A decisão do governo interino Michel Temer (PMDB) de
entregar ao seu partido, via Departamento Nacional de Obras contra as
Secas (Dnocs), a execução de obras destinadas ao combate à estiagem
gerou reação de diversos setores. No Senado, o líder do PT, Humberto
Costa (PE), criticou a medida e disse que a ação "recria no Brasil as
figuras dos coronéis". Antes da mudança realizada por Temer, os
governadores do Nordeste eram os responsáveis pelo controle da execução
deste tipo de obra.
"Na semana em que damos início à campanha eleitoral para as
prefeituras municipais, esse governo nefasto, retrógrado e fisiológico
tomou dos governadores nordestinos o controle sobre a execução de obras
destinadas ao combate à seca. Vejam bem: os gestores estaduais perderam,
por um golpe do Palácio do Planalto, o direito de comandar as ações de
enfrentamento aos efeitos da estiagem dentro dos seus próprios Estados",
disse o senador.
Para o líder, após cinco anos consecutivos de seca, a medida
descaracteriza as ações de combate à estiagem, que eram definidas pelos
Estados, e transfere a prerrogativa para "um órgão de apaniguados do
PMDB pendurados nos cargos de direção".
"É a institucionalização da falta de vergonha na cara, marca
característica desse governo golpista e fisiológico, que vende até a
miséria humana em troca de apoio político, que rifa o futuro inteiro de
um povo para o agrado de aliados políticos. E faz isso aos olhos de
ministros nordestinos, quatro deles pernambucanos", disparou o senador.
Segundo o senador, as ações de Temer contra o Nordeste são também uma
retaliação a toda a região, onde o presidente interino tem os maiores
índices de rejeição do país. "Essa é mais uma prova cabal da visão que
esse governo golpista tem do Brasil e, especialmente, do Nordeste:
nenhuma responsabilidade social, nenhum respeito ao equilíbrio federado,
nenhuma atenção ao crescimento justo do país, nenhuma atenção ao povo
mais pobre, que ele enxerga como boi para gerar voto", afirmou.
*Com nformações da Assessoria de Imprensa
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