Do blog de primeira
A Arena Pernambuco é um estádio jovem. Tem menos de dois anos de
idade – mas já viu muita história ser escrita em seu gramado. Viu jogos
de Copa do Mundo, títulos estaduais, clássico pela Sul-Americana. E,
ontem, foi testemunha da primeira classificação de um time do interior
para a final do Campeonato Pernambucano. A façanha foi realizada pelo
Salgueiro. O Carcará empatou com Sport, por 1 x 1, e – como havia
vencido a primeira partida por 2 x 0- chegou à decisão. Histórico para
os sertanejos. Histórico para o campeonato local – que demorou 100 para
ter um representante que não fosse da capital no jogo mais importante.
Agora, o time do Sertão vai atrás de marcar ainda mais. A luta é pelo
título.
Ressabiado pelo massacre que sofreu do Flamengo no jogo de meio de
semana, pela Copa do Brasil, o técnico Sergio China decidiu que, apesar
da vantagem, não iria adotar uma postura inteiramente defensiva. Claro
que não se tratava de uma equipe que iria propor o jogo, mas a cautela
que beirou o medo diante do time carioca virou algo mais equilibrado.
Por isso, o Sport teve alguma dificuldade para ameaçar o gol de
Luciano. Até os 20 minutos, praticamente não teve uma chance sequer.
Dominava a partida, detinha a posse de bola, rondava a área adversária,
mas não conseguia finalizar.
Buscava o gol a todo momento, mas faltava algum detalhe. Felipe
Azevedo, como referência, não funcionou – perdeu muitas bolas de costas
para o gol, incapaz de fazer o pivô. O trio de meias estava bem, dando
trabalho. Mas precisava de mais velocidade. Que aumentou na metade final
do primeiro tempo.
Com 23 minutos, Neto Moura – em primeiro tempo errático- pegou um bom
chute de fora de área. Luciano espalmou. Aos 27, Régis colocou na
cabeça de Ewerton Páscoa. O cabeceio, contudo, foi no meio. O goleiro do
Carcará segurou. Aos 32, porém, não deu. Falta duvidosa na entrada da
área, Diego Souza foi para a bola e fez um golaço: 1 x 0. Se Felipe
Azevedo não houvesse perdido um gol feito, aos 43, o placar teria sido
melhor para o Leão.
Na volta o segundo tempo, não havia mais como o Sport se segurar.
Eduardo Baptista não mexeu, mas pediu um comportamento mais ofensivo,
soltou os laterais e permitiu o avanço dos dois volantes, principalmente
Neto Moura.
Se não foi para o abafa no primeiro, foi no segundo. O Salgueiro se
retraiu ainda mais – embora ensaiasse, vez ou outra, uma marcação por
pressão. O Leão pressionou, não tanto na qualidade, mas na vontade.
Foi um caminha de bolas alçadas na área, bolas paradas perigosas
(porque o Salgueiro passou a fazer uma marcação mais pegada), cera pelo
lado do Carcará. O jogo era muito perigoso para o Sport – uma vez que
estava exposto para os contra-ataques.
Por volta dos 30 minutos, Eduardo Baptista fez duas alterações
controversas: sacou Diego Souza e Régis para colocar os atacantes Samuel
e Mike. O time se desorganizou e foi incapaz de chegar ao gol. Abriu,
ainda mais, espaço para o contra-ataque, que o Salgueiro, histórico,
aproveitou aos 42 do segundo tempo, marcou o gol de empate – com
Valdeir- e se garantiu na final do estadual.
FICHA DE JOGO
Sport: Magrão; Vitor, Ewerton Páscoa, Durval e Renê; Rithely, Neto
Moura (Joelinton) e Élber; Régis (Mike), Felipe Azevedo e Diego Souza
(Samuel). Técnico: Eduardo Baptista.
Salgueiro: Luciano; Marcos Tamandaré, Ranieri, Rogério Paraíba e
Marlon; Moreilândia, Rodolfo Potiguar, Vitor Caicó (Pio), Lúcio (Cássio)
e Valdeir; Kanu (Anderson Lessa). Técnico: Sérgio China.
Local: Arena Pernambuco.
Horário: 16h.
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique.
Assistentes: Ricardo Chianca e Elan Vieira.
Gols: Diego Souza (aos 32 do 1T) para o Sport.
Cartões amarelos: Ranieri, Marcos Tamandaré, Moreilândia, Luciano, Anderson Lessa (Salgueiro); Neto Moura (Sport)
Cartão vermelho: Vitor (Sport)
Público: 25.626
Renda: R$ 654.090,00
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