Da TVRBA
Na manhã desta sexta-feira (08), em decisão unânime, a Corte
Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) cassou o mandato do
deputado federal Wladimir Costa (Solidariedade).
De acordo com uma fonte do TRE ouvida com exclusividade pelo DOL, a
decisão será divulgada somente na tarde desta sexta, mas já está
confirmada.
Entre as irregularidades que causaram a decisão estão o recebimento
de recursos financeiros para campanha, oriundos de fontes não declaradas
bem como a omissão na declaração de montante que chega a R$410.800. A
relatora da representação foi a Juíza Federal Lucyana Daibes Pereira.
O processo foi aberto após o Ministério Público Eleitoral entrar com
representação referente aos gastos da campanha eleitoral de 2014. A
expectativa é que a decisão seja publicada na segunda-feira (11) no
Diário de Justiça Eleitoral. Ainda cabe recurso contra a cassação.
Wlad ficou conhecido nacionalmente nos últimos meses após a
pirotecnia durante a votação do impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
Outras acusações
Desde 2010, o Supremo Tribunal federal (STF) investiga a contratação
de funcionários fantasmas para o gabinete parlamentar do deputado
Wladimir Costa.
Durante dois anos (de fevereiro de 2003 a março de 2005) a Câmara dos
Deputados depositou altos valores em salários, vales refeição, férias,
entre outros ganhos, nas contas da Caixa Econômica Federal para 3
funcionários. Esses “laranjas” eram obrigados a ir ao caixa do banco
sacar o dinheiro e entregar toda a quantia nas mãos do irmão de
Wladimir, Wlaudecir, que então depositava o dinheiro na conta do
deputado. O valor total desviado por Wladimir e seu irmão pode ser
superior a R$ 210 mil, em 2 anos.
Bens bloqueados
Em janeiro, o juiz Deomar Alexandre de Pinho Barroso, da 1ª Vara
Cível e Empresarial de Barcarena, determinou o bloqueio de bens do
deputado. Ele também ordenou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e
telefônico do assessor direto do deputado, Ildefonso Augusto Lima Paes, e
do servidor da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), Emersom
Gleyber Leal de Souza, entre outras pessoas.
Eles são acusados de participar de um esquema de desvio de recursos
públicos a partir de um convênio fechado entre uma ONG do deputado e a
Seel. A secretaria é controlada politicamente por Wladimir, que integra a
base de apoio parlamentar ao governador Simão Jatene (PSDB). Na mesma
liminar, o magistrado determinou o bloqueio e indisponibilidade dos bens
dos envolvidos. Emerson e Ildefonso também foram afastados de suas
funções públicas, para não prejudicar as investigações.
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