Surreal e kafquiana, para dizer o mínimo, a nova investigação em
curso para saber se a Odebrechet teria "beneficiado" Lula fazendo, de
graça, consertos na piscina do Palácio do Alvorada.
"Beneficiado", como? Lula, agora, virou dono do Palácio do Alvorada?
Se a construtora consertou a piscina do palácio, ótimo. Ela arrumou e
valorizou o patrimônio público. Nesse caso, qual foi o prejuízo para o
erário?
Ou o Sr. Luis Inácio, já acusado antes - sem provas - de "roubar"
crucifixos, faqueiros "fakes", cujas fotos foram tiradas de um site de
leilões dos EUA, etc, saiu com a piscina debaixo do braço, quando deixou
de ser Presidente da República?
Ou mandou consertá-la para cometer outros crimes, quem sabe para
fazer um "test-drive" nos emblemáticos - e caríssimos, ostentatórios -
pedalinhos do sítio de Atibaia?
No afã de encontrar crimes que possam ser atribuídos ao ex-presidente
da República, os responsáveis pelo "caso" tem que ter um mínimo de
bom-senso e de sentido de proporção, para não passar ao mundo a
impressão de que estão simplesmente forçando a barra para criar mais um
de uma longa série de factoides políticos, ou simplesmente procurando,
com microscópio eletrônico, pêlo em cabeça de ovo para incriminar o
ex-presidente da República.
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