247 - O tom de
cautela do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em relação a eventual pedido de
impeachment da presidente Dilma Rousseff (saiba mais aqui)
tem uma explicação. O jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da
Justiça no governo FHC, a quem foi pedido um parecer técnico sobre o
tema, não embarcou na tese.
Segundo Reale Jr., um governo, mesmo
reeleito, não pode ser derrubado por fatos ocorridos na gestão
anterior. Ou seja: a presidente Dilma só poderia ser alvo de um processo
de impeachment por algo ocorrido em seu segundo mandato.
Com a negativa de Reale Jr., a
bancada tucana na Câmara estuda pedir pareceres a outros juristas,
segundo informa a coluna Painel:
Tente outra vez
Convencida
de que Miguel Reale Jr. sustentará a tese de que o mandato anterior não
pode ser usado para pedir o impeachment de Dilma Rousseff, a bancada do
PSDB na Câmara tenta convencer Aécio Neves a contratar pareceres de
outros juristas. A ideia é submeter a Ives Gandra Martins, Sérgio Ferraz
e José Eduardo Alckmin pedido de abertura de processo preparado pela
coordenação jurídica da sigla, que tem como base a omissão nos desvios
da Petrobras e a "pedalada" fiscal de 2014.
A possibilidade de êxito nessa
empreitada é mínima. Tanto que o colunista Elio Gaspari informa que o
próprio Aécio deve desembarcar do golpismo, na nota abaixo:
AÉCIO
O
senador Aécio Neves baixará o tom em relação ao impedimento da doutora
Dilma. Resta saber o que colocará no balcão do PSDB. Desde que a doutora
sequestrou-lhe a agenda econômica, Aécio transformou-se no trombone da
orquestra, faz barulho com pouca melodia.
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