Márcio Didier
Editor da Blog da Folha
O agora ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, mais do que deixar o comando da Casa, fez um movimento para preservar o seu mandato de deputado federal, consequentemente, o foro privilegiado.
Usou como desculpa que a sua renúncia poderá colocar fim à “instabilidade sem prazo”. Errado. Isso foi a última coisa que pensou. A instabilidade vinha mesmo no tempo em que estava no comando da Casa.
Por um ano e meio, a Casa Baixa do Parlamento quase nada fez em benefício do País. Adotou uma agenda conservadora, retrógrada, que servia apenas de cortina de fumaça, de manobra diversionista, para sair do foco.
Disse que fez o País melhor, pois ajudou o Brasil a “se livrar do Governo do PT”. Errado. As manobras que fez, rejeitando todas as propostas sugeridas pelo Governo da presidente Dilma Rousseff, algumas delas já aprovadas durante a gestão de Michel Temer, colocou o País num espiral de queda de tal modo que está difícil de estabilizar.
Se estivesse pensando realmente no futuro do País, deveria sugerir, também, que a Câmara não entrasse em recesso branco, para, desta forma, pudesse votar as matérias em benefício do País, e, também, o seu processo de cassação.
Chorando, mas com poucas lágrimas, briga contra a abundância de fatos ao dizer que tem “certeza de sua inocência”.
Agora, começa a segunda parte da estratégia. Após a renúncia, vai trabalhar para eleger um aliado na Presidência da Casa, que irá dar seguimento à decisão do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão, de postergar a votação para agosto, durante as Olimpíadas e no meio da campanha política, quando o Congresso estará esvaziado.
Ou seja, caminho asfaltado para manter o mandato. Só falta combinar com todos os outros deputados.
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