POR
FERNANDO BRITO · no TIJOLAÇO
Ferre-se, digamos assim, o que o povo acha.
Importa o que o Moro acha, o que acham três desembargadores do TRF-4 e o que metade do STF ainda não achou, mas acha: Lula não pode ser candidato.
Lula cresce nas pesquisas, se fosse candidato provavelmente ganharia,mas ele é inelegível. O que vale é a pesquisa onde não aparece o nome dele e a análise a ser feita é sobre a quantidade de votos que ele pode transferir para Haddad.
Sabe aquela historinha da Constituição, de que “todo o poder emana do povo”?
Bobagem.
A pobreza do argumento é tanta que dizem que é o mesmo que ser inelegível por não ser brasileiro nato ou ter não ter 35 anos de idade.
Não é, evidente, por serem condições objetivas, não sujeitas a “opinião”.
E não é porque está escrito, literal e claramente na lei que invocam, a da Ficha Limpa, que havendo recurso plausível, qualquer um nas condições em que está Lula tem o direito de concorrer.
A “razão jurídica” é uma só: Lula ganha a eleição porque é a vontade do povo.
E não é a vontade de um povo desinformado das acusações que a ele são feitas: há anos a TV só fala nelas e cada menção a seu nome é seguida do infalível “está preso em Curitiba, condenado a 12 anos e um mês de prisão”.
Agora, as “estratégias de campanha” todas se apoiam em algo que, dito claramente, embrulha o estômago: o povão não entender que , impedido, Fernando Haddad será o candidato de Lula.
Não é dizer que vai fazer isso, nem não fazer aquilo: é apostar do poder da desinformação, na mordaça posta a Lula, na dificuldade do povão em ter acesso à informação verdadeira e decidir.
Em poucas palavras, apostam na ignorância, na ilusão, na mentira, na censura, na recusa ao direito dos brasileiros de saber quem é quem.
Lula “não pode”, dizem ao povão.
Nem na eleição e, por eles, nem nas pesquisas.
Esta é a disputa que se trava: entre a verdade e a conspiração do silêncio, na esperança de torcer e manipular a vontade da população.
Como senhores deste nosso “engenhão”, são daquele tempo em que se dizia que “criança e mulher não têm vontades”.
Povo, pelo visto, também não.