sexta-feira, 29 de junho de 2018

Maioria do PSB quer apoiar Ciro

O ex-líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), afirmou ao Estadão/Broadcast que a maioria do partido já se decidiu pelo apoio ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT) nas eleições 2018, faltando apenas formalizar a aliança entre os dois partidos. De acordo com o parlamentar, a expectativa é de que todos os trâmites para anunciar formalmente o apoio sejam finalizados dentro dos próximos 15 dias.

Na segunda-feira, 25, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, realizou uma sondagem com os presidentes de todos os diretórios estaduais da legenda e a maioria concordou que o melhor caminho seria seguir com Ciro. Em seguida, foi feita uma consulta aos cinco governadores. Embora o titular de São Paulo, Márcio França, seja declaradamente favorável ao alinhamento com o tucano Geraldo Alckmin, prevaleceu a proposta de endossar o pedetista.
Embora as consultas ainda tenham caráter informal, o deputado afirma que agora resta apenas submeter a decisão à Executiva Nacional e, em seguida, confirmar o acordo na convenção partidária. "Como os diretórios já concordaram, os governadores já concordaram e a Executiva já concordou, não há muito questionamento a ser feito", afirmou Delgado, dizendo sempre ter sido contrário à ideia de apenas liberar os diretórios estaduais a se alinharem de acordo com interesses locais. "Infelizmente, não foi possível termos um projeto nosso. Mas também não faz sentido partir para o liberou geral. Até porque o PSB não tem vocação para ser MDB."
Delgado confirmou também as negociações para que o PSB indique o vice de Ciro na eleição. Nesse caso, o partido trabalha com nomes como o de Márcio Lacerda, hoje pré-candidato do PSB ao governo mineiro. Na bancada pessebista, circula também o nome do deputado Luciano Ducci (PR) como sugestão para o posto de número dois na chapa.

Dilma confirma que será candidata ao Senado por MG

"Eu não vou me furtar a participar de uma luta do ponto de vista eleitoral"
A ex-presidente cassada Dilma Rousseff (PT) confirmou nesta quinta-feira, 28, que irá se candidatar ao Senado por Minas Gerais nas eleições 2018.

Essa foi a primeira vez que a petista falou como pré-candidata, desde que transferiu, em abril, o domicílio eleitoral para o Estado onde nasceu.
"Eu não vou me furtar a participar de uma luta do ponto de vista eleitoral", explicou Dilma, argumentando que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, além do processo de impeachment sofrido em 2016, foram os motivos que pesaram na decisão.
"Essas eleições serão muito importantes, pois elas podem interromper um processo de golpe, de deterioração das condições econômicas, políticas, sociais e civilizatórias', afirmou.  (Estadão)

Carta de LULA ao Jornal do Brasil



Luiz Inácio Lula da Silva, no JB

Enquanto o país prestava atenção à Copa do Mundo, a Câmara dos Deputados aprovou, em regime de urgência, uma das leis mais vergonhosas de sua história. Por maioria simples de 217 votos, decidiram vender aos estrangeiros 70% dos imensos campos do pré-sal que a Petrobras recebeu diretamente do governo em 2010. Foi mais um passo do governo golpista e de seus aliados para entregar nossas riquezas e destruir a maior empresa do povo brasileiro.

O projeto de lei aprovado semana passada é um crime contra a pátria, que exige reação firme da sociedade para ser detido no Senado, antes que seja tarde demais. É uma decisão que entrega de mão beijada campos do pré-sal com potencial de conter cerca de 20 bilhões de barris de petróleo e gás, burlando a lei que garante o pré-sal para os brasileiros.

Para entender a gravidade desse crime, é preciso voltar ao ano de 2009, quando a Petrobras precisava investir para explorar o recém-descoberto pré-sal. Apresentamos então um projeto de lei em que a União (a quem pertencem as reservas de petróleo, não se esqueçam) vendeu à estatal, em troca de títulos, o direito de explorar até 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal. Foi a chamada Cessão Onerosa.

Assim, a empresa se valorizou, fez a maior operação de capitalização da história e tornou-se capaz de investir. O resultado é que, em tempo recorde, o pré-sal já produz 1,7 milhão de barris/dia, mais da metade da produção nacional. Como era uma operação especial, para defender interesses estratégicos do país, definimos na Lei 12.276/10, que a Cessão Onerosa “é intransferível”. 

Fora dessa área, o pré-sal só pode ser explorado pelo regime de partilha, por meio de uma legislação que garante a soberania do país e direciona essa riqueza para investimentos em educação, saúde, ciência e tecnologia, o nosso passaporte para o futuro.

Já circulam estudos indicando que o petróleo dos campos de Cessão Onerosa será vendido a preços entre US$ 6 e US$ 8 o barril, que é o custo de exploração, quando o preço internacional do barril oscila entre U$ 70 e US$ 80. As chances de achar petróleo nesses campos são praticamente totais, porque nós, brasileiros, já mapeamos as áreas. Para as petroleiras, é como comprar um bilhete premiado da loteria. Para o Brasil, é como vender a galinha da fábula, que botava ovos de ouro.

De posse desses campos, os estrangeiros vão comprar sondas e plataformas lá fora, sem gerar um só emprego na indústria brasileira. Vão contratar engenheiros e técnicos lá fora; vão controlar diretamente toda a inteligência de pesquisa e exploração em nosso pré-sal, o que também é um ataque à nossa soberania.

Esse ataque vem acontecendo desde o início do governo golpista, quando aprovaram a chamada Lei Serra, que excluiu a participação obrigatória da Petrobras em todos os campos do pré-sal. Foi mais um golpe na indústria naval brasileira, que se somou à decisão de reduzir para 50% a obrigação de a Petrobras de comprar máquinas e equipamentos no Brasil, o chamado conteúdo local.

Na presidência da Petrobras, Pedro Parente, representante do PSDB, iniciou a privatização de atividades estratégicas, como a produção de biocombustíveis, distribuição de gás de cozinha, produção de fertilizantes e participações na petroquímica. Pôs à venda a Liquigás, a BR Distribuidora, a fábrica de nitrogenados de Três Lagoas e o gasoduto do Sudeste (NTS). 

Em outra manobra criminosa, reduziu em até 30% a produção de combustíveis nas refinarias brasileiras. Deixamos de produzir aqui, em reais, para importar em dólares. Fez reajustes quase diários dos combustíveis, acima dos preços internacionais, o que aumentou os lucros dos estrangeiros. A importação de óleo diesel dos Estados Unidos mais que dobrou.

Não podemos esquecer que os primeiros a sofrer com a nova política de preços da Petrobras foram os mais pobres, que passaram a usar lenha e o perigosíssimo álcool para cozinhar, por causa do brutal aumento do botijão de gás.

Essa desastrosa política provocou, em maio, a paralisação dos transportes terrestres que tantos prejuízos provocou ao país. O Ipea acaba de informar que a produção industrial caiu 13,4% naquele mês. Não houve queda igual nem mesmo no primeiro mês da crise financeira global de 2008, quando o recuo foi de 11,2% (e cabe lembrar que superamos rapidamente aquela crise). 

Em dois anos foram mais de 200 mil demissões de trabalhadores da Petrobras e de empresas contratadas por ela, além de mais de 60 mil demissões na indústria naval. A indústria de máquinas e equipamentos calcula uma perda de 1 milhão de empregos na cadeia de petróleo e gás, em decorrência dessa operação suicida.

A desvalorização do patrimônio da Petrobras, com a venda de empresas controladas, a perda de mercado no Brasil, a opção por se tornar mera exportadora de óleo cru, entre outras ações danosas de Parente, é dezenas de vezes maior que os alegados R$ 6 bilhões que teriam sido desviados nos casos investigados pela Lava Jato.

A votação da semana passada na Câmara, em regime de urgência, sem nenhum debate com a sociedade, mostrou que o governo golpista tem uma pressa desesperada para entregar o patrimônio nacional e destruir nossa maior empresa.

A verdade é que o tempo deles está acabando. Correm para entregar o que prometeram aos patrocinadores do golpe do impeachment em 2016: nosso petróleo, nossas riquezas, as empresas do povo, a Petrobras, a Eletrobras e os bancos públicos. Foi para isso, e para revogar direitos dos trabalhadores, que eles derrubaram a honesta presidenta Dilma Rousseff. 

Ao longo de dois anos, os golpistas e os entreguistas do PSDB submeteram o Brasil aos interesses geopolíticos dos Estados Unidos e não apenas na Petrobras. A política externa dos chanceleres tucanos voltou a ser ditada pelo Departamento de Estado dos EUA, num retorno vergonhoso ao complexo de vira-latas que tínhamos superado em nosso governo.

Mas o tempo deles acaba em outubro, quando o Brasil vai eleger um governo democrático, com legitimidade para reverter a agenda do entreguismo, do ultraliberalismo, que só interessa ao mercado e não ao país ou ao nosso povo. Quando o Brasil eleger um governo que vai acabar com a farra das privatizações e da entrega do patrimônio nacional.

Podem ter certeza: voltando ao governo com a força do povo e a legitimidade do voto democrático, vamos reverter tudo que estão fazendo contra nossa gente, contra os trabalhadores e contra o país. E o Brasil vai voltar a ser dos brasileiros.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Casuísmo: o palavrão do passado que Fachin ressuscitou

POR FERNANDO BRITO no TIJOLAÇO


Devemos ao ministro Edson Fachin alguns exemplos – verdade que nada edificantes – para a compreensão de conceitos como metamorfose, vilania trama e casuísmo.

Do primeiro, pouco é preciso falar do ministro cuja indicação custou esforço e concessões de Dilma Rousseff e do PT, diante da direita que não o tolerava por suas posições progressistas de então. “Petista”, “comunista” e outras “ofensas era o que mais se ouvia.

Fachin é, disparado, hoje, a grande “esperança jurídica” do arbítrio, ao lado de Luiz Roberto Barroso, verdade que em estilo menos luzidio.

Da vilania, traz sempre à memória, depois de indicado para o cargo vitalício, a lição do velho provérbio português: “queres conhecer o vilão, põe-lhe na mão o bastão”.

Pois aí é a soma da metamorfose – que poderia ser um fenômeno natural, não exatamente raro no ocaso da vida – com a adaptação ao novo lugar ocupado, onde o antes suplicante passou a ser o suplicado.

Da trama, mentes imaginosas seriam capazes de supor que foi justamente por isso que se tornou o “relator da Lava Jato”com a morte de Teori Zavascki.

De farto, este pessoal afeito a olhar os fatos e a achar que não são simples coincidências fica lembrando que Fachin sequer integrava a 2ª Turma do STF, à qual estão afetos os precesso da Guantánamo de Curitiba.

Com o acidente que matou Teori, nos primeiros dias da presidência de Cármem Lúcia, pressurosamente ofereceu-se para mudar de turma e substituir o colega mortona relatoria. O “sorteio” pelo “algoritmo” do STF que foi feito, naturalmente seguiu o desejo da presidente e do novo integrante da Turma.

Claro que isso é pura “teoria da conspiração”, não é? Do contrário, se poderia supor que houve dirigismo na escolha do “juiz natural”, porque na balbúrdia jurídica de um Supremo que vota na base de “cada cabeça, um sentença” e que manipula o lugar de julgamento conforme o réu, teríamos a demonstração do casuísmo, assim definido pelo bom papaiHouaiss em seu dicionário:

“argumento ou medida fundamentada em raciocínio enganador ou falso, especiamente em direito e em moral, e baseada muitas vezes em casos concretos e não em princípios fortemente estabelecidos”

Os já veteranos na política, como este blogueiro, trata-se da ressurreição de uma palavra que aprendemos décadas atrás, nos tempos da ditadura, onde a lei era de acordo com “contra quem”.

Em nome disso, foram-se abolindo, uma a uma as regras garantistas do Direito: cumprimento da pena antes do trânsito em julgado (o que jamais foi impedido, desde que presentes as regras da prisão preventiva, e nunca “automaticamente”), precedência no exame da situação de réu preso (inclusive com o vergonho pedido de vistas que Fachin fez ontem, para que José Dirceu permanecesse na cadeia enquando suas excelências gozavam de suas “férias escolares” de julho) e, acima de tudo, a definição de que a Lula não é tolerável que se julgue, como aos outros réus, na Turma, mas sim no plenário, onde habitam votos de ódio e de temor, como o de Rosa Weber, possa melhor servir ao “caso”.


As objetivas, não sei. A subjetiva, está evidente: a sua natureza miúda

Fachin comete suicídio de reputação

Por Luis Nassif no GGN



PUBLICADO ORIGINALMENTE NO GGN

O termo “assassinato de reputação” já se inseriu no vocabulário corrente das disputas comerciais e políticas. Já “suicídio de reputação” é um elemento novo e que fica nítido na atuação do ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Por que um jurista, que passou a vida toda construindo uma imagem social e garantista, dá uma guinada de 180 graus? E com um enorme agravante: foi garantista quando o Poder (que o nomeou para o STF) valorizava os garantistas; tornou-se punitivista feroz e parcial na hora em que o poder demanda punitivismo com um foco muito claro de impedimento da candidatura Lula à presidência.

Até o mais insensível dos personagens se daria conta do risco de imagem contido nessa combinação. Fachin envolveu-se em uma guerra santa sem limites, não apenas nos seus votos, mas apelando para todas as manobras processuais, essa esperteza que é veneno na veia na imagem do Judiciário e do próprio Supremo.

Quatro episódios mostram seu aggiornamento:

1. O voto de Rosa Weber sobre prisão após sentença em segunda instância que julgava especificamente o caso Lula. Todos os juristas citados eram familiares a Fachin, e nenhum anteriormente havia sido citado nos votos de Weber.

2. A retirada de pauta do HC de Lula no julgamento da 2a Turma, de forma canhestramente combinada com o TRF-4.


3. A remessa do novo julgamento de HC de Lula para plenário, evitando assim que entrasse na pauta da 2a. Turma, quando tudo indicava que a tese da libertação seria vitoriosa, e postergando ainda mais o julgamento.

3. Ontem, no julgamento de José Dirceu, o pedido de vista depois que a libertação havia conquistado maioria.

4. Votou a favor da decisão absurda de um juiz de 1a Instância, de ordenar busca e apreensão no apartamento funcional de uma Senadora da República.

É evidente que há intenções políticas em jogo. Mas o que está por trás dessa autofagia? Vamos a um jogo de alternativas:

[ ] Seu histórico em relação ao punitivismo.

Não bate. Fachin era advogado de movimentos sociais.

[ ] Deslumbramento midiático.

Ao contrário de seu colega Luís Roberto Barroso, Fachin não se vale do cargo para satisfazer o próprio ego.

[ ] Indignação com a corrupção e com o PT.

Nem Celso de Mello, visceralmente contra o PT, ousou ir tão longe.

[ ] Busca de contrapartidas espúrias.

Não há nenhuma evidência de que Fachin se conduza por corrupção.

[ ] Emparedamento.

É a situação em que a pessoa faz algo contra sua vontade, por alguma ameaça ostensiva ou sub-reptícia.

[ ] Medo

Medo, aquele sentimento irresistível que acomete a pessoa quando se vê alvo da besta, a massa que invade as ruas com sangue nos olhos e intimida os fracos.

O ponto vulnerável de Fachin pode ser seu escritório de advocacia. Não que possa ter cometido algum crime. Mas, talvez, por algumas ações moralmente indefensáveis. A suscetibilidade de um ministro de STF é infinitamente maior do que de cidadãos comuns atingidos por medidas suas.

De qualquer modo, tem-se uma certeza e uma incógnita. A certeza é quanto ao suicídio de reputação perpetrado por Fachin; a incógnita é quanto aos motivos.

Guerra suprema: quem não pode soltar Lula, solta Dirceu


Helena Chagas - no Blog Os Divergentes

Impossibilitada de julgar o recurso do ex-presidente Lula por mais uma manobra do relator Edson Fachin – que jogou o assunto para o plenário – a maioria da Segunda Turma do STF deu um jeito hoje de marcar posição mandando soltar o ex-ministro José Dirceu. A rigor, o argumento que foi examinado hoje tem o mesmo fundamento daquele apresentado pela defesa de Lula, ou seja, a não obrigatoriedade de que a sentença condenatória comece a ser cumprida após o julgamento de segunda instância.

A defesa de Dirceu alegou que a súmula do TRF-4 que fundamentou sua prisão vai além do que decidira o próprio STF sobre a prisão após a segunda instância: o tribunal decidiu que a pena pode começar a ser cumprida, mas que isso não é obrigatório – como diz a súmula.
O julgamento não foi concluído hoje, também por iniciativa de um pedido de vista de Fachin, mas o entendimento da maioria da Segunda Turma no julgamemto foi expresso: o condenado pode aguardar em liberdade que a sentença seja transitada em julgado, após os últimos recursos. Esse é o entendimento de DIas Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Com a maioria formada, o relator Toffoli ficou à vontade para conceder a liminar antecipando a soltura de Dirceu.
Raciocínio semelhante poderia ser usado em relação a Lula, que ainda tem recursos a serem examinados pelo STJ e pelo próprio STF. Só não foi, segundo ficou claro hoje, porque Fachin não deixou a Segunda Turma julgar o assunto, primeiro retirando-o de pauta e depois encaminhando-o ao plenário.
Ou seja, a Segunda Turma está pronta para soltar Lula, e só não o fez porque a bola foi chutada para o plenário, e para agosto. No julgamento de seu primeiro habeas corpus, o ex-presidente não deu sorte por lá. A previsão é de um baita confronto, mais um a deixar exposta e desgastada a Suprema Corte do país, às vésperas das eleições.

Suprema loteria: azar de Lula, sorte de Dirceu


Bernardo Mello Franco – Folha de S.Paulo

Antes de ser preso pela última vez, em maio, José Dirceu organizou um jantar de despedida. Aos 72 anos, o ex-ministro temia não sair nunca mais da cadeia. Hoje se vê que ele exagerou no pessimismo. Logo mais, deve receber amigos em casa para assistir ao duelo entre Brasil e Sérvia.
A reviravolta aconteceu na Segunda Turma do STF, onde se decide o futuro dos réus da Lava-Jato. Nos últimos tempos, o colegiado tem sido mais generoso com os acusados do que com os acusadores. Ontem, deu decisões favoráveis a políticos do PT, do PSDB e do PP.
O caso de Dirceu seguiu a regra. O relator Edson Fachin, que tem sofrido derrotas em série, ficou isolado mais uma vez. Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski aprovaram a soltura do petista por três votos a um. O decano Celso de Mello não estava presente.
A sessão foi tensa. Ao perceber que perderia a disputa, Fachin pediu vista do processo, numa tentativa de adiar a conclusão do julgamento e, ao mesmo tempo, a libertação do ex-chefe da Casa Civil.
Toffoli se antecipou e concedeu o habeas corpus “de ofício”, alegando que a situação era excepcional. Os dois ministros engrenaram uma discussão, que por pouco não descambou em novo bate-boca.
O resultado deu um sinal claro de que a Segunda Turma estava pronta para tirar Lula da cadeia. Isso não ocorreu ontem devido a outra manobra explícita de Fachin. Para evitar a derrota, o ministro direcionou o recurso do ex-presidente ao plenário do tribunal. Desta vez, conseguiu empurrar a decisão para agosto, o que manterá o petista preso em Curitiba.
Dirceu teve sorte, Lula teve azar. Assim tem se decidido a vida dos réus no Supremo, onde decisões importantes passaram a obedecer à lógica da loteria. A depender do sorteio inicial, os advogados costumam saber de antemão o que vai acontecer com seus clientes.
Alguns ministros falam abertamente sobre a divisão da Corte. A Primeira Turma, mais rígida, é chamada de “câmara de gás”. A Segunda Turma, mais garantista, de “Jardim do Éden". Quase todos fazem política com a toga, o que aumenta a sensação de que a balança da Justiça anda desregulada.

Datena confirma que vai se candidatar ao Senado


O apresentador de TV José Luiz Datena confirmou que vai se candidatar ao Senado pelo DEM nas eleições 2018. O jornalista deve integrar a coligação do ex-prefeito da capital João Doria (PSDB). Datena confirmou ao Estado, na manhã de hoje, que vai tentar a candidatura, mas disse que não podia dar mais detalhes.

“Pode confirmar, mas não posso adiantar nada antes do lançamento oficial", disse. O partido reservou uma sala no Hotel Intercontinental, na região central de São Paulo, para o anúncio amanhã.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Dirceu vai contra prisão imediata. STF discute hoje

STF deve voltar a discutir prisão em 2ª instância ao julgar ação de Dirceu
Defesa alega que a súmula do TRF-4 é inconstitucional

O STF (Supremo Tribunal Federal) deve discutir novamente as premissas para a prisão de um condenado em segunda instância nesta semana, ao julgar uma reclamação de José Dirceu (PT-SP).
Na ação, o petista se insurge contra a decisão do TRF-4 (Tribunal Regional da 4ª Região) de prendê-lo imediatamente depois da condenação em segundo grau —como determina súmula daquele tribunal.
A defesa alega que a súmula do TRF-4 é inconstitucional, já que o Supremo não obriga, apenas permite a prisão em segunda instância, desde que fundamentada. O que, dizem os advogados, não seria o caso.
Pelo menos três magistrados da 2ª Turma, que analisará o pleito, já mandaram soltar presos por considerar que a necessidade de detenção não estava justificada e não poderia se dar de forma automática (Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo)

Reação da Lava Jato para impedir domiciliar de Lula


Helena Chagas - Blog Os Divergentes

Vamos tentar entender o que ocorreu:
1) a pedido do relator Edson Fachin, a Segunda Turma do STF marcou para a próxima terça o julgamento de recurso que pedia a suspensão da prisão do ex-presidente Lula até que o próprio STF e o STJ julgassem seus recursos finais, que ainda teriam que ser admitidos pelo TRF-4;
2) a defesa de Lula entregou aos ministros um memorial pedindo que, se negasse a soltura, a turma determinasse a prisão domiciliar;
3) a sexta amanheceu sob o zunzunzum, registrado na imprensa, de que a turma daria a domiciliar;
4) no mesmo dia, o TRF-4, com os recursos parados desde abril, decidiu, por sua vice-presidente, negar o do STF e admitir só o do STJ;
5) uma hora depois, Fachin, alegando mudança na situação processual, tira de pauta e arquiva o assunto.
Não tem mais novo julgamento para Lula, a não ser que a Segunda Turma reaja e acolha um novo recurso da defesa – só que este teria que ser encaminhado a ela pelo próprio Fachin, que já mostrou aonde está nessa história toda.
O que advogados de Brasília estão concluindo desse enredo quase autoexplicativo é que, diante do alto risco de serem derrotadas na Segunda Turma, as forças da Lava Jato – que tem como pilar de apoio no STF o próprio Fachin – rapidamente se mobilizaram para impedir que o ex-presidente seja solto ou ganhe o benefício da prisão domiciliar, o mais provável.
Ou seja, alguém fez as contas e percebeu que Dias Toffoli, Ricardo Lewndowski e, possivelmente, Gilmar Mendes – ou Celso de Mello – tenderiam a uma decisão favorável a Lula desta vez. E agora?
Em tese, se de fato existir essa correlação de forças na Segunda Turma, Lula ainda poderá ganhar uma domiciliar antes das eleições – de preferência até setembro, quando Dias Toffoli troca de lugar com Cármen Lúcia na presidência do STF e muda a correlação de forças na Turma, que ficaria menos propensa a beneficiar o ex-presidente. Daí a pressa em examinar logo o recurso.
Na prática, porém, o que fica claro é que as forças lavajatistas nas instâncias superiores estão atentas e vigilantes em sua determinação de manter Lula na cadeia até as eleições de outubro.

Remendo para substituir o auxílio-moradia dos juízes


As entidades que representam juízes e procuradores trabalham para que a AGU (Advocacia Geral da União) dê parecer favorável a mudanças legislativas que aumentam o salário das categorias e criam um bônus por tempo de carreira. As medidas compensariam a provável extinção do auxílio-moradia

As associações de magistrados calculam que hoje seis ministros do STF sejam favoráveis ao fim do auxílio.
Essas entidades tentam construir acordo segundo o qual a extinção do benefício só seja decretada após garantia de que  haverá compensações.
A Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho pediu que o Conselho Nacional de Justiça revogue determinação do corregedor João Otávio de Noronha que vedou manifestação política de juízes nas redes sociais.   (Painel – Folha de S.Paulo)

domingo, 24 de junho de 2018

Alckmin ironiza a fuga de Bolsonaro dos debates


Josias de Souza

 “Adivinha quem vai fugir dos debates.”
Jair Bolsonaro, o presidenciável que lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários sem Lula, cogita ausentar-se dos debates televisivos
Estacionado nas sondagens eleitorais na casa de um dígito, o tucano Geraldo Alckmin avalizou a divulgação nas redes sociais de um vídeo ironizando a fuga do capitão
A peça exibe uma montagem com a cabeça de Bolsonaro e o corpo de uma criança.
Abaixo da imagem, a provocação: “Adivinha quem vai fugir dos debates.”
No Brasil, debates eleitorais têm serventia duvidosa.
As assessorias dos candidatos impõem aos organizadores regras draconianas, que favorecem a cenografia em detrimento do conteúdo.
De resto, a história mostra que um bom debatedor não é necessariamente um gestor qualificado
Seja como for, é no mínimo constrangedor que um candidato à Presidência queira chegar ao trono brincando de esconde-esconde.

Governo Lula continua bem avaliado

Pesquisa: Governo Lula tem mesma avaliação de 2004

Pesquisa: Governo Lula tem, hoje, a mesma avaliação de 'bom' e 'ótimo' de 2004
Lula | Edilson Dantas
O Globo Por Ancelmo Gois


Uma pesquisa comandada por Alberto Carlos Almeida, do Instituto Análise, revela que 65% dos brasileiros avaliam, hoje, o governo que Lula fez entre 2003 e 2010 como “bom” e “ótimo”, um número semelhante àquele de quando ele estava no poder (66%, em 2004).

Autor do livro “A cabeça do brasileiro”, o cientista político diz que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. “A avaliação que o eleitor tem do governo Lula não tem relação alguma com as dificuldades que o ex-presidente tem passado, como a condenação e prisão. O eleitorado separa as duas coisas. Mas a melhoria de vida durante o governo Lula permanece na memória”.