Em nota conjunta assinada pelos presidentes do PT nacional, estadual e
municipal, o partido diz que recebeu com “indignação” o pedido de
desfiliação da senadora Marta Suplicy, feito nesta terça-feira (28).
“Apesar dos motivos enunciados, entendemos que as razões reais da saída
se devem à ambição eleitoral da senadora e a um personalismo desmedido
que não pôde mais ser satisfeito dentro de nossas fileiras. Por isso,
resolveu buscar espaços em outros partidos”, afirma o texto. Marta ainda
não anunciou oficialmente, mas deve concorrer à prefeitura de São Paulo
pelo PSB, em 2016.
Em carta protocolada nesta terça, Marta disse que o papel
“protagonista” do PT no que chamou de “um dos maiores escândalos de
corrupção” é a razão principal para deixar o partido que ajudou a
fundar. “Percebi que o Partido dos Trabalhadores não possui mais
abertura nem espaço para o diálogo com suas bases e seus filiados”,
afirmou. “Fui isolada e estigmatizada”, escreveu Marta.
Segundo os dirigentes petistas, Marta mente ao alegar que o partido
tem atrapalhado a atividade partidária da senadora. “Ao contrário de
suas alegações, nunca o PT cerceou suas atividades partidárias ou
parlamentares”, afirmam, destacando a trajetória política de Marta que,
segundo o partido, foi “sucessivamente prestigiada”. “Com o apoio da
militância e das direções, Marta Suplicy foi deputada federal, prefeita,
senadora e duas vezes ministra.”
Para os petistas, a senadora retribui “com falta de ética acusações
infundadas, a confiança que o PT lhe conferiu ao longo dos anos”. “É
triste ver que a senadora jogue fora a coerência cultivada como
militante do PT e passe a se alinhar, de forma oportunista, com aqueles
que sempre combateu e que sempre a atacaram”, afirmam os dirigentes.
A carta, assinada por presidente nacional Rui Falcão, pelo presidente
estadual Emídio de Souza e pelo presidente municipal Paulo Fiorilo, diz
que Marta se mostra magoada por ter sido preterida nas eleições de
2012, quando o candidato escolhido foi Fernando Haddad.
O texto diz ainda que Marta desrespeita seus eleitores, mas não deixa
claro se o partido vai ou não cobrar o mandato da senadora na Justiça.
“Ao renegar a própria história e desonrar o mandato, Marta Suplicy
desrespeita a militância que sempre a apoiou e destila ódio por não ter
sido indicada candidata à Prefeitura de São Paulo em 2012.”
Em uma de suas redes sociais, o presidente Rui Falcão compartilhou na
tarde desta terça uma mensagem postada no final de semana pelo
vice-presidente do PT e responsável pelas redes sociais do partido,
Alberto Cantalice, reforçando a ideia de que o partido deve lutar pelo
mandato da senadora Marta Suplicy na Justiça.
No dia 25, após divulgação de uma entrevista de Marta criticando
novamente o partido, Cantalice postou que o “PT não deve nada a Marta
Suplicy. A devedora é ela, que foi eleita pela militância para todos os
cargos que disputou”, disse, “lançando” a hashtag “#VáMasDeixeoMandato”.
(fonte: Estadão Conteúdo)
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