sábado, 23 de março de 2019

Promotor chamou Lula de “encantador de burros”. Foi condenado e multado

Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
O juiz considerou que ele teve intenção de humilhar, menoscabar e desprezar o ex-presidente
A Justiça condenou o promotor Cassio Roberto Conserino a pagar R$ 60 mil ao ex-presidente Lula por danos morais. Em 2016, Conserino publicou em seu Facebook imagem em que Lula era definido como um “encantador de burros”. Na época, ele era um dos promotores responsáveis pela investigação do tríplex em SP e chegou a pedir a prisão do petista.

O juiz Anderson Fabrício da Cruz considerou que o promotor teve a “nítida intenção calculada e provocativa de humilhar, menoscabar e desprezar” Lula ao publicar imagem com conteúdo “ofensivo, pejorativo e injuriante”.
O juiz afirmou ainda que o grau de culpa é elevado já que se trata de um promotor que deve “manter ilibada conduta pública e particular, assim como tratar com urbanidade as partes” dos processos.

Prisão de Temer: filhas protestam nas redes sociais


As filhas do ex- presidente Michel Temer protestaram em suas redes sociais contra a prisão do pai.

Luciana Temer postou uma foto do pai com Nelson Mandela e escreveu: “Quem gosta de espetáculo midiático e de aparecer na TV devia fazer teatro, não direito. Direito é para quem gosta de lei e justiça”. Ela é professora de direito.
Já Clarissa Temer escreveu apenas: “Muita dor”. Seguidores dela no Instagram prestaram solidariedade.  (Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo)

A base parlamentar natimorta de Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro na cerimônia de Apresentação de Cartas Credenciais. Brasília, 08/03/2019 - Foto Orlando Brito

Não se pode destruir o que nunca existiu, caso da base parlamentar do governo Bolsonaro. Mas, ainda que Michel Temer seja solto nas próximas horas, e que a pirotecnia das prisões desta quinta tenha feito sombra sobre as más notícias que atingiram o Planalto na semana, está claro que o episódio deixa Jair Bolsonaro muito mais distante das condições de governabilidade necessárias para seguir em frente. Antes de tudo, pela reação do próprio presidente, que aproveitou o momento para achincalhar a própria governabilidade.


Governabilidade é uma palavra gasta, usada predominantemente pelos políticos que querem obter concessões em troca de seus votos no Congresso, que evoca toma-lá-dá-cá e outros hábitos ruins. Mas não inventaram outra melhor para definir a capacidade do presidente da República de reunir apoio no Legislativo para aprovar sua agenda, governar e, sobretudo, sobreviver nos seus quatro ou até oito anos de mandato. A história recente do presidencialismo à brasileira, com dois impeachment presidenciais em menos de 25 anos, não deixa dúvidas.

Bolsonaro poderia ter saído pela tangente no episódio Temer. Mas Bolsonaro é Bolsonaro. Num momento para lá de complicado, em que o conjunto da obra das ações políticas do Planalto já desenhava uma situação preocupante em relação à Previdência, ele mostrou que tudo sempre pode piorar. Atribuiu a prisão de Temer a atitudes relacionadas aos “acordos pela governabilidade” da velha política, disse uma obviedade (“a Justiça é para todos”) e reafirmou sua intenção de não fazer os tais acordos pela governabilidade.

Bolsonaro errou, porque a investigação que levou o ex-presidente para a cadeia não parece ter uma relação tão direta com acordos pela governabilidade, mas sim com propina e corrupção. E chutou o pau da barraca, já meio despencada, atingindo os únicos que poderiam ajudá-lo a formar uma base de apoio: fustigou o DEM de Rodrigo Maia – que passou recibo imediato de sua irritação por essas e outras ofensas -, o MDB de Michel Temer e Moreira Franco, o Centrão de tanta gente que já está presa e etc.

Juntando-se a esse pessoal o PT de Lula, o PDT de Ciro Gomes e o PSDB de Tasso Jereissati – eles se manifestaram considerando a prisão do adversário arbitrária – tem-se um caldo grosso de animosidade no Legislativo. O PSL de Bolsonaro festejou a prisão de Temer, mas não gostou do projeto da Previdência dos militares, cheio de concessões, e nem está gostando de não ter os ministérios, cargos e vantagens que esperava. Problema, aliás, que atinge praticamente todos os partidos da base potencial de Bolsonaro.

Soma daqui, puxa dali, noves fora, e se conclui que Bolsonaro, que já tinha um governo de base zero, pode acabar agora com base parlamentar negativa – algo extremamente grave para quem não completou ainda três meses de governo. O que vai acontecer ninguém sabe, mas já dá para arriscar no que não vai acontecer: a reforma da Previdência de Paulo Guedes tomou o rumo da lata de lixo, e o que sair dali, se sair, vai estar bem distante dos R$ 1 trilhão sonhados pelo ministro da Economia.

(Helena Chagas no Blog Os Divergentes)

Recado: Maia a Bolsonaro; reforma ou Twitter


Maia enquadra Bolsonaro:  ‘precisa ter  mais tempo para previdência’ e menos para Twitter

247-O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a disparar contra o governo de Jair Bolsonaro, após abandonar a articulação política da reforma da Previdência. Em declaração à TV Globo, Maia disse que o presidente precisa ter "mais tempo para cuidar da reforma da Previdência e menos tempo" para as redes sociais
"Ele [Bolsonaro] precisa ter um engajamento maior. Ele precisa ter mais tempo pra cuidar da Previdência e menos tempo cuidando do Twitter, porque, se não, a reforma não vai andar", disse Maia.
Maia reiterou a necessidade de Bolsonaro assumir a condução da reforma. "O meu papel eu vou continuar cumprindo, coordenando dentro da Câmara a aprovação da reforma e (...) colocando de forma clara na figura do presidente da República a responsabilidade dele [de] conduzir, por parte do governo, a aprovação da reforma".
O deputado do DEM-RJ também respondeu à declaração de Bolsonaro, que o comparou a uma namorada que quer deixar o relacionamento. "Eu não preciso almoçar, não preciso do café e não preciso voltar a namorar. Eu preciso que o presidente assuma de forma definitiva o seu papel institucional, que é liderar a votação da reforma da Previdência, chamar partido por partido que quer aprovar a Previdência e mostrar os motivos dessa necessidade". 

Temer está escrevendo romance na prisão, diz Marun


O ex-presidente Michel Temer (MDB) está aproveitando o tempo na prisão para escrever novas páginas de um romance que já havia planejado, afirmou nesta sexta-feira (22) o ex-deputado federal Carlos Marun (MDB-MS). “Ele escreveu pelos menos umas três páginas, a mão, em papel ofício”, disse.

Marun, que foi ministro da Secretaria de Governo enquanto Temer era presidente da República, tentou visitar o ex-presidente pela terceira vez na noite desta sexta-feira, mas foi impedido
Com base nas duas primeiras visitas, realizadas na noite de quinta-feira (21) e na manhã de sexta, Marun afirmou que o ex-presidente está inconformado com a ordem de prisão, já que “não há nem inquérito contra ele”, mas que tem usado o tempo livre para escrever. “Não sei qual é o tema (do romance), vou ler quando for publicado”, afirmou. “Ele está numa sala adaptada, então aproveitou a escrivaninha. Tem duas cadeiras lá, eu sentei em uma e ele estava na outra”, descreveu.  (Estadão – BR 18)

sexta-feira, 22 de março de 2019

Reinaldo Azevedo sobre Bretas: Soma de aberrações legais



247 - O jornalista Reinaldo Azevedo afirma que a prisão do ex-presidente Michel Temer é uma aberração legal. A expressão usada por Azevedo é: "o lavajatismo arreganha os dentes mais uma vez". Segundo o colunista do jornal Folha de S. Paulo, Bretas desenvolve uma tese-manifesto sobre o artigo 312 do Código Penal, a saber, a que preconiza a prisão como garantia da ordem pública. Ele ainda diz que o despacho consome 34 páginas tentando justificar por que pediu a prisão preventiva - e não apresentando razões concretas para tal. 

Em sua coluna, Reinaldo Azevedo destaca que "ainda que todas as imputações feitas ao ex-presidente fossem verdadeiras, não há uma só evidência de que esteja pondo em risco a 'ordem pública ou econômica' —isto é, cometendo crimes—; constrangendo testemunhas ou eliminando provas, o que ameaçaria a instrução criminal, ou dando sinais de que pretende fugir, o que impediria a aplicação da lei penal. E só por essas razões se pode prender alguém preventivamente. As que motivaram a denúncia devem ser avaliadas na hora do julgamento, acompanhadas de provas."

O jornalista acrescenta: "o Partido da Polícia vinha amargando algumas derrotas na Justiça nos últimos dias. Sua mais fulgurante estrela, o ex-juiz Sergio Moro, apagou-se no governo, restando-lhe, como ficou claro no embate de quinta com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, falar uma linguagem abertamente populista e eleitoreira. E olhem que 2022 ainda está longe. Moro foi à Câmara dar pitaco no andamento dos trabalhos da Casa. Levou um chega pra lá de Maia e reagiu com uma nota em que diz: 'Talvez alguns entendam que o combate ao crime pode ser adiado indefinidamente, mas o povo brasileiro não aguenta mais'. E encerrou sua mensagem com um 'Que Deus abençoe esta grande nação'. Como se percebe, Deus também foi capturado."

O mercado vê brejo adiante da vaca da reforma



FERNANDO BRITO · no Tijolaço

A proposta de reajuste dos vencimentos dos militares, mais que compensadora das perdas que teriam com as novas regras previdenciárias propostas, erodiu o único argumento em que se sustentava, politicamente, a reforma da Previdência: a necessidade de cortar, além de qualquer senso de justiça, para evitar a quebra do mecanismo de proteção que ela representa.

A “turma da bufunfa”, que não tem estas “frescuras” de senso de justiça, sentiu o cheiro do brejo adiante da vaca da reforma.

Os 100 mil pontos do Índice Bovespa, tão comemorados na quarta-feira cai, neste momento, a menos de 95 mil, enquanto o dólar roça os R$ 3,90.

É possível – e até provável – que isso se atenue até o final do dia, porque sexta-feira não é dia de notícias fortes. E a que pode acontecer – a concessão de habeas corpus a Michel Temer – é de sinal político duvidoso.

Mas é inegável que acabou o clima de “agora a coisa vai” da reforma, vigente desde a posse de Bolsonaro.

E crescem os sinais de que, lentamente, as tetas gordas da reforma caminham para o brejo.

Prisão de Temer é troco da Lava-Jat

POR MERVAL PEREIRA


A prisão do ex-presidente Michel Temer é histórica e mais um fato que desmonta a tese do PT de perseguição política.
É também uma demonstração de força da Lava-Jato, depois da derrota que sofreu no STF. É o modus operandi deles, dar o troco para deixar a sensação de que não são passíveis de controle. Cada vez que sofrem uma derrota, dão o troco alto.
Havia uma quase certeza de que Temer iria ser preso quando perdesse as imunidades, mas havia também uma dúvida se seria mesmo preso por ser ex-presidente da República.

Post de Carlos Bolsonaro irrita Rodrigo Maia

© André Dusek/Estadão O presidente da Câmara, Rodrigo Maia; deputado reclama da postagens de Carlos Bolsonaro
BRASÍLIA - Um post do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), na manhã desta quinta-feira, 21, fez o presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ), explodir quando já estava irritado ao saber da prisão de seu sogro, o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco. Maia procurou interlocutores no governo que alertaram o presidente Jair Bolsonaro de que era preciso conter Carlos sob o risco de o deputado abandonar a articulação para aprovação da reforma da Previdência.

Tudo porque o filho “zero dois” de Bolsonaro compartilhou, nas redes sociais, a resposta do ministro da Justiça, Sérgio Moro, à decisão de Maia de não priorizar o pacote anticrime, que prevê medidas de combate à corrupção. “Há algo bem errado que não está certo!”, escreveu Carlos no Twitter.




Há algo bem errado que não está certo!







O texto acompanhava nota de Moro, divulgada na noite de quarta-feira, 20, rebatendo ataques de Maia à insistência em apressar a tramitação do projeto. “O povo brasileiro não aguenta mais”, afirmou Moro. No Instagram, Carlos lançou uma dúvida: “Por que o presidente da Câmara está tão nervoso?”

No sábado, em um churrasco na casa de Maia, um interlocutor também já havia dito a Bolsonaro que ou ele dava “um basta” na guerra pelas redes sociais ou a situação ficaria complicada para o governo. O recado foi o de que até mesmo ele poderia ser considerado avalista das agressões virtuais. Bolsonaro respondeu que não tinha como controlar seus milhões de seguidores.
Maia é o fiador da reforma da Previdência na Câmara

Maia é o fiador da reforma da Previdência na Câmara e, se quiser, pode prejudicar a tramitação do texto. Até agora, ele também estava ajudando a construir a base aliada. No auge da irritação, Maia disse que não entendia por que estava sendo atacado. “Estou aqui para ajudar. Se acham que estou atrapalhando, eu saio”, avisou.
(Estadão)

Governador Paulo Câmara inaugura Adutora do Moxotó no Sertão

O governador Paulo Câmara inaugura, hoje, mais uma importante obra hídrica: a Adutora do Moxotó, localizada no Eixo Leste da Transposição, no município de Sertânia. A tubulação levará água do rio São Francisco para dez cidades do Sertão e Agreste do Estado, beneficiando 400 mil pessoas.
Na ocasião, também será inaugurada a 1ª etapa da Adutora do Agreste, obra que recebeu até agora um aporte de R$ 400 milhões. Desse total, pouco mais de R$ 85 milhões foram destinados à Adutora do Moxotó. A execução das obras contempla o abastecimento das cidades de Arcoverde, Pedra, Venturosa, Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Caetano e São Bento do Una. 
A Adutora do Moxotó foi a alternativa adotada pelo Governo do Estado para antecipar a chegada da água do Rio São Francisco à região Agreste – mesmo sem a construção do Ramal do Agreste. O equipamento foi construído por meio de uma parceria entre o Governo de Pernambuco e o Ministério da Integração Nacional. A inauguração contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.

Para Lula foi tentar retomar o poder da Lava Jato


A quem o visitou nesta quinta (21) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula afirmou que a prisão de Michel Temer teve como objetivo “restabelecer o projeto de poder da Lava Jato”.

A avaliação do petista é a de que, golpeada pelas recentes decisões do Supremo Tribunal Federal, a Lava Jato quis dar uma demonstração pública de força.
Ele considerou a prisão de Temer um ato “fora da lei”. (Folha)

Prisão: resposta da Lava Jato ao Supremo Tribunal



Ministros de tribunais superiores viram na prisão de Temer uma resposta da Lava Jato às recentes derrotas no STF. Um integrante do STJ classificou os argumentos do juiz Marcelo Bretas para decretar a prisão como “roupa que cabe em todo mundo”. 

Estrago institucional pode afetar a reforma


 Coluna do Estadão
Qualquer que seja a decisão sobre o recurso do ex-presidente Michel Temer, o sentimento no mundo político é de que o estrago institucional já foi feito pela Lava Jato. Se a prisão for revogada nas cortes superiores, ficará a impressão de que os “traidores do povo” outra vez serão os altos magistrados em conluio com a “velha política” e, assim, a escalada da crise seguirá turbinada.
Por isso, enquanto bolsonaristas comemoravam as prisões, líderes avaliavam não haver mais clima favorável para a reforma da Previdênciae o pacote de Sérgio Moro.
Além de uma bancada ainda relevante, o MDB possuiu parlamentares influentes no Congresso e Temer, que já presidiu a Câmara e o País, mantém bom trânsito em várias bancadas.
Um líder observa que nem mesmo Sérgio Moro teve coragem de deter o ex-presidente Lula em prisão preventiva. O petista só foi para o cárcere depois da condenação em segunda instância.
Dentro do MDB, a sensação ontem era de que o partido sai ainda mais desgastado do episódio, mas, se os bolsonaristas continuarem comemorando as prisões, poderão também perder com a operação autorizada por Marcelo Bretas. Correm o risco de machucar o único parlamentar capaz de levar adiante a reforma da Previdência hoje na Câmara: Rodrigo Maia, genro de Moreira Franco.

Um dia para separar Justiça de linchamento

FERNANDO BRITO · no Tijolaço

Michel Temer e Moreira Franco são dois personagens que me embrulham o estômago.

Que vão além da repulsa racional ao que são e ao que representam.

O primeiro, porque, como um canalha, conspirou para derrubar a ordem constitucional que me custou a juventude ajudar a repor no Brasil.

O segundo, por razões mais próximas, porque vi agarrar-se à demagogia de José Sarney e a criminosos – e falo no sentido literal – para interromper o sonho de educar nossas crianças que me levou à caminhar com Leonel Brizola e Darcy Ribeiro durante duas décadas.

São figuras abjetas, portanto, para mim, porque me roubaram vida e não relógios ou o conteúdo de uma carteira que se possam repor.

É um desafio civilizatório defender que tenham um tratamento legal e justo.

Isso não é ideologia, é princípio, coisa que vem antes e nos obriga a não sermos selvagens com quem é diferente de nós.

O abandono dos pricípios nos torna monstros, nos torna selvagens.

E, fazendo assim, nos torna indignos de nossas crenças na humanidade, na justiça, na igualdade, nas velhas e insuperáveis bandeiras que moldaram gerações das quais nos orgulhamos de suceder, radicalistas republicanos.

Foi, portanto, um dia duro, em que , ao escrever, tive de deixar de lado os ódios pelo que Temer e Moreira fizeram com este pais e colocar à frente disso o que este pais não deve fazer com ninguém: prisões espalhafatosas, uso político da Justiça e linchamentos virtuais.

Dói mais conter a mão, pela razão, do que bater.

Preocupam-me menos os bandidos que estão apeados de suas posições de mando do que os bandidos estão lá e que os colocaram no poder e, agora que estão inservíveis, montam operações de guerra para prendê-los e humilhá-los.

Dia difícil, do qual se sai, porém, com a alma limpa, por não ceder à histeria, por não se entregar ao ódio, por não se brutalizar quando é fácil e prazeiroso se entregar à vingança.

Do qual se sair não como o “melhor”, mas como aquele que respeita os seres humanos, embora tão miseravelmente diferentes de nós.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Senador Tasso Jereissati do PSDB critica "espetáculo"...

Do Uol

Senador do PSDB também critica "espetáculo" Apesar de adversário do PT nas últimas eleições, o senador tucano Tasso Jereissati (PSDB-CE) também foi na mesma linha dos petistas e criticou a espetacularização da prisão. O senador chamou a ação de "abuso de autoridade" por parte da Justiça. "Não tem razão alguma para prender um ex-presidente da República que tem endereço fixo e está à disposição da Justiça", declarou. Tasso criticou o Judiciário e, sem citar outros casos, disse que "a situação está passando dos limites". Para o congressista, o Senado deveria se empenhar em retomar o projeto de lei que caracteriza o abuso de autoridade. "Isso é um processo de abuso de autoridade, 

"Isso é um processo de abuso de autoridade, o que vem acontecendo com alguma frequência." "É um ex-presidente da República e, pelo que eu saiba, não estava fugindo e tem endereço conhecido. Não há nenhuma razão legal para isso a não ser esse processo de desmoralização dos políticos, agora também do Judiciário. É um grande risco para a democracia." Tasso disse ainda defender Temer "com a isenção de que, dentro do PSDB, sempre foi oposição" ao ex-presidente, que assumiu o cargo após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. O tucano declarou que "o momento é de bom senso" e que "espetáculo para as redes sociais não vão resolver nada, apenas piorar". "É mais um espetáculo midiático [a prisão de Temer] para agradar esse ou aquele setor."... -

PT diz esperar que prisão de Temer não seja "espetáculo" da Lava Jato...

Hanrrikson de Andrade

DO UOL, em Brasília

O Partido dos Trabalhadores enviou um comunicado à imprensa em que diz esperar que a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB), considerado um algoz desde o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, não seja um "espetáculo pirotécnico" da Operação Lava Jato.

Na visão da legenda, o cumprimento de mandados contra Temer e seu ex-ministro Moreira Franco, também do MDB, deve "respeitar o processo legal", e não apenas "especulações e delações sem provas, como ocorreu no processo do ex-presidente Lula".

Ao lembrar a condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, que foi presidente entre 2003 e 2010, o PT reafirmou considerar que ele foi vítima de injustiça por parte da Lava Jato e da 13ª Vara Federal, à época comandado pelo atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Caso a prisão de Temer e Moreira tenham ocorrido com o mesmo contexto, defende o PT, "estaremos diante de mais um dos espetáculos pirotécnicos que a Lava Jato pratica sistematicamente, com objetivos políticos e seletivos."

“A quem interessa a prisão de Temer nesse momento?”, pergunta advogado




Michel Temer. Foto: EVARISTO SA / AFP

PUBLICADO NO BRASIL DE FATO


Por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, o ex-presidente Michel Temer foi preso na manhã desta quinta-feira (21) em São Paulo.

Embora sejam graves as acusações que pesam contra o ex-mandatário, sua prisão preventiva levanta dúvidas, já que é realizada no exato momento em que a Operação Lava Jato vem sendo questionada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e perdendo apoio da opinião pública.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o advogado Patrick Mariano, que acompanha de perto a Operação Lava Jato, problematiza a legalidade dos mandados de prisão e questiona: “Por quê só agora?”.

Confira:

Brasil de Fato: O ex-presidente Michel Temer foi preso hoje, há muito pouca informação ainda sobre os motivos da prisão, mas sabemos que a abertura desses inquéritos já havia sido solicitados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e barrados pelo Congresso Nacional. Você conhece esses inquéritos? O que pode nos dizer sobre essa prisão?

Patrick Mariano: Realmente é muito recente a notícia, não se sabe ao certo ainda que processos, ou que inquéritos estão relacionados a essa prisão, mas desde já eu acho que uma prisão de um ex-presidente, com residência fixa, com trabalho, enfim, uma prisão cautelar para quê? A quem atende essa prisão nesse momento? Essa é uma primeira pergunta. Não há dúvidas de que havia sim indícios bem fortes do envolvimento do ex-presidente com atividades ilícitas e isso não é de hoje, é de alguns anos. Então, porque isso agora? Justamente agora que a Lava Jato está sendo muito questionada pelo Supremo, pelos meios de comunicação.

Mello Franco: Temer preso é presente de aniversário a Bolsonaro



Do colunista de O Globo, Bernardo de Mello Franco:

A prisão do ex-presidente Michel Temer é um belo presente de aniversário para Jair Bolsonaro, que completa 64 anos nesta quinta-feira.
O presidente vivia uma fase de más notícias, como a queda de popularidade demonstrada ontem em pesquisa do Ibope.
Com a prisão do antecessor, as encrencas do governo atual tendem a sair do foco. O noticiário negativo vai migrar para o MDB, e Bolsonaro poderá retomar o discurso de outsider.

Faltou acrescentar que é um presente de grego para o STF, logo depois que ele puxou o freio do poder da Lava Jato e de suas franquias.

Michel Temer é preso


247- A Força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu, o ex-presidente da República Michel Temer (MDB) na manhã desta quinta-feira (21). Agentes da Polícia Federal ainda estão empenhados nas buscas para localizar e prender o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco.


Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. A operação estava prevista para ser realizada ontem (20) e só não aconteceu devido a falta de confirmação sobre a localização de Temer. 


Mais informações em instantes.

Mourão promete processar guru

Do Blog de Magno Martins
Recentemente chamado de “idiota” pelo guru Olavo de Carvalho, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, diz que vai processar o escritor se for ofendido novamente, segundo a Coluna do Estadão.
Assim que Bolsonaro aterrissou em Brasília, ontem, Mourão, pelo telefone, manifestou seu incômodo. O vice diz que discordar é uma coisa, mas ofender é outra. “Já está passando dos limites”, avisa.

Temor de falar demais em Israel

Militares temem abordagem sobre embaixada em ida de Bolsonaro a Israel
O presidente já manifestou a intenção de fazer a mudança. O assunto, no entanto, entrou em banho-maria depois que ele foi eleito
Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo

A viagem de Jair Bolsonaro a Israel, ainda em março, acendeu nova luz amarela entre militares do governo. Eles temem que, num arroubo, o presidente dê a entender que vai, sim, transferir a embaixada brasileira no país de Tel Aviv para a cidade de Jerusalém. Bolsonaro já manifestou a intenção de fazer a mudança. O assunto, no entanto, entrou em banho-maria depois que ele foi eleito.
As atitudes do presidente nos Estados Unidos deixaram militares assustados. Eles não gostaram do tom dúbio adotado por ele acerca do apoio a uma eventual ação militar contra a Venezuela.  Temem que o mesmo se repita em Israel.
Militares como o vice-presidente Hamilton Mourão e o general Augusto Heleno, do GSI (Gabinete de Seguraça Institucional), combatem nos bastidores a ideia de transferir a embaixada para Jerusalém. Mourão já disse que a transferência pode inclusive atrair o terrorismo internacional para o Brasil

quarta-feira, 20 de março de 2019

Ibope: aprovação de Bolsonaro cai 15 pontos



247 - Pesquisa realizada pelo Ibope e divulgada nesta quarta-feira, 20, mostra que o presidente Jair Bolsonaro perdeu 15 pontos percentuais de popularidade nos primeirossessenta dias de governo. 

A proporção de quem considera sua administração boa ou ótima caiu de 49% em janeiro para 39% em fevereiro e chegou a 34% em março, segundo a pesquisa do Ibope, divulgada pelo jornalista José Roberto de Toledo, da revista Piauí

Percentual da população que considera seu governo ruim ou péssimo subiu de 11% em janeiro para 24% em março. Outros 34% consideram que é regular, e 8% não souberam avaliar.

Se 62% diziam confiar no presidente em janeiro, só 49% ainda confiam nele agora. Perda de 13 pontos. Ao mesmo tempo, a desconfiança saltou de 30% para 44%.

"Em comparação com outros presidentes eleitos, porém, o começo da passagem de Bolsonaro pelo Palácio do Planalto é o pior já registrado. Nos seus primeiros mandatos, Dilma, Lula, Fernando Henrique e Collor sustentaram taxas mais altas do que os 34% de Bolsonaro nos meses iniciais. A popularidade deles só ficou abaixo desse patamar nos segundos mandatos de FHC e Dilma, quando os presidentes já acumulavam mais de quatro anos de desgastes", diz o jornalista José Roberto de Toledo.

A pesquisa foi realizada entre 16 e 19 de março, em todas as regiões do Brasil, com a população de 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

MEC coloca monarquista para “vigiar” o Enem

POR FERNANDO BRITO ·no Tijolaço


Na já estranha “comissão” designada pelo Ministro (por enquanto) Ricardo Vélez, para fazer a triagem ideológica do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, um nome chama a atenção como “representante da sociedade civil”.

É o de Gilberto Callado de Oliveira, procurador do MP de Santa Catarina.

Ocorre que Gilberto é, há muitos anos, um dos principais líderes do (sim, isso existe) movimento de retorno do Brasil ao regime monárquico.

Coordenador, durante muitos anos, do Círculo Monárquico de Nossa Senhora do Desterro (nome de Florianópolis no Império), ele é um detrator contumar da República, para ele ” uma doença destruindo o Estado. E não apenas: destrói também a sociedade, ao contaminar seus cidadãos com a perda de valores, princípios e referências”.

É, também, um delirante “recontador” da história, que narrou, em entrevista a um site monarquista, a suposta tentativa do golpe militar de 64 de restaurar a Monarquia:

“Naquela ocasião, o general Castelo Branco foi até o Paraná tentar convencer o então Príncipe Herdeiro, Dom Pedro Henrique, a reassumir o Trono após um golpe militar. Dom Pedro Henrique recusou a proposta e armou ao general, que se tornaria o primeiro presidente do ciclo militar, que não se corrigiria o erro oriundo do golpe de 1889 com um novo golpe. E que ele apenas assumiria o Trono por aclamação popular.”

Ah, tá…

Mas o Dr. Callado tem esperanças nisso, porque, segundo ele, “”quanto mais a República apodrece, mais matura o retorno da Monarquia”.

Nem é preciso dizer que uma pessoa que acredita que Deus dá a uma família, de nascença, o direito absoluto de governar um país (sem ironias, por favor) é um fundamentalista religioso.

Portanto, é esta a visão que ele levará às provas de nossos filhos e netos, não é?

Vocês pensam que Olavo de Carvalho é o único?

Complexo de vira-lata


Arthur Cunha – no blog de magno Martins

O jornalista Kennedy Alencar chamou de “complexo de vira-lata” a postura de subserviência do presidente Jair Bolsonaro em relação ao equivalente norte-americano, Donald Trump – a expressão foi cunhada por Nelson Rodrigues para designar a posição de inferioridade que o próprio brasileiro se submete. Acertou na mosca! Mais uma vez Bolsonaro deu mostras de que não faz ideia do tamanho do cargo que exerce. Sua viagem aos Estados Unidos foi outra prova cabal disso.
A tour na terra do Tio Sam começou com Bolsonaro tecendo loas a Olavo de Carvalho, guru-mor da Direita brasileira e do próprio bolsonarismo (se é que podemos dizer que existe um), e a Steve Bannon, estrategista-chefe da Casa Branca demitido por Trump ainda em 2017. Nunca antes na história deste país um “pensador” e um “agente do caos” foram tão venerados por um presidente da República. Em seguida, tivemos Bolsonaro e sua comitiva fazendo uma visita escondida a uma agência de espionagem. Sim, é isso que a famosa CIA é no final das contas. Esqueça os filmes, eles foram responsáveis por golpes de estado e torturas.
Depois, o nosso nobre presidente assinou um decreto autorizando turistas norte-americanos e de outros países a entrarem sem visto no Brasil. Eu te pergunto: Trump fez o mesmo? Não preciso nem responder... Mas tem quem argumente que o presidente de lá foi bonzinho ao defender a entrada do Brasil na OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Só que para isso nós teremos de abrir mão de participar da lista de países com tratamento diferenciado na Organização Mundial de Comércio.
Por fim, “coroando” a visita, tivemos o encontro entre os dois chefes de Estado das maiores democracias das Américas. A cara do nosso presidente na foto acima diz tudo. Bolsonaro se comportou como um deslumbrado, um borra-botas. Deixou claro que será um capacho de Trump na política externa do Brasil. E voltou para casa envaidecido como muito pouca coisa na bagagem em troca. Oh, boy!

Nos Estados Unidos: quem é Bolsonaro?


Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
As buscas no Google feitas nos EUA sobre o presidente Jair Bolsonaro saltaram 18% entre o domingo (17) e a terça (19), quando ele se encontrou com o presidente americano Donald Trump.
Uma das perguntas mais buscadas era “quem é Bolsonaro?”.
Houve interesse também em saber qual é o índice de aprovação do brasileiro, como ele é descrito, o percentual da população pobre no Brasil e programas sociais desenvolvidos pelo PT e pelo atual presidente.