O senador, ex-líder do governo Dilma, reclamou do anúncio feito
pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), de uma série de medidas
para ampliar gastos do orçamento da União e disse que elas tem gerado
preocupação entre economistas e repercutido negativamente no Congresso
Nacional.
Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), há uma reação de diversos
setores, mesmo na atual base governista, com o aumento bilionário dos
gastos públicos.
“Temer está promovendo uma verdadeira farsa fiscal. Quando assumiu o
seu governo provisório e golpista, falava em ajuste fiscal e redução de
gastos para tentar ganhar setores do mercado, que há muito tempo
defendiam essa proposta. Mas tudo que fez foi aumentar o déficit e criar
um pacote que agrada poucos, mas que vai ter um impacto gigantesco para
a União não só este ano, como também em 2017 e até 2018”, disse.
Desde que assumiu, há cerca de dois meses, Temer tem apoiado no
Congresso uma série de projetos que ampliam os gastos públicos, entre
eles o que garante o aumento para determinados setores do funcionalismo e
a proposta de renegociação das dívidas dos estados.
As medidas vão onerar a União em cerca de R$ 125,4 bilhões e incluem, além dos incrementos, renúncias fiscais.
Segundo Humberto Costa, a decisão da equipe econômica de Michel Temer
de, no início do governo provisório, ampliar a previsão do déficit
público dos R$ 96,7 bilhões, defendido pela presidente afastada Dilma
Rousseff (PT), para os R$ 170,5 bilhões anunciado pela nova equipe,
mostra que o discurso de ajuste do peemedebista “sempre foi um argumento
retórico”.
“Temer ampliou o déficit deste ano porque queria do Congresso um
cheque em branco para ampliar os gastos de acordo com as suas
conveniências. Esse governo está promovendo um grande dano ao país.
Primeiro, golpeou a democracia, retirando da presidência uma mulher
proba, que não cometeu nenhum crime de responsabilidade. Agora, está
atacando os direitos dos trabalhadores e prejudicando ainda mais a nossa
economia em tempos de crise”, disse o senador.
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