A candidatura presidencial do senador Aécio Neves tem sido conduzida
de uma forma impressionante. Ao estilo mineiro, o parlamentar foi
costurando apoios e palanques importantes, inclusive em antigos
ambientes governistas, para se notabilizar como principal adversário da
presidente Dilma Rousseff na corrida sucessória. Cresceu nas pesquisas e
praticamente está impondo um segundo turno. Contudo, o tucano deu uma
pisada na bola daquelas ao sugerir que prováveis futuros aliados “suguem
um pouco mais” e depois faça a migração para a oposição. Um
contrassenso para quem está pregando uma mudança completa nas práticas
da gestão pública federal.
Uma fala dessas, se bem usada no guia eleitoral, pode sugar (já que
gostou do termo) pontos percentuais importantes no meio da corrida
sucessória, e com a força das redes sociais pode ser disseminada de
forma gigante, sobretudo com a comparação entre o discurso crítico ao PT
e a forcinha para a continuidade de falta de compromisso com a coisa
pública.
É bom lembrar que, nas eleições presidenciais de 2002, o cearense
Ciro Gomes estava muito bem posicionado, ganhando a cada dia mais espaço
e conquistando mais intenções de voto até ser traído justamente por sua
boca. Declarações deselegantes, pouco usais e até ofensivas se voltaram
contra o ex-ministro e ele teve que assistir de camarote a disputa
entre Lula e José Serra no segundo turno.
A fala do presidenciável acaba ainda rotulando o seu mais novo
aliado, o PTB, que deixou recentemente o governo da presidente Dilma sem
dar grandes explicações. O partido, que segue comandado de dentro da
cadeia pelo ex-deputado Roberto Jefferson, encontra dificuldades para
respaldar o movimento junto à bancada federal e aos diretórios
regionais. E, agora com a pecha de sanguessuga, vai ter trabalho
redobrado.
Sem contar o fato de que Aécio, com esse tipo de aliado, indicaria
que as tais mudanças que anda prometendo não devem encontrar muita
facilidade para deixar o discurso e encontrar a prática. Vamos
acompanhar para observar os efeitos desse arroubo do mineiro. O PSB já
saiu na frente e escalou os coordenadores da campanha presidenciável
Eduardo Campos para condenar a associação fala/prática/ética.(Do blog da folha)
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