Da Agência Estado
A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (25), sem
vetos, o Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece as diretrizes
das políticas públicas na área para os próximos dez anos. Entre as metas
do PNE estão a elevação do investimento em educação para 10% do PIB ao
fim do decênio, a erradicação do analfabetismo, a oferta de educação em
tempo integral em no mínimo 50% das escolas públicas e a elevação do
número de matrículas na pós-graduação de modo a atingir a titulação
anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. A sanção do PNE deve ser
publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU)
desta quinta-feira (26), informou o ministro da Educação, Henrique Paim.
“Temos um PNE à altura dos desafios que o Brasil tem pela frente”,
disse Paim, em coletiva. “Sabemos o quanto o PNE foi construído a partir
de várias discussões com a sociedade, movimentos educacionais. Foi
construído a partir de toda contribuição que o Congresso Nacional deu e a
presidente reconheceu todo esse esforço.” Encaminhado pelo Palácio do
Planalto ao Congresso Nacional no final do governo Lula, o plano
tramitou por três anos e meio até chegar à mesa de Dilma. Uma das
principais resistências do governo era encontrada na meta de se alcançar
o patamar de 10% do PIB para educação ao fim de dez anos (atualmente,
são 6,4%) – o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a afirmar que a
medida ia “quebrar” o Estado brasileiro.
Para contornar a situação, o Planalto patrocinou uma manobra contábil
para incluir na conta, por exemplo, a renúncia fiscal com o Programa
Universidade para Todos (ProUni) e parcerias firmadas com instituições
privadas no Ciência sem Fronteiras. Paim defendeu a inclusão desses
programas na conta do investimento em educação. “Se ofereço bolsas do
Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), do
Ciência sem Fronteiras, que são as melhores universidades do mundo,
estamos gerando oportunidades educacionais. Se não tivermos parcerias
com instituições privadas não conseguiremos avançar. Tudo isso tem de
ser contabilizado”, afirmou Paim.
CUSTO - Uma das principais novidades do PNE é a
instituição do conceito do custo aluno-qualidade (CAQ), um novo
parâmetro de financiamento da educação básica, que estipula uma
aplicação mínima por estudante. O plano prevê inclusive que caberá à
União complementar recursos financeiros a todos os Estados e municípios
que não conseguirem atingir o valor mínimo – esse dispositivo corria o
risco de ser vetado pela presidente Dilma Rousseff, mas acabou mantido.
Segundo o Estado apurou, o próprio MEC recomendou o veto, mas a Casa
Civil trabalhou pela manutenção do dispositivo. Questionado sobre o
assunto durante a coletiva, Paim respondeu: “Essa é uma discussão
interna do governo.”
O plano prevê que, após dois anos de vigência do plano, ou seja, em
2016, será implementado o CAQ inicial (CAQi). “Não há uma definição do
que é o CAQ, inclusive a lei expressa que temos de definir o que é o
custo aluno-qualidade. Temos prazo de dois anos para (a regulamentação
do) o CAQi, tenho de definir o que é custo aluno-qualidade, seria
prematuro fazer qualquer tipo de cálculo sobre adicional de recursos”,
finalizou o ministro.
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