Por Amanda Seabra
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
Passada a eleição, o foco das discussões no universo político se
volta para a governabilidade e todo o conjunto de interesse que envolve
as escolhas dos partidos com relação ao lado que vai ficar pelos
próximos quatro anos, no âmbito do Congresso Nacional. Oficialmente,
levando em consideração apenas os partidos que apoiaram ou não,
nacionalmente, a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), a petista
teria uma base de 304 deputados federais do universo de 513. No Senado,
seriam 54 de um total de 81. Porém, as coisas não são tão simples assim,
os partidos no Brasil são extremamente plurais. Em cada região do País
um partido tem uma característica, e isso fica evidente, principalmente,
nos grandes partidos como o PMDB e o próprio PT.
Essas diferenças regionais fazem com que uma legenda seja dividida e
nem sempre a orientação da executiva nacional será cumprida
integralmente em todo o País. Essa situação aconteceu em vários estados
brasileiros na eleição deste ano e deve refletir diretamente nos números
reais de parlamentares que as bancadas de governo e de oposição terão a
partir de fevereiro de 2015. Essa realidade também definirá o grau de
dificuldade que a presidente terá para governar, uma vez que a
presidente precisa, necessariamente, do parlamento para aprovar as ações
do Governo Federal.
Nada, até o momento, está completamente fechado sobre o apoio que a
dirigente deverá receber. E as já mencionadas questões regionais deverão
ser cruciais para definição desse quadro. Em Pernambuco, por exemplo,
há uma série de particularidades que já mudam os números da bancada de
apoio a Dilma. Aqui mais de 20 partidos se uniram em uma única
coligação, a Frente Popular, para eleger Paulo Câmara (PSB) governador,
candidato escolhido pelo ex-governador Eduardo Campos, falecido durante a
campanha.
Contudo, muitas dessas legendas que fazem parte da Frente, estavam na
aliança com o PT, mas, devido a relação de seus quadros no Estado com
Eduardo Campos e com o PSB, foram liberadas para apoiar os socialistas,
inclusive, a presidenciável Marina Silva (PSB), no primeiro turno, e
Aécio Neves (PSDB), no segundo. Entre essas legendas estão o PMDB, o PR,
o PSD e o PDT.
OUTRO LADO
Da mesma forma, a coligação que fez oposição à candidatura de Paulo Câmara e que tentava eleger o senador Armando Monteiro Neto (PTB), a Pernambuco Vai mais Longe, também contava com partidos que nacionalmente não estavam com a presidente Dilma, como o próprio PTB e o PSC.
Da mesma forma, a coligação que fez oposição à candidatura de Paulo Câmara e que tentava eleger o senador Armando Monteiro Neto (PTB), a Pernambuco Vai mais Longe, também contava com partidos que nacionalmente não estavam com a presidente Dilma, como o próprio PTB e o PSC.
Todas essas legendas elegeram deputados federais e a dúvida que paira
nesse momento é sobre qual será a posição desses quadros na Câmara
Federal, uma vez que, oficialmente, eles estão sendo contados como base
do governo ou oposição, mas será na atuação que a sua verdadeira posição
aparecerá. Esse posicionamento, contudo, não é simples, uma vez que
envolve os interesses dos próprios parlamentares, inclusive eleitorais,
especialmente em um Estado como Pernambuco que deu 70% dos votos para um
dos lados no 2º turno.
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