247 – Assim que os
Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro chegarem ao fim, o juiz Sergio Moro
dará sequência à Operação Lava Jato, preparando um de seus últimos
capítulos: a eventual condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva como o "chefe do petrolão", que teria sido favorecido pelas
empreiteiras com reformas num sítio e num imóvel no litoral paulista.
Para isso, terá que, antes, superar
questionamentos feitos pelo ex-presidente no Brasil e no exterior sobre a
competência de Moro para julgar fatos ocorridos fora de sua jurisdição.
Embora tenha se declarado competente para decidir sobre eventuais
benefícios concedidos a Lula em Atibaia (SP) e no Guarujá (SP), novos
recursos podem retardar uma eventual condenação por parte do juiz
paranaense.
No entanto, também depois das
Olimpíadas, essa disputa irá além do campo jurídico. Diversos sindicatos
pretendem encorpar um novo discurso: o de que Moro seria o principal
responsável pelo desemprego recorde no Brasil, que, no mês passado,
superou a barreira de 11,4% – antes da crise política, o País chegou a
viver, com Dilma, o "pleno emprego", com uma taxa de 5,5%.
Esse movimento começou com os
petroleiros, que acusam Moro de exterminar 1,5 milhão de empregos na
economia, a partir do efeito em cadeia da crise nos setores naval, de
petróleo e de construção pesada (leia aqui). Nos próximos dias, esse movimento será também encorpado por outras categorias, como a dos metalúrgicos.
A senha para esse discurso foi dada
pelo próprio ex-presidente Lula, que disse que seria possível combater a
corrupção sem quebrar as empresas. Desde o início da Lava Jato, grandes
grupos de engenharia, como OAS, Alusa e Galvão Engenharia, entraram em
recuperação judicial. Só a Odebrecht demitiu mais de 70 mil pessoas.
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