Paraná 247 – A Defensoria Pública do Estado do
Paraná divulgou negou a presença de black blocs na manifestação de
professores ocorrida na última quarta-feira 29 em Curitiba, e que foi
violentamente contida pela Polícia Militar. A informação contesta o que
vinha defendendo o governador Beto Richa (PSDB).
Em nota, o Grupo de Trabalho de Direito Penal da Defensoria informou
que 12 pessoas foram detidas, entre professores e outros servidores, e
dois adolescentes, apreendidos. De acordo com o órgão, eles foram
ouvidos, autuados por crimes como resistência, desacato e perturbação do
trabalho ou sossego alheio e liberados.
"Destaque-se que nenhuma das pessoas detidas foi autuada em virtude
da prática de crime de dano ao patrimônio público ou privado, porte de
arma ou artefato explosivo, não havendo nenhum indício de que tais
manifestantes sejam integrantes de grupos denominados black blocs", diz o
texto.
No dia do episódio, Richa defendeu a ação policial, declarou não ter
visto excessos e justificou o cerco à Assembleia Legislativa, onde os
servidores públicos queriam entrar e os agentes tinham como função não
permitir. A ação da PM, disse Richa, foi motivada pela identificação de
black blocs na organização e no meio dos protestos.
"Partiram para cima dos policiais com as grades de contenção e
estavam preparando coquetel molotov quando foram detidos", declarou.
A contestação da Defensoria apenas torna mais grave a situação do
governador, que ontem foi alvo de novo protesto no Palácio do Buriti. Os
manifestantes jogaram corante vermelho na água do chafariz da sede do
governo para simbolizar o sangue dos mais de 200 feridos no massacre de
quarta. Desde então, Richa vem sendo criticado até por aliados.
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