Autor: Miguel do Rosário
É lamentável a campanha da mídia contra a Petrobrás.
Aqui não se trata mais de fazer as denúncias – necessárias – de
corrupção, nem de participar do jogo de vazamentos seletivos, em conluio
com setores de oposição incrustados no Estado.
A matéria do Estadão contra a refinaria Abreu e Lima recende ao mais puro vira-latismo.
O jornal que faz campanha sistemática contra os trabalhadores e
contra sindicatos, de repente se vê fomentando qualquer tipo de
manifestação de trabalhadores contra a Petrobrás.
A fórmula utilizada, como de praxe, é a mais vil manipulação, especialidade da nossa mídia.
É desinformação, desinformação e mais desinformação.
Incrível: o ato de ler um jornal, em papel ou na internet, converteu-se num mergulho num abismo de ignorância.
Quanto mais o indivíduo é exposto à imprensa, mais ignorante fica.
Pegam-se meias verdades, misturada com muita mentira, muita distorção
e interpretação enviesada dos fatos e pronto, eis uma matéria
jornalística cujo objetivo é simplesmente detonar a nossa primeira
refinaria construída em décadas.
Tenta-se converter protestos trabalhistas, que suponho justos, numa
outra coisa, como se os operários que lutam por melhores condições na
refinaria Abreu e Lima, fossem contra a refinaria em si.
Como se os operários fossem, politicamente, contra uma refinaria que
gerou milhares de empregos na sua construção e que gerará, a partir de
agora, milhões de postos de trabalho, visto que haverá o surgimento de
um cinturão industrial a seu redor.
Uma refinaria que irá permitir que o Brasil economize dezenas de bilhões de dólares em importação de derivados.
Uma refinaria, sobretudo, que nos colocará no caminho da autonomia
energética, e que, por isso, tem uma importância estratégica do
ponto-de-vista geopolítico.
Com mais autonomia energética, teremos mais controle sobre nossa
inflação, nossa dívida, nossa balança comercial, e teremos mais recursos
para investir em infra-estrutura.
A mídia morre de medo do que fatalmente irá acontecer: quando todas
as refinarias atualmente em construção ficarem prontas, teremos mais um
parâmetro de comparação entre governos neoliberais e trabalhistas.
Os neoliberais não construíram nada.
Os trabalhistas construíram as maiores refinarias da nossa história.
Muito se fala, com razão, de dois grandes problemas enfrentados pelo
Brasil. O governo apanha muito, novamente com razão, por não tê-los
resolvido: a desindustrialização e a falta de infra-estrutura.
Pois bem. As refinarias construídas, entre as quais a maior delas, a Abreu e Lima, ajudam a resolver esses dois gargalos.
Refinaria é infra-estrutura e indústria de base.
Refinaria é independência e desenvolvimento.
Para as forças que sempre combateram qualquer movimento nacional em
prol da nossa independência, a Abreu e Lima, de fato, é uma porcaria.
A corrupção tem de ser combatida, obviamente, mas não a refinaria em si.
A construção do metrô de São Paulo, e de todas as grandes vias paulistas, envolveram muita corrupção.
Isso não quer dizer que devemos implodir trens e estradas.
A água suja da banheira tem de ser jogada fora.
Não o bebê dentro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário