O Pacto pela Vida votou à estaca zero. E, diferente do que prega o
Governo do Estado, a crise econômica que assola o País não é o principal
culpado. A afirmação, do sociólogo José Luiz Ratton, mentor do
programa, em entrevista ao jornal Valor Econômico desta quarta-feira
(25), põe em xeque o principal argumento do Governo de Pernambuco em
relação ao crescimento da violência no Estado, que voltou aos patamares
do início do programa de redução da criminalidade.
“Infelizmente, como destaca o professor Ratton, Pernambuco voltou a
figurar entre os dez Estados mais violentos do País, de onde tinha saído
em 2013. Em 2016, tivemos o pior resultado no número de homicídios
desde 2008, registrando mais de 4 mil assassinatos”, destacou o deputado
Silvio Costa Filho (PRB), líder da Bancada de Oposição na Assembleia
Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Entre os principais motivos da falência do Pacto, Ratton destaca a
ausência do governador das ações do programa como decisivo, seguido pela
falta de investimentos em programas de prevenção além da não realização
de reformas no sistema de medidas sócio-educativas, como prevista
inicialmente. “O próprio governador Paulo Câmara declarou, que só agora
passou a participar das reuniões semanais do Pacto e que, até então, só
comparecia a um encontro por mês”, lembra o parlamentar.
Silvio destaca que no Nordeste estados como Alagoas, Ceará, Piauí e
Rio Grande do Norte conseguiram reduzir as taxas de homicídios, apesar
de enfrentarem os efeitos da mesma crise econômica. “O que falta é o
governador puxar para si a responsabilidade e comandar uma ampla
reformulação do programa, mas infelizmente, ele optou por terceirizar
essa responsabilidade aos secretários da Defesa Social, Angelo Gioia, e
do Planejamento, Márcio Stefani”, lamentou o deputado, acrescentando que
os parlamentares da Bancada de Oposição estão à disposição do Estado e
da sociedade pernambucana para contribuir para a reformulação do Pacto
pela Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário