sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Ministro vai amanhã a Garanhuns e Caruaru para autorizar passarelas



                             

Em cumprimento a acordo feito com o deputado federal eleito Fernando Rodolfo (PHS-PE) em audiência no dia 13 de novembro último, em seu gabinete (foto), o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, irá amanhã (sexta, 07) a Garanhuns e Caruaru para autorizar a elaboração dos projetos de seis passarelas de pedestres, ao custo estimado total de R$ 15 milhões.

“As passarelas, uma antiga e justíssima reivindicação da população das duas cidades, estão asseguradas. Os recursos para sua construção foram contemplados no orçamento de 2019 do Ministério, alocados na rubrica de manutenção rodoviária do DNIT, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes”, sublinha Rodolfo.

O deputado federal eleito informou que na BR 424, em Garanhuns, serão construídas duas passarelas, e na BR 104, em Caruaru, serão erguidas quatro. Segundo ele, a autorização para os projetos será dada pelo ministro dos Transportes em Garanhuns, às 13h30, em rápida solenidade na entrada do bairro Manoel Chéu, e às 16h30 em Caruaru, em cerimônia na frente do terminal rodoviário da cidade.

Explica Rodolfo que o custo de R$ 15 milhões se justifica porque as passarelas serão construídas em concreto e não de ferro fundido, de manutenção mais dispendiosa.

Na audiência em Brasília, o deputado federal eleito argumentou a Valter Casimiro que os vários casos de atropelamento e mortes nas travessias das duas movimentadas rodovias exigem a instalação das passarelas.

Deputados do PSL procuram Maia para discutir vagas na Câmara

Deputados do PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, têm procurado, nos últimos dias, o presidente atual da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir o futuro espaço da sigla na Mesa Diretora e em comissões chave da Casa.

Nos bastidores, atualmente, o pano de fundo da discussão é a sucessão no comando da Casa – que acontece em fevereiro. Maia quer ser candidato novamente, e já pediu neutralidade do governo Bolsonaro, que declarou publicamente que não iria interferir na disputa.
Ocorre que, nos últimos dias, como publicou o jornal "O Globo", ontem, mensagens de grupo do PSL no whatsapp vieram a público mostrando que o partido do presidente – incluindo um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro – está articulando sobre o tema.
A movimentação irritou aliados de Maia, como os partidos do chamado "Centrão", que negociam apoio ao atual presidente da Casa.
A cúpula do PSL insiste em lançar Luciano Bivar, atual presidente do partido. Mas, outros deputados do partido preferem um nome de fora, e procuraram Maia para negociar uma vaga na Mesa Diretora, como a vice-presidência da Casa, além da presidência Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – uma das mais importantes.
É pela CCJ que passam todos os projetos relacionados a constitucionalidade e legalidade que, depois, são submetidos ao plenário.
A vice-presidência, na chapa de Maia, deve ficar com um partido do "Centrão". Na gestão atual, o posto é ocupado pelo MDB. ( Do blog da Andréia Sadi).

Morre ex-governador de RR José de Anchieta

O ex-governador de Roraima José de Anchieta (PSDB), 53, morreu, na noite de ontem, em Boa Vista. Ele sofreu um infarto quando jantava com a filha caçula em casa. Anchieta foi casado com a deputada federal Shéridan Oliveira (PSDB).

O tucano governou o estado de 2007 a 2014 e disputou a eleição deste ano, foi ao segundo turno contra Antonio Denarium, mas não se elegeu. A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), decretou luto oficial de cinco dias pela morte de Anchieta, segundo o G1.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Não temos mesmo poder que EUA, diz Temer

Sobre política externa de Bolsonaro
Estadão Conteúdo

No último mês de seu mandato, o presidente Michel Temer disse, em entrevista na noite desta quarta-feira, 5, acreditar que o seu sucessor, Jair Bolsonaro, vai acabar adotando uma política externa multilateral, diferente do que vem indicando nas últimas semanas. “Não temos o mesmo poder que os Estados Unidos”, disse.
Bolsonaro nomeou um diplomata admirador do presidente americano, Donald Trump, e crítico da globalização, Ernesto Araújo, para o ministério de Relações Exteriores. Ele já indicou que deve priorizar as relações bilaterais com os Estados Unidos e Israel.
“Em face da globalização, você não tem como lançar uma política isolacionista. Eu não sei se os Estados Unidos podem, porque são um País poderoso. Nós não temos o mesmo poder nem econômico, nem político, nem internacional dos Estados Unidos. Então não podemos, temos que adotar o multilateralismo”, defendeu o presidente, em entrevista à jornalista Roseann Kenedy, na TV Brasil.
 “Eu penso que o presidente Bolsonaro vai acabar adotando essa fórmula, digamos, universal. De universalizar as relações com os vários países”, completou Temer.

O brilho minguante de Ônyx

POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço



Mesmo com o “desconto” da habitual grosseria do presidente eleito, a sua declaração sobre qual é a reação do novo governo às investigações sobre os recursos de “caixa-dois” que teriam sido recebidos pelo seu “ex-super” ministro da Casa Civil, Ônyx Lorenzoni foi um verdadeiro coice no parlamentar gaúcho, seu aliado de primeira hora:

“Olha só, havendo qualquer comprovação obviamente ou uma denúncia robusta contra quem quer que seja do meu governo que esteja ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada”.

O problema é que, além da grosseria, os fatos também estão a atingir Ônyx.

Primeiro, fatiaram-lhe o superministério colocando o general Carlos Alberto dos Santos Cruz como ministro chefe da Secretaria de Governo, que seria absorvida pela Casa Civil e, pior, que parte da articulação política ficará com ele.

O incalável General Mourão também chalou um pouco dela para si, embora poucos creiam que ele vá atrair algum interlocutor à luz do dia.

Paulo Guedes não esconde sua irritação com a tática de minimizar a reforma da previdência previamente, em lugar de pedir muito mais e, se necessário, ceder algo.

As articulações de Rodrigo Maia para presidir a Câmara – algo nada ao gosto de Bolsonaro – vão bem, obrigado e mais de uma dúzia de partidos, diz a Folha, pretendem formar um “neocentrão” para colocar o “dá cá” na frente do “toma lá”, com mais de 300 deputados.

Por tudo isso, avolumam-se os sinais de que Lorenzoni, na expressão de Teresa Cruvinel, no JB, já tenha caído num processo de “fritura precoce”.

Solidariedade – ou piedade – até agora só achou de Sérgio Moro, avalista de seu arrependimento e perdão pelo dinheiro recebido por fora, por serviços prestados à comunidade lavajatense.

Arrisca-se a ser o Magno Malta, parte 2.

O Brasil com mais pobres e pobres mais pobres

POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço


A notícia é apenas um pequeno registro na capa do site de O Globo, com uma fria chamada: Com a crise, pobreza é mais intensa e distância para classe média aumenta.

Os fatos, porém, são registrados em números dramáticos.

“Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, o Brasil tinha no ano passado 54,8 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza”. Ou seja, 21 reais por dia.

Em um ano, o numero de pobres aumentou em 2 milhões. Quase uma Salvador ou um Fortaleza de “novos pobres” em um ano.

E não apenas pobres, mas pobres mais pobres: abaixo da linha de indigência, de R$ 7,30, são 15 milhões de seres humanos. Um e meio milhão a mais que em 2016.

A reportagem apresenta cálculos de que seriam necessários R$ 10 bilhões por mês para tirar todos da pobreza e pelo menos R$ 1,2 bilhões mensais ao menos para aliviar a situação dos miseráveis que são os 7,4% da população brasileira que vive com menos de 140 reais por mês

Situação bem diferente das dos 71.440 brasileiros que ganham mais de R$ 1,3 milhão por ano, com uma renda média de R$ 4,2 milhões e pagaram apenas 6,7% sobre toda a sua renda como imposto.

Realmente, como diz o presidente eleito Jair Bolsonaro, é um inferno ser patrão no Brasil, coisa que ninguém mais quer.

Estão todos indo para o Bolsa Família, receber R$ 200 por mês.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Olavo de Carvalho criou os filhos longe da escola em meio esotérico islamico

247 - Ligado à extrema-direita, apontado como "guru" do presidente eleito Jair Bolsonaro e responsável pela indicação de dois ministros do futuro governo, Olavo de Carvalho tem um lado de sua vida pouco conhecido. De acordo com sua filha Heloisa de Carvalho (49), ela foi impedida por ele de frequentar a escola e só veio a se alfabetizar na adolescência. Ainda segundo Heloísa, Olavo de Carvalho, hoje defensor intransigente do cristianismo viveu durante cinco anos em uma comunidade muçulmana esotérica e foi adepto da poligamia, mantendo ao seu lado até três esposas
As revelações sobre o passado do "defensor do ensino à distância" e do projeto "Escola sem Partido" foram feitas por Heloísa Helena em uma entrevista à Carta Capital. Segundo seu relato, ela cursou "a primeira série do ensino fundamental aos sete anos, tendo passado os seis seguintes longe da escola, assim como seus outros dois irmãos". "Foi só em 1983, quando tinha 12 anos, que voltou a estudar, ao deixar a casa do escritor para morar com uma tia materna, que tomou a decisão de colocar a sobrinha na escola. Já os outros irmãos, que dependeram apenas de Olavo e da mãe para estudar, não passaram da quarta série até hoje", destaca a reportagem.

Conforme Heloísa relata, as crises familiares eram frequentes. Aos dez anos ela presenciou uma tentativa de suicídio da mãe decorrente de uma depressão provocada pelos casos extraconjugais de Olavo. "Com a mãe tendo sobrevivido, mas ainda adoentada, Heloísa foi morar com Olavo e sua nova esposa. Foi quando ele a colocou de volta na escola. Ela tinha de 11 para 12 anos e entrou na segunda série do ensino fundamental, com crianças muito novas", destaca o texto. Foi nesta época que uma tia preocupada com a situação disse que pretendia cuidar da criança. "Ele aceitou facilmente. Então, essa minha tia me colocou para estudar. Eu frequentava o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), em uma favela perto de casa, à noite", relata Heloísa.

Por volta dos 14 anos, ela recebeu uma visita da mãe que afirmou ter se tornado "uma boa amiga do Olavo, que tinha se separado de sua segunda esposa e agora morava em uma casa grande na região central de São Paulo. Ela me disse que tinha conversado com meu pai e queria que eu fosse morar com eles e com meus irmãos naquela casa". "Chegando lá, vi que não moravam no local só o Olavo, minha mãe e meus irmãos. Na verdade, meu pai estava morando em uma casa coletiva, com mais umas 30 pessoas, em quartos com beliches e triliches", relembra.

"Heloisa ainda não sabia, mas ali funcionava uma tariqa, um centro de estudos esotéricos sobre o islamismo. Seu pai tinha se convertido, era então um muçulmano, fazia as cinco rezas diárias voltado para a cidade de Meca. Mas não foi isso o que mais surpreendeu a jovem. "Ele havia aderido à poligamia, tinha três esposas, a Roxane, a Meri Harakawa e a Tereza", contou Heloísa à reportagem.

Leia a íntegra da entrevista na Carta Capital.

O Globo: “Cala boca” a Mourão pode ser reação ao filho de Bolsonaro



POR FERNANDO BRITO ·no Tijolaço


O site de O Globo dá manchete para um suposto “cala a boca” que teria sido ordenado pelo ex-capitão Jair Bolsonaro a seu vice, o general Hamílton Mourão.

Segundo o jornal, a ordem teria sido “repassada ao general por meio de alguns dos mais próximos aliados de Bolsonaro, é que o militar adote uma postura mais discreta e deixe que o presidente eleito concentre os holofotes, sendo o único porta-voz do futuro governo.”

De fato, Mourão anda mais quieto do que de costume, praticamente sem dar declarações nos últimos dias. Embora, claro, deva acabar falando algo hoje ou amanhã para “desmentir” que esteja sendo mandado ficar em silêncio, como manda a cartilha da hipocrisia.

O fato, porém, é que no desenho apresentado segunda-feira por Ônyx Lorenzoni o papel de Mourão é o de ser vice, nada mais. Não lhe é dada, ali, nenhuma atribuição.

O problema é que, segundo reza a prática da política, vice sem atribuição arranja logo uma: a de conspirar.

O Globo já sugere na notícia que pode ser assim, como já se especulou aqui, dias atrás:

O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito, é o que mais tem reagido mal ao vice e insistido para que o pai freasse o general. Na semana passada, a intriga ganhou as redes sociais quando o Carlos, no Twitter, escreveu, sem citar nomes, que morte de Bolsonaro “não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após sua posse.”
Questionado se a mensagem havia sido uma indireta, Mourão se irritou e disse que caberia a Carlos esclarecer a sua mensagem.

Mourão não é estreante em deixar seus chefes em situações constrangedoras com suas declarações. Ainda na ativa, fez isso com o general Villas-Bôas, comandante do Exército, ao sugerir uma intervenção militar

Te cuida, Bolsonaro, porque a lua-de-mel será curta



POR HELENA CHAGAS, no Blog Os Divergentes

Te cuida, Bolsonaro, porque a lua-de-mel pode acabar antes de o governo começar. O presidente eleito conseguiu desagradar a gregos e goianos com suas afirmações sobre a Previdência. Antes, pela denotada falta de pressa, corroborada pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na linha de que temos quatro anos para votar a reforma, que não pode “matar os idosos”. Agora, porque – talvez para acalmar os ânimos de quem se escandalizou com as primeiras afirmações e sinalizar que pelo menos uma parte será votada logo – disse que vai fatiar a Previdência.

A começar pelos editoriais dos grandes jornais, o establishment econômico amanheceu atirando, assim como o mercado havia reagido ontem. O Estadão, só para citar um exemplo, aponta “espantosa alienação” do novo governo em relação ao principal problema das contas públicas e aconselha Bolsonaro a “começar a estudar melhor os temas mais importantes com os quais terá de lidar”.

Como dissemos aqui ontem, o mercado e setores do PIB só apoiaram a candidatura Bolsonaro por acreditar que, com ele, seria mais fácil aprovar suas reformas. Ao ratear, o presidente eleito deixa esse povo todo em pânico. Agora, como se vê, é tarde demais para as elites voltarem atrás. Temos um presidente eleito democraticamente e ele vai ter que assumir.

Mas o que vai rolar de pressão sobre o novo governo não vai ser brincadeira, e não sabemos ainda qual será o comportamento de Bolsonaro sob esse tipo de pressão. Por enquanto, continua atirando nos de sempre: a esquerda, a mídia, e suposta velha política… Com o chamado “andar de cima”, até agora estava em paz.

Há quem diga que o fracasso da semana deve-se à ausência de Paulo Guedes que, acamado, não veio a Brasília. É bem possível, já que o superministro da Fazenda é o elo de ligação entre o bolsonarismo e o PIB/mercado.

Em tempo: não há nada demais em fatiar a reforma da Previdência. Aliás, todas as reformas da Previdência aprovadas até hoje sempre foram pedaços de projetos iniciais mais profundos que, obviamente, foram limados ao longo do debate no Congresso e na sociedade. A realidade cuida de fatiar esse tipo de reforma. Só que cabe ao governo mandar um projeto de mais substância ao Congresso, como se nele acreditasse, e esperar a ação do tempo. Há coisas que se faz, mas não se diz.

Em 1 ano, aumenta em quase 2 milhões número de brasileiros pobres, aponta IBGE

Favela e pobreza no Brasil. Foto: Tania Rego/Agência Brasil

Do G1:

Em apenas um ano, o Brasil passou a ter quase 2 milhões de pessoas a mais vivendo em situação de pobreza. A pobreza extrema também cresceu em patamar semelhante. É o que mostra a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa, em 2016 havia no país 52,8 milhões de pessoas em situação de pobreza no país. Este contingente aumentou para 54,8 milhões em 2017, um crescimento de quase 4%, e representa 26,5% da população (em 2016, eram 25,7%).

Já a população na condição de pobreza extrema aumentou em 13%, saltando de 13,5 milhões para 15,3 milhões no mesmo período. Do total de 207 milhões de brasileiros, 7,4% estavam abaixo da linha de extrema pobreza em 2017. Em 2016, quando a população era estimada em cerca de 205,3 milhões, esse percentual era de 6,6%.

Segundo o IBGE, é considerada em situação de extrema pobreza quem dispõe de menos de US$ 1,90 por dia, o que equivale a aproximadamente R$ 140 por mês. Já a linha de pobreza é de rendimento inferior a US$ 5,5 por dia, o que corresponde a cerca de R$ 406 por mês. Essas linhas foram definidas pelo Banco Mundial para acompanhar a pobreza global. (…)

Dos estimados 54,8 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, mais de 25 milhões estão nos estados do Nordeste. Nessa região, 44,8% da população estava em situação de pobreza em 2017.

Já na região Sul viviam 3,8 milhões de pessoas em situção de pobreza – o equivalente a 12,8% dos quase 30 milhões de habitantes dos três estados. No Sudeste, eram 15,2 milhões de pessoas, o equivalente a 17,4% da população total da região. (…)

Pesquisa inédita do Ipea revela que 56 mil jovens no Recife nem trabalham nem estudam

Estudo internacional lançado em Brasília nesta segunda-feira, 3, na sede do Ipea, aponta que é necessário repensar políticas públicas para a juventude no Brasil

O estudo "Millennials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar?", lançado no Brasil nesta segunda-feira (03), na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, apresenta uma radiografia da juventude da região a partir de dados de 15 mil jovens de 15 e 24 anos, moradores de áreas urbanas de nove países: Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Haiti, México, Paraguai, Peru e Uruguai. A pesquisa revela que em média 21% dos jovens, o equivalente a 20 milhões de pessoas, não estudam nem trabalham. Enquanto isso, 41% se dedicam exclusivamente ao estudo e/ ou capacitação, 21% só trabalham, e 17% trabalham e estudam ao mesmo tempo. No Brasil, o estudo foi feito com 1.488 jovens do Recife e aponta que os indicadores educacionais do público jovem cresceram: 71% na faixa de 15 a 17 anos apenas estudam. Com isso, a taxa de alfabetismo é de apenas 1% entre jovens de 15 a 24 anos com ensino fundamental e consequentemente 53% na faixa dos 19 anos tem ensino médio, conforme dados de 2015.

Entre aqueles que só trabalham temos 25% entre os 23 e os 24 anos. Por outro lado, a tendência dos jovens que não estudam ou trabalham chegam a 10% em sua maioria entre a faixa dos 15 aos 17 anos. "Temos no Brasil 56 mil jovens que não estudam e não trabalham, mas são jovens que aspiram ter emprego e estudar. Eles querem alcançar o nível superior e acreditam ser possível alcançar o nível superior, além de terem confiança na possibilidade de alcançar o mercado de trabalho atuando na profissão que desejam. Esta nova geração é bastante otimista com relação a suas metas", destaca a pesquisadora do Ipea, Joana Costa, uma das responsáveis pela condução do trabalho no Brasil.

Realizado pelo Ipea em parceria com a Fundación Espacio Público do Chile, o Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento Internacional (IRDC) do Canadá, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o trabalho mostra que, apesar das habilidades cognitivas, técnicas e socioemocionais dessa geração, as possibilidades educacionais e as oportunidades do mercado de trabalho limitam o seu desenvolvimento e sua posição na sociedade. Em todos os países pesquisados, há um contingente expressivo de jovens que não trabalham nem estudam, em sua maioria de famílias com menos recursos. As taxas são maiores no México (25%), em El Salvador (24%), no Brasil (23%) e no Haiti (19%), por razões como crise econômica, falta de políticas públicas, problemas de saúde ou de ordem médica, obrigações familiares com parentes e filhos, entre outros. O estudo revela assim que o Brasil tem um dos maiores percentuais de jovens que não trabalham e não estudam.

As diferenças entre homens e mulheres jovens são evidentes no levantamento. Entre aqueles que não trabalham e não estudam, o número de mulheres chega a ser o dobro de homens. Esse fenômeno quase triplica em países como El Salvador e Brasil, no qual Recife, capital pernambucana, foi escolhida como cidade referência para a coleta de dados. Temos uma média de 26,3% entre o público feminino contra 17,5% entre o masculino. E uma das curiosidades apontadas no levantamento é o índice elevados de nascimentos em mulheres jovens de 15 a 19 anos (68,4/1000), que é o quarto lugar da América do Sul, à frente apenas da Bolivia, Equador e Venezuela.

A pesquisa indica, ainda, que 70% dos jovens que trabalham são empregados em atividades informais. Entre aqueles que estão dentro do mercado formal há uma alta rotatividade de mão de obra. No Brasil, a rotação excessiva no mercado de trabalho é outro fator que compromete a trajetória de futuro da produtividade e de remuneração dos jovens. Nesse estudo internacional, realizado entre março e maio deste ano, em nove países, esse público costuma se desligar do trabalho após um ano, e com isso cresce o índice de desemprego: cerca de 16% entre aqueles que tem 23 e 24 anos; quase 24% entre a faixa de 18 a 22 anos; e aproximadamente 32% entre jovens com idade entre 15 e 17 anos. A baixa permanência no emprego e a informalidade são mais comuns que o desemprego de longa duração.

No mercado formal brasileiro, o investimento em treinamentos e no incentivo do capital humano está reduzindo, e com isso que o público jovem é o mais afetado em virtude de escolaridade e de formação. A qualificação ainda é um entrave para sua inserção no mercado de trabalho, segundo o levantamento, embora os indicadores educacionais estejam melhorando. O desemprego é elevado e alcança a média de 32,4% entre aqueles com 15 a 17 anos, 23,68% para aqueles com 18 a 22 anos, 15,51% para os de 23 e 24 anos, e 9,96 para aqueles entre 24 e 60. Desta forma, são também altas as taxas de informalidade e desemprego, chegando a 37% entre os jovens de 23 a 24 anos, 43% de 18 a 22 anos e 79% na faixa de 15 a 17 anos. Em relação ao público adulto, a informalidade é um pouco menor, ainda que crescente: cerca de 35% entre aqueles que estão com idade entre 25 e 60 anos.

Apesar da pesquisa observar que 40% dos entrevistados não são capazes de executar cálculos matemáticos muito simples e úteis para o seu dia a dia, há também resultados animadores: os jovens analisados, com exceção dos haitianos, têm muita facilidade de lidar com dispositivos tecnológicos, como também possuem altas habilidades socioemocionais. Os jovens da região apresentam altos níveis de autoestima e de autoeficácia (capacidade de se organizar para atingir seus próprios objetivos). Contudo, no Brasil, a proporção de alunos com baixo desempenho em matemática chega a 70,3% e é superior a todos os outros países da América Latina e do Brasil.

Nesse contexto, o estudo pontua a necessidade de investimentos em treinamento e educação dos jovens. Nas conclusões, os pesquisadores sugerem a adoção de políticas públicas que ajudem os jovens a fazer uma transição bem-sucedida de seus estudos para o mercado de trabalho. As autoras responsáveis pelo estudo com os jovens brasileiros, as pesquisadoras do Ipea Enid Rocha e Joana Costa, destacam que no Brasil há cerca de 563 mil de jovens com idade entre 15 e 24 anos, o que corresponde a cerca de 22% da população, em um levantamento realizado em Recife, escolhida estrategicamente para representar o Brasil no estudo. "Primeiramente, escolhemos fazer a pesquisa em um centro urbano e o Nordeste foi escolhido como área específica, pois observamos que o público da região estava sujeito a uma condição mais vulnerável. Então, comparando com a média nacional, o jovem do Nordeste tem menor nível de escolaridade, enfrenta uma taxa de desemprego maior, encara um maior índice de informalidade no mercado de trabalho. Então, Recife foi escolhida porque apresenta uma alta taxa de desemprego. Quando analisamos a proporção de jovens que não tem emprego e que não estudam, percebemos que Recife tinha uma média bem parecida com a média do Nordeste, como um todo", comenta Joana.

Com o objetivo de identificar novos critérios de avaliação das vulnerabilidades dos jovens no mercado de trabalho, a pesquisa observou que cerca de 200 mil jovens, entre 16 e 18 anos, que estavam fora da escola, do trabalho e da formação, e que não figuravam nas estatísticas oficiais do desemprego. Chamados de "nem-nem" são os que mais identificam a violência, a insegurança e as drogas, como constantes ameaças que os afasta das aspirações educacionais e profissionais. Por isso, a categoria dos jovens que não trabalham e não estudam não podem ser categorizados de forma pejorativa, então, devem ser entendidos como aqueles que tentam evitar os riscos das ruas, já que se trata de um grupo que realizam suas atividades diárias principalmente no âmbito doméstico.

Lula tem razão ao questionar no STF ações de Moro

Convite para ministro, porém, serve a debate político
O ministro Gilmar Mendes pediu vista no julgamento que se realizava hoje na Segunda Turma do STF. Tratava-se de habeas corpus apresentado pela defesa de Lula com questionamento à conduta de Sergio Moro, que deixou a magistratura para ser ministro da Justiça de Bolsonaro. A defesa do ex-presidente avalia que, ao aceitar o convite, Moro confirmou parcialidade. E enumerou também outras ocasiões em que o então juiz teria agido de modo a prejudicar Lula.

Moro divulgou ilegalmente um grampo de conversa entre Lula e Dilma. O então ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato, considerou o ato ilegal. Moro nunca foi julgado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a respeito disso. O episódio da condução coercitiva de Lula também é abusivo, já que o ex-presidente nunca recusou convite para depor nas vezes em que foi chamado. A condução coercitiva foi desnecessária.
Nesse processo, Lula foi condenado de forma injusta. Ao olhar o caso, há evidências e motivos para condenação e absolvição. Nessas hipóteses, tem de valer o princípio do “in dubio pro reo”. Por mais que o ex-juiz negue, não há dúvida de que, quando julgou Lula, Moro agiu de forma parcial.
O ex-presidente da República foi condenado a 9 anos e meio de prisão por Moro. Essa sentença subiu para 12 anos quando o caso foi apreciado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, com sede em Porto Alegre. Tantos anos são descabidos mesmo considerando válidas as provas do processo. Quando Gilmar Mendes devolver o caso à turma, é provável que o voto decisivo seja o do decano Celso de Mello. (Kennedy Alencar)

Temer, Moreira, Padilha e a propina do Galeão

Bernardo Mello Franco - O Globo
Segundo a propaganda da ditadura, o Rio entrava na era do “aeroporto supersônico”. O general Ernesto Geisel festejou a abertura do Galeão como “uma atualização do Brasil com o mundo moderno”. Construído pela Odebrecht, o terminal seria capaz de receber o Concorde, que voava a mais de 2.000 km/h. A obra não foi tão rápida assim. Terminou em 1977, quase três anos depois do previsto.

O aeroporto não demorou a apresentar problemas. No primeiro mês, o alarme de incêndio enguiçou. Depois foi a vez de elevadores e escadas rolantes. Abandonado pela Infraero, o Galeão virou um símbolo da degradação da cidade. Em 2010, o governador Sérgio Cabral o descreveu como “uma rodoviária de quinta categoria”. “É uma vergonha para o povo do Rio”, decretou.
Com a proximidade da Olimpíada, o governo Dilma Rousseff decidiu privatizar o terminal. A Odebrecht voltou à cena e venceu o leilão. “A gente teve a estratégia do Anderson Silva, de liquidar no primeiro lance”, gabou-se o executivo Paulo Cesena, em 2013. Quatro anos depois, ele contou outra história à Lava-Jato. Disse que a concorrência foi direcionada no gabinete de Moreira Franco, então ministro da Aviação Civil.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o acerto rendeu R$ 4 milhões em propina. Os investigadores dizem que o dinheiro foi entregue a dois aliados indicados por Moreira: o também ministro Eliseu Padilha e o então vice-presidente Michel Temer.
Em outubro, o ministro Edson Fachin enviou o caso à Justiça Eleitoral. Ele aceitou uma alegação da defesa de Padilha: os repasses da Odebrecht teriam sido caixa dois de campanha, e não corrupção. Ontem a procuradora Raquel Dodge recorreu contra a decisão. Sustentou que Moreira exigiu os pagamentos para burlar a concorrência e favorecer a empreiteira. “Translúcida, portanto, a mercancia da função pública”, escreveu.
Se o recurso for aceito, as acusações contra Moreira e Padilha vão para a mesa de um juiz de primeira instância. Temer se juntará à dupla em janeiro, ao deixar a Presidência. Sem a blindagem do foro privilegiado, o processo tende a correr em velocidade supersônica.

Mais chuvas para o sertão

O novo alerta de chuvas fortes para o sertão pernambucano, emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), preocupa a população. A chuva é sempre muito bem vinda, motivo de alegria. Mas as prefeituras precisam estruturar melhor os municípios. O alerta do Inmet está no grau de “perigo potencial”, havendo risco de corte de energia elétrica, alagamentos, queda de galhos de árvores e descargas elétricas.

“Pequenos poderes, grandes responsabilidades”


Por Arthur Cunha – especial para o blog do Magno Martins

O dado é extremamente alarmante: de cada R$ 100 arrecadados em impostos no Brasil, R$ 70 ficam com o Governo Federal. Não precisa ser um gênio em gestão pública para comprovar que, a imensa concentração de recursos na União, dá ao presidente da República – seja ele quem for – status de um semideus. Muito poder não faz bem a ninguém; a história está aí para provar. Na outra ponta, estão governadores e prefeitos cada vez mais sufocados pela falta de dinheiro para o básico. A conta não fecha. A cobrança é enorme e povo tem toda a razão em reclamar. Recebe um serviço público péssimo na maioria dos casos.
A cantilena não para por aí. Na medida em que concentrou receitas, a União transferiu responsabilidades a estados e municípios cada vez mais pobres - antes de 1988, de cada R$ 100 administrados pela Governo Federal, R$ 80 eram compartilhados com outros entes. A necessidade de um novo Pacto Federativo, como bem colocou o deputado federal Danilo Cabral, ontem, em um seminário que abordou a importância do tema para a Educação, não passa nem de longe na lista de prioridades do futuro presidente da República. Aí é onde mora boa parte do problema.
A princípio, não parece que a pauta de reconfigurar a divisão de recursos entre os entes federativos vá entrar na ordem do dia de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, seu “Posto Ipiranga”. Eles ainda não entenderam que essa “reforma” (vamos assim chamar) é a mãe de todas as outras que o Brasil precisa amadurecer e tirar do papel; a exemplo da previdenciária, da tributária e da política. O assunto não é novidade para nós, pernambucanos. Eduardo Campos já falava dele lá em 2013.
Enquanto uma pauta tão urgente fica de fora da discussão, o nosso foco é desviado para debates primários como o da ideologia de gênero nas escolas; preferências polícias de “A” ou “B” e outras mediocridades próprias de uma nação cheia de complexos. Típico de um país de terceiro mundo, onde os presidentes costumam a achar que têm super poderes. Bolsonaro vai entrar em janeiro. Se acertar, vai colher os louros. Se errar, governadores e prefeitos é que ficarão com a conta. Para esses, a famosa premissa do Homem-Aranha deve ser lida diferente: “‘Pequenos’ poderes, grandes responsabilidades “.

“Mercado” torceu o nariz para a “reforma fatiada” de Bolsonaro



POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço


Bastou o governo assumir que não tentará fazer a reforma previdenciária inteira de um só vez – e já – para que o “jornalismo de mercado” passasse a prever o fracasso econômico de Bolsonaro.

A principal porta-voz do “mercadismo”, Miriam Leitão, já proclama em sua coluna de hoje em O Globo:

“Se achar que o país tem “quatro anos para fazer a reforma”, como disse o futuro ministro da Casa Civil, o governo certamente enfrentará uma disparada do dólar e o aumento da desconfiança dos investidores. O mercado é apenas o termômetro. Empresários da economia real só investem quando há um clima de confiança.”

Não duvido que, dentro do futuro “superministério” da Fazenda muitas cabeças se afinem pelo diapasão terrorista de Miriam Leitão.

Mas, na área política do bolsonarismo – exceto nos grupos que desejam, desde o início, um governo de confrontação com o parlamento – há a constatação da evidência de que o governo está espremido entre várias situações negativas para fazer o mal todo de uma só vez.

A primeira é que dispõe de menos apoio congressual que Michel Temer dispunha ao ser posto pelo golpe no comando do país. Dispunha, mas não foi o suficiente para levar adiante mudanças nem na velocidade nem na profundidade que desejava “o mercado”. O episódio do encontro com Joesley Batista e o famoso “tem de manter isso”.

Mas há outras, e muitas.

Por exemplo, como mexer significativamente nas aposentadorias do setor público e terá um custo politico imenso se deixar intocada a situação dos militares. O déficit das aposentadorias e pensões militares, pagas a 379 mil pessoas em 2016, foi de R$ 45 bilhões, o mesmo valor que consumiram 683 mil aposentados e pensionistas civis.

Mesmo fora desta espinhosa área, mudar as regras no serviço público vai atingir categorias que são essenciais politicamente a Bolsonaro: policiais e corporações privilegiadas, promotores e juízes.

No Regime Geral da Previdência, o “sonho dourado” de repetir o modelo (já falido) do Chile e criar um novo sistema de financiamento pela via da capitalização – música para o mercado – para substituir o atual, de repartição, esbarra no impasse de que, com a queda mais acelerada do número de contribuições do que no volume de aposentadorias ao longo de décadas, o rombo público só iria aumentar.

A própria ideia de limitar a aposentadoria por idade esbarra nos indicadores da desigualdade monstruosa entre os brasileiros até na hora de morrer. Semana passado, dados da ONG Nossa São Paulo mostravam que na mesma (e mais rica) cidade do Brasil morria-se aos 58 anos, em média, na cidade Tiradentes e aos 81 no Jardim Paulista. Qual é a idade mínima que pode ser justa com uma diferença de 23 anos na expectativa de vida entre pobres e ricos?

A verdade é que mudanças previdenciárias, como tudo neste país, dependem da reconquista de um quadro de crescimento da economia real – não apenas da finança especulativa – tal como a reorganização dos gastos de uma família depende de haver o suficiente para mudar sem faltar.

Na crise, só há mudança com sacrifício de alguém. E não é preciso muito para saber que “alguém”, no Brasil, serão os mais pobres e os mais indefesos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Levandowski a Toffoli: passou a eleição e o Lula não pode falar?



POR FERNANDO BRITO ·no Tijolaço




Num despacho cheio de ironias, o ministro Ricardo Lewandowski disse ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, que “se entender” assim, suspenda a “heterodoxa liminar” com que Luiz Fux proibiu, revogando decisão judicial, que o ex-presidente Lula fosse entrevistado.

Levandowski aponta que a “razão” de Fux – o “elevado risco de que a divulgação de entrevista com Lula, que teve seu registro de candidatura indeferido, cause desinformação” durante o processo eleitoral – já deixou de existir.

“Ou seja, a fundamentação utilizada para o reconhecimento do fumus bonis juris e do periculum in mora foi esvaziada após a realização da Eleição/2018, pela qual o povo brasileiro já conhece o futuro Presidente da República. Portanto, não há mais o suposto risco de interferência no pleito, pelo que cumpre restaurar, sem mais delongas, a ordem constitucional e o regime democrático que prestigia a liberdade de expressão e de imprensa”

Foi, talvez, a mais descarada censura e manipulação já praticadas no Brasil – e só assim, mesmo, para anões como Tofolli e Fux se inscreverem como “maiores” na história do Supremo. Alegar que um ex-presidente falar pode ser uma interferência ilegítima numa disputa eleitoral é destas coisas que superam a jabuticaba como originalidade nacional.

Mas aconteceu, e é reflexo não só do ódio que devotam a Lula como, também, do sentimento autoritário que têm de que podem e devem tutelar o povo brasileiro.

Nunca antes na história deste país que já viveu as mais brutais censuras, a Justiça determinou que alguém fosse posto obrigatoriamente em silêncio.

Assombração errada

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou em uma palestra na procuradoria-geral do Rio, há alguns dias, que “quem pensa que o problema da educação no Brasil é Escola Sem Partido, ideologia de gênero ou saber se 1964 foi golpe ou não, está assustado com a assombração errada”.

 “Os problemas são outros: não alfabetização na idade própria, evasão no ensino médio, déficit de aprendizado e capacitação de professores”, disse o magistrado.
Barroso é o relator de ações que questionam a implantação da Escola Sem Partido em estados e municípios e concedeu liminar suspendendo as medidas.(Mônica Begamo)

Mais Médicos ainda não solucionado

Do Blog de magno martins

Problema do Mais Médicos ainda não está resolvido, diz ministro de Bolsonaro
Mandetta afirma que vê com cautela os dados alardeados pelo governo
O futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, diz que ainda está “esperando” o prazo final de inscrição de brasileiros para o Mais Médicos antes de fazer qualquer avaliação sobre a tentativa de preencher as vagas deixadas pelos cubanos. “Estou olhando com atenção e muito ciente de que a ideia de que está tudo resolvido está distante da realidade”, afirma.

Os dados alardeados pelo governo, de que 97% das vagas deixadas pelos cubanos já estão “preenchidas”, são vistos com cautela. “Tem que ver se isso vai ser concretizado”, diz Mandetta. Ou seja, se os brasileiros inscritos vão se apresentar para trabalhar.
 “O problema pode ser o preenchimento de vagas nas áreas de difícil provimento, que muito provavelmente não serão ocupadas”, alerta.
Ele afirma que “a primeira cidade a lotar” de médicos no edital lançado pelo governo “foi Brasília”. “Mas nós precisamos de médicos em áreas críticas, como Xingu, Acre, Vale do Jequitinhonha.”
Mandetta diz que os editais do programa deveriam recrutar primeiro doutores para regiões vulneráveis.
O futuro ministro afirma que, depois de finalizado o processo, estudará eventuais medidas adicionais que poderá tomar quando assumir o cargo —caso elas sejam mesmo necessárias.
Ele descarta a convocação de recém-formados que pagaram seus cursos com financiamento público para uma espécie de serviço civil obrigatório. Mas diz que poderia ser possível, por exemplo, usar mecanismos de incentivo —como o abatimento da dívida deles com o Fies.
 “Há uma geração de médicos endividados, que pagam R$ 10 mil por mês numa faculdade de medicina por seis anos e saem com débitos de R$ 1 milhão”, afirma. A outra opção seria uma parceria com as Forças Armadas, que mantêm médicos em regiões remotas do país. “Mas vamos esperar pelo resultado do edital”, diz Mandetta.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Escola com “faca nos dentes”, diz ministro da “Educação”



POR FERNANDO BRITO ·no Blig Tijolaço

Na sondagem feita por Jair Bolsonaro para a escolha do futuro Ministro da Educação o critério não era ter um espírito aberto, capaz de trabalhar com toda a diversidade própria do ambiente escolar e, especialmente, universitário.

Ao contrário, era “ter a faca nos dentes”, descreve uma atitude de confronto, aguerrida, bem pouco apropriada – aliás, como a menção a facas, diante de nossa história recente – a quem precisa, necessariamente, construir consensos e objetivos comuns a dezenas ou centenas de milhares de educadores. É o contrário do que se ouve da boca do ministro indicado Ricardo Vélez Rodriguez, em sua primeira “entrevista”, aliás a uma advogada de extrema-direita, Bia Kicis, eleita na “onda” do ex-capitão, quando ele descreve sue primeiro encontro com o presidente eleito, dia 28.

— Achei [Bolsonaro] uma pessoa que não tem meias palavras, não tem pé atrás. Faz as perguntas mais diretas. Ele me perguntou: “Velez, você tem faca nos dentes para enfrentar essa guerra?” Eu falei: “Senhor presidente, estou nessa guerra há 30 anos. Porque há 30 anos o marxismo está aí presente, marginalizando gente, fazendo ‘fake news’. Então, a gente tem que estar sempre alerta. Não pode dormir no ponto” .

Vê-se contra quem Rodriguez quer usar “a faca”: o marxismo que seria, na visão obtusa (ou seria cegueira aguda?) destes fanáticos. Não a formação de professores, não a sua sub-remuneração, não a crescente desqualificação do magistério, não as escolas ausentes ou deficientes, não as distorções no acesso dos mais pobres a uma educação de qualidade, não a evasão escolar, não o baixo rendimento intelectual dos estudantes, não o despreparo para enfrentarem a vida mas … o marxismo!!!!

E, contra Marx, o ministro invoca o astrólogo Olavo de Carvalho, que vai se tornando cada vez mais o ideólogo da estupidez.

Aguarda-se para ver a crise nas universidades no início do próximo ano, quando a “faca” sair dos dentes e entrar nas verbas da Educação. Este energúmeno não dura um ano na pasta.

Humberto: Não há ponto de interseção entre o nosso projeto e o de Bolsonaro

Na Reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), realizada neste final de semana, em Brasília, quando foi feito um balanço das eleições deste ano, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), reforçou o posicionamento do partido com relação à “política entreguista” do governo Bolsonaro, que assume em janeiro. Ele analisou também, a ameaça de destruição de importantes programas sociais, todos fundamentais na vida da população do país.
 
"O PT vai fazer oposição ao governo de Bolsonaro. Uma oposição sem qualquer adjetivação. O nosso projeto é frontalmente oposto ao projeto de Bolsonaro, não há qualquer ponto de interseção. Vamos trabalhar nossa política de oposição para a defesa dos direitos do povo pobre e trabalhador. Vamos lutar sempre ao lado da democracia em defesa do povo brasileiro" disse Humberto.
 
O destaque positivo obtido por Fernando Haddad (PT) nas eleições esteve na pauta na reunião. Humberto Costa falou sobre o papel de Haddad nos períodos anterior e posterior à eleição.
 
"Fernando Haddad saiu gigante dessa eleição. O professor foi um conciliador e abraçou a missão dada por Lula como nenhum outro faria. Haddad é uma liderança consolidada do PT e, com certeza, estará do nosso lado na luta pela democracia. Tendo o diálogo como sua principal força, Haddad já demonstra liderança, inclusive internacional, na luta pelos direitos do povo" pontuou o senador.

A definição do calendário eleitoral interno do Partido dos Trabalhadores (PT) será definido na próxima reunião do Diretório Nacional.

Onyx Lorenzoni anuncia que governo terá 22 ministérios

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou, hoje, que o presidente eleito Jair Bolsonaro terá 22 ministérios. Lorenzoni apresentou a estrutura ministerial durante entrevista coletiva concedida no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, sede do gabinete de transição.

"A princípio, essa é a estrutura definitiva que o presidente bateu o martelo", declarou Lorenzoni aos jornalistas.
O futuro chefe da Casa Civil tem destacado em entrevistas que o governo terá 20 pastas “funcionais”, já que no futuro o governo pretende rever o atual status ministerial da Advocacia Geral da União (AGU) e do Banco Central.
Lorenzoni explicou que AGU e BC terão "ministros transitórios". O Banco Central perderá o status no momento em que o Congresso Nacional aprovar a independência do órgão. No caso da AGU, o governo pretende aprovar uma emenda constitucional para garantir foro privilegiado ao chefe da instituição. Assim, não seria preciso manter o status de ministério.
Atualmente, o governo federal tem 29 ministérios, cálculo que inclui Advocacia-Geral da União (AGU) e Banco Central. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro havia dito que, se eleito, o número de pastas seria reduzido a "no máximo" 15.(Do Blog de Magno Martins)

Juiz sueco vai a corte de bicicleta e juiz brasileiro

...em automóvel sueco de luxo

Frederico Vasconcelos – Folha de S.Paulo
Folha publica, neste domingo, reportagem de Claudia Wallin, de Estocolmo para a BBC News Brasil, informando como é a modesta vida dos juízes do Supremo Tribunal da Suécia. Eles não recebem auxílio-moradia e nem circulam em carro oficial com motorista.

O juiz sueco Göran Lambertz disse à repórter que “não almoça à custa do dinheiro do contribuinte”.
Em 2013, o Blog reproduziu trechos de reportagem de Wallin, então na Rede Bandeirantes, revelando que o mesmo magistrado, no topo de carreira, não tinha carro oficial, não tinha motorista, e nem secretária particular.
O juiz “pedala diariamente até a estação ferroviária e toma o trem para chegar à corte, em Estocolmo”, informava a repórter.
O Blog comparou com a situação, na época, do presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, com sede em São Paulo, que tinha à disposição um automóvel de luxo sueco (Volvo), com motorista.
Segundo a assessoria de imprensa do tribunal, o Volvo S/80 ano 2005 estava sendo usado pela presidência do TRF-3. Havia sido confiscado pela Receita Federal e entregue ao tribunal em 2009.
Três veículos Toyota Corolla XEI, ano 2009, adquiridos pelo TRF-3, estavam a serviço do corpo diretivo do tribunal federal (presidente, vice-presidente e corregedor). Ou seja, tendo à disposição dois veículos oficiais, o presidente da época, Newton de Lucca, podia representar o tribunal a bordo de um Volvo ou de um Toyota.