247 - A mídia
familiar brasileira reconhece: seus leitores foram enganados nos meses
que antecederam a Copa do Mundo de 2014. Sabe aquele bordão, o Imagina
na Copa? Ou a teoria de que os estádios não ficariam prontos e haveria
caos nos aeroportos? Era apenas terrorismo midiático, com óbvias
intenções políticas.
Não é exatamente isso o que dizem os
jornais deste domingo, mas, assim, poderia ser escrita a história de
como grandes conglomerados de mídia desembarcaram da teoria do caos na
Copa.
No Estado de S. Paulo, a reportagem
de Lourival Sant'anna informa que "apesar de problemas, Copa vence o
caos". "Está tendo Copa sim e o Brasil não está fazendo tão feio", diz o
texto, sem esconder sua má-vontade com o próprio País. "O resultado é
surpreendente: nos pontos em que se temiam mais problemas, como os
aeroportos, o transporte e a segurança pública, as coisas estão indo
relativamente bem".
Na Folha, Nelson de Sá diz que
"prenúncio de que Copa seria o 'fim do mundo' não aguentou três dias". A
reportagem, no entanto, transfere para a mídia internacional os ataques
ao Brasil, como se veículos internacionais não formassem suas opiniões e
consensos a partir do que recebem de informação da mídia nativa. "Do
início do ano até a abertura da Copa do Mundo, a imagem do Brasil foi
alvo de um ataque de histeria da mídia ocidental", é a frase que abre a
reportagem da Folha. Mas onde será que a mídia ocidental se informava
sobre o Brasil?
Entre os profetas do caos que tiram o
time de campo, até Veja, aquela que previa a entrega dos estádios
apenas em 2038, deu uma guinada. Na capa deste fim de semana, o título
"Só alegria até agora". No entanto, na chamada de capa, a revista
adverte que é melhor aproveitar a festa, "pois legado duradouro,
esqueça". Ou seja: como se estádios e aeroportos fossem desaparecer
depois do Mundial.
A verdade, pura e simples, é que
leitores foram enganados. E alguns que se deixaram enganados agora estão
arrependidos, como a colunista Mariliz Pereira Jorge, da Folha, que
caiu na esparrela do caos, deixou de tirar férias, de comprar ingressos e
de aproveitar a #copadascopas. "Chega o ano em que a Copa é no Brasil.
Sempre quis uma Copa no Brasil. Vou tirar férias, passar o mês viajando
pelo país, assistir a todos os jogos possíveis, fazer festa na rua, me
embebedar abraçada com gente desconhecida. Broxei junto com o clima
anti-copa e não fiz nada para participar dela. Ela chegou e eu fiquei de
fora", disse ela (leia mais aqui).
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