Vice-líder da Oposição na Câmara dos Deputados,
Silvio Costa (PTdoB-PE) afirmou que, diante do episódio de Alexandre de
Moraes, lutará pela mudança nos critérios para a escolha dos integrantes
das cortes.
Veja o texto:Sílvio Costa*
O
Brasil nunca viveu um momento tão inusitado e preocupante. Por
prerrogativa constitucional, um presidente da República - que já foi
citado algumas vezes na Operação Lava Jato, Michel Temer (PMDB) –
indica um ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre
Moraes, que amanhã poderá ser um dos seus julgadores.
A
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, agora
presidida pelo senador Edson Lobão (PMDB) – também citado na Operação
Lava Jato -, composta por diversos senadores, igualmente citados na
Operação Lava jato, vai exercer o direito constitucional de sabatinar o
novo ministro do STF.
Reconheço que o novo ministro,
Alexandre Moraes, atende às prerrogativas estabelecidas pela
Constituição do Brasil, que são o notório saber jurídico e a reputação
ilibada. Aliás, conversei com vários jovens advogados e muitos disseram
que estudaram Direito Constitucional através de livro publicado pelo
futuro ministro.
Entretanto, entendo que chegou a hora de
mudar a Constituição da República. Desde o meu primeiro mandato de
deputado federal, em 2007, que reiteradas vezes fui à tribuna e afirmei
que precisamos modificar os critérios para a indicação de ministro do
STF, ministro do STJ, desembargadores federais e estaduais, ministro do
TCU, conselheiros dos Tribunais de Contas e procuradores federais e
estaduais do Ministério Público.
Defendo que os
candidatos para esses cargos, depois de atendidos os critérios técnicos,
sejam eleitos pelos membros de suas instituições. Por exemplo, numa
escolha para ministro do STF, defendo que desembargadores e juízes
federais possam disputar a vaga, desde que atendam os critérios
técnicos. Aquele que conseguir a maior votação entre todos os
desembargadores e juízes federais do Brasil seria o eleito.
Sei
que hoje existe a lista tríplice para muitos dos cargos acima citados,
mas, infelizmente, na maioria das vezes, existe uma interferência
política na decisão final. Além da reputação ilibada e do notório saber
jurídico, defendo como critério uma idade mínima de 60 anos para ser
candidato à vaga, facilitando assim a oxigenação dos Poderes.
Mais
uma vez estou abrindo este debate na Câmara dos Deputados.
Definitivamente, chegou a hora de mudar a Constituição Brasileira.
Acredito que o momento vivenciado por nosso País pede essa reflexão.
*Sílvio Costa é deputado federal e vice-líder da oposição na Câmara.
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