Por Roberta Soares
Do JC Online
Do JC Online
Em meio ao desgaste político de aumentar
as passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife em início de
gestão e após três anos sem reajuste, o governador Paulo Câmara decidiu
adotar a estratégia do morde e assopra com a população. O governo do
Estado irá implantar o Passe Livre para os alunos da rede de ensino
pública estadual do Grande Recife, o que, em números oficiais da
Secretaria de Educação, beneficiará 292 mil estudantes e representará um
investimento mensal entre R$ 10 e R$ 14 milhões.
Em contrapartida, vai propor que o Anel
A, aceito em 80% das linhas, suba para algo em torno de R$ 2,40 – o
equivalente a 11% de aumento.
Além de minimizar o impacto do aumento
das passagens, o governo aposta que a decisão de anunciar a criação do
Passe Livre da rede estadual abrandará os ânimos dos grupos estudantis,
que prometem uma série de protestos contra o reajuste já a partir de
amanhã.
A outra carta na manga que Paulo Câmara e
sua equipe levarão para uma das raras reuniões do Conselho Superior de
Transporte Metropolitano (CSTM), que definirá o reajuste, amanhã, é uma
“expressiva” redução do valor do Anel B, hoje de R$ 3,25 e utilizado em
aproximadamente 10% das linhas do sistema.
A proposta é uma preparação para a
criação da tarifa única, que junto com o Passe Livre representou duas
das três promessas de campanha de Paulo Câmara. A terceira foi a
garantia de que as passagens não seriam reajustadas, que não deverá ser
cumprida.
O Passe Livre não entra em vigor de
imediato. Por três meses o governo irá operacionalizar a implantação do
benefício. Será o prazo para realizar o cadastramento e o controle do
uso pelos estudantes, já que o benefício será permitido apenas nas
viagens de ida e volta da escola. A pretensão do governador é que o
Passe Livre entre em vigor ainda em 2015.
O processo será idêntico ao realizado
pela Prefeitura do Recife, que implantou o Passe Livre na rede municipal
de ensino, beneficiando, atualmente, seis mil estudantes. O total
seriam 14 mil alunos, mas muitos não se cadastraram para fazer uso do
benefício. Hoje, a PCR investe R$ 400 mil por mês para cobrir os 50% da
tarifa que eram pagos pelos estudantes
Nenhum comentário:
Postar um comentário