sábado, 24 de novembro de 2018

A hora dos covardes



POR FERNANDO BRITO ·no Tijolaço

O sr. Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou denúncia do Ministério Público e tornou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff réus por “por suposta organização criminosa envolvendo integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores”.

Os fundamentos, claro, são apenas as “delações premiadas” de políticos e empresários que negociaram suas próprias impunidades.

Provas, ao que se saiba, nenhuma.

Mas a honra alheia não tem valor e, no clima que vivemos desde o golpe, é fácil ser “valente” sobre os derrotados e assim vai o valente Vallisney, em busca do Olimpo que não atinge em seu site de “poesias”, beneficiando-se do fato de que o assassínio da língua portuguesa não lhe pode ser imputável.

E mais ainda agora que o perseguidor-mor está instalado na antessala do governo e em posição de “empurrar” nomes para os Tribunais Regionais Federais, para o STJ e…bem, não para o STF, que a vaga a vir no Supremo é do “capo”, se o “capo” sentir que não é segura a chance de ganhar cadeira maior.

Virão, como essa, outras vilanias. Que, afinal, só serão mesmo reparadas pelo tribunal de História, quando se escrever a crônica destes tempos abjetos.

É a hora dos covardes, dos que vão tripudiar, sem qualquer pudor de decência ou laivo de isenção judicial, sobre aqueles que não adianta se defenderem, como não adianta a quem enfrenta o julgamento do lobo.

Covardia, aliás, muito útil, porque com ela se encontram os “culpados” para os fiascos do presente, a nulidade dos projetos e a inexistência de esperanças.

Tão largo é o circo como curto seja o pão.

Segue a caça ao PT, Lula e Dilma viram réus



Agência Brasil - A Justiça Federal em Brasília recebeu hoje (23) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além outros integrantes do PT, pelo crime de organização criminosa. A decisão foi proferida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara.

Com a decisão, além de Lula e Dilma, passam à condição de réus no processo os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Eles foram acusados pelo MPF de praticar "uma miríade [quantidade grande e indeterminada] de delitos" na administração pública durante os governos de Lula e de Dilma Rousseff, somando R$ 1,4 bilhão em desvio de recursos dos cofres públicos.

O caso começou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado, mas foi remetido à primeira instância após os acusados deixarem os cargos e perderam foro privilegiado.

Entra em vigor hoje lei que desburocratiza a vida do cidadão

Pela nova lei, órgãos públicos de todas as esferas não poderão mais exigir do cidadão o reconhecimento de firma, autenticação de cópia de documento, além de apresentação de certidão de nascimento, título de eleitor (exceto para votar ou registrar candidatura) e autorização com firma reconhecida para viagem de menor se os pais estiverem presentes no embarque.
“A burocracia é um entrave para o desenvolvimento. Com a entrada em vigor dessa lei, fruto de um grande trabalho feito no Congresso para facilitar a vida do cidadão, os processos poderão correr mais rápido, acabando com a morosidade do serviço público que o cidadão tanto reclama. É preciso modernizar os serviço, e para isso usar a tecnologia é fundamental. Precisamos acabar com a mania de papel”, comemora o senador. 
A  lei tem origem no substitutivo da Câmara (SCD 8/2018) ao PLS 214/2014, de autoria de Armando, aprovado no Senado no início de setembro deste ano.
Para a dispensa de reconhecimento de firma, o servidor deverá comparar a assinatura do cidadão com a firma que consta no documento de identidade. Para a dispensa de autenticação de cópia de documento, haverá apenas a comparação entre original e cópia, podendo o funcionário atestar a autenticidade. Já a apresentação da certidão de nascimento poderá ser substituída por cédula de identidade, título de eleitor, identidade expedida por conselho regional de fiscalização profissional, carteira de trabalho, certificado de prestação ou de isenção do serviço militar, passaporte ou identidade funcional expedida por órgão público.
Quando não for possível fazer a comprovação de regularidade da documentação, o cidadão poderá firmar declaração escrita atestando a veracidade das informações. Em caso de declaração falsa, haverá sanções administrativas, civis e até penais.
Os órgãos públicos também não poderão exigir do cidadão a apresentação de certidão ou documento expedido por outro órgão ou entidade do mesmo poder, com exceção dos seguintes casos: certidão de antecedentes criminais, informações sobre pessoa jurídica e outras previstas expressamente em lei.

Caixa: 1ª colisão de Bolsonaro com funcionalismo

Rota de colisão
 Pedro Carvalho - FOLHA
Jair Bolsonaro nem assumiu o governo e já recebeu a primeira pedrada do funcionalismo.

Entidades que representam mais de 70 mil servidores da Caixa, entre ativos e aposentados, elaboraram um documento de repúdio à escolha de Pedro Guimarães para a presidência da autarquia.
A categoria classifica a indicação do executivo do Banco Brasil Plural como “extremamente temerária e suspeita“.
Leia a nota na íntegra:
É com imensa preocupação que as entidades de âmbito nacional, que representam mais de 70 mil empregados da Caixa, entre ativos e aposentados, acompanham a indicação do sócio e diretor do Banco Brasil Plural, Pedro Guimarães, para a presidência da empresa pública federal.
O Brasil Plural é o principal credor no processo de recuperação judicial da empresa Ecovix, na qual Caixa e Banco do Brasil também são credores.
É evidente, portanto, a incompatibilidade, por conflito de interesses, de um sócio-diretor do Brasil Plural ocupar qualquer cargo de gestão na Caixa ou no Banco do Brasil.
Além do evidente impedimento, pesa contra a empresa de Pedro Guimarães a suspeita de envolvimento na supervalorização artificial registrada pelo FIP Florestal, fundo do qual a empresa Brasil Plural é gestora. A operação causou prejuízos à Funcef e à Petros e está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Greenfield.
Esses motivos tornam a indicação de Pedro Guimarães extremamente temerária e suspeita, para muito além dos interesses privatistas os quais, ademais, jamais foram mantidos em segredo.
É importante lembrar que a CAIXA não pertence a um Governo, mas ao Estado Brasileiro. A CAIXA mantém hoje a melhor estrutura de capital entre todos os bancos brasileiros, já alcançou este ano o maior lucro da sua história, vem sendo administrada nas últimas gestões por empregados de carreira da empresa e continua sendo o banco essencial para a sociedade. Precisamos estar atentos.

Temer sugere a Bolsonaro recuo no “Mais Médicos”

Escolha para Educação é negativa para Brasil
Blog do Kennedy

Nos bastidores, o governo Temer avalia que dificilmente será possível substituir os médicos cubanos nos municípios pequenos e mais distantes dos grandes centros urbanos. Nesse contexto, foi feita sugestão à equipe de transição para que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, recue em relação às críticas ao programa “Mais Médicos” e tente negociar um período de transição com Havana para a saída dos cubanos do Brasil.
A avaliação de técnicos do Ministério da Saúde é que o histórico de editais para contratar médicos para cidades nos rincões do país revela que as vagas só foram realmente preenchidas com médicos estrangeiros, especialmente os cubanos.
O presidente Michel Temer recebeu avaliação realista transmitida pelos ministros Gilberto Occhi (Saúde) e Eliseu Padilha (Casa Civil) _este último responsável pelos contatos da atual administração com a equipe de transição de Bolsonaro. Coube a Padilha fazer a sugestão de recuo ao futuro governo.
A ideia seria manter as regras atuais do programa por um período de um ou dois anos a fim de que o novo governo encontre uma forma de fazer a substituição sem atropelo. Críticas de Bolsonaro no Twitter desencadearam a reação de Cuba.
O presidente eleito disse que exigiria que todos os médicos fizessem o Revalida (exame de equiparação ao diploma de graduação brasileiro) e que o pagamento do Brasil a Cuba por meio da Opas (Organização Panamericana de Saúde) ficasse integralmente na mão dos cubanos. Hoje, esses médicos não precisam fazer o Revalida e recebem cerca de um terço dos R$ 11.860,65 pagos a Cuba.
A gestão Temer avalia que, por questão ideológica, Bolsonaro terá dificuldade em recuar e tentar restabelecer ponte com Cuba. Mas isso seria necessário. Auxiliares do presidente acreditam que a ausência de médicos por um prazo longo em cidades do interior poderá criar um problema de saúde grave em 2019, com reflexos na popularidade do novo governo.

Erro na Educação


Blog do Kennedy
No atual contexto político, Mozart Neves Ramos, do Instituto Ayrton Senna, seria uma indicação positiva e técnica para o Ministério da Saúde. Mas foi dinamitado por uma reação da bancada evangélica no Congresso.
Depois de se reunir ontem com o procurador Guilherme Schelb, completamente despreparado para a tarefa, Bolsonaro escolheu o colombiano Ricardo Vélez Rodrigues, filósofo e professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Vélez Rodrigues não tem peso na comunidade acadêmica brasileira. É afinado com ideias conservadoras e regressivas, como o absurdo projeto “Escola Sem Partido”. Bolsonaro fez uma escolha ruim para o futuro da educação brasileira. Mais um retrocesso à vista. A reação à escolha tende a ser bem negativa no meio acadêmico.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Sob Bolsonaro, escolas terão de comemorar o golpe militar de 1964

Do Blog do Esmael

O recado foi dado pelo futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, anunciado nesta quinta (22) pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).



Segundo o filósofo colombiano, que comandará o MEC, o golpe militar de 1964 é uma data que precisa ser lembrada e comemorada.

Vélez Rodriguez, indicado para o cargo pelo jornalista Olavo de Carvalho, guru da extrema-direita brasileira, também já defendeu no passado “Conselhos de Ética” nas escolas e universidades para julgar alunos e professores.

A indicação do ministro da Educação foi resultado de um desforço com a bancada da Bíblica, isto é, os evangélicos que pleiteavam o nome do procurador Guilherme Schelb.

As certezas da morte de Marielle

Josias de Souza

Na noite do dia 14 de março, a vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram executados a tiros na Rua Joaquim Palhares, bairro do Estácio, zona norte do Rio. Cadê os culpados? “Alguns participantes nós temos'', declarou o secretário de Segurança Pública do Rio, general Richard Nunes.
Por que ainda não foram passados na tranca? “Não podemos ser precipitados. No momento que prende um, não prende os demais.” Heimmm?!? “Temos que ter uma narrativa consistente, com provas cabais, que não sejam contestadas em juízo.”
Há milicianos por trás dos gatilhos? “Se a milícia não está a mando, está na execução.” Há políticos na encrenca? “Provavelmente.” Extraídas de entrevista concedida à Globonews, as palavras do general Richard Nunes têm a solidez de uma porção de gelatina.
Nada mais incerto do que extrair certezas das dúvidas esgrimidas pelo secretário de Segurança. Diante de suas palavras os 14 volumes do processo tornaram-se gênero de primeira necessidade para quem deseja saber por que a polícia continua patinando oito meses depois do crime.
Obtidas por jornalisats da Globo, as páginas do processo não foram divulgadas porque a Justiça censurou a notícia. Alega-se que a transparência prejudicaria as investigações. A decisão afronta o direito do brasileiro à informação. Antes de trocar a Constituição pela tesoura, os magistrados deveriam lembrar que a imprensa não atira para matar.

Posse blindada: 10 a 12 mil homens

Pessoas que participam da organização da posse de Bolsonaro dizem que está previsto um contingente total de 10 mil a 12 mil homens das Forças Armadas, Polícias Federal, Civil e Militar, dos Bombeiros e do departamento de trânsito do DF.Os números assustaram profissionais que atuaram em outras posses.

Em 2015, na de Dilma Rousseff, o efetivo foi de 4.000.
Procurado, o Gabinete de Segurança Institucional informou que, para preservar a operação, não confirmaria números.  (FSP)

Faltou a Bolsonaro o Posto Ipiranga da Educação

Josias de Souza
No processo de escolha do ministro da Educação, Jair Bolsonaro esteve muito próximo de tomar uma decisão que elevaria sua estatura. Preferiu, entretanto, rebaixar o teto de sua futura Presidência.

Bolsonaro cogitou a sério nomear um craque: o educador Mozart Ramos. Vetado pela bancada da Bíblia, Mozart foi trocado pelo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, indicado pelo polemista Olavo de Carvalho.
Guru ideológico da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho já havia apadrinhado o chanceler Ernesto Araújo. Está prestes a empatar com o DEM em número de ministros. Eis o placar: Olavo 2 X 3 DEM.
Nada é mais desesperador no Brasil do que a unanimidade educacional. Entre os políticos, não há quem discorde: reverter a deterioração do ensino público é uma prioridade máxima. A despeito disso, a educação nunca dá o prometido salto.
Bolsonaro ajuda a entender o motivo. Enquanto o presidente eleito transitava na área educacional entre o acerto e o desastre, Paulo Guedes, o czar econômico do capitão, concluía a composição de sua equipe livre de pressões.
Se um deputado evangélico se dirigisse ao Posto Ipiranga para vetar um dos técnicos selecionados para o BC, BB, BNDES e Caixa seria tratado a pontapés. Se Olavo de Carvalho ligasse para apadrinhar fulano ou beltrano seria ignorado.
As estatísticas sobre analfabetismo funcional revelam que as escolas brasileiras ainda não conseguem ensinar adequadamente o A-E-I-O-U. Mas a prioridade do novo ministro é implantar uma escola sem partido e livre da educação de gênero.
Evangélicos e aliados já estão providenciando uma lei no Congresso. Proselitismo político em sala de aula terminará na cadeia. Resta explicar como se dará a fiscalização do trabalho dos 2,4 milhões de professores que atuam nas mais de 200 mil escolas de ensino fundamental e médio.
Na reta final da composição da nova Esplanada dos Ministérios, faltou a Bolsonaro discernimento e coragem para providenciar um Posto Ipiranga para a área da educação.
Em vez de tirar um partido para colocar outro, talvez fosse mais produtivo providenciar escolas nas quais os adolescentes não tivessem que aprender coisas inúteis de pessoas que não entendem do que falam, para receber ao final um certificado de que sabem o que ignoram, estando perfeitamente aptos a engrossar as estatísticas do subemprego.

Interiorização de tratamento oncológico

O secretário de saúde, Iran Costa, vem trabalhando na ampliação e interiorização da assistência oncológica em Pernambuco. Ontem (22), em Petrolina, junto ao ministro da Saúde, Gilberto Occhi, habilitou o Hospital Dom Tomás como centro de referência para a população sertaneja, com um aporte anual de R$ 4,9 milhões do Governo do Estado. Já nas próximas semanas, será inaugurado um Centro de Oncologia no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Ao todo, foram investidos R$ 1,4 milhão nas obras.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Sport, Náutico, Porto e Santa conhecem adversários na Copinha

Competição começa no dia 2 de janeiro

JC Online

Leão ficou no Grupo 4, enquanto o Timbu está no Grupo 8
Anderson Freire/Sport Club do Recife
JC Online

Os quatro representantes de Pernambuco já conhecem os seus adversários na Copa São Paulo de Futebol Júnior. A Copinha começa no dia 2 de janeiro e contará com a participação de Sport, Náutico, Santa Cruz e Porto.

O Leão está no Grupo 4 ao lado de Vocem-SP, Vitória da Conquista-BA e FF Sports FC-AL. A sede da chave leonina é a cidade de Assis.

O Náutico ficou na chave 8, em Rio Claro, ao lado de Velo Clube-SP, Rio Claro e Marília-MA.

Único time do interior de Pernambuco, o Porto ficou no Grupo 18, em Jundiaí, ao lado de Paulista, Vila Nova e Red Bull-SP.

Já o Santa Cruz está no Grupo 31, em São Paulo, ao lado de Nacional-SP, Goiás e São Bento.
Governadores do Nordeste formularam propostas para a Região que diferem, em essência, das pautas do futuro Governo Bolsonaro


Por: Marcelo Montanini na Folha de PE
Governadores se reuniram com presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE)Foto: André Oliveira

Com agenda econômica diferente da proposta pelo futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), governadores eleitos do Nordeste se reuniram, ontem, em Brasília, para ajustar as prioridades para a Região e acenaram para o novo chefe do Executivo. A ausência de Bolsonaro no encontro foi vista com normalidade, uma vez que a ideia inicial era de que a reunião ocorresse sem ele, e os gestores não acreditam em retaliação. Todavia, não há data para reunião entre presidente e governadores nordestinos.

Em carta com seis itens, os gestores reivindicaram a retomada urgente de obras federais na Região, a celebração de um pacto nacional de segurança pública, a viabilização de recursos para reequilibrar o Pacto Federativo, o desbloqueio de operações de crédito, a discussão da prorrogação e ampliação da participação financeira da União no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e demonstraram preocupação com o fim do programa Mais Médicos.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou a pauta econômica apresentada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. “A agenda do Nordeste é uma agenda de crescimento e de investimento e não de parar o País. Porque os danos sociais são gigantescos e para que a economia volte a crescer é absolutamente insuficiente uma agenda voltada apenas a privatizações, amortizando a dívida pública. Essa é uma agenda insuficiente e equivocada e a nossa é diferente: é de investimento público para que possamos ter a retomada do crescimento no Nordeste e no Brasil”, declarou Flávio Dino, acrescentando: “uma agenda monotemática apenas de corte, de desinvestimento, de privatizações e de diminuição do Estado, nesse momento, não vai resultar no crescimento da economia”.

Nos últimos meses, Bolsonaro e Guedes vêm propondo privatizações e sugerido que é possível fazer mais com os atuais recursos investidos em educação. Estes dois pontos divergem das pautas defendidas pelos governadores nordestinos, que desejam mais investimentos da União. Quanto ao Mais Médicos, o governo de Cuba anunciou na última semana o fim da participação no programa e atribuiu a decisão à declarações de Bolsonaro. Outro ponto de preocupação entre os nordestinos. Entretanto, Guedes já acenou para a possibilidade de um novo Pacto Federativo.

Evitando atrito, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que os gestores querem uma interlocução direta com Bolsonaro. “Nós queremos que a interlocução possa ser feita direto com opresidente da República. Nós vivemos em uma democracia, um regime federativo, então que haja toda uma interlocução institucional, respeitosa, e é o que o próprio presidente da República eleito tem colocado”, afirmou Santana. 

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), também contemporizou. “Nossa disposição é de trabalhar em parceria com o novo presidente Bolsonaro para vencer todos esses desafios em benefício da população nordestina. Nossas pautas são conhecidas, como a segurança pública, a retomada das obras federais e o desbloqueio das operaçãoes de crédito”, disse. 

Aliados ao candidato derrotado Fernando Haddad (PT) e ausentes no encontro da semana passada, os governadores do Nordeste foram representado na ocasião pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

[Opinião] Coisas do passado


Por: Hely Ferreira no Blog da Folha
Cientista político Hely FerreiraFoto: Folha de Pernambuco


Procurando fazer exercício de memória, naturalmente nos reportamos ao passado e o pensamento começa a divagar por vários fatos que marcaram nossa vida. Muitos devem lembrar principalmente quem viveu em alguns momentos em cidade interiorana, em que era comum existir pessoas de idade avançada que gostavam de se reunir nas praças. 

Mas aos poucos o número diminuía, pois alguns ficavam impossibilitados de se locomoverem e outros partiam do planeta Terra. E assim, o desaparecimento gradativo ou imediato, fazia com que a maioria dos moradores se quer percebessem a ausência daqueles frequentadores das praças. Coisa do passado?

Antigamente os comícios eram verdadeiramente uma grande festa cívica, onde os candidatos com seus discursos inflamados encantavam os eleitores, produzindo catarse. Recheadas de retórica, as mensagens dos candidatos encontravam guarida na mente e no coração do eleitor. Coisa do passado?

No passado, boa parte dos rapazes desejosos em encantar as jovens, faziam serenatas, acompanhados de um violão e de canções que falavam de amor? Coisa do passado?

As crianças brincavam com “revólver”, “metralhadoras” e nem por isso, tinham pré-disposição para práticas violentas. Coisa do passado? 

Um dos orgulhos do trabalhador brasileiro era expor sua Carteira de Trabalho, sendo um dos símbolos da sua dignidade. Coisa do passado? 

Andar pelas ruas das grandes cidades em qualquer horário, sem se sentir vulnerável a ser vítima dos facínoras. Coisa do passado?

Sou da época em que as rádios de Frequência Modulada (FM), tocavam música de qualidade e ao término da canção informava o intérprete e o compositor. Coisa do passado?

*Hely Ferreira é cientista político.

Bolsonaro relativiza ‘corrupção’ e demoniza ‘ideologia’ na escola

Do Blog do Esmael



O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deu mostras de que irá relativizar a ‘guerra contra a corrupção’ para desencadear uma caçada às ‘questões ideológicas’ nas escolas e universidades brasileiras.

Numa semana em que ele foi bastante criticado por indicar ministros investigados por crimes de corrupção, Bolsonaro retomou a retórica segunda qual a questão ideológica é ‘muito mais grave’ que a ‘corrupção’.

Dos 12 ministros indicados por Bolsonaro quatro são investigados.

“Se nós errarmos, aquele pessoal volta e nunca mais sai. E quem vai ter que sair seremos nós. E vai faltar toco de bananeira para nós nadarmos até a África ou até os Estados Unidos. Não queremos isso para o nosso Brasil. Muito, mas muito mais grave que a corrupção é a questão ideológica. Vocês sabem muito bem disso”, disse nesta quarta (21) em Brasília.

Por questões ideológicas Bolsonaro entende que são os professores dando opinião dentro da escola, ou seja, o problema do país é formar cidadãos que pensam. Portanto, caríssimo educador, se prepare para um período de demonização na educação.

O papo-furado de que a ‘ideologia’ é mais nociva que a ‘corrução’ não é coisa recente. Bolsonaro já vem dizendo isto há 2 anos.

Ou seja, vem aí uma lava jato para fiscalizar o que falam e o que ensinam os professores na sala de aula

Mantido foro privilegiado para desembargadores

Mesmo crimes sem relação com o cargo deverão ser analisados na Corte
André de Souza - O Globo

Por dez votos a três, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira que continuará com a atribuição de julgar desembargadores. Nesses casos, não serão aplicadas as regras estabelecidas em maio pelo Supremo Tribunal Federal STF ), que restringiu o alcance do foro privilegiado .
Na época, o STF determinou que processos contra parlamentares continuariam a ser julgados lá apenas se os supostos crimes tivessem sido cometidos durante o mandato e guardassem relação com o cargo. O restante passaria a ser analisado na primeira instância. Posteriormente, o STJ aplicou esse entendimento a autoridades que tinha foro nesse tribunal, caso de governadores.
Desembargadores, que são magistrados de segunda instância, também são julgados no STJ. Mas, nesse caso, os ministros do tribunal ponderaram que não seria bom o julgamento ser feito por juízes de primeira instância, que podem ter suas decisões revistas justamente pelos desembargadores. Assim, independentemente do crime ter ou não relação com o cargo, esses processos continuarão no STJ.

Quer ficar perto do pai

Pessoas ligadas a Carlos Bolsonaro, o segundo filho do presidente eleito, dizem que ele estuda há mais de uma semana uma maneira de se manter perto do pai no novo governo.

Motivo: evitar influência extrema de auxiliares dos quais ele não gosta, como Gustavo Bebianno, escolhido para a Secretaria-Geral.
Carlos, que é vereador do Rio pelo PSC, teria ouvido que a única maneira legal de participar formalmente do governo federal seria com uma nomeação de ministro.
Nesta quarta (21), Bolsonaro disse ao site O Antagonista que cogita nomear o filho chefe da Secretaria de Comunicação do Planalto.  (Folha)

Vender tudo


A equipe econômica de Bolsonaro já tem um desenho claro do que é possível privatizar não só na Petrobras.

,Mas também no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal.
Os estudos foram coordenados por Roberto Castello Branco, que assumirá a estatal do petróleo.(FSP)

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Desconforto para todo lado


A confirmação de Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) no Ministério da Saúde de Bolsonaro ampliou o desconforto de dirigentes do centrão com o espaço que o partido conquistou –três novos ministros serão do DEM. A resposta, diz um deles, pode vir na votação de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara.

A articulação para levar José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio, ao comando do Conselho Deliberativo do Sebrae causou desconforto em alguns setores. Tadros chegou a ser multado por nomear o filho quando chefiou o Sebrae no AM.
A indicação de Tadros foi conduzida pelo presidente Michel Temer, numa jogada casada para fazer de João Henrique de Almeida Souza, antigo aliado, presidente do Sebrae. A manobra antecipou a passagem de bastão no órgão à posse de Bolsonaro.  (Painel)

Precisa-se de médicos


Por Arthur Cunha – especial para o blog de Magno Martins

A polêmica dos cubanos do Mais Médicos trouxe à tona novamente um debate ético e moral acerca da profissão no Brasil. Ora, o argumento técnico para justificar a criação do programa foi a necessidade real da ida de médicos para os grotões Brasil adentro. Quem vive nesses pequenos municípios sente na pele o que é ficar doente e não ter como ser atendido; tendo, muitas vezes, que viajar vários quilômetros para poder se tratar.
A celeuma política em torno do programa nos faz atentar para a triste realidade de que a maioria dos nossos médicos preocupa-se mais com status do que com seus pacientes. Está lá escrito bem claro no Juramento de Hipócrates, que todo profissional precisa fazer ao se formar. “Os deveres que o médico deve ter para com o professor, e para com a profissão, são: a integridade de vida, a assistência aos doentes e o desprezo pela sua própria pessoa”, diz o texto do homem que foi considerado o Pai da Medicina.
No Brasil, infelizmente, um grande número desses profissionais se nega a trabalhar longe dos grandes centros urbanos. Os chamados “médicos de shopping” saem da faculdade mais preocupados em ganhar dinheiro do que em salvar vidas. É uma triste realidade, mas é o que percebe na prática.
Pergunte a um prefeito de cidade do interior sobre a dificuldade em se achar um plantonista para o hospital local; ainda que se ofereça diversos benefícios, a exemplo de bons salários – no Mais Médicos, a remuneração é de R$ 11,8 mil/mês –, flexibilidade de horário e até moradia em muitos casos.
As entidades sindicais médicas, que estimularam a categoria a protestar contra o então Governo Dilma, que começou o programa, deveriam, agora, cobrar dos seus filiados a hombridade e a responsabilidade profissional de ir até onde se precisa para oferecer uma assistência digna ao povo. No Brasil, precisa-se de médicos. Fica o apelo.

Armando chama general Augusto Heleno de “preconceituoso”

Em discurso nesta terça-feira (20), o senador Armando Monteiro (PTB-PE) chamou de “preconceituosa” e “estarrecedora” a afirmação do general da reserva, Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Bolsonaro, ao jornal “Valor Econômico”, segundo a qual o Nordeste é “o grande centro de roubalheira do país”.

“Nós nos surpreendemos com o juízo absolutamente preconceituoso e estarrecedor do general Augusto Heleno. Como nordestino, não posso aceitá-lo”, declarou o senador petebista, lembrando que o general foi comandante da Missão da ONU no Haiti e é “uma voz muito acatada no novo governo”.

A entrevista de Augusto Heleno, dada numa carona ao repórter Fabio Murakawa, foi divulgada na edição do Valor Econômico do último dia 13.

Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSB-BA) e Lídice da Mata (PSB-BA) se solidarizaram com Armando Monteiro.

“Não podemos deixar de registrar nossa indignação com declarações tão chocantes e lamentáveis”, declarou Jereissati. Na visão de Otto, “foi uma declaração muito infeliz, que não corresponde à realidade”. O senador baiano e a senadora Ana Amélia (PP-RS), que presidia a sessão plenária, disseram esperar que o general Augusto Heleno peça desculpas publicamente.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Tragédia anunciada: fim do programa Mais Médicos


A Medida Provisória 844/2017, que altera o marco legal do saneamento público brasileiro, perde a validade hoje e, assim, não terá mais força de lei. Sem sessão na Câmara prevista para hoje, não há tempo hábil para análise da proposição pelo Plenário da Casa. Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Saneamento Básico, deputado Danilo Cabral (PSB), comemora a vitória da mobilização contra a proposta do governo federal que facilitava a venda de companhias públicas do setor.

“Foi mais uma conquista do povo brasileiro na luta contra a privatização da água e do saneamento básico, uma vitória de todos que defendem a água e o saneamento como direitos e não como mercadorias”, afirmou Danilo Cabral. Desde que chegou ao Congresso Nacional, em julho, a medida é alvo de discussões acaloradas e críticas de diversos setores, como dos governadores e das instituições ligadas ao saneamento básico público.
Para o governo, as empresas privadas poderiam ampliar o acesso da população a esses serviços, já que as empresas públicas não têm dinheiro suficiente para fazer os investimentos necessários. Já a oposição dizia que as empresas privadas iriam tentar buscar lucro com a água e, com isso, comunidades pobres e os cofres públicos municipais e estaduais poderiam ser prejudicados.
“O que aconteceria é que o setor privado ficaria com os municípios onde a prestação do serviço é superavitário e aqueles mais pobres seriam atendidos pelas estatais, que não teriam como ser autossuficientes”, disse o presidente da Frente Parlamentar, citando o exemplo da Compesa, que não depende de recursos da União para sobreviver.
Governo e oposição até tentaram negociar, mas não houve sucesso. Danilo Cabral comentou que, se o governo atendesse algumas demandas dos governadores, haveria a possibilidade de fechamento de um acordo. “Isso mostra que o governo federal não pode promover uma mudança tão profunda no setor sem debater amplamente com a sociedade”, complementou.

Tragédia anunciada: fim do programa Mais Médicos

Por Heitor Scalambrini Costa*
Antes de assumir o Palácio do Planalto, o presidente eleito com 55,13% dos votos (aproximadamente 58 milhões de votos, contra 44,87% do seu adversário, aproximadamente 47 milhões de votos), continua a fazer declarações sobre temas sensíveis, que invariavelmente tem levado a criação de embaraços, constrangimentos, desrespeito, declarações depreciativas, impróprias, mentirosas e incoerentes, ameaçando países estrangeiros. As reações e retaliações diante de tais declarações já começaram e afetarão diretamente nosso país.
Ao mesmo tempo este lacaio servil do governo americano de Trump se coloca alinhado com temas que os americanos estão completamente isolados no panorama internacional. A escolha de seu futuro ministro de Relações Exteriores reforça a ideia de que sua política externa seguirá os passos de Trump.
O último e desastroso pronunciamento foi sobre o programa Mais Médicos, criado em 2013 durante o governo da presidente Dilma. Mais uma vez fica evidenciado que o presidente eleito não tem conhecimento, nem preparo, é irresponsável, e muito menos se interessar pela saúde dos mais pobres. Um caminho de preconceitos, de irracionalidade, mentiras, demagogia, intolerância e ódio está sendo trilhado.
Acabar com o programa Mais Médicos era um objetivo perseguido desde 2013, ano da criação do projeto. Além de votar contra quando ainda era deputado pelo PP-RJ, ele protocolou uma ação no Supremo Tribuna Federal na tentativa de suspender a Medida Provisória que elaborou o Mais Médicos.
As últimas manifestações do presidente eleito levaram o governo cubano a reagir, rompendo a parceria, o que levou a retirada do país de 8.332 médicos cubanos, causando danos irreparáveis a população mais pobre, localizada em sua grande maioria no Nordeste e na Amazônia. O que será desta população ao saber que o futuro presidente deixou o posto de saúde sem médico?
Só em Pernambuco estavam 427 médicos cubanos, distribuídos em 123 municípios do Estado. Em torno de 350 atendimentos por mês eram realizados por estes profissionais, ou seja, 50.000 consultas mês. Neste único Estado em torno de 600.000 pessoas estarão sem atendimento a partir do próximo mês.
A maioria dos municípios que eram atendidos pelos médicos cubanos, distribuídos em todas as regiões do país, contavam com menos de 20 mil habitantes, e dependiam exclusivamente dos médicos que participavam do Programa. São mais de 28 milhões de pessoas (há previsões do dobro) em todo o Brasil, entregues à própria sorte, sem acesso as ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças básicas. E não adiante vir com mais “fake news” de que os editais anunciados para contratação de médicos atenderão estas populações. O histórico dos últimos anos mostra o desinteresse dos médicos brasileiros em aceitar este trabalho, distante dos grandes centros urbanos.
Segundo a  conclusão de um estudo desenvolvido pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (Universidade Federal da Bahia), conjuntamente com o Imperial College, de Londres, e pela Universidade Stanford, nos EUA, que simulou vários cenários da saúde brasileira; a paralisação do programa Mais Médicos  e o congelamento dos gastos federais na atenção básica de saúde no Brasil, com o teto de gastos, atingirá até 50 mil pessoas que, sem a assistência necessária, morreriam precocemente, antes dos 70 anos. A maioria desses óbitos serão nas áreas mais pobres e mais vulneráveis, aquelas que eram atendidas pelos médicos cubanos.
Diante deste cenário trágico provocado pelo futuro dirigente máximo do país, como fica a (ir)responsabilidade deste genocídio anunciado? A quem caberá ser responsabilizado pelas mortes previsíveis que ocorrerão?
Diante de brutal ataque a direitos mínimos, como acesso a saúde do povo mais carente, não há mais espaço de convivência, nem diálogo com o futuro governo. A oposição, ou reage, ou será esmagada por um governo de ultradireita que disse (durante a campanha) a que veio.
*Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco

Bolsonaro sobrepõe a sua cubanofobia à saúde


Josias de Souza

Jair Bolsonaro já não consegue colocar as orelhas fora de casa sem ouvir meia dúzia de perguntas sobre Cuba e o Mais Médicos. Aos poucos, vai tomando ojeriza por certas palavras. Nesta segunda-feira, referiu-se novamente à encrenca num par de notas no Twitter. Mas não citou nem o nome do país que lhe causa urticária ideológica nem a logomarca do programa que lhe rouba o sossego.
“O Brasil paraíso de criminosos e fonte de renda de ditaduras desumanas deverá dar lugar ao Brasil cujo brasileiro e as pessoas de bem serão nossa maior prioridade (sic)”, anotou Bolsonaro num post. “Para voltarmos a crescer como nação precisamos fazer valer nossa soberania e nossas leis. Devemos respeitar o mundo todo, mas também ser respeitados. Seremos um Brasil amigo, mas que tem seus valores e princípios básicos”, acrescentou o presidente eleito noutro post.
Bolsonaro ainda não notou. Mas caiu numa armadilha da ditadura de Havana. A embromação retórica que Bolsonaro é obrigado a entoar tornou-se cansativa e ofensiva. Cansa porque não sai do lugar. Ofende porque se um governante tivesse de aparecer para um brasileiro doente e privado do contato com um dos quase 8,4 mil jalecos vermelhos que voltarão para Cuba, não se atreveria a aparecer em outra forma que não fosse a de um outro médico. Não importa a nacionalidade, pode ser até marciano, desde que alivie a dor e evite a morte.
Sem isso, a única coisa que o lero-lero de Bolsonaro consegue provocar é um reforço da impressão de que sua cubanofobia se sobrepõe à saúde dos brasileiros mais humildes. Para alguém que está prestes a realizar uma nova cirurgia no renomado hospital Albert Einstein, a situação pode provocar uma doença politicamente letal: impopularidade.

Bilionários pelo mundo ficam 20% mais ricos em 2017

Da RBA
Os chamados super-ricos do planeta, que correspondem a 2.158 pessoas, aumentaram suas fortunas em quase 20% em 2017, ano em que acumularam um montante calculado em 8,9 trilhões de dólares – algo como 4,1 bilhões de dólares cada uma.

Os dados, que fazem parte do levantamento UBS Billionaires Report 2018 divulgado pelo banco suíço UBS e pela consultora PwC, mostram que a soma dessas fortunas são superiores, inclusive, ao Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países, entre eles, Espanha e Austrália, que no mesmo ano registraram anualmente US$ 1,31 trilhão e US$ 1,32 trilhão, respectivamente.
No Brasil, 42 bilionários também tiveram aumento de suas fortunas na comparação com 2016, quando acumulavam US$ 173,4 bilhões e passaram a US$ 176,7 bilhões no ano passado. Em análise para o Seu Jornal, da TVT, o comentarista internacional Flávio Aguiar ressalta que entre 179 novos super-ricos, registrados pelo relatório, 44 passaram a ter este status por meio de herança.
O analista ressalta a desigualdade em termos de distribuição regional, afirmando que "nenhum desses bilionários pertencem à África chamada subsaariana, uma das regiões em que sabidamente mais há pobres do mundo". Os Estados Unidos é o país que historicamente concentra o maior número de bilionários, mas é a China que tem expandindo este número, informa Flavio. (Com BR 217).

Ministros e aposentadorias de 70 para 75 anos


Deputados veteranos debateram a movimentação de bolsonaristas pela revogação da norma que esticou a aposentadoria compulsória de ministros do STF de 70 para 75 anos.

O problema, alertou um deles, é que, em debate no plenário, o limite de idade pode tanto voltar a 70 anos como passar para 80.
Juízes e procuradores apostam que, mesmo que o STF acabe com o auxílio-moradia tal qual ele é hoje, a corte manterá o benefício para quem não tem imóvel na cidade onde trabalha, por exemplo.
Eles dizem que o tema é mais complexo do que parece. (Daniela Lima –FSP)

Caruaru: a força da família Queiroz

Dois anos depois de deixar a prefeitura, a família Queiroz teve um resultado extraordinário nas eleições deste ano. Wolney Queiroz foi reeleito para o sexto mandato na Câmara dos Deputados, enquanto José Queiroz, após oito anos exercendo o cargo de prefeito, estará de volta à Assembleia Legislativa de Pernambuco, consolidando a sua força política tanto em Caruaru quanto a nível estadual.

domingo, 18 de novembro de 2018

O último da classe

ALEX SOLNIK
Recém-chegado da Polônia, em 1958, com nove anos, eu estranhei algumas coisas aqui do Brasil. Não entrava na minha cabeça, por exemplo, o fato de "pois não" significar "sim" e "pois sim"!, "não". Não fazia sentido para mim. Certa vez vi uma aglomeração em volta de um bonde parado numa esquina. Todos olhavam para debaixo dele. "O que aconteceu"? perguntei a um rapaz. "Morreu o boi" ele respondeu.

Me agachei e enfiei minha cabeça o mais que pude próximo aos trilhos para ver o boi atropelado. Não tinha boi algum. Nem caberia, é claro, nesse espaço. Fui embora sem entender nada.

Muito mais tarde me contaram que "morreu o boi" queria dizer mais ou menos "até aqui morreu o Neves", ou seja, "não aconteceu nada tão importante assim".

Eu estudava, aos 11, na terceira série do Grupo Escolar Pereira Barreto. Ficava na esquina da Clélia com a Pio XI, na Lapa. Minha mãe me matriculou ali porque ficava a poucas quadras da nossa casa. E era uma escola pública.

Eu detestava o uniforme – um avental branco. Tinha vergonha. Dizia pra minha mãe que era uniforme de menina. Detestava principalmente andar com esse avental na rua. Dentro da escola, vá lá, mas na rua?

A professora gostava de mim. Eu não atrapalhava a aula, fazia as lições direitinho, sabia as matérias de cor, não zoava com meus coleguinhas, respeitava a professora. Muitas vezes ela pedia que eu fosse ao quadro negro ensinar aos meus colegas problemas que eles não conseguiam resolver. Ou deixava que eu corrigisse as provas deles. Eu tirava ótimas notas. Quase sempre as melhores.

No dia em que ganhei a medalha Carvalho Pinto, que premiava os melhores alunos do curso primário do estado de São Paulo, minha mãe ficou tão orgulhosa que me levou para tirar uma fotografia especial, num estúdio, com aquele avental que eu detestava e a medalha pendurada na altura da lapela. Gastou o que não podia para registrar aquele momento inesquecível.

Mas o que me intrigava era que com meus colegas eu não fazia o mesmo sucesso que com a minha professora e a minha mãe. Ao contrário. Me chamavam de "CDF", o pior xingamento que havia entre nós.

O aluno mais popular, aquele de quem todos queriam ser amigos, não era eu – o primeiro da classe – mas aquele que sentava na última fileira, chegava atrasado, copiava a lição de alguém na última hora, colava na prova, falava alto, fazia piadinhas sem graça nas horas mais impróprias, jogava giz nas costas da professora, rasgava o boletim para não mostrar aos pais, mentia para faltar à aula, bagunçava para não deixar os outros aprender, toda hora ia pra diretoria, dedurava quem não ia com a cara dele, tirava as piores notas. O mau caráter. O sem-vergonha. Aquele que a professora sempre punha de castigo. Aquele que não aprende e não deixa os outros aprenderem. Aquele que despreza os livros.

O mais popular não era o primeiro, mas o último da classe.

Com meu filho maior aconteceu a mesma coisa, mais ou menos cinquenta anos depois: "para ter amigos não posso tirar 10", se queixava. Viajou à Noruega, onde se formou em norueguês. E onde era admirado por tirar 10. Depois mudou-se para a Alemanha. Também por lá gostam de bons alunos.

Não sei se nas escolas brasileiras os melhores alunos continuam sendo chamados pelos colegas de "CDF", mas os piores, pelo visto, continuam em alta.

Entre um ótimo professor e o último aluno da classe, os brasileiros escolheram a segunda opção para presidente da República nas últimas eleições.

Ministra deu incentivos fiscais à empresa em MS

Marceira da JBS, ministra de Bolsonaro deu incentivos fiscais à empresa em MS

Tereza Cristina arrendou terras ao grupo dos irmãos Batista enquanto comandava secretaria estadual
Rubens Valente e Catia Seabra – Folha de S.Paulo

futura ministra da Agricultura do governo Jair Bolsonaro (PSL), Tereza Cristina (DEM-MS), concedeu incentivos fiscais ao grupo JBS na mesma época em que manteve uma “parceria pecuária” com a empresa. A deputada arrendava uma propriedade em Terenos (MS) aos irmãos Joesley e Wesley Batista para a criação de bois e, ao mesmo tempo, ocupava o cargo de secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso do Sul.
Os documentos assinados por Tereza foram entregues pelos delatores da JBS em agosto de 2017 como complemento ao acordo de delação premiada fechada em maio entre os executivos da empresa com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Tereza foi secretária do agronegócio do então governador André Puccinelli (MDB-MS) de 2007 a 2014, que foi preso em julho pela Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal sob acusação de corrupção.
A política de incentivos fiscais do governo estadual está no centro da delação premiada fechada pela JBS com a PGR no ano passado no capítulo que tratou da corrupção em Mato Grosso do Sul.
De acordo com as investigações, Wesley e Joesley atribuíram ao então diretor tributário do grupo JBS, Valdir Aparecido Boni, a tarefa de negociar a propina ao longo dos anos com três governadores: Puccinelli, Zeca do PT e Reinaldo Azambuja, do PSDB. Em um período de 13 anos, até 2016, teriam sido pagos R$ 150 milhões em propina.
Leia matéria na íntegra clicando ao lado: Parceira da JBS, ministra de Bolsonaro deu incentivos fiscais à