247- Relatora da comissão que vai vasculhar
contracheques que ultrapassem o teto legal de R$ 33.763, senadora Katia
Abreu (PMDB-TO) afirma que receber salário acima do limite também é uma
forma de corrupção e sustenta que é preciso enfrentar o corporativismo
das entidades representativas do Judiciário, que alegam ser alvo de
retaliação. "Receber o salário indevido também é corrupção. Corrupção
não é só fazer superfaturamento, pegar propina de empresa, não é só
mensalão ou petrolão, tem várias formas, inclusive receber salário
indevido"
Katia disse que não pretende “fulanizar” o tema para evitar uma
“guerra entre os poderes”, mas defendeu o desmanche de permissões feitas
pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que garantem o pagamento de
aumentos salariais em cascata a magistrados toda vez que há reajuste dos
vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
As declarações foram feitas em entrevista ao Estado de S.Paulo.
Na avaliação da peemedebista, os benefícios como auxílio-moradia e
auxílio-creche deveriam estar dentro do teto, atualmente em R$ 33.763
por mês. Ela, porém, considera “totalmente diferente” a cota parlamentar
com a qual deputados e senadores custeiam suas moradias.
"Tenho certeza que no Senado vamos aprovar as propostas. Acho que a
sociedade não aceita mais. A democracia corporativa não interessa mais a
ninguém. Presidentes de entidades dizem que isso é uma perseguição ao
Judiciário, que tem atuado no combate à corrupção. Receber o salário
indevido também é corrupção. Corrupção não é só fazer superfaturamento,
pegar propina de empresa, não é só mensalão ou petrolão, tem várias
formas, inclusive receber salário indevido.
Pouco importa neste momento quanto o juiz, o procurador ou servidor
está ganhando. A partir de agora acabou a brincadeira. Se eu for começar
a fulanizar, vira uma guerra entre os poderes. Quero apenas mostrar os
números gerais e volume da economia (com o fim dos supersalários)."
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