sábado, 31 de agosto de 2019

Ao atacar Paulo Freire, Bolsonaro o divulga, diz viúva

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Bárbara Lopes / Agência O Globo

Às vésperas do lançamento de livro com escritos inéditos de Paulo Freire, a viúva do educador, Ana Maria Freire, disse que as críticas de Jair Bolsonaro servem como marketing para as publicações do marido, morto em 1997.
Aos 85 anos, ela é uma das organizadoras de Direitos humanos e educação libertadora , lançado nesta semana na Bienal do Rio. O livro reúne anotações de Freire quando ele era secretário municipal da Educação em São Paulo, de 1989 a 1991.
“Ele está estimulando a venda de livros de Paulo. Muita gente que nunca leu está comprando o livro para ler”, afirmou a Ana Maria, em entrevista à coluna.

Leia a entrevista à coluna:

Como é lançar um livro de Paulo Freire em um momento no qual ele é atacado?

Nós começamos isso há cinco anos. A situação não era tão favorável já no governo de Michel Temer, mas havia um certo respeito. Inclusive, quando houve modificações na Wikipedia de Paulo, com coisas grosseiras e não verdadeiras, escrevi para o presidente interino Michel Temer e ele disse que tomaria providências. E realmente tomou. Eles tiraram essas coisas desleais. Quando o atual presidente se candidata, ele começa a dizer que vai com um lança-chamas na biblioteca da Universidade de Brasília para queimar tudo e que acabaria com Paulo Freire. Ele não sabe o que Paulo fez, o que era e o que é. E que não é fácil exterminar essa imagem altamente dignificada de Paulo.

As críticas de Bolsonaro favorecem ou atrapalham as vendas de Paulo Freire?

Ele está estimulando a venda de livros de Paulo. Muita gente que nunca leu está comprando o livro para ler. “Que histórias têm esse homem que é tão odiado por essa elite da extrema-direita do Brasil? Por que é tão odiado?” As pessoas querem saber.

Então é como se Bolsonaro fizesse marketing para o Paulo Freire?

Faz, sim. Ele pensa que tudo o que faz atende aos interesses dele. Não é bem assim. Esse homem dizendo que Paulo é maldito, é doutrinação, é cruel. Não é nada disso. Ele está falando dele mesmo, está se olhando no espelho.

Como vê Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e crítico de Paulo Freire, se tornar embaixador dos EUA?

É uma piada. Para ser embaixador da maior potência político-econômica do mundo você tem que ter um traquejo social enorme, que esse rapaz não tem. Precisa ter conhecimento profundo da dinâmica social da história dos dois países, uma facilidade muito grande para tratar assuntos desagradáveis, mas sem demonstrar iras e raivas. Por tudo, ele não tem como ser embaixador.

E como avalia os cortes na Educação?

É uma coisa horrorosa. É a vontade que a educação chegue ao limite. O ministro da Ciência e Tecnologia diz que não há mais recursos para uma bolsa de estudo. O Brasil não vai mais fazer pesquisa. Estávamos fazendo pesquisas muito importantes para o Brasil e para o mundo. Havia a intenção de nos inserirmos numa sociedade mais tecnológica, científica, sábia e, por isso, mais próspera, e podendo nos fazer sujeitos mais felizes. Com esse sistema, não podemos ser felizes. Estamos tristes, humilhados.

E a gestão de Abraham Weintraub?

É um desastre. Ele não entende nada de Educação. Tudo o que ele propõe e diz é absurdamente ridículo. Fica dançando de guarda-chuva.

O que falaria para Weintraub se encontrasse com ele?

Primeiro, teria que pedir a Deus para me controlar, para não dizer coisas que poderia me arrepender depois. No fim, tem que respeitar a pessoa humana. Mas não acredito que ele faz o que faz com convicção de consciência crítica. Ele não tem consciência crítica. Por isso, faz coisas estapafúrdias, tomando as medidas que o presidente e o filho do presidente mandam. Falam que a educação está assim porque o Brasil seguiu Paulo Freire. O Brasil não seguiu o Paulo, infelizmente. Se tivesse seguido, estaríamos em outro nível de educação.

Como as pessoas reagem quando se identifica como viúva de Paulo Freire?

Muito bem. Sempre reagiram. Eu me afastei de algumas pessoas, amigos e familiares, que sei que são fanaticamente bolsonaristas, que já falavam com o entusiasmo como se Deus viesse pairar como comandante do Brasil. Eu me afastei porque não quero dizer as coisas horríveis que as pessoas que estão colaborando com esse governo merecem ouvir. Para você não ficar numa situação constrangedora, é melhor se afastar.

E a gestão de Abraham Weintraub?

É um desastre. Ele não entende nada de Educação. Tudo o que ele propõe e diz é absurdamente ridículo. Fica dançando de guarda-chuva.

O que falaria para Weintraub se encontrasse com ele?

Primeiro, teria que pedir a Deus para me controlar, para não dizer coisas que poderia me arrepender depois. No fim, tem que respeitar a pessoa humana. Mas não acredito que ele faz o que faz com convicção de consciência crítica. Ele não tem consciência crítica. Por isso, faz coisas estapafúrdias, tomando as medidas que o presidente e o filho do presidente mandam. Falam que a educação está assim porque o Brasil seguiu Paulo Freire. O Brasil não seguiu o Paulo, infelizmente. Se tivesse seguido, estaríamos em outro nível de educação.

Como as pessoas reagem quando se identifica como viúva de Paulo Freire?

Muito bem. Sempre reagiram. Eu me afastei de algumas pessoas, amigos e familiares, que sei que são fanaticamente bolsonaristas, que já falavam com o entusiasmo como se Deus viesse pairar como comandante do Brasil. Eu me afastei porque não quero dizer as coisas horríveis que as pessoas que estão colaborando com esse governo merecem ouvir. Para você não ficar numa situação constrangedora, é melhor se afastar.

De Época

Minha Casa: atrasos prejudiacam setor de construção civil

(Foto: Divulgação)
De O Estado de S. Paulo - Por Coluna do Estadão

Pelas contas do setor da construção civil, os atrasos nos repasses do Minha Casa, Minha Vida afetam mais de mil contratos e 200 mil trabalhadores.
Isso sem contar 17 mil unidades contratadas no apagar das luzes pelo ex-ministro Alexandre Baldy que nem sequer começaram a ser construídas.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Glenn: Jornal Nacional atuava como parceiro de Moro e da Lava Jato

Foto: reprodução

O jornalista Glenn Greenwald disse em entrevista a Juca Kfouri no programa Entre Vistas, da TVT, que o Jornal Nacional atuava, antes dos diálogos vazados pelo The Intercept Brasil, quase como parceiro da Lava Jato e de Sergio Moro.

“Obviamente, a grande mídia estava como uma aliada do Sergio Moro e da Lava Jato nos últimos anos, não só por ideologia, mas também porque o modelo do lucro da mídia brasileira era receber vazamentos da força-tarefa da Lava Jato sem gastar com nenhum recorte, sem fazer investigações”, analisou.

“Então o Jornal Nacional recebia vazamentos da força-tarefa da Lava Jato, o [apresentador William] Bonner anunciava que tinha uma notícia muito importante sobre corrupção, com uma audiência enorme, e a Globo lucrava muito sem fazer jornalismo. O papel da grande mídia no Brasil era quase como parceiro da Lava Jato e do Sergio Moro”, disse Glenn.

Para o jornalista, a situação só mudou quando o The Intercept Brasil procurou as mídias tradicionais, divulgando informações exclusivas, para informar o que o site estava descobrindo através das mensagens vazadas. “Nossa estratégia, então, foi convidar a grande mídia para ter acesso ao nosso jornalismo, para reportar junto com a gente. Acho que sem a nossa estratégia, sem envolver todos conosco, não seria assim.”
Moro e a imagem machucada

Glenn analisa que a imagem de Moro foi construída durante os últimos anos “sem desafio, como um herói”, mas as consequências dos diálogos vazados são graves para o atual Ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.

“Muitos aliados deles na mídia disseram, depois de apenas uma semana, que as acusações eram muito graves e que ele deveria renunciar ao seu cargo público”, lembra o editor. “Uma aliada importante, a revista Veja, que ficou cinco anos o aplaudindo, quase pediu desculpas para o público pela imagem que eles construíram. E, agora, a Veja é nossa parceira jornalística.”

“Se alguém tivesse dito para mim há três meses que eu seria parceiro da Veja, denunciando Moro, eu acreditaria que essa pessoa era quase louca. Podemos ver que o tamanho de Moro é muito menor no Brasil e a opinião pública no trabalho da força-tarefa da Lava Jato mudou radicalmente após as reportagens.”

O jornalista acredita que seu trabalho vem mudando o pensamento dos brasileiros sobre o ministro, como aconteceu quando ele se juntou a Edward Snowden para revelar programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos.

“Depois de dois meses, Moro ainda é o ministro da justiça. Mas ele é uma figura muito mais fraca, igual o Deltan Dallagnol [coordenador da Lava Jato]. Eu acho que essas mudanças são sutis, mas geralmente mudanças importantes acontecem com o tempo e de forma sutil”.

Reportagem sobre FHC

O norte-americano ainda analisa que, dentre as diversas reportagens divulgadas pela The Intercept, a que ele sentiu que não recebeu o valor devido foi relacionada a Fernando Henrique Cardoso.

“Conseguimos mostrar que o Moro mandou que o ex-presidente fosse protegido, porque ele é um aliado importante. Isso para mim é um crime, escolhendo que vai processar e quem vai ser protegido porque é o seu aliado.”

Glenn afirma que “ainda há muito mais para reportar” sobre este caso, e salienta que a situação do ex-presidente e do Lula são semelhantes.

“Já mostramos isso, que eles tinham uma obsessão condenando o Lula, mas ao mesmo tempo querendo proteger FHC, mesmo com integrantes da Lava Jato falando que acusações contra o instituto do FHC eram quase iguais às do Lula.”

Do UOL

Em ofício, ministro da Educação escreve paralisação com “z”


O ministro da Educação, Abraham Weintraub, escreveu duas vezes a palavra "paralisação" usando a letra "z" em ofício endereçado ao ministro da Economia, Paulo Guedes. No documento, Weintraub alerta que os recursos previstos para o ministério em 2020 são insuficientes para a prestação de serviços públicos, como a compra de livros escolares, e podem levar à interrupção das atividades em universidades públicas. Procurado pela reportagem, o MEC não quis se manifestar.

O ministro pediu aumento de R$ 9,8 bilhões em verbas previstas para as chamadas despesas discricionárias (aquelas que não são obrigatórias, como pagamento de servidores e aposentados). Com o incremento, os recursos previstos para esses gastos, que incluem o custeio de programas e investimentos, alcançariam R$ 26 bilhões.
“Com a redução de bolsistas de mestrado e doutorado, há paralização (sic) de pesquisas e risco de evasão de pesquisadores para atuação no exterior, comprometendo o desenvolvimento da ciência e tecnologia no país", alerta o ministro na página 4 do ofício, de 15 de agosto deste ano.
"O referencial monetário apresentado ao MEC impossibilita a destinação de menos da metade do orçamento que as universidades e institutos possuem atualmente. Com isso, haverá a paralização (sic) de cursos, campi e possivelmente instituições inteiras, comprometendo a educação superior e a educação profissional e tecnológica (EPT)", afirma o ministro na página 6.
O ministro mostrou preocupação com temas caros ao governo Bolsonaro, como ampliação do número de escolas cívico-militares. Ainda afirmou que há risco de “recepção desfavorável na sociedade em geral e na imprensa” se forem suspensas bolsas de estudo no País e exterior.  Como mostrou o Estado, além de Weintraub, ministros da Saúde, de Minas e Energia e de Relações Exteriores também alertaram Guedes que as verbas previstas para 2020 são insuficientes.

Com "PIBinho", brasileiros seguirão conseguindo emprego "só" na informalidade.


Foto/crédito: Carteira de trabalho | Roberto Moreyra
O Globo - Por Ancelmo Gois

O IBGE divulga hoje a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho. Pela projeção da consultoria IDados, ficará em 11,9% — uma queda bem tímida, de 0,4 pontos porcentuais, em relação ao mesmo período de 2018.
— Como o crescimento do PIB está se mostrando bem reduzido este ano, o emprego formal deve seguir crescendo pouco e, como resultado, as pessoas devem continuar conseguindo emprego principalmente na informalidade — disse o pesquisador Bruno Ottoni

Lava Jato de Curitiba com moral baixa no STF


Procuradores da Lava Jato/ Fonte: DCM
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima

A Lava Jato de Curitiba está com moral baixa no STF.
Um integrante da corte define assim o saldo das mensagens obtidas pelo The Intercept: “Só eles prestavam. 
A Justiça estadual era provinciana, o Ministério Público estadual era lixo, a imprensa era manipulável e as cortes superiores eram corruptas”

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Paulo Câmara vai a Caruaru no próximo dia 6

Blog do Mário Flávio
O seminário “Todos por Pernambuco” já tem uma data para ser realizado em Caruaru. Será no dia 6 de setembro e vai contar com a presença do governador Paulo Câmara. Ele vem a cidade para anunciar um pacote de obras e ações para melhorar não só a cidade, mas a região Agreste, já que Caruaru conglomera mais de 1,5 milhão de pessoas por dia, por ser uma cidade polo.
Os detalhes da visita do governador serão anunciados em breve, mas a expectativa da vinda dele é grande, já que ele tem como aliados na cidade os deputados estaduais Tony Gel (MDB), Zé Queiroz (PDT) e Delegado Lessa (PP), além do deputado federal Wolney Queiroz (PDT). Ele conta ainda na base com o secretário e ex-vereador Alberes Lopes e o coordenador da 4ª Ciretran de Caruaru, Raffiê Dellon (PSD). Todos terão papel fundamental na eleição de prefeito ano que vem.
Também é grande a expectativa para saber se a prefeita Raquel Lyra (PSDB) vai ao evento. No último Todos por Pernambuco Raquel fez cobranças públicas ao socialista. Também ainda não se sabe se o deputado federal Fernando Rodolfo (PL) e coordenador de marketing da Embratur, Silvio Nascimento (PSL), vão ao evento. O local será divulgado em breve

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Dimenstein pede desculpas e diz: procuradores da Lavo Jato são canalhas morais

Eduardo Bolsonaro é o que a humanidade produz de pior, diz Dimenstein
 (Foto: Reprodução)

247 - Diante da série de reportagens do The Intercept, que revelaram a troca de mensagens de procuradores da Lava Jato e do juiz Sergio Moro, desmontou a áurea sagrada que a operação construiu ao longo dos últimos anos. O jornalista Gilberto Dimenstein usou a sua página nas redes sociais para fazer um pedido de desculpas aos seus leitores pela defesa que fez dos procuradores.

"Peço desculpas - mil desculpas - aos meus leitores por ter falado tão bem e defendido tanto os procuradores da Lavo Jato. Considero que o resultado tem amplos pontos positivos. Mas depois dos comentários que li sobre parentes mortos de Lula, vi que eles são canalhas morais", escreveu o jornalista.


Ele se refere aos novos trechos revelados pelo Intercept em parceria com o site Uol, que mostraram o deboche de membros do Ministério Público Federal (MPF-PR) sobre a morte de Dona Maria Letícia, de Vavá e Arthur, irmão e neto do ex-presidente, respectivamente.

Carta publicada aos procuradores da Lava jato por Eugenio Aragão


Eugênio Aragão, procurador aposentado, no GGN

Sim. Ex-colegas, porque, a despeito de a Constituição me conferir a vitaliciedade no cargo de membro do Ministério Público Federal, nada há, hoje, que me identifique com vocês, a não ser uma ilusão passada de que a instituição a que pertenci podia fazer uma diferença transformadora na precária democracia brasileira. Superada a ilusão diante das péssimas práticas de seus membros, nego-os como colegas.

Já há semanas venho sentindo náuseas ao ler suas mensagens, trocadas pelo aplicativo Telegram e agora reveladas pelo sítio The Intercept Brasil, num serviço de inestimável valor para nossa sociedade deformada pela polarização que vocês provocaram. Na verdade, já sabia que esse era o tom de suas maquinações, porque já os conheço bem, uns trogloditas que espasmam arrogância e megalomania pela rede interna da casa. Quando aí estava, tentei discutir com vocês, mostrar erros em que estavam incidindo no discurso pequeno e pretensioso que pululava pelos computadores de serviço. Fui rejeitado por isso, porque Narciso rejeita tudo que não é espelho. E me recusava a me espelhar em vocês, fedelhos incorrigíveis.

A mim vocês não convencem com seu pobre refrão de que “não reconhecem a autenticidade de mensagens obtidas por meio criminoso”. Por muito menos, vocês “reconheceram” diálogo da Presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff com o Ex-Presidente Lula, interceptado e divulgado de forma criminosa. Seu guru, hoje ministro da justiça de um desqualificado, ainda teve o desplante de dizer que era irrelevante a forma como fora obtido acesso ao diálogo, pois relevaria mais o seu conteúdo. Tomem! Isso serve que nem uma luva nas mãos ignóbeis de vocês. Quem faz coisa errada e não se emenda acaba por ser atropelado pelo próprio erro.

Subiu-lhes à cabeça. Perderam toda capacidade de discernir entre o certo e o errado, entre o público e o privado, tamanha a prepotência que os cega. Não têm qualquer autocrítica. Nem diante do desnudamento de sua vilania, são capazes de um gesto de satisfação, de um pedido de desculpas e do reconhecimento do erro. Covardes, escondem-se na formalidade que negaram àqueles que elegeram para seus inimigos.

Esquecem-se que o celular de serviço não se presta a garantir privacidade ao agente público que o usa. Celulares de serviço são instrumentos de trabalho, para comunicação no trabalho. Submete-se, seu uso, aos princípios da administração, entre eles o da publicidade, que demanda transparência nas ações dos agentes públicos. Conversas de cunho pessoal ali não devem ter lugar e, diante do risco de intrusão, também não devem por eles trafegar mensagens confidenciais. Se houver quebra de confidencialidade pela invasão do celular, a culpa pelo dano ao serviço é do agente público que agiu com pouco caso para com o interesse da administração e depositou sigilo funcional na rede ou na nuvem virtual. Pode por isso ser responsabilizado, seja na via da improbidade administrativa, seja na via disciplinar, seja no âmbito penal por dolo eventual na violação do sigilo funcional. Não há, portanto, que apontarem o dedo para os jornalistas que tornaram público o que público devesse ser.

De qualquer sorte, tenho as mensagens como autênticas, porque o estilo de vocês – ou a falta dele – é inconfundível. Mesmo um ficcionista genial não conseguiria inventar tamanha empáfia. Tem que ser membro do MPF concurseiro para chegar a tanto! Umas menininhas e uns menininhos “remplis de soi-mêmes”, filhinhas e filhinhos de papai que nunca souberam o que é sofrer restrições de ordem material e discriminação no dia a dia. Sempre tiveram sua bola levantada, a levar o ego junto. Pessimamente educados por seus pais que não lhes puxaram as orelhas, vocês são uns monstrengos incapazes de qualquer compaixão. A única forma de solidariedade que conhecem é a de uma horda de malfeitores entre si, um encobrindo um ao outro, condescendentes com os ilícitos que cada um pratica em suas maquinações que ousam chamar de “causa”. Matilhas de hienas também conhecem a solidariedade no reparto da carniça, mas, como vocês, não têm empatia.

Digo isso com o asco que sinto de vocês hoje. Sinto-me mal. Tenho vontade de vomitar. Ao ler as mensagens trocadas entre si em momentos dramáticos da vida pessoal do Ex-Presidente Lula, tenho a prova do que sempre suspeitei: de que tem um quê de psicopatas nessa turma de jovens procuradores, uma deformação de caráter decorrente, talvez, do inebriamento pelo sucesso. Quando passaram no concurso, acharam que levaram o bilhete da sorte, que lhes garantia poder, prestígio e dinheiro, sem qualquer contrapartida em responsabilidade.

Sim, dinheiro! Alguns de vocês venderam sua atuação pública em palestras privadas, em troca de quarenta moedas de prata. Mas negaram ao Ex-Presidente Lula o direito de, já sem vínculo com a administração, fazer palestras empresariais. As palestras de vocês, a passarem o trator sobre a presunção de inocência, são sagradas. Mas as de Lula, que dão conta de sua visão de Estado como ator político que é, são profanas. E tudo fizeram na sorrelfa, enganando até o corregedor e o CNMP.

Agora, a cerejinha do bolo. Chamam Lula de “safado”, fazem troça de seu sofrimento, sugerem que a trágica morte de Dona Mariza foi queima de arquivo… chamam o luto de “mimimi” e negam o caráter humano àquele que tão odienta e doentiamente perseguem! Só me resta perguntar: onde vocês aprenderam a ser nazistas? Pois tenho certeza que o desprezo de vocês pelo padecimento alheio não é diferente daqueles que empurravam multidões para as câmaras de gás sem qualquer remorso, escorando-se no “dever para com o povo alemão”. Ao externarem tamanha crueldade para com o Ex-Presidente Lula, vocês também invocarão o dever para com o Brasil?

Declarem-se suspeitos em relação ao alvo de seu ódio. Ainda é tempo de porem a mão na consciência, mostrarem sincero remorso e arrependimento, porque aqui se faz e aqui se paga. A mão à palmatória pode redimi-los, desde que o façam com a humildade que até hoje não souberam cultivar e empreendam seu caminho a Canossa, para pedirem perdão a quem ofenderam. Do contrário, a história não lhes perdoará, por mais que os órgãos de controle, imbuídos de espírito de corpo, os queiram proteger. A hora da verdade chegou e, nela, Lula se revela como vítima da mais sórdida ação de perseguição política empreendida pelo judiciário contra um líder popular na história de nosso país. Mais cedo ou mais tarde ele estará solto e inocentado, já vocês…

Despeço-me aqui com uma dor pungente no coração. Sangro na alma sempre que constato a monstruosidade em que se transformou o Ministério Público Federal. E vocês são a toxina que acometeu o órgão. São tudo que não queríamos ser quando lutamos, na Constituinte, pelo fortalecimento institucional. Esse desvio de vocês é nosso fracasso. Temos que dormir com isso

Prefeitos querem recursos do G7


Prefeitos vão pedir para município recursos do G7 desdenhados. Eles vão formalizar solicitação aos embaixadores dos países que ofereceram a ajuda
Folha de S. Paulo - Mônica Bergamo


Prefeitos de todo o país vão pleitear os recursos que as nações do G7, as mais ricas do mundo, estão oferecendo ao Brasil.
Como Jair Bolsonaro desdenhou da ajuda, Jair Donizette, prefeito de Campinas e da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), e Bruno Covas, prefeito de SP e vice-presidente de Mudanças Climáticas da entidade, vão formalizar uma solicitação aos embaixadores dos países pedindo que os recursos sejam destinados aos municípios.

O que faz diferença no embate Moro versus Bolsonaro



POR FERNANDO BRITO · no Tijolaço



Por mais que o negue, formalmente, dizendo que era apenas uma “visita de cortesia”, a presença de Sérgio Moro na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, cujo chefe está na mira de Jair Bolsonaro, é mais um movimento no xadrez de hipocrisia que jogam o ministro da Justiça e o presidente, está óbvio. Como foi – e muito mais ousado – a divulgação do relatório da PF apontando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, como beneficiário de crimes com doações eleitorais da Odebrecht.

Os dois, claro, se preocupam em dar sinais abstratos de unidade, embora nem a velhinha da Taubaté, acredite nisso.

A unidade que existe é, apenas, resultado da maré vazante de ambos e Jair Bolsonaro é muito mais capaz de entender o “farinha pouca, meu pirão primeiro” que Sérgio Moro.

Não quer e não vai ficar com o estigma de ter “traído” Moro, mas espera, ansiosamente (e até com alguma dificuldade em conter-se), o primeiro erro do seu até agora ministro para colar-lhe o rótulo.

Conta, para isso, com o impasse em que está Moro.

Deixar o governo para cair nos braços abertos de João Doria – a Folha, hoje, trata abertamente disso – seria a adesão evidente à etiqueta de ambição política. Simplesmente sair, porém, também significaria submergir da mídia e só colocar a cabeça para fora nas águas lamacentas em que está metida a Lava Jato, após a revelação de seus intestinos pelo The Intercept.

O assédio de Doria é e será intenso, porque percebe que nada pior para seus planos que ter de enfrentar o bolsonarismo em seu território e nas órbitas de São Paulo, como o Paraná.

O fator decisivo para o desfecho deste episódio é a mídia, mais especificamente a Globo, contra a qual os minions e seu chefe levantam uma nova onda de ataques, cada vez mais violentos, como no episódio Merval Pereira.

Este é o perigo que apavora Moro: o de se ver colocado diante de um ultimato global: “ou ele ou eu”.

Faz (e muita) diferença

Anulação de sentença de Moro no STF surpreende até ministros que defendem freio na Lava Jato.

Crédito: Evaristo Sá/AFP/Reprodução/Montagem abcdoabc
Folha de S. Paulo  - Painel
Por Daniela Lima

 

A decisão da Segunda Turma do STF de anular a condenação imposta por Sergio Moro ao ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine surpreendeu até entusiastas de um freio de arrumação nos métodos da Lava Jato. Em temperatura e pressão normais, analisa um ministro do Supremo, a argumentação do habeas corpus teria dificuldade de prosperar. O veredito, portanto, deve ser lido como o sinal mais enfático de que o ambiente na corte mudou sob impacto da chamada Vaza Jato.
O voto de Cármen Lúcia a favor de Bendine causou impacto entre integrantes do STF. Como o caso foi apreciado na ausência de Celso de Mello, a aposta era a de que, se o réu conseguisse a anulação da sentença, seria por benefício de um empate por dois a dois, com a ministra votando contra, alinhada a Edson Fachin.
Colegas de Cármen Lúcia, porém, dizem que ela anda “reflexiva” e que parece ter se convencido de que, de fato, em alguns momentos, a omissão do Supremo abriu brechas para abusos.
Essa narrativa foi fartamente explorada pelo ministro Gilmar Mendes durante o julgamento de Bendine. O caso foi à Turma no mesmo dia em que o Uol, do Grupo Folha, e o The Intercept relataram que procuradores reagiram com ironia e teorias da conspiração às mortes da mulher e do irmão de Lula.
Na sessão, Mendes criticou duramente os diálogos obtidos pelo The Intercept. Disse que eram reveladores de “gente sem sensibilidade moral, com uma mente muito obscura, soturna”.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Paulo empossa secretários da Casa Civil e Administração


O governador Paulo Câmara empossou, hoje, o novo secretário-chefe da Casa Civil, José Neto, e a titular da Secretaria de Administração (SAD), Marília Simões. As mudanças na equipe foram anunciadas ontem pelo chefe do Executivo Estadual.

Antes titular da pasta de Administração, José Neto foi remanejado para a Casa Civil, em substituição ao ex-secretário Nilton Mota, que assumirá a presidência da Pernambuco Participações e Investimentos S/A (Perpart). Já Marília Simões, que ocupava a Secretaria Executiva de Administração, sucederá José Neto.
Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, José Francisco Cavalcanti Neto é auditor do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), e durante o governo de Eduardo Campos exerceu os cargos de secretário executivo de Administração (2007 a 2009), assumindo em 2010 a titularidade da pasta. De janeiro de 2011 a março de 2014, foi secretário executivo da Fazenda, retornando ao comando da pasta de Administração de abril a dezembro de 2014. No primeiro governo Paulo Câmara, atuou como chefe da Assessoria Especial e chefe de Gabinete do governador. Desde janeiro de 2019 estava novamente na Secretaria de Administração.
Marília Raquel Simões Lins é formada em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), e começou na Secretaria de Administração ainda como estagiária, em 1999, chegando ao cargo de secretária em abril de 2018, onde permaneceu até dezembro do mesmo ano. Desde o início de 2019, atuava como secretária executiva de pessoal da SAD, e agora assume novamente a titularidade da pasta.

Nordeste piora avaliação de Bolsonaro e lidera rejeição


Diário do Nordeste
O Nordeste ampliou neste mês a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro, apontou ontem a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pelo instituto de pesquisa MDA. A desaprovação dos nordestinos (65,3%) é a maior entre todas as regiões do País e deu um salto em relação à taxa registrada em fevereiro (28,5%), ou seja, mais que dobrou em seis meses.
O uso de palavras ofensivas e comentários inadequados foi citado por 30,6% dos entrevistados do Brasil como as piores ações do Governo, segundo o levantamento.
No mês passado, o presidente se envolveu em uma polêmica com os governadores do Nordeste ao usar a expressão pejorativa "Paraíba" para se referir à região, além de ter pedido boicote ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em um vídeo vazado de uma conversa com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) na internet.
"O Nordeste foi a região do País onde Bolsonaro menos conseguiu votos. Então, as falas negativas dele também influenciam", analisa o cientista político Rodrigo Gallo, professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, acrescentando que falta "tato" ao presidente na hora de "fazer brincadeiras".
Apesar de o Palácio do Planalto negar a intenção de discriminar o Nordeste, o tema rendeu debates políticos sobre as ações do Governo voltadas para a região. Diante disso, o Congresso Nacional cobrou o presidente sobre a redução dos repasses de verba para o Nordeste.
A Caixa Econômica Federal, por exemplo, reduziu a fatia para a região a apenas 2,2% do total de empréstimos autorizados no ano para governos e prefeituras.
Na avaliação do cientista político, o crescimento no índice de rejeição do presidente em todas as regiões, principalmente no Nordeste, é um reflexo das atitudes de Bolsonaro em oito meses de Governo.
"Agora, após oito meses de trabalho, muitas polêmicas foram criadas, pautas prioritárias ainda não foram votadas, e o eleitor quer ver resultado. A partir do momento que você deixa de ser candidato e vira presidente, não dá para viver só de polêmicas. O eleitor cobra resultados, diversos setores cobram resultados e ele continua com polêmicas, quando o que se quer é resultado", enfatiza Gallo

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Dinheiro pago pela Petrobras pode combater queimadas

Do Blog de Magno Martins

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu, hoje, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que parte do dinheiro pago pela Petrobras em um acordo com autoridades em decorrência da Operação Lava Jato seja usado no combate às queimadas na Amazônia
Para encerrar investigações sobre a empresa nos Estados Unidos, a Petrobras acordou com autoridades norte-americanas o pagamento de US$ 853,2 milhões. Desse valor, US$ 682 milhões devem ser aplicados no Brasil.
O montante foi depositado em uma conta judicial, mas está bloqueado. Inicialmente, a força-tarefa da Lava Jato havia feito um acordo com a Petrobras para criar um fundo com o dinheiro. Mas o ministro do STF, Alexandre de Moraes, suspendeu o ato. O tribunal ainda vai decidir onde poderá ser aplicada a verba. O STF aguarda um acordo entre órgãos do governo, que já indicaram necessidade dos valores irem para o sistema penitenciário, educação e saúde.
O pedido de Dodge, encaminhado a Moraes, sugere que US$ 293,7 milhões sejam usados para o combate ao fogo na floresta. O restante, segundo a procuradora, deveria ir para as áreas de educação, tecnologia e primeira infância.
As queimadas na Amazônia nos últimos dias geraram reações de autoridades e da sociedade civil no Brasil e no exterior. A situação foi discutida no fim de semana na reunião do G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo, do qual o Brasil não participa).
De acordo com dados da Agência Espacial norte-americana (Nasa), 2019 é o pior ano de queimadas na Amazônia desde 2010. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que este mês de agosto registrou mais focos de queimadas na região do que a média dos últimos 21 anos.

Alinça entre Moro e Bolsonaro está perto do fim


Para a centro-direita, aliança entre Moro e Bolsonaro está perto do prazo de validade.
(Foto: Lula Marques | Marcos Corrêa/PR)
Folha de S. Paulo - Painel
Daniela Lima


Um político experimentado da centro-direita avalia que o esvaziamento dos atos deste domingo (25) indica que a máquina de mobilização a serviço de Sergio Moro, e ora de Bolsonaro, pode estar perdendo força.
Casamento de fachada Disseminou-se na classe política a impressão de que as cotoveladas entre Bolsonaro e Moro aumentarão, em público e em privado, e a relação se esgarçará até a inviabilidade. Se o ministro tem pretensões políticas, diz liderança da centro-direita, o timing da ruptura está passando.

Governo estadual inaugura Expresso Cidadão no Salgueiro Shopping


Em sua passagem pelo município de Salgueiro, no Sertão, durante o seminário ‘Todos por Pernambuco’, o governador Paulo Câmara inaugurou, no Salgueiro Shopping, uma unidade do Expresso Cidadão.

Esta é a nona unidade do Programa, que é coordenado pela Secretaria de Administração (SAD). O posto deve atender o município e cidades circunvizinhas.
O projeto do Expresso Cidadão nasceu da parceria entre os empresários Eurico Muniz e Fernando Ferraz e foi iniciado pelos ex-secretários Milton Coelho, hoje chefe de Gabinete do governador, e Augusto Bichara, ex-secretário executivo e, hoje, também no Palácio. O objetivo da implantação de uma unidade no Sertão foi desenvolver ainda mais a região. O projeto foi idealizado pelo empresarial ‘Salgueiro Shopping’ e concluído graças ao empenho do secretário de Administração, José Neto, e seu executivo Luís Eduardo

Desigualdade: desemprego foi a principal causa

Aumento da desigualdade no Brasil: desemprego foi principal causa, mas não a única. As pessoas também estão ganhando menos.
Carteira de trabalho | Reprodução
O Globo - Por Ancelmo Gois


Já se sabe que a desigualdade aumentou à medida em que a economia desceu a ladeira nos últimos anos. 

Pelas contas da FGV Social, a diferença de renda entre os 10% mais ricos e a metade mais pobre brasileira cresceu 27% nos últimos quatro anos. 
Só que a equipe de Marcelo Neri conseguiu mapear os vilões. O mais óbvio é o desemprego (que responde por 14%; cerca de metade da piora). A outra metade foi quase toda ocupada por perda salarial (6,3%) e redução da jornada de trabalho (5,1%)

Bancos voltam a prever PIB em queda