O
encontro do último domingo à noite entre Temer e Cunha remete a um
episódio entre Figueiredo e Ulysses. Ambos se odiavam, mas Figueiredo,
não se sabe a razão, tentou marcar um encontro sigiloso com Ulysses,
também em um domingo à noite. A velha raposa do PMDB sentiu um cheiro
ruim no ar e botou a boca no trombone: “O presidente Figueiredo pediu
para se encontrar comigo às escondidas, à noite, de madrugada. Nicodemus
é que queria se encontrar com Cristo só no escuro. Eu não sou
Nicodemus, e o general, muito menos, tem vocação para Cristo”.
O
encontro de domingo só não continuou secreto porque a repórter Andréia
Sadi, para quem Gilberto Gil costuma cantarolar “Eta menina danada, meu
Deus!”, descobriu o fato antes mesmo de ele acontecer e, uma vez
consumado, tornou-o público. Cunha negou, mas Temer, acuado pelas
evidências expostas por Sadi, foi obrigado a confirmá-lo.
Não
foi para ver as emas do quintal do Palácio que Cunha foi ao Jaburu no
domingo à noite. Tampouco para comer jamelão, que não dá no mês de
junho, pelo menos em Brasília.
Ele foi lá no mato tentar emplacar um candidato para sua própria sucessão, em troca da preservação do mandato.
Mas encontrou um presidente refém do tabuleiro político do Congresso.
Neste momento, se mexer numa pedra desse tabuleiro, Temer corre o risco de não conseguir manter nem o seu próprio mandato.
Neste momento, se mexer numa pedra desse tabuleiro, Temer corre o risco de não conseguir manter nem o seu próprio mandato.
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