Gisele Federicce, 247 – Curitiba é palco hoje do
segundo dia de confronto entre servidores e policiais no Centro Cívico.
Como ontem, o Batalhão de Choque joga bombas de efeito moral e gás
lacrimogênio, além de balas de borracha, contra os manifestantes. Sob o
comando do secretário de Segurança do Estado, Fernando Francischini
(SDD), a Polícia Militar utilizou até mesmo helicópteros para atacar os
servidores. Professores feridos procuraram refúgio na Prefeitura, que já
atende mais de 100 feridos. Estima-se que 20 estejam em estado grave.
"Parece uma praça de guerra", publicou no Twitter o prefeito Gustavo
Fruet (PDT).
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), promove uma ação
"truculenta", "absurda" e "ultrapassada" ao enviar policiais militares
para cercar a Assembleia Legislativa a fim de impedir que servidores
públicos estaduais acompanhem a votação de um conjunto de medidas que
tem como objetivo resolver problemas financeiros do Estado e põe em
risco benefícios do funcionalismo. Esta foi a opinião manifestada pelo
presidente do PT do Paraná, deputado federal Enio Verri, em entrevista
ao 247 no início desta tarde.
"É uma atitude truculenta e absurda, ultrapassada, parece o Brasil do
século 19", declarou Enio Verri. "Na verdade são trabalhadores
organizados fazendo uma mobilização não para conquistar direitos, mas
para não perdê-los. Eles (governo) não têm diálogo nenhum com o setor
público e ainda por cima mandam colocar a polícia", acrescentou o
deputado federal. Os professores estão em greve desde sábado 25 contra
as medidas, que alteram principalmente a fonte de pagamento para o Fundo
Previdenciário ParanaPrevidência.
A votação em segundo turno do chamado 'pacotaço' de Richa começou no
início da tarde desta quarta-feira. Os deputados chegaram a
interrompê-la em decorrência do conflito fora da Casa, mas durou pouco. O
líder do governo, deputado Romanelli, sugeriu que parlamentares
tentassem conversar com os manifestantes. No entanto, o presidente da
Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), afirmou que a sessão continuaria.
"Nós estamos aqui em uma sessão normal. Fora da Assembleia é questão da
Secretaria de Segurança Pública", disse.
Para Enio Verri, este "sem dúvida" é o momento "mais grave" da gestão
de Richa, que conforme lembrou o petista, já provocou diversos outros
problemas, como a falência do Estado. "Como ele tem maioria na
Assembleia, ele manda para lá [o projeto] e os deputados se submetem a
uma coisa tão prejudicial para o Estado", comentou. A votação é
acompanhada hoje por uma comissão de senadores, mas de acordo com Verri,
a maior confiança está na "pressão do movimento" dos servidores.
Dos 54 deputados estaduais, 31 já se manifestaram favoráveis à
proposta do Executivo, disse o deputado. Ele afirma que o episódio
lembra a gestão do hoje senador Álvaro Dias (PSDB), que soltou a
cavalaria contra os professores em 1988 quando era governador do Paraná.
Confira abaixo os tuítes do prefeito Gustavo Fruet e outros comentando a
guerra campal em Curitiba. Governador já ganhou o apelido de
#BetoHitler nas redes sociais.
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