Diante
da escalada da violência em diversos Estados, o governo federal decidiu
tomar uma medida enérgica: trocou o nome do Ministério da Justiça. A
pasta foi rebatizada de Ministério da Justiça e da Segurança Pública,
com direito a solenidade no Palácio do Planalto.
A
mudança no letreiro agradou aos deputados da bancada da bala, mas não
tirou um só criminoso das ruas. Pelo contrário: a situação tomou
contornos dramáticos no Espírito Santo, que já contabiliza 95 mortos em cinco dias de greve da PM.
Enquanto
as ruas de Vitória fervem com saques e arrastões, o ministério
renomeado está acéfalo. Empossado pela segunda vez na semana passada,
Alexandre de Moraes deixou o cargo apenas três dias depois, ao ser
indicado para o STF.
Nesta
quarta (8), ele tomava cafezinho com senadores no momento em que o
governador Paulo Hartung (PMDB) foi à TV implorar que os policiais
voltem ao serviço. Moraes estava ocupado com outro assunto: pedir votos
para que o Senado aprove sua promoção a juiz.
Ninguém
esperava que o tucano resolvesse a crise com sua verborragia diante das
câmeras. Mas a inexistência de um ministro da Justiça, qualquer que
seja, agrava a sensação de descontrole e omissão diante do drama
capixaba.
Se
2016 ficou marcado pela queda do governo petista, 2017 promete fortes
turbulências nos Estados. Sem dinheiro para pagar médicos e professores,
o Rio de Janeiro agora está prestes a ficar também sem governo.
A decisão do TRE que cassou os mandatos do
governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e do vice Francisco Dornelles
(PP) ainda pode ser revista, mas tende a agravar o quadro de
instabilidade. A União dificulta as coisas, apresentando novos entraves
para um socorro financeiro.
Ao
deixar os Estados à deriva, o novo regime parece crer que só tem
responsabilidade pelas crises iniciadas em Brasília. É um erro grave,
que ainda pode se voltar contra o Planalto
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