Michel
Temer, saudado por Cunha no discurso de renúncia, ficou tocado com
choro do peemedebista. Ao chegar à Casa que presidiu com raro poder,
caminhou apressadamente com o olhar rebaixado. Depois, justificou as
lágrimas a amigos: “Também tenho um dia de humano”.
Cunha
estava ansioso. Passou as últimas horas calculando os passos do adeus
ao cargo que ocupou por 17 meses. E só jogou a toalha quando obteve
sinais de que não seria abandonado no momento seguinte. Equilibrista,
negociou a renúncia e a própria sucessão. Logo viu Rogério Rosso, seu
candidato à presidência da Câmara, largar na frente na disputa com as
bênçãos do Planalto.
Dos
três nomes mais viáveis, Rosso é o único com apoio duplo – Cunha e
Planalto. Rodrigo Maia (DEM-RJ) desponta como segunda opção do governo,
mas sem o aval do agora ex-presidente da Câmara.
Rogério
Rosso passou o dia tentando se esquivar do padrinho. Quem esbarrava com
ele, ouvia logo a explicação: “Não sou o candidato do Cunha”.
Somente Giacobo (PR-RR), cria do chamado “baixo clero” da Câmara, é rejeitado pelos dois lados.
O
deputado foi o pivô do primeiro revés do governo no Congresso. No
comando da votação do projeto da dívida dos Estados nesta quarta,
Giacobo resolveu derrotar Temer por não emplacar um afilhado como
diretor de Itaipu. (As informações são de Natuza Nery,na coluna Painel
da Folha de S.Paulo)
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