terça-feira, 26 de novembro de 2013

Mestres da cultura são destaque em exposição fotográfica na Torre Malakoff





A contribuição incontestável de homens e mulheres para manter viva e pulsante a cultura tradicional do nosso Estado deu origem ao título Patrimônio Vivo de Pernambuco, que é concedido anualmente pelo Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e da Fundarpe. Desde 2005, 33 artistas e agremiações foram agraciados, como reconhecimento à sua trajetória comprometida com os saberes e conhecimentos populares, perpetuados por gerações. Esses guerreiros da cultura pernambucana são os personagens principais de duas exposições fotográficas que abrem suas portas, nesta segunda (25), na Torre Malakoff, Bairro do Recife.

"Pernambuco Vivo" é uma parceria do Governo do Estado com o Jornal do Commercio e retrata os patrimônios vivos em momentos do seu cotidiano. E entre eles, está o Maracatu Leão Coroado, que ganha a exposição fotográfica "Nação Leão Coroado 150 anos", também uma realização da Secult-PE, e que marca a comemoração do sesquicentenário da agremiação recifense

“Homenagear aqueles que dedicaram toda sua vida à causa da cultura é mais que uma responsabilidade do Governo do Estado. É um título que leva nosso reconhecimento à grandeza da obra desses personagens, ao mesmo tempo em que gera uma visibilidade para a arte que produzem e estimula a continuidade dessa cultura pelos seus discípulos”, diz o secretário executivo da Casa Civil e de Cultura Marcelo Canuto. O secretário comemora ainda o fato de termos hoje duas exposições em cartaz, com o mesmo tema. Uma, é fruto da parceria do Governo do Estado com o Jornal do Commercio. A outra, uma iniciativa da Secult-PE, brinda os 150 anos do Leão Coroado. “É um momento especial para os nossos Patrimônios Vivos”, vibra o secretário.

A exposição "Pernambuco Vivo" é fruto da série de reportagens publicada em dois cadernos especiais, pelo Jornal do Commercio, no mês de outubro. A exposição é composta por 39 imagens do cotidiano e da vida desses personagens tão ricos culturalmente e que trazem em si grande parte do conhecimento que constrói o imenso mosaico que é o nosso Estado. Eles foram retratados pelos fotógrafos Heudes Regis, Ricardo Labastier e Priscila Buhr, em momentos de descontração, onde o que salta aos olhos é o ser humano. As fotografias também fazem parte do acervo do JC Imagem.

Na mostra, que segue até 5 de janeiro, o público perceberá que a história de cada personagem se confunde com a sua arte: maracatu, caboclinho, frevo, forró, samba, afoxés, cerâmica, madeira, literatura e cinema. Os cenários para retratá-los foram suas próprias casas, onde residem as pessoas e coexistem os artistas responsáveis por parte significativa da história da cultura pernambucana. O cotidiano é quem adorna seus gestos, sorrisos e dá origem a biografias intimamente ligadas com o saber e o fazer que se colocaram a serviço da cultura de Pernambuco desde sempre.


Nação Leão Coroado 150 anos – Os estandartes, suas bonecas – calungas –, toadas e ritmos estão presentes na mística do Leão Coroado, que, em homenagem ao seu sesquicentenário, ganha a exposição fotográfica "Nação Leão Coroado 150 anos". A agremiação é Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2005, ano da instituição do título no Estado. Surgido no Recife, em 1863, o Leão Coroado é um dos maiores defensores das tradições de matriz africana no país. O maracatu, hoje conduzido pelas mãos do mestre Afonso, preserva a história e o modo de vida da comunidade.

A mostra é realizada pelo Governo de Pernambuco, em parceria com o Instituto Cooperação Econômica Internacional (ICEI Brasil), e tem a curadoria de Lia Miceli Lopez Lecube. As 46 imagens ficarão instaladas nas salas Diálogos e Alcir Lacerda até 2 de fevereiro de 2014. Pelo olhar de seis fotógrafos – Costa Neto, Diego Di Niglio, Guga Soares, Ivan Alecrim, Mateus Sá e Roberto Rômulo –, o universo do Leão Coroado é desvelado em suas mais diversas nuances. A festa e a celebração da ancestralidade negra, símbolos, cores e fantasias ganham destaque, assim como o retrato de pessoas comuns que dão vida à historia do maracatu, em seus traços mais humanos. A feitura dos instrumentos como a alfaia e a sua presença marcante na musicalidade dos cortejos também é retratada, além de importantes celebrações, como A Noite dos Tambores Silenciosos de Olinda, e imagens do Terreiro de Águas Compridas.

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