
JULIANO MEDEIROS – Presidente do PSOL
LUCIANA  SANTOS – Presidenta do PCdoB"