sexta-feira, 20 de outubro de 2017

4 mortos em prisão de quadrilha no Sertão


Grupo atuava em Pernambuco, Maranhão, Paraíba e Ceará. Segundo os investigadores, "braço armado" do esquema é PM no Ceará. Diversas armas foram apreendidas.

G1
Quatro mortos, dois presos e diversas armas apreendidas. Esse foi o saldo da operação que desarticulou uma quadrilha especializada em assaltos a carros-fortes e instituições financeiras com atuação em cidades de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Maranhão. Um policial militar do Ceará está entre os presos, apontado como o “braço armado” do esquema.
Os detalhes da operação, que incluiu as polícias Civil, Militar e Federal através da força-tarefa Bancos, foram apresentado no Recife, nesta quinta-feira (19). Comandante do Batalhão Especializado de Polícia do Interior (Bepi), o tenente-coronel Ely Jobson explica trabalhos de inteligência apontaram que a quadrilha estaria na zona rural de Salgueiro, no Sertão.
“Montamos um bloqueio no Sítio Quixaba 1. Os policiais deram ordem de parada, mas os marginais não pararam”, explica o comandante, apontando que houve troca de tiros e dois homens morreram na hora, enquanto os outros fugiram pela caatinga.
Houve, então, perseguição pela caatinga e uma nova troca de tiros, em que um terceiro homem foi morto. Na tarde desta quinta, um quarto suspeito de envolvimento também morreu em confronto com a polícia, em Salgueiro. “Foi feito cerco, tentou-se negociação. Ele reagiu, estava armado com fuzil e ele veio a morrer”, explica Jobson.
Segundo a polícia, este quarto homem havia sido preso cinco vezes, sendo quatro delas por assalto a bancos. Todos os envolvidos, com exceção do policial militar do Ceará, já tinham passagens pela polícia, de acordo com os investigadores.
Pela quantidade de armas apreendidas com a quadrilha, a polícia acredita que eles se preparavam para assaltar um carro-forte que passaria pela BR-232, em direção a Salgueiro, no horário aproximado da operação. “Temos várias investigações em andamento. Aqueles que não se renderam durante a abordagem, morreram no confronto”, aponta o chefe da Polícia Civil, delegado Joselito Kerhle.

Trabalho escravo: Temer responderá a Dodge em 10 dias


Josias de Souza

Michel Temer mandou dizer à procuradora-geral da República Raquel Dodge que responderá em dez dias o que pretende fazer com a portaria que fragilizou o combate ao trabalho escravo. O prazo foi estipulado em documento no qual o Ministério Público Federal recomendou a revogação da portaria. O recado de Temer foi repassado a Dodge nesta quinta-feira pelo ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho), que visitou a sede da Procuradoria, em Brasília.
Nogueira estivera na véspera com Dodge, para receber um ofício e a recomendação número 38/2017 (íntegra disponível aqui). Nela, a Procuradoria sugere ao governo que “revogue a portaria” porque ela contém “vício de ilegalidade”. Fica subentendido que, na falta de providências, o govermo será acionado judicialmente. Sob Temer, o combate ao trabalho escravo deixou de ser uma prioridade.
Temer enfraqueceu as regras da fiscalização do trabalho análogo à escravidão a pedido da bancada ruralista da Câmara, cujos integrantes ameaçavam votar contra o sepultamento da denúncia em que Temer é acusado de organização criminmosa e obstrução à Justiça. Ou seja, para salvar o próprio pescoço, o presidente levou ao balcão das transações fisiológicas o desmonte das regras que protegem trabalhadores  humildes da exploração degradante.

A força de que um poste é dotado


Carlos Brickmann
Lula neste momento lidera as pesquisas, mas ninguém vence a eleição com o nível da rejeição que ostenta: metade dos eleitores diz que não vota nele de jeito nenhum. Mas falta um ano e isso pode mudar. E Lula nem precisa ser candidato: basta que possa proclamar que “a zelite” usa as leis para prejudicá-lo e, por isso, em vez de sair candidato, lança outro. Quem conseguiu eleger Dilma sabe a força de que um poste é dotado.
Lula conta, na campanha para que o eleitor o veja como perseguido, com o valioso apoio dos adversários. Os procuradores da Lava Jato já fizeram o que não deveriam com aquele “power point” segundo o qual, com ou sem investigações, Lula era apontado como ponto central da ladroeira.
Já havia ocorrido, há tempos, o caso “Vavá dois pau”, uma operação contra Genival, irmão de Lula, que teria pedido “dois pau pra eu” para usar sua influência num caso.
Que influência, cara pálida?
Alguém que, entre Petrolão, Mensalão e Quadrilhão, aceita “dois pau”? E agora houve o caso mais obscuro de todos; a pressão sobre o filho de Lula.

PSDB descobre que tem vocação para a morte


Blog do Josias de Souza

Finalmente, o PSDB descobriu sua vocação política. O partido está vocacionado para a morte. O tucanato faz tudo para morrer o mais depressa possível. As práticas da legenda, suas ambiguidades, suas contradições mal disfarçam a vontade, a urgência da morte. Protagonista do seu próprio cortejo fúnebre, o PSDB caminha rumo ao fenecimento carregando as alças de dois pesos mortos: o caixão do governo Temer e o caixão de Aécio Neves.
Temer é um defunto com caneta e Diário Oficial. Com a ajuda de um coordenador político tucano, ele compra na Câmara mais um ano de sobrevida. Aécio, trancado em casa e em seus rancores, parecia fora de combate. Mas o Senado deu-lhe uma sacudida. E o personagem, insepulto, tranforma o PSDB no primeiro partido da história a ter como presidente um defunto.
O nome mais cotado para representar o PSDB na disputa presidencial de 2018 é Geraldo Alckmin. Jurado de morte até pelo seu pupilo João Doria, Alckmin se finge de vivo. Mas revela-se um vivo pouco militante. Não consegue se posicionar com clareza sobre o rompimento com Temer e o expurgo de Aécio. Não é à toa que frequenta as pesquisas como um sub-Bolsonaro. É como se Alckmin pedisse aos eleitores não votos, mas coroas de flores.

Renans, pai e filho, trombam no tratamento a Temer

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)  tem dito que não deixará de dialogar com a oposição. Esta semana, conversou com Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador alagoano, aliás, vive drama familiar. Renan Filho, governador, prega que o pai seja mais ameno com o presidente, mas ele segue subindo o tom.

Maia continuará atuando em frentes aparentemente opostas na relação com o Planalto. Ele não atrapalhará a tramitação da denúncia contra Michel Temer, mas vai impor sua própria pauta.
O grupo alinhado ao democrata diz que, daqui para frente, ele tem que ser o “CEO do Brasil”. Temer, dizem, assumiria “a presidência do conselho”.  (Daniela Lima – Folha Painel)

Ala do PSDB pressiona Aécio a não entregar comando

Coluna do Estadão – Andreza Matais
Pressionado por uma ala do PSDB a deixar a presidência do partido, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que está licenciado, tem sido aconselhado a resistir.
Seus interlocutores dizem que se ele não tomou essa atitude quando foi afastado do mandato e obrigado a ficar em casa à noite pelo Supremo, não teria sentido renunciar agora que foi salvo pelo Senado.
E sugerem ao presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, que renuncie ao cargo se estiver incomodado. Tasso pediu anteontem publicamente a saída de Aécio.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Prefeitura de Angelim inicia reforma nas estradas vicinais de todo o município



A Prefeitura de ANGELIM, através da Secretaria de Infra-estrutura municipal iniciou as obras de recuperação das estradas vicinais do município e iniciou as referidas obras pelos os trechos entre USINA e Sítio LANÇA e no sítio POÇO DO BOI.

Com este trabalho, a expectativa é melhorar o tráfego da população que passa por esses trechos diariamente. 

O Prefeito Douglas Duarte estava esperando passar o período chuvoso para que as obras começassem a ser realizadas.

O Prefeito garantiu que todas as comunidades rurais do município também serão contempladas com o serviço.

O objetivo é alcançar 100 % das estradas vicinais de nosso município e para isso 02 motoniveladoras (patrol) estão sendo utilizadas.

Corrupção: lá como cá?


Como se faz - As investigações sobre corrupção no Brasil ocorreram também em Portugal, com manobras casadas e sócios ultramarinos.

Mas, em Portugal, sem delações premiadas, a acusação é completa e não dá margem à criação de vítimas (http://wp.me/p6GVg3-41C).
Atingiu do banqueiro Ricardo Salgado (Banco Espírito Santo) a José Sócrates, preso enquanto era primeiro-ministro.
Sócrates se diz perseguido mas ninguém lhe dá bola.
Juiz e procurador podem andar tranquilos pelas ruas, sem ser reconhecidos.  (Carlos Brickmann)

Teatro ruim

Por 39 votos a 26, Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprova parecer pela rejeição da 2ª denúncia contra o presidente Temer

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
"Isso aqui na verdade é um teatro". O surto de sinceridade foi do deputado Beto Mansur, do PRB. Integrante da tropa de choque do governo, ele resumiu o longo e inútil debate na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Ao subir ao palco, os deputados já sabiam que as cortinas se fechariam com a vitória do Planalto. Mesmo assim, a peça se arrastou por quase nove horas. Ninguém queria perder a chance de brilhar ao vivo na TV.
"Não se troca presidente da República como se troca de técnico de time de futebol", disse o ex-malufista Mansur. A oposição interrompeu o discurso para reclamar de plágio. No ano passado, a mesma frase era usada para defender Dilma Rousseff.
Os deputados que votariam pela rejeição da denúncia tentavam escapar do papel de vilão. Até Bonifácio de Andrada, autor do parecer a favor do presidente, buscou encenar alguma independência. "Eu sou relator. Não sou líder do governo, não", disse.
Com dez mandatos nas costas, o tucano nunca cairia na própria conversa. Ele foi escolhido para selar uma troca. Temer ajudava Aécio, que ajudava Temer... qualquer semelhança com o poema "Quadrilha", de Carlos Drummond de Andrade, não haveria de ser coincidência.
"É uma permuta", resumiu o petista Paulo Teixeira. Ele ironizou a defesa do governo contra a acusação de obstrução de Justiça. Segundo o Planalto, Temer só queria que Joesley Batista continuasse "de bem" com o presidiário Eduardo Cunha.
"Haveria uma amizade com prestações mensais?", debochou Teixeira. Na famosa gravação do Jaburu, o presidente diz a frase "tem que manter isso" e o dono da JBS responde com a expressão "todo mês".
Apesar dos excessos no microfone, os deputados pouparam o público das costumeiras cenas de empurra-empurra. Eles também parecem cansados de encenar sempre a mesma peça. O teatro ruim deve terminar na próxima quarta, com o sepultamento da denúncia no plenário.

Bonifácio e os direitos do idoso na CCJ


Na sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) de terça-feira (17), durante discussão sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), que não é integrante do colegiado, pediu a palavra.

Disse ter ido até o local só para prestar uma homenagem a Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da queixa contra o peemedebista.
— Sabemos que velho tem três direitos: furar fila dentro da lei, contar a história porque viveu a história e fazer o que deve ser feito! — disse.
Bonifácio tem 87 anos e foi alvo de críticas no tucanato, que está dividido, por ter aceitado relatar a denúncia (Painel - Folha de S.Paulo)

Temer promete cargos ao centrão antes da 2ª denúncia


Folha de S.Paulo – Bruno Boghossian
O governo Michel Temer vai liberar dezenas de cargos para deputados de partidos como PP, PR, PTB e PRB para conter ameaças de rebelião às vésperas da votação da segunda denúncia contra o presidente no plenário na Câmara.

O Palácio do Planalto começou a destravar indicações dessas siglas que estavam represadas devido à demora no processo de análise dos nomes escolhidos para esses postos. O atraso nas nomeações provocava mal-estar entre o governo e esses partidos, especialmente depois que eles ajudaram a barrar a primeira denúncia contra o presidente, em agosto.
Líderes dessas siglas —que integram o chamado centrão— levaram ao Planalto, nas últimas semanas, ameaças de deserção em suas bancadas na votação que deve ocorrer na próxima semana. Para evitar riscos e conter a rebelião, o governo prometeu liberar a maior parte dos cargos até lá.
Algumas nomeações já foram publicadas em portarias internas de cada instituição. Outras devem ser encaminhadas nos próximos dias. Deputados serão contemplados com postos regionais em órgãos como Banco do Nordeste e Ibama, entre outros.
Os caciques das siglas do centrão procuraram o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) para traçar o mapa de nomeações travadas e obtiveram do auxiliar de Temer a promessa de liberação.
O Planalto conseguiu, por exemplo, aplacar a insatisfação de deputados do PP da Bahia que reclamavam da demora na nomeação de seus indicados.
Três líderes partidários disseram à Folha, em caráter reservado, que o movimento do governo saciou os deputados e reduziu o risco para Temer na votação da segunda denúncia. Eles consideram que as deserções em suas bancadas devem ser pontuais.
Em agosto, a Câmara barrou a denúncia por corrupção passiva contra Temer por 263 votos a 227.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Bancada nordestina foi decisiva para salvar Aécio


Política Real

A Bancada do Nordeste foi decisiva, mais uma vez, nas grandes discussões do Congresso Nacional. O grupo no Senado foi fundamental para que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente licenciado do PSDB, voltasse a exercer seu mandato sem restrições. Dos 27 senadores nordestinos, um total de 17 senadores votaram “não” derrotando a decisão da 1ª turma do Supremo Tribunal Federal. Na prática, dos 44 votos que “salvaram” Aécio Neves, 38,63% da votação veio da bancada nordestina.
Só a bancada do estado da Bahia votou completa “sim”, a favor da aplicação das medidas cautelares contra o senador mineiro.  As bancadas do Maranhão e Paraíba votaram fechadas a favor de Aécio Neves. Três bancadas – Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte – votaram com a maioria dos senadores – 2 de 3 – pelo “não” contra as medidas cautelares.
Votaram a favor de Aécio Neves e por conseguinte “não” as medidas cautelares os seguintes senadores:
Alagoas
Benedito de Lira - PP
Fernando Collor - PTC              
Renan Calheiros - PMDB
Ceará
Tasso Jereissati - PSDB
Rio Grande do Norte
Garibaldi Alves Filho - PMDB
José Agripino - DEM
Paraíba
Cássio Cunha Lima - PSDB
José Maranhão - PMDB
Raimundo Lira - PMDB
Pernambuco
Fernando Bezerra Coelho - PMDB
Maranhão
Edison Lobão - PMDB
João Alberto – PMDB
Roberto Rocha - PSDB
Sergipe
Eduardo Amorim - PSDB
Maria do Carmo Alves - DEM
Piauí
Ciro Nogueira - PP
Elmano Férrer - PMDB
Votaram contra Aécio Neves, “sim” as medidas cautelares aplicadas pela 1 turma do STF:
Ceará
José Pimentel - PT
Rio Grande do Norte
Fátima Bezerra - PT
Pernambuco
Humberto Costa - PT
Sergipe
Antonio Carlos Valadares
Bahia
Lídice da Mata - PSB
Walter Pinheiro - sem partido
Otto Alencar - PSD
Piauí
Regina Sousa
O senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) não compareceu para votar. O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) presidente do Senado não vota, a não ser em caso de minerva.

Supremo agora é o senado


Segundo o jornalista Luis Nassif em sua coluna no GGN o Senado agora se coloca acima dos demais poderes e garante a impunidade tucana.

Desde o início da Lava Jato, Aécio Neves, ao lado de José Serra, eram os exemplos máximos da impunidade, a prova de que o Ministério Público Federal (MPF) tinha viés ideológico, assim como o Supremo e o Judiciário em geral. A consagração da Lava Jato viria na punição – ainda que extremamente tardia – deles dois.

Agora se tem um Aécio blindado e um Serra tão à vontade que até pensa em se candidatar ao governo de São Paulo.

Temer comprou salvação de Aécio com com R$ 200 milhões em emendas a senadores


247 – Michel Temer liberou R$ 200 milhões em emendas para salvar o mandato de Aécio Neves (PSDB-MG), na sessão de ontem do Senado Federal. Os dois, como todos sabem, são cúmplices no golpe contra a democracia brasileira, comprado pelo ex-deputado Eduardo Cunha.

A denúncia da compra de senadores foi feita pelo jornalista Josias de Souza, colunista do Uol. "Unido a Aécio Neves por solidariedade política e penal, Michel Temer mobilizou-se para devolver ao senador tucano o mandato, a liberdade noturna e o passaporte. Para virar votos no plenário do Senado, Temer autorizou seus operadores políticos a acenar com a liberação de R$ 200 milhões em emendas orçamentárias", diz ele.

"Não basta a Aécio dizer 'muito obrigado'. Temer espera receber sua retribuição na Câmara, onde tramita a segunda denúncia da Procuradoria contra ele. Aécio já ajudara a organizar o enterro da primeira denúncia. O Planalto espera que auxilie muito mais no segundo velório. Uma mão lava a outra. Mas o resto permanece sujo. O ruído que se ouve ao fundo é o eco do diálogo vadio que Aécio manteve com o delator Joesley Batista", afirma o jornalista. Na conversa, Aécio negocia R$ 2 milhões em propinas, que foram entregues a seu primo Fred Pacheco, hoje em prisão domiciliar.

Agora, Temer tenta fechar a compra da bancada ruralista liberando a volta do trabalho escravo nas fazendas, com o fim da fiscalização – decisão contestada pela OIT e pela própria secretária de direitos humanos do governo Temer (leia mais aqui).

Quem é escravo, segundo Temer?

Vinicius Torres Freire – Folha de S.Paulo
O QUE É TRABALHO escravo? Ficou mais difícil de saber desde que o ministro do Trabalho de Michel Temer baixou portariaque parece emendar o artigo 149 do Código Penal, no qual se define esse horror, em vez de apenas regulamentar sua aplicação. No mínimo, abriu-se a porteira para contestações judiciais.

A portaria foi criticada pela própria secretária Nacional de Direitos Humanos do governo federal, Flávia Piovesan, também presidente da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae).
O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho recomendaram formalmente a revogação da norma. Advogados ouvidos por este colunista deram interpretações contraditórias sobre seu efeito (se restringe ou não o conceito de trabalho escravo), embora concordem que o governo tomou liberdades com o Código Penal.
A Frente Parlamentar da Agropecuária e setores da indústria da construção civil ficaram felizes com o entendimento que o governo Temer tem a respeito de escravidão. A bancada ruralista é liderada pelo deputado tucano Nilson Leitão. João Doria, prefeito tucano de São Paulo, endossou "plenamente" a posição do confrade e líder ruralista.
No Código Penal está escrito que é crime "reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto."
O que pegou?
Primeiro, a publicação da "lista suja" escravagista, na qual se registra o nome de pessoas e empresas autuadas pelos fiscais (depois de defesa em processo administrativo), que passa a depender de ordem expressa do ministro do Trabalho, ora Ronaldo Nogueira (PTB).
Segundo, a portaria qualifica de modo mais estrito os conceitos de trabalho forçado, jornada exaustiva, condição degradante ou de submissão à condição análoga à de escravo.
A redação da norma dá a entender que o crime depende da "privação" do direito de ir e vir, entre outras exigências que reduzem "drasticamente o alcance do conceito de trabalho escravo, ao praticamente limitá-lo às situações de restrição de liberdade e de escolta armada, esvaziando o núcleo elementar de condições degradantes e jornada exaustiva, em direta ofensa ao artigo 149 do Código Penal".
Ao menos um advogado da área diz que a portaria não restringe os casos que podem ser caracterizados como trabalho escravo, mas enumera várias possibilidades, embora observe que a história do "direito de ir e vir" seria mesmo uma excrescência.
Terceiro, o processo apenas pode ir em frente se for registrado boletim de ocorrência policial, o que tiraria a independência dos fiscais. Quarto, o Ministério Público do Trabalho fica fora da discussão dos Termos de Ajuste de Conduta.
O número de trabalhadores libertados de situações análogas à da escravidão foi em média de 2.300 por ano entre 2011 e 2014. Caiu para pouco mais de mil em 2015 e pouco menos de 900 no ano passado. Segundo sindicalistas e militantes, o número de resgates não chegaria à metade disso neste ano, por falta de meios de trabalho. Agora, deve minguar mais,

Aécio ganhou, o Supremo perdeu

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
O senador João Alberto cancelou uma cirurgia. O senador Romero Jucá teve arrancada metade das tripas e está aqui firme". Renan Calheiros era só orgulho ao exaltar a bravura dos colegas. Valia até fugir do hospital para ajudar a salvar o mandato de Aécio Neves.

A votação desta terça-feira não definiria só o futuro do tucano. Estava em jogo todo o esforço para estancar a sangria provocada pela Lava Jato. "Com o Supremo, com tudo", como profetizou Jucá, antecipando o julgamento da semana passada.
O tribunal se curvou à pressão dos políticos. O Senado aproveitou o recuo e avançou na guerra contra as investigações. "Não é se deixando subjugar por parte da opinião pública, da imprensa, que nós vamos fazer justiça neste país", discursou o destripado líder do governo.
Jucá falava em nome da corporação e do chefe. Michel Temer também suou a camisa nas articulações a favor de Aécio. O presidente e o senador mineiro firmaram um pacto pela sobrevivência. Um ajuda o outro na luta para enfrentar o Ministério Público e continuar no poder.
Encorajados pelo Planalto, os senadores decidiram desafiar a primeira turma do Supremo. A esperança na salvação venceu o medo da opinião pública. Por 44 a 26, o plenário devolveu a Aécio o mandato e o direito de circular na noite de Brasília.
O triunfo do tucano é uma derrota para o Supremo, que sai do episódio ainda mais arranhado. Ao abrir mão de dar a última palavra, a corte acirrou sua divisão interna e reforçou a imagem de que passou a colaborar com um "grande acordo nacional".
Desgastado, o tribunal apanhou até de quem votou contra Aécio. O ex-tucano Álvaro Dias criticou a "constrangida mudança de opinião" dos ministros. A presidente Cármen Lúcia, que garantiu a salvação do senador mineiro, teve que dormir com um elogio de Jader Barbalho. "Tenho que cumprimentar essa mulher, que merece todas as nossas reverências", exaltou o peemedebista. 

The Guardian: Por que Temer ainda está no cargo?.


Nelson de Sá – Folha de S.Paulo
No primeiro enunciado de longa reportagem no"Guardian" assinada pelo correspondente Dom Phillips, "Acusado de corrupção, popularidade quase zero - Por que o presidente do Brasil ainda está no cargo?".

No segundo enunciado, logo abaixo, "Michel Temer pode escapar, mas a contínua crise política mina a democracia e abre a porta para os linha-dura autoritários", a saber, o general do Exército Antonio Mourão e o ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro.
MORO LÁ
"Wall Street Journal" publica o que chama de "rara entrevista" com o título "Juiz de cruzada no Brasil, Sérgio Moro passa a luta contra a corrupção para outros". Logo abaixo, a explicação de que "o juiz mais famoso do país diz que acabar com a corrupção depende de políticos mudarem as leis". Também eles "precisam fazer a sua parte", declarou ele.
No texto, o jornal afirma que "Super-Moro, como é conhecido por seus seguidores", negou que vá se lançar candidato a presidente. "Se eu entrasse para a política, eu poderia criar a impressão errada sobre os motivos da minha conduta atual", disse.

Dos 44 que votaram em Aécio, 19 são alvos da Lava Jato


O Estado de S.Paulo - Thiago Faria, Julia Lindner e Renan Truffi

Dos 44 senadores que votaram nesta terça-feira, 17, para derrubar as medidas cautelares impostas ao tucano Aécio Neves (MG), ao menos 19 (43,2%) são alvo da Operação Lava Jato. A maior parte deles (10) é do PMDB, partido que mais deu votos a favor do senador mineiro - foram 18 no total.

Apenas dois senadores do PMDB votaram por manter a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou e determinou o recolhimento noturno de Aécio. Foram contrários ao tucano Kátia Abreu (PMDB-TO), também alvo da Lava Jato, e Roberto Requião (PMDB-PR).
Também partiu dos investigados as defesas mais enfáticas para que o Senado barrasse as restrições impostas a Aécio. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), por exemplo, foi um dos cinco a discursar em defesa do tucano. Mesmo em recuperação de uma cirurgia, ele descumpriu recomendação médica para participar da sessão e ajudar a "salvar" o colega. "Quis Deus que eu tivesse a saúde para que, depois de operado, estivesse aqui hoje também para falar desta tribuna como último orador", disse o senador no discurso.
Também fazem parte da lista nomes como Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-MA) e Valdir Raupp (PMDB-RR). No PSDB, que deu 10 dos 11 votos possíveis a favor do correligionário, três senadores são alvo da Lava Jato: Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha Lima (PB) e José Serra (SP). Apenas Ricardo Ferraço (ES), também investigado, não compareceu à votação.


Dos 26 que votaram contra o tucano, seis são alvo da Lava Jato. Entre eles o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada. O partido chegou a divulgar  uma nota, logo após o afastamento de Aécio, na qual defendeu o enfrentamento com o Supremo, mas recuou após repercussão negativa.

Temer sonda deputados do PSB visados pelo DEM de Maia

Presidente se reuniu com líder pessebista e almoçou com deputado que deseja deixar o partido. Presidente da Câmara já reclamou de 'facada nas costas'
VEJA – Da redação

Em meio à crise com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente Michel Temer fez nesta terça-feira uma nova ofensiva em relação a deputados do PSB. Pela manhã, ele recebeu no Palácio do Planalto a líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS), e o deputado Fabio Garcia (MT), cujos processos de expulsão do partido estão sob análise do diretório nacional. Temer também almoçou na casa do deputado Heráclito Fortes (PI), outro nome que deseja deixar o PSB.
No mês passado, Maia fez duras críticas ao presidente depois que o senador Fernando Bezerra (PE) se filiou ao PMDB. Na época, o presidente da Câmara cobrou lealdade do peemedebista e disse que não poderia “ficar levando facada nas costas”. Rodrigo Maia tenta há meses atrair os descontentes do PSB para fortalecer o seu partido, o DEM.
Nesta terça, Tereza Cristina admitiu que mantém diálogo com o PMDB, principalmente por ser muito próxima no seu Estado ao ex-governador André Puccinelli, que é do mesmo partido de Temer. Ela, no entanto, afirmou que ainda não decidiu a qual partido vai se filiar depois que deixar o PSB. “Não quero errar de novo”, disse.
Sobre o processo de expulsão das fileiras pessebistas, a deputada cobrou “diálogo” com a direção nacional. Segundo Tereza, o grupo de descontentes propôs que a sigla liberasse os parlamentares que desejam sair do partido.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Justiça às avessas

Texto de Frei Beto

O ator de filmes pornô, Alexandre Frota, declarou em programa de TV, em 2015, que estuprou uma mãe de santo até ela desmaiar. Como era de se esperar, Eleonora Menicucci, então à frente do Ministério das Mulheres, repudiou a apologia ao crime.

Em maio de 2016, o ministro da Educação do governo Temer, Mendonça Filho, recebeu em audiência Alexandre Frota, para ouvir propostas para a educação básica e defender o projeto "Escola sem partidos" (exceto os conservadores).

Em nota na Folha de S. Paulo, Eleonora Menicucci declarou: "Lamento, como ex-ministra e cidadã, que o ministro golpista Mendonça Filho tenha recebido, como primeira pessoa da sociedade civil, um homem que foi à TV e fez apologia do estupro. Fico muito preocupada com a educação de nossa juventude, e lamento muito."

Alexandre Frota decidiu, então, processar a ex-ministra por danos morais. Pediu R$ 35 mil de indenização. Em setembro de 2016, na audiência de conciliação, ele sugeriu que ela pedisse desculpas, o que não foi aceito.

Em maio deste ano, a juíza de primeira instância, Juliana Nobre Correia, emitiu sentença condenando Eleonora Menicucci a pagar R$ 10 mil a Frota, alegando que ela ultrapassara o limite da crítica.

Em agosto, teve início o julgamento do recurso em segundo instância, e a relatora, Fernanda Melo de Campos Gurgel, proferiu voto a favor da juíza que condenara a ex-ministra.

Que país é este em que mulheres defendem quem faz apologia do estupro e condenam quem ergue a voz em prol da dignidade das vítimas; juízes repassam ao Congresso Nacional, repleto de corruptos, o direito de julgar seus pares; um rapaz é preso acusado de traficante por ser pobre e estar bem vestido e, em seguida, sua mãe é assassinada por policiais do Bope-Rio por defender o filho? Que país é este no qual dois amigos do presidente são flagrados com malas de dinheiro; Temer recebe na calada da noite o dono da JBS que confessou ter corrompido quase dois mil políticos; e tudo fica como dantes no quartel de Abrantes?

Talvez os olhos vendados do símbolo da Justiça não representem isenção nos julgamentos, e sim vergonha por tantas inversões judiciais. Bem recomenda Chico Buarque: "Chame o ladrão... chame o ladrão..."

Governador lança edital da Adutora de Serro Azul

O governador Paulo Câmara lançará, hoje, o edital de licitação para definir a empresa que vai construir a Adutora de Serro Azul. O objetivo é que o empreendimento transporte a vazão de 500 litros de água por segundo a partir da Barragem de Serro Azul, em Palmares, Mata Sul do Estado, para abastecer 800 mil pessoas em dez cidades da região Agreste. Para a construção da adutora, serão investidos cerca de R$ 200 milhões, recursos viabilizados pelo Governo de Pernambuco junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
 
A obra para implantar a Adutora de Serro Azul consiste no assentamento de 68 quilômetros de tubulações, construção de quatro estações de bombeamento (estações elevatórias) e de um reservatório com capacidade para armazenar 4,5 milhões de litros de água. De Serro Azul, a nova adutora seguirá até a localidade de Encruzilhada de São João, no município de Bezerros, onde será interligada à Adutora do Agreste. A partir da assinatura da ordem de serviço, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) tem o prazo de 18 meses para concluir a obra.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A carta na manga para salvar Aécio do isolamento

Radar Online
Correligionários de Aécio Neves já construíram uma tese para derrubar a decisão da 1ª turma do Supremo que determinou o afastamento do mandato e o recolhimento noturno do senador.
Durante a sessão de amanhã, quando as excelências vão deliberar sobre o futuro do colega, integrantes da bancada do PSDB lançarão mão de uma frente para enfraquecer as turmas do tribunal – cada uma delas, formada por cinco ministros.
Eles defenderão que, dada a gravidade de uma sentença que impeça um parlamentar de exercer seu mandato, medidas como essa só têm valor se proferidas pelo plenário da corte.


Farão um paralelo com as regras impostas para o impeachment de presidente da República, que só pode ser votado no Congresso em sessões com quórum qualificado.

Planalto: vídeos de Funaro aumentam preço de aliados

Blog do Camarotti
Avaliação realista feita por interlocutores do presidente Michel Temer neste fim de semana é que a divulgação de vídeos da delação do doleiro Lúcio Funaro não deve alterar a tendência da Câmara em arquivar a segunda denúncia feita pela Procuradoria Geral da República. Mas já começa a ser sentido um efeito colateral: o preço do apoio dos aliados aumentou com a exibição das imagens de Funaro.
O Planalto já se prepara para uma nova rodada de cobrança, por aliados, de acertos feitos e que não foram cumpridos durante a votação da primeira denúncia, como nomeação de cargos e liberação de emendas. "Essa divulgação foi muito ruim porque vai aumentar a cobrança dos aliados", reconheceu ao Blog um integrante da articulação política.
 A estratégia no Planalto é tentar diluir o impacto dos vídeos durante a análise da Comissão de Construção e Justiça (CCJ) para que a pressão da base esteja amortecida na outra semana, quando a denúncia será apreciada no plenário da Câmara.